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Pansy mal conseguiu ficar no quarto muito tempo. Precisava contar para Lucy sobre o que Draco havia lhe dito. Atravessou o Salão Comunal em passos rápidos, mas pode ver que o olhar de Draco a acompanhava. Sorriu em resposta ao rapaz, o fazendo sorrir. Mal chegou à estufa Lucy estava saindo.
- Você não tem idéia do que aconteceu! – Pansy disse.
- O que Pan? – a amiga perguntou.
- Draco Malfoy disse que queria sair comigo. – Pansy disse em voz baixa, mas sorrindo de orelha a orelha.
- Mentira! - Lucy gritou. – Conta tudo.
- Ele estava dando em cima de mim, aí eu falei que eu não queria ser como as outras e ele estava achando que eu era como as outras. Aí ele disse que talvez quisesse o mesmo que eu. E que era pra gente tentar sem comprometer nossa amizade. Basicamente foi isso. – Pansy disse enquanto ela e Lucy caminhavam para a sala de D.C.A.T.
- Cara, isso é tão legal. – Lucy disse. – E você concordou?
- Claro. Por Merlin, ele é Draco, ele é... – Pansy parou de falar ao ver a amiga olhando para ela com um sorriso que ela classificava como “sorriso irritante”. – Pare.
- Eu preciso usar o meu “sorriso irritante” agora. Nunca sei quando terei outra oportunidade... – Lucy disse antes de Pansy empurrar a amiga, que desequilibrou.
- Olha, sinceramente, acho bom você encontrar alguém que seja real e esteja perto de você. Seus romances, se é que eu posso chamar de romance, são sempre assim. Você nunca gosta de ninguém, você tem “rolos”, mas nunca se apaixona. Só “amores platônicos” e olhe lá.- Lucy disse.
- Você faz isso soar como uma coisa ruim. – Pansy disse. – E não é. Até agora eu não me machuquei Lucy.
- É. Mas não entendo como alguém como você, que agüenta tanta coisa tem medo de algo tão comum. –Lucy disse.
- Cale a boca. Essa é a sala. – Pansy se sentou na primeira fileira, Lucy também, mas do lado dos grifinórios.
O professor não estava lá, o que fez Lucy e Pansy ficarem se olhando durante um bom tempo.
- O quê está acontecendo? – Pansy perguntou.
- Eu que sei? – Lucy disse.
- Ai que medo. – Pansy disse. – Sei lá se esse cara já está aqui dentro.
Draco se sentou ao lado de Pansy e sorriu. Pansy olhou para ele sorrindo em resposta.
- “Cof-cof” – Lucy tossiu.
- Ahm – Pansy disse voltando a realidade. – Essa é Lucy, minha amiga. Lucy, esse é Draco.
- Muito prazer. – Draco disse simpático. Quem diria, Draco sendo simpático com uma grifinória. O quê garotos não fazem por garotas...
- O prazer é todo meu. – Lucy disse sorrindo para Pansy irritantemente.
Hermione se sentou ao lado de Lucy, Harry e Ron atrás das duas.
Um velho rastejou até a mesa do professor. Lucy e Pansy se olharam. Conheciam muito bem o velho magro com capa preta que se arrastava pelo chão. A face magra, fina e com sardas, os olhos escuros, as mãos magras e o barulho alto da respiração dele fizeram parte dos piores pesadelos das duas meninas. Ele era como o bicho papão das duas.
- Bom dia. – Ele disse com a voz seca, enquanto se sentava na cadeira.
- Bom dia. – Os alunos responderam em uníssono.
Lucy e Pansy ainda se olhavam de rabo de olho.
- Vocês devem me chamar de Estor. – Ele disse. – E eu não sou como a paspalha da ex professora de vocês. Eu ensino coisas. E a obrigação de vocês é aprender. Espero que vocês façam isso.
- Pelo menos ele vai dar aulas decentes. – Pansy disse em voz baixa para que nem Draco escutasse.
- Disse algo? – Ele perguntou.
- Não. – Ela respondeu.
Enquanto o professor falava, Lucy prestava atenção na linguagem corporal do professor. Pansy esperava ele engasgar ou falasse algo que lhe desse noção do quão maluco Estor era. Mas nada aconteceu. Ou ele era um ótimo mentiroso ou ele estava mudado. Mas Pansy não se daria por convencida, não com tão pouco. A aula correu bem, como Lucy imaginou que ela correria. O professor era bom, bom o bastante para perceber que Pansy estava inquieta.
- Algum problema senhorita... – Ele perguntou olhando na direção de Pansy.
- Senhorita Parkinson. – Pansy disse. – Nenhum problema professor, só... Mal estar. Eu estou passando um pouco mal.
- Quer se retirar da sala para se recompor por alguns instantes ou você consegue fazer isso aqui dentro? – Astor perguntou.
Pansy, ao ver que o professor Snape estava passando pelo corredor, se levantou e disse:
- É, eu acho melhor eu ir tomar um ar.
Pansy saiu da sala e correu atrás de Snape.
- Severo! – Ela disse fazendo o professor parar.
- Nós já conversamos senhorita Parkinson, você deve me chamar de Professor Snape. – Spane disse sério e olhando para os lados em busca de algum aluno ou professor que pudesse suspeitar da conduta de Pansy.
- Desculpa. Eu estava na aula do Astor. – Pansy disse. – Ele me dá arrepios. Eu acho que ele sabe quem eu sou.
- Ele sabe. – Snape disse. – Usei oclumência nele e ele sabe quem é sua mãe. Aliás, não duvido nada que esteja envolvido na morte dela. E ele vai fazer de tudo para se aproximar de você.
- Que bom. Assassino da minha mãe em Hogwarts quer se aproximar de mim. – Pansy disse. – Isso me dá arrepios.
- E deveria. Ele é maluco. Fique longe dele até eu ter certeza que você pode lutar com ele. – Snape disse. – Agora eu tenho que ir.
- Snape! – Pansy chamou o professor. – Eu não posso.
- Não pode o quê? – Snape perguntou.
- Não posso matar. – Pansy disse. – Não posso.
- E você não vai precisar. – Snape disse. – Você não é como eles.
- Não tenho muita certeza disso. – Pansy disse.
- Eu tenho. – Snape disse. – Agora vá.
Pansy voltou para a sala de aula, apesar de saber que faltava apenas alguns minutos para a aula acabar. Ela finalmente estava mais calma e conseguiu se conter até o final da aula. Ela já estava pegando seus materiais quando o professor a chamou.
- Senhorita Parkinson, você poderia aguardar alguns instantes? Gostaria de conversar com a senhorita. – Ele disse se sentando na cadeira.
- Sim professor. – Ela disse olhando para Lucy que a olhava também.
Quando todos os alunos saíram da sala o professor sorriu para Pansy.
- Você me lembra muito sua mãe. – Ele disse.
- Você conheceu minha mãe? – Pansy perguntou caminhando para pero de Astor.
- Sim. Forte, decidida, falava e fazia o que queria. Sua mãe era assim. – Astor disse sorrindo simpaticamente. Nem parecia o monstro que Pansy sabia que ele era.
- É, posso dizer que nós nos parecemos mesmo. – Pansy disse tentando intimidá-lo.
- Parecer-se com sua mãe é uma honra Pansy Parkinson. – Astor disse. – Mas não é por isso que pedi que você ficasse. Comom já disse, você tem muito de sua mãe, e sua mãe era uma bruxa muito inteligente e dedicada. Ela fez um curso comigo enquanto estava nos Estados Unidos. Ela era boa, infelizmente ela faleceu. Eu posso te ensinar muitas coisas Pansy Parkinson, eu vejo e conheço seu potencial. O quê me diz? Eu te darei aulas de D.C.A.T. e você será como minha ajudante, me ajudará a planejar aulas e em troca disso eu te ensino o que eu sei em plantões fora das aulas. E eu sei muito.
- Não duvido disso. Ouvi dizer que você conhece muito da matéria que você ensina e é uma honra para mim ser chamada para ser sua ajudante mas eu já tenho compromisso com o Professor Snape. Ele é meu tutor, quero estudar poções e desde o quinto ano ele vem me ajudando a seguir isso. Meu plano é continuar me esforçando para alcançar isso. – Pansy disse sorrindo.
- Você tem muito potencial para desperdiçar isso em poções. – Astor disse.
- Você não tem idéia de como uma poção pode causar um grande efeito. – Pansy disse saindo da sala.
Lucy estava esperando-a na porta.
- O que aconteceu? – Lucy perguntou.
- Depois. – Pansy disse. – Agora eu vou comer.
Tudo parecia um motivo para deixar Pansy com fome. Por sorte aquela era a hora do almoço, e ela foi correndo para a mesa da Sonserina e se sentou ao lado do irmão.
- Ele veio conversar comigo. Não aceite nenhuma proposta dele. – Pansy disse baixo para que ninguém ouvisse. – Ele vai te falar da mamãe.
- Ele conheceu a mamãe? – Cassidy perguntou.
- Aparentemente sim. Ele disse que ela fez um curso com ele nos Estados Unidos. – Pansy se afastou do irmão e colocou em seu prato macarrão.
- Não me convence com essa história. Meu próximo horário é com ele. – Cassidy disse.
- Fique longe dele. Ordens do Snape. – Pansy disse colocando o macarrão na boca e em seguida bebendo suco.
- Eu já ouvi enfezadinha! – Cassidy respondeu.

Na outra mesa, Harry, Ron, Hermione e Lucy comiam.
- Porque o novo professor queria falar com a Pansy? – Ron perguntou à Lucy.
- Talvez perguntar se ela havia melhorado, eu não sei. – Lucy respondeu sem dar muita atenção.
- Você está preocupada Lucy? – Hermione perguntou.
- Um pouco. Mas não é nada demais não. – Lucy disse voltando a comer.
- Tudo bem. Se precisar conversar... – Hermione disse.
- Obrigada. – Lucy disse.
Pansy caminhou até a mesa da Grifinória com seu irmão.
– Vocês podem acompanhá-la até a sala de poções? – Pansy perguntou aos grifinórios.
- Claro. – Harry respondeu.
- Obrigada. Vejo você depois Lucy. – Pansy disse correndo para fora do salão principal.
- O que aconteceu com ela? – Lucy perguntou preocupada.
- Ou Snape, ou alguém do St. Mungus... Não sei, ela não me disse. Snape apenas acenou para ela e ela foi conversar com ele. – Cassidy disse se sentando ao lado de Lucy.
- Ela já te contou? – Lucy perguntou.
- Se for sobre aquele loirinho filhinho de papai me poupe Lucy. Minha irmã merece alguém bem melhor que o Draco Malfoy. Pelo menos alguém que possa defendê-la se um dementador aparecer. – Cassidy disse.
- Pra começo de conversa ela não precisa de ninguém para defendê-la. – Lucy disse. – E se ela gosta dele você vai ficar fora disso.
- Mas tem o Jason. Você não conhece o Jason. O Jason é legal. – Cassidy disse. – Jason sabe diferenciar um contrabaixo de uma guitarra.
- O Jason não é legal. – Lucy disse. – A Pans me contou dele já.
- Ele é mais legal que o Draco Malfoy. – Cassidy disse.
- Deixe sua irmã. – Lucy disse. – Ela precisa de algo para tirar a cabeça dela da confusão que está.

Pansy caminhava ao lado de Snape sem dizerem uma só palavra. Ao chegarem à sala de Snape, ele a entregou um artigo de jornal sobre Astor.
- Eu acho que é isso que ele quer fazer aqui. – Snape disse.
Pansy leu o artigo e então olhou para Snape.
- Criar um pequeno grupo de bruxos das trevas aqui? – Pansy perguntou. – Esse cara deve estar maluco.
- Ele é maluco. Por isso quero você longe dele. – Snape disse.
- Eu não posso. Eu vou me vingar. – Pansy disse.
- Pansy, você vai acabar morrendo. – Snape disse entregando-a uma bandeja com potes de um pó de asas de fada.
Pansy colocou um pote em cada mesa, ao lado dos caldeirões.
- Eu não vou. Eu te salvei de uma mortalha e de um dementador. – Pansy disse. – Eu consigo lutar contra um velho imbecil.
- Ele é mais forte do que você imagina. – Snape disse.
- Você... Sempre me subestimando! – Pansy disse se sentando na primeira carteira. O sinal tocou logo em seguida.
Minutos depois os alunos do sexto ano entram na sala.
Harry, Ron e Hermione achavam muito estranha a relação de Pansy e Snape, mas nenhum deles tinha coragem de falar sobre isso com Lucy. Se havia algo que aquela menina fazia era defender Pansy.
Lucy e Harry sentaram um ao lado do outro, já que Ron havia pedido para Hermione ajudá-lo em Poções.
Draco se sentou ao lado de Pansy, dando um sorriso frio. O único tipo de sorriso que ele sabia dar.
- Boa tarde. – Snape disse. – Abram os livros na página 4. Vocês têm dez minutos para leitura e compreensão da poção. Não darei um minuto a mais. Começa agora.
- Ótimo, já começamos o ano com ele de mau humor. – Harry disse baixinho.
- Pela primeira vez tenho que discordar de Pansy. – Lucy disse. – Ela disse que ele era super legal.
Snape caminhou até a mesa de Lucy e Harry. Os dois estavam prontos para receberem uma bronca, mas ele apenas sorriu para Lucy e perguntou baixinho:
- Como vai sua mãe?
- Bem. – Lucy disse sem saber que o professor conhecia sua mãe.
- É muito bom ter você como aluna. Você se parece muito com ela. – Snape disse sério.
- Obrigada. – Lucy respondeu sorrindo.
Harry, apesar de prestar atenção na receita da poção do sono, ouvia com atenção. Após Snape ir observar outros alunos em outras mesas, Lucy se virou para Harry e disse:
- Talvez ele apenas não goste de você. – Lucy sorriu.
- Ou talvez ele só goste de você e da Pansy. – Harry disse.
- É, talvez. – Lucy respondeu voltando a ler a receita. – Ah, eu sei fazer isso.
- Mesmo? – Harry perguntou.
- Sim. Nós usávamos poção do sono quando a Pansy não conseguia dormir quando ela era criança. – Lucy disse. – Nós passávamos muito tempo juntos, nós três, eu, Pan e Cass então eu aprendi a fazer.
- Vocês são bem amigos. – Harry disse.
- Eles são minha família. – Lucy respondeu. – Acho que só nos três nos conhecemos. O resto do mundo não sabe o que se passa na nossa cabecinha...
Harry sorriu. Lucy começou a pegar os ingredientes e organizar do seu jeito para fazer a poção.
Do outro lado da sala, Pansy já estava bocejando esperando Snape começar a aula.
- Você não vai ler? – Draco perguntou.
- Não. Eu sei essa poção de cor. – Pansy disse.
- Lembrei, aluna prodígio em poções... – Ele disse fazendo rir.
A aula prosseguiu, e as duplas Pansy e Draco, Harry e Lucy e Hermione e Ron conseguiram executar a poção com êxito, por conta, é claro de Pansy, Lucy e Hermione respectivamente
- Vinte pontos para Grifinória. Dez para Sonserina. – Snape disse. – Espero que na próxima aula tenhamos vocês tenham um resultado melhor. Classe dispensada.
Todos os alunos se levantaram. Pansy caminhou até Lucy zangada.
- Não é justo. – Pansy disse. – Essa é minha matéria.
- Você não me engana. Você não está brava comigo. – Lucy disse quase bocejando.
- É verdade. – Pansy disse sorrindo. – De qualquer forma... Vamos andar hoje a noite pelo jardim. Eu e o Cass, é um hábito, nosso hábito.
- Eu sei. – Lucy disse. – Encontro vocês às oito.
- Certo. – Pansy sorriu, virou as costas e correu para o jardim.
Um tempo sozinha. Exatamente o que ela precisava.

Lucy caminhava pelos corredores com Harry, Ron e Hermione. Ron e Hermione estavam brigando, como sempre.
- Eles são sempre assim? – Lucy cochichou para Harry.
- Sim. – Harry respondeu.
- Típico caso de amor reprimido. – Lucy disse.
- Você acha? – Harry perguntou.
- Tenho certeza. – Lucy respondeu.
Lucy avistou Cassidy, encostado a uma parede conversando com uma menina loira.
- E o típico caso do garanhão. – Lucy disse baixinho.
- O que? – Harry perguntou.
- Nada.

De longe Cassidy viu Lucy sair da sala conversando com Harry. Por mais que o assunto que aquela menina do quarto ano estivesse contando a ele fosse completamente irritante ele fingiu que prestava atenção. Ciúme e orgulho, duas palavras que cabiam exatamente naquele momento.

Pansy estava sentada no jardim, de olhos fechados, mas virada para as janelas do castelo. Ela gostava desse jeito. Era bom para esquecer o mundo.
Ela continuou com os exercícios de respiração que Snape a ensinou para controlar seu gênio. Estava se concentrando, quase relaxando, até que flashes começaram a invadir sua mente.

Uma menina mais nova que Pansy, de cabelos loiros e olhos bem azuis estava escorada no parapeito de uma janela. Segundos depois ela estava estirada no gramado verde de Hogwarts. Morta.

Pansy abriu os olhos assustada. De uma forma ou de outra, se aquilo fosse sonho ou realidade, aquilo havia a assustado. Levantou-se e foi a procura de Lucy. Caminhou por todos os corredores e não a encontrou. Por sorte viu a menina dos flashes. Ela estava encostada no mesmo parapeito que Pansy havia visto nos flashes.
“Eu não tenho jeito com suicidas.” Pansy pensou. “Mas eu não vou deixar essa menina se matar”, ela prossegui com o pensamento. Caminhou até a menina e sorriu para ela.
- Oi, meu nome é Pansy. – Pansy disse.
- Oi.- a voz rouca da menina lhe respondeu olhando fixamente para um ponto no céu. – Meu nome é Isabella.
- Você tem quantos anos? – Pansy perguntou.
- 13. – Isabella disse. – E você?
- Eu tenho 16. – Pansy disse. – Por que você está sozinha aqui?
- Eu não tenho amigos ou amigas. – Isabella respondeu.
- Por quê? – Pansy perguntou encostando-se à parede.
- Eu vou morrer. Meus pais e minha irmã morreram e quando eles morreram eu fiquei sozinha. Eu não quero que isso aconteça com ninguém. – Isabella disse. - E amigos são a família de quem não tem família, não é?
- É verdade... – Pansy respondeu pensando em cada palavra que a menina havia lhe dito.
Um sonserino de mais ou menos doze anos passou e chamou Isabella de “esquisita”.
- Hey! – Pansy chamou o menino. – Venha cá.
Ele caminhou fazendo caretas até Pansy.
- Repete o que você disse. – Pansy disse.
- Não foi para você que eu disse. – Ele respondeu. O garoto parecia uma miniatura de Crabbe.
- Não me importo. – Pansy disse. – Repete.
- Esquisita. – O garoto respondeu.
- É, o que eu achei que você havia dito. – Pansy disse. – Detenção.
- Você não pode me dar detenção. – Ele respondeu Pansy.
- Verdade... – Pansy disse. – Qual seu nome?
- Cameron Drakes Bouville. – Ele respondeu.
- Bom saber... – Pansy virou as costas. – Não diga mais nada sobre Isabella.
- Quem é você para me dizer o que fazer? – Cameron perguntou.
- Alguém que pode fazer da sua vida aqui um inferno. – Pansy disse nervosa. – Agora some daqui!
Ele virou as costas e correu para longe de Pansy.
- Você não precisa fazer isso. – Isabella disse.
- Será a única vez. – Pansy disse encostando-se novamente à parede. – Você é quem deveria fazer isso.
- Para que? – Isabella disse. – Eu vou morrer hoje. Não se preocupe comigo.
- Porque você diz isso? – Pansy perguntou.
- Porque eu sei. – Isabella respondeu. – Eu simplesmente sei.
- Você é muito amarga para uma menina de onze anos. – Pansy disse.
- Você faz muitas perguntas para quem não tem sete anos. – Isabella disse.
- Você é esperta. – Pansy respondeu.
- Você demorou esse tempo todo para descobrir isso? – Isabella perguntou.
- Você não é tão explícita. – Pansy disse. – E você não vai morrer hoje.
- Eu vi. – Isabella disse. – Eu sei.
- Você viu? – Pansy se assustou. – Como você viu?
- Flashes. Sonhos. É hoje. – Isabella disse. – Eles vêm hoje.
- Eles quem? – Pansy perguntou.
- As mesmas pessoas que mataram meus pais. – Isabella disse com lágrimas nos olhos.
- Eu vou te ajudar. – Pansy disse chegando mais perto da menina. – Confie em mim.
- Eu só vou fazer isso porque eu não tenho nada a perder. – Isabella disse.
- E muito a ganhar. – Pansy respondeu. – Venha.
Isabella segurou na mão de Pansy e caminhou com ela, seguindo todos seus passos silenciosamente.
Chegaram a uma porta. Pansy bateu quatro vezes, com um breve intervalo entre as duas primeiras batidas. Snape abriu a porta.
- O que foi? – Ele perguntou.
- Entre. – Pansy disse para a menina.
Isabella a obedeceu.
- Isabella Carmichael. – Snape disse. – Porque você a trouxe aqui?
- Ela é a primeira vítima. – Pansy disse.
- Como você sabe. – Snape perguntou.
- Eu vi. – Pansy disse. - E ela viu também.
- Como ela pode ter visto? – Snape perguntou contrariado.
- Ás vezes, quando eu sonho coisas, elas viram realidade. – Isabella disse.
Snape e Pansy ficaram estáticos.
- Ela não está mentindo. – Pansy disse para Snape.
- Eu sei. – Ele respondeu. – Usei oclumência e ela não está mentindo.
Isabella continuou parada, esperando uma atitude dos dois.
- Salve-a. – Snape disse sério para Pansy.
- Como? – Pansy perguntou.
- É para isso que eu a treinei. – Snape disse. – Soluções rápidas. Encontre uma.
Pansy ficou parada olhando para a estante de poções de Snape.
- Vamos. – Ela disse para Isabella.

Uma garota loira estava encostada no parapeito da janela.
- Deve ser ela. – Um dos comensais encapuzados que a avistavam de longe.
- É ela. A filha do Carmichael. – O outro disse.
- Ótimo, vamos matá-la e sair daqui. Dumbledore é uma das poucas pessoas que nós devemos temer. – O primeiro comensal disse.
- Não só ele. – uma voz feminina e jovem disse.
- Quem está aí? – um dos comensais perguntou antes de cair morto no chão.
O outro tentou procurar quem havia feito aquilo, mas não encontrou.
- Diga a ele que fique longe de Hogwarts e principalmente da Carmichael. – a voz disse. – Vá. E leve esse lixo com você.
O comensal pegou o morto no colo e caminhou para uma parede com um quadro de uma cobra. Atravessaram-na e desapareceram.
Pansy retirou a capa de invisibilidade que a cobria e caminhou até Isabella, parada na janela.
- Pronto. – Pansy disse. – Você está a salvo.
Isabella sorriu e abraçou Pansy.
- Você os matou? – Isabella perguntou.
- Não. – Pansy disse. – Eu não mato. Mas eu também não perco.
- Obrigada. – Isabella disse. – Você me salvou.
- Eu sei. – Pansy disse. – Mas vamos manter isso em segredo ok?
- Sim. – Isabella disse. – Prometo. Esse é nosso segredo.
- Agora vá dormir. – Pansy deu um beijo na testa da menina e caminhou em direção ao salão Comunal da Sonserina.
- Pansy? – Isabella perguntou. – Será que eu posso dormir lá com você? Sabe, só por precaução...
Pansy sorriu para Isabella.
- Vá pegar suas coisas. – Pansy disse.
- Obrigada. – Isabella respondeu.
Isabella foi pegar suas coisas em seu dormitório enquanto Pansy caminhava atrás dela. Isabella era uma grifinória. Mais uma grifinória em sua vida. Ótimo, mais um motivo para a fama dela acabar. E ela não sabia se isso era bom.
Isabella voltou carregando uma mochila com seu uniforme e uma escova de dente.
- Pronto. – Isabella disse. – Vamos?
- Vamos. – Pansy colocou a mão no ombro da menina que ia a acompanhando até o dormitório das Sonserinas.
Pansy usou um feitiço para que sua cama ficasse maior e acomodasse as duas. Pansy e Isabella deitaram na cama e tentaram dormir. O sono de Isabella veio rápido. Mas Pansy não ia conseguir dormir. Não com aquela gorda da Emília roncando, nem com Isabella mexendo de um lado para outro da cama.
Pelo menos ela havia salvado Isabella, o que fazia daquele dia um bom dia para as duas.

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