The search for something more.
Pansy estava sentada no banco na porta do salão comunal. Balançava os pés, batucava os dedos, assobiava (ou tentava pelo menos). Estava inquieta, impaciente (como se ela conseguisse ficar de outra maneira). Finalmente Cassidy chegou.
- O que você está fazendo aqui? Você está quase sempre atrasada... - Cassidy disse sentando-se ao lado da irmã.
- Eu tive um sonho... – Pansy disse fazendo uma pausa. – E eu não sei se é um sonho ou uma lembrança. Por acaso você se lembra de alguém com uma capa entrando lá em casa quando nós éramos pequenos?
- Não. – Cassidy disse. – Por quê? Esse é o sonho?
- É. E é tão real... – Pansy disse abraçando o irmão. – Eu quase acredito que é verdade.
- Duvido Pans, minha memória é muito boa, você sabe disso. – Cassidy disse. – Relaxe, não é nada importante.
- Tomara. – Pansy disse. – Não quero enlouquecer por conta de um diário...
- Diário? – Cassidy perguntou.
- Ah, deixa pra lá. – Pansy falou ao avistar Lucy. – Lucy está chegando com os novos amiguinhos dela...
Lucy caminhava com Hermione, Harry e Ron, ao ver Pansy correu em direção à menina e abraçou.
- Como você viveu sem me ver todo dia? – Pansy disse abraçando a menina de volta.
- Bebêzinha, não sei. – Lucy disse.
- Arg. – Cassidy disse.
- Não diga nada, se não vai sobrar pra você. – Pansy disse.
- Eu quero um abraço. – Cassidy disse abraçando a irmã e Lucy. – Ahm, vocês são legais, apesar dos pesares...
- Ele ama a gente Lucy! – Pansy disse.
- Sempre amou, sempre irá. – Lucy disse soltando-se do abraço.
- Bem, vamos comer. – Pansy disse. – E depois, indo para a aula chata de herbologia...
- O que? – Lucy perguntou sem entender, e depois completou: - Ah, já sei, conversa de família.
- Exato. – Pansy disse levantando a mão. – Bate aqui.
Lucy bateu sua mão com a de Pansy e depois disse.
- Seja educada, bebê.
- Ahm. – Pansy se virou para os grifinórios. – Bom dia.
- Bom dia. – Eles respondera.
Pansy se virou, pegou no braço do irmão e entrou no salão comunal.
- Você ainda gosta dela, não é? – Pansy perguntou.
- Pansy, eu amo a Lucy, mas minha paixão por ela acabou quando eu tinha doze anos e vi que ela não era a única menina que eu conhecia que tinha, você sabe...
- Peitos? – Pansy perguntou ao ver que o irmão estava com vergonha de lhe dizer.
- É. – Cassidy disse se sentando.
Do outro lado, Lucy conversava com Hermione, Harry e Ron.
- Qual é o primeiro horário Mione? – Ron perguntou.
- Herbologia. – Hermione disse.
- E depois? – Harry perguntou.
- Poções. – Lucy disse sorrindo.
- Você vai parar de gostar de poções quando conhecer o professor. – Ron disse.
- Severo? – Lucy disse rindo.
- E melhor você chamá-lo de Professor Snape. – Hermione disse.
Lucy apenas riu. Lucy olhou para o loiro entrando no Salão Principal. Aquele só podia ser Draco Malfoy. O viu caminhar até a mesa da Sonserina e se sentar ao lado de Pansy.
- Bom dia. – Ele disse sorrindo para ela.
- Bom dia. – Ela respondeu sorrindo de volta.
- Bom dia. – Cassidy disse cortando o clima.
Pansy olhou com cara feia para o irmão.
- O que? – Ele perguntou se fazendo de desentendido.
- Nada. – Pansy disse colocando café em sua xícara.
Bebeu o líquido em praticamente um gole.
Quando terminou o café, Pansy foi até a mesa da Grifinória falar com Lucy.
- Pronto? – Pansy perguntou para a amiga.
- Claro. Vamos. – Lucy disse se levantando. – Encontro vocês na aula.
- Até lá. – Hermione respondeu.
Pansy e Lucy caminhavam pelos corredores enquanto Pansy contava de seu sonho.
- E você não sabe se é sonho ou lembrança? – Lucy perguntou.
- É. Tem algum jeito de descobrir? – Pansy perguntou ao chegarem a estufa onde iam ter aula.
- Eu vou descobrir e te falo. – Lucy disse. – Isso é estranho.
- É, muito. – Pansy disse se calando quando os grifinórios chegaram. – Eu tenho que ir.
Pansy se despediu de Lucy e caminhou para longe da amiga. Aquele seria o momento ideal para ela ler seus gibis, já que as meninas de seu quarto estariam rodiando os garotos. Ela estaria em paz com seus gibis “Aves de Rapina” e comer mini-pretzels doces, guardados na última gaveta do criado-mudo. Atravessou o Salão Comunal da Sonserina com passos rápidos e desesperados por momentos de solidão combinados com revistinhas e doces. Infelizmente aquele delicioso passatempo seria adiado, pois Draco a chamou para se juntar a roda de conversa que ele, seus amigos e algumas meninas faziam parte.
- Fique aqui conosco. – Draco disse dando espaço para Pansy sentar-se ao seu lado.
- Claro. Qual o assunto? – Pansy perguntou e se sentou.
- Garotas. – Blaise disse fazendo as meninas que o rodiavam soltarem risadinhas.
- Ah, que assunto divertido. – Pansy disse sem interesse pela conversa, mas sem se levantar, pois sua companhia havia sido requisitada por Draco.
- Você entende desse assunto não é? – Crabbe perguntou fazendo as menininhas e Goyle rirem.
- Ele está falando comigo? – Pansy perguntou para Draco, mas foi Crabbe que respondeu.
- Claro que é com você, nunca ninguém te viu com nenhum menino... – Goyle disse.
- Então isso significa que eu não gosto de meninos? – Pansy perguntou.
- É. – Goyle respondeu. – E que gosta de meninas. E que provavelmente é por isso que anda tanto com a grifinóriazinha...
- Ahm, claro. – Pansy disse calmamente.
- Então é verdade? – Crabbe perguntou.
- Não. Eu gosto de meninos. Mas se todos eles forem iguais a vocês dois – Ela disse se referindo a Crabbe e Goyle – talvez eu mude de time. – Draco e Blaise riram, fazendo uma legião de menininhas rirem também. – Por outro lado, se eu não encontrar alguma menina decente, o que vocês podem ver que está bem difícil de encontrar, talvez eu namore meu reflexo. Ou morrer virgem.
Pansy se levantou e começou a caminhar em direção ao seu quarto novamente. Mal percebeu quando Draco a seguiu.
- Ei. – Ele disse parando ao lado dela. – Aonde você vai?
- Meu quarto. Longe dos idiotas e das biscates que me irritam. – Pansy disse.
- Ah. Eu me encaixo no grupo dos idiotas? – Draco perguntou.
- Não. – Pansy disse parando de andar e olhando para os olhos dele. Percebeu o sorriso de Draco e então emendou: - Você está no das biscates!
Pansy riu, fazendo Draco rir.
- Não é justo. – Draco disse se aproximando de Pansy.
Pansy percebeu que ele havia se aproximado dela, estava usando a velha (e boa) tática de sempre. Mas ela não podia ser como as outras.
- O que não é justo? – Pansy se fez de desentendida.
- Você acha que eu sou como eles. – Draco disse apontando para os amigos Crabbe, Goyle e Blaise.
- E você acha que eu sou como elas. – Pansy disse apontando para as meninas que cercavam os amigos de Draco. – E eu não sou. Então pelo menos mude sua técnica. Assim, se eu realmente te interesso.
- Eu não acho que você é igual a elas. – Draco disse.
- Não? – Pansy perguntou irônica.
- Não. Eu não tenho que correr atrás de nenhuma delas.
- Que humilde você. – Pansy disse rindo.
- Sério... – Draco disse. – Você sabe que eu não estou mentindo.
- O pior é que eu sei. – Pansy concordou, embora não gostasse disso. – É que eu sei que... Sei lá, você não quer o que eu quero.
- Você não sabe o que eu quero. – Draco respondeu confuso.
- Eu sei o que você não quer. – Pansy disse cruzando os braços. – Estar com alguém. Eu quero isso. – Pansy disse decidida, e então parou de falar, pois percebeu que tinha falado besteira. - Eu acho. – Ela completou.
- Ah. – Draco disse e depois ficou quieto. – Eu não sei o que eu quero ainda.
- Viu. Acho melhor a gente não perder tempo então. Nós somos amigos, provavelmente isso iria estragar nossa amizade! – Pansy disse.
- Isso não significa que eu não possa querer o mesmo que você. Talvez eu queira. – Draco disse se encostando à parede. – Talvez seja isso que eu esteja procurando esse tempo todo e não tenha sido capaz de chegar a essa conclusão porque eu realmente sou um idiota.
- Então você está sugerindo o que? – Pansy disse para ver se havia entendido algo que o amigo havida falado.
- Que nós tentássemos algo, mas prometêssemos que se não desse certo isso não ia afetar nossa amizade. – Draco disse. – Para pelo menos tirar esse ponto de interrogação da minha cabeça.
Pansy sorriu.
- Tudo bem. Você me convenceu. Faça valer à pena. – Pansy disse antes de abrir a porta do quarto e entrar nele.
Draco sorriu vitorioso no salão comunal. Pansy correu para sua cama e pulou nela sorrindo. Afinal, aquilo era uma conquista para ela. Uma conquista grande. Quase enorme.
Aquilo a fez parar de pensar nos desastres da vida dela. O que era bom, porque ela precisava daquilo.
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