Bad Dream



Lucy e Pansy caminhavam para o Salão Comunal. Lucy havia deixado as malas dela com as de Pansy. Cassidy veio correndo atrás das duas, estava apressado.
- Ei, vocês duas! – Cassidy gritou antes de chegar a elas. – Eu... Vou acompanhar vocês.
- O quê é que você fez de errado que precisa da minha ajuda? – Pansy perguntou nervosa.
- Pan... Não fale assim comigo. – Cassidy disse colocando o braço por cima do ombro de Pansy. – Só quero sua companhia.
- Ahm, sei. – Pansy disse mal humorada.
- Pansy... – Lucy disse parando na porta do salão comunal. – Estor está aqui.
- Estor? – Pansy disse entrando no salão comunal.
Ao ver o senhor de cinqüenta e três anos sentado no lugar ocupado pelo professor de D.C.A.T. Pansy ficou estática. Lembrou das histórias que o pai e a madrinha haviam lhe contado de quando Estor deu aula para os dois na Escola de Salém. Ele era praticamente a única pessoa que Pansy tinha medo no mundo. Ele havia ensinado, sem o consentimento dos diretores de Salém, magia negra, sendo suspenso da escola.
- Morgana das Fadas... – Lucy disse. – Isso não pode ser bom.
- Jura Lucy?! – Pansy perguntou no seu tom irritantemente irônico.
- Espere... – Cassidy disse. – Vocês estão falando do Estor de Salém?
- Sim. – Pansy e Lucy disseram juntas.
- Isso não pode ser bom. – Cassidy disse.
- Iep! – Lucy e Pansy disseram concordando.
- Nós vamos... – Cassidy disse. – Ele não pode saber quem somos nós.
- Cass, impossível, sobrenomes entregam a gente. – Pansy disse. – O máximo que nós podemos fazer é fingir que não sabemos nada sobre ele, sobre o que ele faz, sobre quem ele quer ser. E sobre quem ele quer ficar perto
- Então se empenhem nisso. – Lucy disse. – E quando minha mãe e o pai de vocês falarem para ficarmos longe deles...
- Nós concordamos depois de hesitar um pouco, para ficar mais natural. – Pansy disse sorrindo para a amiga. – Agora vamos, estou com fome.
Pansy e Cassidy caminharam para a mesa da Sonserina enquanto Lucy ficou perto dos alunos do primeiro ano, como havia sido pedido para ela fazer.
Dumbledore fez seu enorme discurso, apresentou o novo professor de D.C.A.T. Jervis Estor e por fim apresentou Lucy Posey.
Lucy estava sentada em uma cadeira com o Chapéu Seletor em sua cabeça.
“Uma verdadeira grifinória. Não há outro lugar onde você se encaixe se não na Grifinória.” O Chapéu Seletor disse, gritando em seguida “Grifinória”.
- Sabia. – Pansy disse com um pouco de desgosto.
- É, eu também. – Cassidy completou.
Lucy caminhou até a mesa da Grifinória enquanto ouvia os aplausos.
“Legal, eu estou sobrando.” Lucy pensou.
Por sorte Harry a chamou para sentar perto dele e de seus amigos.
- Então, você é da Grifinória. – Ron disse. – E Pansy da Sonserina. Vocês ainda vão ser amigas?
- Claro. – Lucy disse, como se a pergunta de Ron fosse absurda. – Eu e a Pansy somos amigas desde sempre. Eu, ela e o Cass somos como irmãos.
- É, mas eu nunca ouvi falar de amizade entre Sonserinos e Grifinórios. – Ron disse. – É quase uma regra.
- É, e nós vamos ter que quebrar essa regra. – Pansy disse seriamente para Ron ao chegar à mesa. Depois se virou para Lucy e disse. – Depois do jantar... Eu e Cass vamos. Nós vamos ter que conversar.
- Certo Penny. – Lucy disse pegando um pãozinho.
Pansy caminhou até sua mesa. Cassidy a olhou com cara de tédio enquanto colocava um pedaço de bolo na boca. Crabbe e Goyle estavam sentados por perto, o que explicava as caretas de Cassidy. Pansy sorriu e se sentou ao lado do irmão.
- O que você foi fazer na mesa da Grifinória, Pansy? – Crabbe perguntou colocando um pedaço de frango na boca.
- Lucille Posey, minha melhor e única amiga é da Grifinória. – Pansy disse séria encarando o brutamontes.
- Que pena, ela é até gostosinha. – Goyle disse. – Ela ser daquela casa não me dá mais vontade de...
- Nem termine a frase. – Pansy disse nervosa.
- Agora você é amiga de Grifinóriaszinhas Pansy? – Crabbe perguntou.
- Não. Só da Lucy. – Pansy disse colocando comida na boca. Era melhor ignorá-lo e sabia disso.
Draco observava Pansy. Ela havia mudado. Nos últimos anos ela no máximo soltaria um sorriso para qualquer coisa que Crabbe havia falado.
Pansy obviamente não era a menina mais bonita que ele conhecia, mas ela tinha algo que já havia anteriormente chamado a atenção de Crabbe, Goyle e até de Blaise. Dele não, Draco a considerava um de seus amigos, muitas vezes até esquecia que ela era menina. Pansy provavelmente tinha escutado todos os rolos de Draco e seus amigos, mas não lhes contava nenhum deles. Nunca soube se era porque não tinha ou porque era discreta.
- Pansy. – Draco chamou pela menina. – Como foram suas férias?
Pansy bebeu um pouco do suco de abóbora e sorriu para ele. Crabbe, Goyle e Blaise ficaram parados olhando. Os três suspeitavam a anos que Pansy sentia algo por Draco e ele finalmente parecia estar olhando para ela com os mesmos olhos.
- Normais. Fomos para a casa na praia e só. – Pansy disse sem fazer muita questão. Pelo que conhecia de Draco, e ela o conhecia bem, era assim que ele começava as conversas com suas conquistas.
- Conheceu alguém novo lá? – Draco perguntou olhando nos olhos da menina.
- Só os velhinhos que compraram a casa ao lado da nossa. – Cassidy respondeu sem perceber que Draco estava mostrando interesse na irmã. – Fora isso os mesmos bruxos de sempre do condomínio.
- Ah. – Draco disse ainda mantendo os olhos em Pansy.
O silêncio constrangedor surgiu. Aquela era a hora que a menina sorria para ele com cara de apaixonada e ele dizia o quão lindo era seu sorriso, mesmo que ele fosse um sorriso sem nada em especial. Pansy apenas continuou olhando para ele, antes de beber mais um gole do suco.
- Minhas férias foram boas. Nós fomos para a Alemanha. – Draco disse causando espanto em seus amigos, já que ele nunca precisava fazer isso.
- Legal. – Pansy falou. – Sempre quis ir para lá.
- Talvez eu te leve um dia, se você for boazinha. – Draco disse sorrindo do jeito que ela o viu sorrir para milhares de meninas.
Ela sorriu de volta de um jeito que ele nunca havia visto Pansy sorrir. Ponto para ele.
- Pansy? – Cassidy chamou pela irmã que não respondeu.

Na mesa da Grifinória, Lucy conversava com Harry, Ron e Hermione.
- Então sua mãe é a Jornalista Posey? – Hermione perguntou deslumbrada.
- Sim, ela mesma. – Lucy disse. – E agora que ela finalmente resolveu usar a herança dos meus avós eu posso ser uma garota normal e ir para Hogwarts.
- Deve ser maravilhoso viajar o mundo inteiro e cada dia conhecer coisas diferentes. – Ron disse. – Pelo menos deve ser melhor do que ficar preso aqui e aprender Poções.
- Ah parem, Penny disse que Poções é a melhor matéria! – Lucy falou. – E eu não duvido, acho legal.
- É, para ela que é Sonserina. – Harry disse. – O professor de Poções não gosta muito de quem é da Grifinória.
Lucy ficou em silêncio como se preferisse não acreditar naquilo. Talvez Hogwarts fosse realmente um pesadelo para Pansy. A imagem que as pessoas tinham dos Sonserinos, ou a imagem que os Sonserinos tinham que passar era tão diferente da menina.
- Mas até agora está gostando daqui? – Hermione perguntou. – Aposto que vai gostar, fora mínimas coisinhas aqui é bem legal. Você vai aprender coisas muito legais.
- Eu espero. – Lucy disse. – Ahm, eu gostaria de pedir desculpas pela Pansy. Sabe, ela... Não é quem vocês provavelmente pensam que ela é. Acho que por conta das amizades ela ficou assim.
- Lucy, você é muito legal, mas... Sinceramente? Pansy Parkinson é cruel. – Hermione disse. – E ela foi cruel comigo desde sempre, me chamando de sangue-ruim entre outros apelidinhos.
- Realmente, acho mais fácil você estar enganada sobre ela do que nós. – Harry disse.
- Ela não é uma pessoa boa nem de longe. – Ron completou.
Pansy e Cassidy chegaram nesse exato momento à mesa. Não disseram nada sobre o que haviam escutado.
- Pronto Lucy? – Pansy perguntou. – Nós temos que pegar suas malas ainda...
- E conversar sobre... Aquilo. – Cassidy disse.
- Aquilo o que? – Lucy perguntou se levantando.
- Família. – Os irmãos Parkinson sussurram para que nenhum dos novos amigos de Lucy escutasse.
- Certo, vamos então. – Lucy disse para os dois. – Vejo vocês depois, até o quarto Hermione.
- Até. – Os três grifinórios disseram para a nova amiga.
Enquanto Pansy, seu irmão e Lucy caminhavam para longe, Harry olhou para Hermione esperando que ela lhe dissesse alguma palavra de sabedoria.
- O quê? – Ela perguntou.
- Essa até eu sei. Você acha que Pansy é realmente amiga dela? – Ron perguntou.
- É isso que você quer saber? – Hermione perguntou a Harry.
- É. – Ele respondeu.
- Não sei. – Hermione respondeu fazendo os dois olharem para ela como se fosse absurdo ela não ter uma opinião sobre esse assunto. – Não me olhem assim! Olha, pode ser que a Pansy que ela conheça seja realmente diferente da Pansy que a gente conhece. Ou talvez a Pansy seja uma vadia que está usando uma menina super legal. Ou a Pansy seja uma vadia que ama muito a Lucy independente das diferenças. Eu lá vou entender a cabeça dela?!
- Tudo bem. – Ron disse voltando-se para sua comida.
- Se você não quer mais falar sobre isso. – Harry disse fazendo Hermione ficar um pouco brava, mais nada muito distante do normal.

Cassidy e Pansy sentaram Lucy em um banco em um corredor escondido.
- Daqui duas semanas nós vamos sair e ir para o Club 8. Não comente isso com ninguém. – Pansy disse.
- E minha banda vai tocar! – Cassidy disse. – O que significa que eu preciso da sua ajuda Pansy.
- Por quê? – Pansy perguntou.
- Você tem que ver se eu estou tocando as músicas direitinho. E tem que ver se as músicas que nós escolhemos são boas. – Cassidy disse.
- Ah, ta, que seja! – Pansy disse. – Mas Lucy, o mais importante é que nós precisamos do dinheiro. Eu não quero que você fique pagando coisas para nós, nem que sua mãe faça isso.
- Pansy! Pare com isso. Se vocês precisarem de algo eu e minha mãe teremos o maior prazer em ajudar vocês. Vocês são minha família! São tudo que eu tenho e se vocês não estão bem, eu não estou bem. Então engole seu orgulho. – Lucy disse brava.
- Que bom. Eu precisava ouvir isso. – Pansy disse. – Porque nós vamos precisar de toda a ajuda possível. Nós podemos perder a casa. Os comensais estão atrás do papai ainda. Ele estava pronto para se juntar a uma tal de “Ordem da Fênix” que é uma organização secreta contra o imbecil e os comensaiszinhos dele. Eles querem matar meu pai. Por isso ele está no hospital e nós tivemos que sair da Mansão. E agora querem roubar a nossa Mansão. A Mansão dos Parkinson, onde nós crescemos. Eles querem acabar com nosso pai de todas as formas, física, mental e economicamente.
- E agora? – Lucy perguntou estranhando a atitude da amiga. – O que você quer fazer?
- Como assim o que eu quero fazer? – Pansy perguntou como se não tivesse entendido a pergunta que ela entendeu muito bem.
- Pan, grite, chore, chingue, bata em mim, mas tenha uma reação. Você não enfrenta essas coisas sem um drama. – Cassidy falou.
- Drama? Agora eu sou dramática?! – Pansy perguntou cruzando os braços e olhando para os amigos.
- Agora? Você sempre foi dramática. – Lucy disse. – E é por isso que a gente te ama.
- Eu sei. É que por agora eu não sei que reação eu tenho. – Pansy disse. – Acho que eu só quero dormir. Minha cabeça dói.
- Então vamos, eu pego minhas malas e você dorme. – Lucy disse se levantando.
- Vamos. – Cass disse.
Caminharam até o quarto de Pansy, Lucy pegou as malas e Cassidy a acompanhou até o dormitório da Grifinória. Hermione, Harry e Ron estavam sentados no sofá com Dino e Gina. Lucy acenou para a menina que caminhou até ela.
- Vamos, eu te levo até o nosso quarto. - Hermione disse.
- Pode deixar Cass, eu vou para meu quarto sozinha. – Lucy disse dando um beijo na bochecha. – Obrigada pela companhia. Agora vá cuidar da sua irmã. Ela precisa de você.
- Eu vou. – Cassidy beijou a testa da menina e sorriu. – Se cuida.
- Sempre me cuido. – Lucy disse enquanto o menino saia do salão comunal.

Pansy estava sentada no parapeito da janela do quarto. Suas colegas de quarto estavam provavelmente conversando com algum dos rapazes fora do quarto. O vento frio cortava seu rosto. O short xadrez em preto e branco e a camiseta preta com caveirinhas desenhadas pareciam suportar o vento. Aproveitou os momentos de solidão que tinha para chorar. Era realmente a única coisa que ela poderia fazer naquela hora. Não sabia nem se saberia como sair dessa, não sabia nem se valia a pena. Ela se perguntou o que sua mãe faria.
Lembrou de quando era pequena e se inventava histórias de como sua mãe era. Ela já foi uma cantora de rock, atriz, modelo, bruxa famosa por descobertas incríveis e super-heroína. O último era o que ela mais gostava, explorava uma área da criatividade que Pansy tentava esconder atualmente. Lembrou dos pequenos fragmentos de verdade que sabia da mãe. Era mestiça, tinha o mesmo sangue que ela por anos falou mal. Mas era linda, divertida, criativa e espontânea. Pansy quase podia imaginá-la com a descrição que sua madrinha havia feito dela. Alta e de cabelos longos, tão pretos quanto os de Pansy. A boca larga, que se assemelhava muito a boca da filha, estava quase sempre sorrindo, o oposto da de Pansy. Havia feito balé clássico e era muito inteligente. Desde pequena conseguia manifestar a magia, em pequenas coisas. Gostava de mover as coisas sem ter que tocá-las. Mudava as estrelas de lugar, quando estava de bom humor fazia uma miniatura da aurora boreal em um copo.
Sentiu saudades de caber no colo dela. Mal lembrava do colo de sua mãe, para ser sincera. Doía um pouco, mas logo ela se acostumava. Era como pontadas, que vinham e ficavam, que lhe marcavam a alma, principalmente.
Pansy finalmente controlou o choro. Saiu da janela, puxou a cortina que lhe dava privacidade na sua cama e se deitou. Pegou dentro da bolsa que estava no chão o livro Peter Pan
Aquela era uma de suas histórias preferidas quando criança. Leu uma frase que a marcara, que resumia sua infância, que a trazia um pouquinho da Pansy que não havia sido corrompida pelo mundo.
- Todas as crianças, menos uma, crescem. – Pansy disse antes de fechar os olhos e tentar dormir. Sabia que sua insônia iria tomar conta dela. Depois de meia hora girando na cama tomou um sonífero leve que seu mentor havia lhe dado.
Talvez agora ela conseguisse dormir.

Doce ilusão. Talvez fosse melhor nem pegar no sono, acordaria horas depois tentando conectar os flashes que viu no seu sonho. Ela se via com seis anos, correndo e puxando seu irmão pela mão. Estavam em casa, fugiam de algo que eles não conseguiam explicar. Chegou ao último quarto da casa, aquele que ficava com a porta trancada. Pansy via as lágrimas do irmão e não sabia o que fazer. A porta estava sempre trancada, mas eles estavam fugindo de algo e aquela era a única esperança de Pansy. Então ela apenas empurrou a porta e ela se abriu.
- Pare de chorar Cass. – Ela disse empurrando-o para dentro de um armário.
Entrou também e ficou observando pela fechadura quem estava os seguindo.
Uma capa preta percorreu o quarto, mexendo nas coisas. Pegou uma carta no bolso da capa e colocou dentro de um diário a carta. Com o barulho que o pai de Pansy e Cass fez ao entrar na casa, a pessoa usando o capuz pulou da janela. Pansy correu para a janela para ver quem era e a pessoa, de uma forma incrível havia caído em pé, sem cambalear, como se tivesse dado um pulo de cinco centímetros de altura. O pai de Pansy e Cassidy entrou no quarto e os tirou de lá, dizendo para nunca mais entrarem lá e não entendendo como conseguiram entrar no quarto. Pansy pegou o diário e escondeu-o dentro de suas roupas, enquanto fazia sinal para o irmão não dizer nada do que havia acontecia. Pansy correu para o seu quarto e enfiou o diário dentro de um baú com suas coisas de quando era bebê.
E era bem nessa hora que ela acordava. Pansy não tinha certeza se aquilo era um sonho ou uma lembrança e isso a perturbava. Quando seu relógio marcou quatro da madrugada ela soube que não conseguiria pegar no sono novamente. Pansy se levantou e caminhou até o banheiro, tomou seu banho, vestiu o uniforme e se deitou em sua cama. Depois decidiu caminhar um pouco pela escola. Daí a um tempo seria a hora do café da manhã de qualquer jeito e ela poderia parar de pensar naquele sonho.
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