Here with me.
Por mais que tivessem tentado adiantar tudo, Pansy, Cassidy e Lucy estavam atrasados e por culpa de Pansy.
- Eu sinto muito, mas eu não achava o meu livro e eu não podia vir sem ele. – Pansy disse enquanto os três corriam para a plataforma.
- Como se você já não tivesse lido Peter Pan. – Cassidy disse zangado.
- Cas, não vai mudar muita coisa discutir isso agora! – Lucy disse tentando alcançá-los.
Quando os três finalmente estavam dentro do Expresso, Cassidy foi procurar seus amigos, Pansy foi para a reunião de monitores e Lucy tentava achar um vagão para ela e Pansy.
- Estarei em algum dos últimos vagões ok? – Lucy disse.
- Certo. – Pansy disse correndo. – Tchau!
Pansy correu para a reunião de monitores.
“Que vergonha.” Ela pensou “Atrasada de novo para primeira reunião”
Pansy entrou correndo na sala.
- Desculpe o atraso. – ela disse se sentando ao lado de Draco, que riu da amiga.
- Você não muda. – Ele sussurou.
- E qual seria a graça de chegar no horário? – Pansy disse fazendo ele rir novamente.
Lucy abriu diversos vagões cheios, quase lotados de pessoas. Arrastava duas malas enormes pelo trem enquanto xingava Pansy de mil nomes e em vários idiomas.
Abriu a penúltima cabine encontrando um rapaz de cabelos negros bagunçados e olhos muito verdes. Era Harry, ela o reconheceu das capas dos jornais quando ele ganhou o Torneio Tribruxo.
- Oi. – Lucy disse. Nunca havia sido boa em conversar com rapazes, principalmente se eles eram bonitos.
- Oi. – Harry disse educado, mas com um olhar muito triste.
- Eu estou procurando uma cabine e essa é a última... – Lucy disse colocando a mala de Pansy no chão. – Posso ficar aqui?
- Claro. – Harry disse se levantando e ajudando-a a guardar as malas. – Sou Harry Potter.
- É, eu sei, eu leio jornais. – Lucy disse fazendo Harry corar um pouco. – Sou Lucille Posey.
- Muito prazer Lucille. – Harry disse se sentando.
- Pode me chamar de Lucy, ninguém me chama de Lucille mesmo. – Lucy se sentou no banco da frente de Harry. – Só minha mãe quando eu faço algo errado.
Harry riu.
- Você é de que casa? – Harry perguntou tentando puxar papo.
- Ahm, ainda não sei. Eu sou nova. – Lucy disse.
- Nova? Nunca ouvi falar de ninguém entrando em Hogwarts que não seja do primeiro ano. – Harry disse curioso.
- É, bem, eu obviamente não vou para o primeiro ano... Vou para o sexto. – Lucy disse procurando o maldito livro de Pansy. “Onde é que você está Peter?” ela pensou.
- Ah, eu também. – Harry disse. – Você já conhece alguém?
- Aham, a Marsh. – Lucy disse ainda procurando o livro. – Ela também vai pro sexto ano.
- Não conheço ninguém que chame “Marsh” e esteja no quinto ano... – Harry disse enquanto tentava se lembrar.
- Aposto que conhece a Pansy Parkinson. – Lucy disse.
- Da Sonserina. Sei quem é, não posso dizer que conheço. – Harry disse.
Será que essa menina tão educada e legal era amiga logo da Pansy? Aquela pessoa horrível, cruel e má?
No exato momento a porta da cabine foi aberta. Era Pansy.
- Estava te procurando. – Pansy disse a Lucy ignorando quem quer que seja a outra pessoa que estivesse na cabine.
- Oi Pans. Seja uma mocinha educada e diga “oi” para seu coleguinha de sala. – Lucy disse antes que Pansy se sentasse ao lado dela e começasse a bagunçar o cabelo da amiga.
- Engraçadinha! – Pansy disse antes de se virar para Harry e dizer-lhe um seco e simples: - Olá.
Em seguida Ron e Hermione entraram na cabine discutindo sobre alguma coisa, mas logo pararam quando viram Pansy Parkinson sentada.
- Nós estamos na cabine certa? – Ron perguntou a Hermione.
Pansy revirou os olhos.
- Não se preocupem, eu não vou ficar aqui. – Pansy disse para os dois e depois se virou para sua amiga: – Vamos Lucy, Draco dá um jeito de nós duas cabermos na cabine. Sei lá, eu sento no seu colo.
- Não, vocês podem ficar. – Harry disse. – Hermione está em outra cabine mesmo, cabem vocês duas aqui.
Hermione e Ron se entreolharam como se perguntassem “O quê está acontecendo?”. Ron se sentou e olhou para Harry.
- Arg. – Pansy disse revirando os olhos novamente. – Vamos Lucy.
Pansy se levantou mais voltou a sentar por conta do puxão que Lucy deu em seu braço.
- Pansy! – Lucy disse.
- O que? – Pansy perguntou um pouco nervosa.
- Primeiro: fique menos nervosa enquanto você fala comigo. Segundo: nós temos um trato e nele você é menos “Pansy-Hogwarts” e mais “Marsh” . Terceiro: Com as mil coisas que você trouxe e com os quilos que você engordou nas férias, nós não vamos caber em uma cabine com mais quatro pessoas. E quarto... – Lucy foi interrompida.
- Quatro? Você conseguiu achar quatro coisas? – Pansy disse. - Lucy! Eles não me querem aqui. Encare o fato de que as pessoas aqui não me vêem como você e com razão. Pergunte a eles quantas vezes nos quatro anos que nós estudamos juntos eu fui agradável.
- Nenhuma. – Ron disse.
- Viu?! – Pansy se levantou. – E eu não vou pedir desculpas. Não comece.
- Tudo bem. – Lucy disse para Pansy. – Hermione, certo?
- Sim. – Hermione respondeu.
- Você está em outra cabine mesmo? – Lucy perguntou.
- Sim. – Hermione respondeu.
- Tudo bem então. – Lucy sorriu para Pansy. – Eu não estou lhe pedindo para amar nenhum deles Marsh. Só para não ser irritante e se sentar em um lugar que não é meu colo.
Pansy se sentou finalmente, com uma expressão facial de derrotada.
- Lucy, eu te amo. – Pansy disse fechando os olhos.
- Eu sei. Eu te amo também. – Lucy disse abraçando a amiga.
Harry, Ron e Hermione se entreolharam. Aquela cena desmontava toda a imagem que eles faziam da Sonserina e eles se perguntavam como isso havia acontecido.
- Bem, eu vou para a minha cabine. Eu encontro vocês quando chegarmos lá, tudo bem? – Hermione disse.
- Tudo. – Harry e Ron responderam ainda olhando para a cena inacreditável.
- Tchau Hermione, até mais. – Lucy disse educadamente.
- Tchau. – Hermione respondeu desconfiada.
- Morgana! – Pansy disse.- Juro, eu não acredito que nós somos amigas as vezes.
- Nem eu. – Ron disse.
- Não estou falando com você Weasley! – Pansy disse nervosa.
- Pansy... Qual é! – Lucy disse.
- Tudo bem, me desculpe. – Pansy pediu desculpas.
- Tudo bem. – Ron disse com medo da menina.
Ficaram em silêncio por algum tempo, um olhando para a cara do outro, como quatro grandes idiotas. Até que Ron, o mais idiota dos quatro, resolveu falar.
- Sou Ron Weasley, e você?
- Lucille Posey. – Lucy disse estendendo a mão para Ron apertá-la.
- Ninguém te chama de Lucille. – Pansy disse de braços cruzados e olhando para Lucy. – Só sua mãe, quando ela está brava com você e isso acontece uma vez por ano, no máximo.
- Ela tem razão. Todo mundo me chama de Lucy mesmo.
- Você não é da minha família não, ou é? – Ron perguntou fazendo Harry e Pansy rirem.
- Acho que não. – Lucy disse. – Apesar da cor do cabelo.
- Óbvio que não. Nunca que vocês compartilham o mesmo material genético. – Pansy disse arrogantemente, mas fazendo Harry rir um pouco.
- Só porque ela é bonita? – Ron perguntou zangado.
- Ele te acha bonita Lucy. – Pansy disse fazendo Ron ficar vermelho.
- Eu ouvi Pansy e agradeceria se você parasse de envergonhar as pessoas. Lembre-se da promessa... – Lucy disse rangendo os dentes.
- Lucy, sério, eu disse que eu ia ser a Marsh e eu estou sendo. Você sabe que eu não perderia essa piada nunca. E não, não disse isso porque ela tem esse cabelo por causa dos avós maternos dela e eles são americanos. – Pansy disse parando de rir e fazendo a amiga ficar vermelha. Então ela virou para Lucy.
- Como você sabe? – Lucy perguntou.
- Vi uma foto um dia no depósito da sua mãe. – Pansy respondeu.
- Ah. – Lucy disse.
- Vocês se conhecem de onde? – Harry perguntou.
- Minha mãe é madrinha dela e o pai dela é meu padrinho. – Lucy disse. – Eu a conheço desde o primeiro dia trinta de julho que ela respirou.
- Isso é verdade. – Pansy disse encostando a cabeça na parede da cabine e fechando os olhos.
- E porque você a chama de Marsh? – Ron perguntou.
- Pansy Parks, ela é uma Marshmallow! – Lucy disse achando que tinha explicado muito. Quando viu um enorme ponto de interrogação na cara de Harry e Ron ela completou. – Ela é doce. E a coisa mais simples do mundo é fazê-la derreter, só é necessária a temperatura certa. E mesmo assim ela vai fazer uma casca de proteção, que não adianta muita coisa para quem a conhece...
- Vamos parar com a minha biografia aqui? – Pansy disse nervosa e chutando de leve a amiga.
- Eu já entendi. – Ron disse. – Apesar de nunca ter visto esse lado da Pansy Parkinson.
- E nem vai ver... – Lucy disse.
- Acredite nela. – Pansy completou.
Pansy e Lucy ficaram quietas por um bom tempo. Era o jeito que elas tinham de balancear dias inteiros completamente juntas. Harry e Ron conversaram sobre o que fizeram nas férias, quadribol, quem seria o professor de D.C.A.T. entre outras coisas.
Quando cansaram, Ron ficou quieto e Harry pegou um livro que Duda havia ganhado de aniversário e que nunca iria ler. “Ensaio sobre a Cegueira” de José Saramago. Pansy ficou olhando para o livro durante um longo tempo.
- Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara. – Pansy disse fechando os olhos em seguida.
- O quê? – Os três perguntaram confusos.
- É a epígrafe do livro que o Potter está lendo. É muito bom o livro. – Pansy disse de olhos fechados.
- Você sabe que é um livro trouxa? – Harry perguntou.
- Claro que ela sabe. – Lucy respondeu. – Pansy é livro-maníaca.
- Não, eu não sou. – Pansy disse abrindo os olhos e olhando a amiga. – Eu só acho que a leitura te ensina muita coisa que você aprenderia na vida sem que você tenha que levar certos tombos.
Todos ficaram em silêncio.
- Você está bem? – Ron perguntou. – Por que durante quatro anos você nunca foi assim.
- É, agora eu estou bem. – Pansy disse fechando os olhos e sorrindo. – E se não me engano daqui alguns minutos nós estaremos chegando a Hogwarts e seria uma boa nós vestirmos os uniformes.
- Você está certa. – Harry disse fechando o livro. – Vamos dar licença para vocês se trocarem.
- Obrigada! – As duas responderam sorrindo da mesma forma, como se tivesse sido combinado.
Harry e Ron saíram da cabine e, enquanto as duas se vestiam foram procurar Hermione.
- Eu acho que nós caímos em universo alternativo onde a Pansy é uma pessoa normal e não a vadia que nós conhecemos. – Ron disse enquanto andavam pelo corredor.
- Ela leu Saramago Ron, Saramago. Eu fico me perguntando como ela ficou sabendo dele. – Harry disse curioso.
- É, eu não sei quem é Saramago, mas ela é agradável com a tal Lucy. - Ron falou.
- É, eu percebi. – Harry disse chegando a porta da cabine que Hermione estava. – Elas devem significar muito uma pra outra, o jeito que a Lucy falava dela.
- Harry! Você acha que... – Ron olhou para ele com uma cara de quem diz “Você acha que elas têm um caso?”
Felizmente Harry não entendeu. Ele bateu na porta da cabine e chamou por Hermione.
-Oi. – A menina disse saindo cabine. Os cabelos presos em uma trança e o uniforme fizeram a menina ficar bem diferente que nos anos anteriores.
- Pansy enlouqueceu. – Ron disse.
- É eu percebi. – Hermione disse. – Mas vamos combinar uma coisa: As cabines têm ouvidos. Em Hogwarts nós conversamos ok?
- Certo. – Os dois concordaram e voltaram para a cabine que dividiam com Pansy e Lucy.
Pansy esperava na porta, com seu sapato verde que reluzia de tão limpo. Lucy saiu da cabine logo depois.
- A cabine é toda de vocês. – Pansy disse dando passagem para os dois.
Lucy e Pansy ficaram conversando de banalidades enquanto esperavam chegar ao destino final da viagem. O estômago das duas roncavam, a fome era absurda e Pansy, só de pensar na demora que seria até poderem comer abriu uma garrafinha de chá gelado que ela havia pedido para a madrinha para manter gelada até ela bebê-la inteira e dividiu com a amiga. Quando o Expresso parou e Harry e Ron saíram da cabine, pegaram as malas e foram para Hogwarts.
- Você queria conhecer minha vida mais de perto? – Pansy perguntou à Lucy. – Agora você está 100% no pesadelo que eu chamo de vida.
- Não se preocupe gordinha, vamos transformar isso em um sonho bom.
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É tão difícil assim para vocês comentarem?! :(
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