Capitulo XXIV



Especial de Natal ;)

- Claro que eu vim cuidar dele. - Gina continuou tirando as faixas da pata de Finnegan.
- Devia estar lá em cima celebrando - Harry repreendeu-a.
- Isso faz parte da celebração. - Ela passou a mão pela perna do garanhão antes de jogar as faixas usadas no lixo. - Finnegan e eu estamos nos congratulando enquanto o limpo. Mas você poderia me fazer um favor. - Gina puxou o bilhete de apostas do bolso. — Ir até a caixa retirar os meus ganhos.
Harry meneou a cabeça.
- No momento estou contente demais para ficar zangado com você por ter apostado meu dinheiro. - Apoiando-se no cavalo, ele se inclinou para beijá-la. - Mas não vou aceitar a metade do cavalo.
Gina passou um braço ao redor do pescoço de Finnegan.
- Ouviu isso? Ele não quer você.
- Não diga coisas assim para ele.
Ela encostou o rosto no do cavalo.
- É você quem está ferindo os sentimentos dele.
Quando se viu observado por dois pares de olhos, Harry deixou escapar um suspiro.
- Discutiremos isso em particular quando tivermos tempo.
- Ele precisa de você. Nós dois precisamos.
Os músculos do estômago de Harry se contraíram.
- Isso é jogo sujo.
- É um fato.
Ele parecia tão desconfortável que Gina suspirou. Queria pegar aquela cabeça dura nas mãos e dar-lhe um belo chacoalhão. Mas não era hora de discutir, mesmo que fosse para forçá-lo a dar uma boa olhada na mulher que o amava.
- Conversaremos sobre isso. - Eles teriam que conversar sobre muitas coisas, ela decidiu. Muito em breve. - Mas, por enquanto, vamos apenas ser felizes.
Harry hesitou, observando-a desenfaixar outra perna de Finnegan.
- Fui mais feliz nos últimos meses do que no resto de minha vida.
- Isso não tem que mudar. - Terminando de retirar as faixas, ela apanhou uma escova que estava pendurada na parede da baia. - Formamos um bom time, Harry. Podemos fazer muita coisa juntos.
- Começamos muito bem, pelo menos - ele murmurou, acariciando o pescoço do animal. - Que acha de sairmos mais tarde... você sabe, jantar fora, com vinho, velas e tudo mais?
Gina ergueu a cabeça para encará-lo.
- Finalmente está me convidando para um encontro?
- Me pareceu apropriado no momento - sorrindo, ele mostrou os bilhetes de aposta. - E parece que hoje vou ter algum dinheiro extra no bolso.
- Então eu vou adorar.
- Preciso passar na baia de Betty e me certificar de que será colocada no caminhão da fazenda sem problemas.
- Se encontrar alguém de minha família, diga que estou aqui, certo?
- Tudo bem. Nosso garotão teve seu momento de glória, não é? - Harry murmurou.
Gina colocou a escova de lado e cruzou a baia quando Harry abriu a portinhola.
- Teve um dia e tanto, Potter.
- Tive. Não sei quando vai acontecer outro assim.
- Haverá outros - ela murmurou, enlaçando-o num abraço e repousando a cabeça em seu ombro. - Vamos cuidar disso - prometeu, cobrindo os lábios dele num beijo.
Harry poderia se perder nela. Era fácil confundir-se com aquele momento de magia, passando a acreditar em sonhos.
- Está negligenciando seu cavalo. - Ele encostou o rosto no de Gina e fechou os olhos. - Deixe-me ir... eu volto logo para você.
- Estarei esperando.
Mas Harry não se moveu, sentindo o amor expandindo-se em seu peito como um relâmpago.
- Não esqueça de dar maçãs para o garotão. Ele gosta muito...
- Sim, eu sei. - Era como se seu coração fosse explodir. - Harry...
- Volto logo - ele disse e saiu, antes que as palavras presas em sua garganta escapassem.
- Algo mudou — Gina sussurrou. - Posso sentir. - Ela pressionou o peito com as mãos ainda tépidas pelo toque das dele. - Oh, foi mesmo um dia e tanto. E ainda nem terminou...
- Voltou a entrar no estábulo, onde Finnegan a observava pacientemente. - Ele me ama. Apenas não consegue dizer as palavras... ainda. Mas ele me ama. Eu sei. Pegou novamente a escova. - Vamos cruzar outra linha de chegada antes que o dia termine. Vou me arrumar para ficar bem bonita. Teremos um jantar à luz de velas e vinho e...
Ela se calou ao ouvir a portinhola da baia sendo aberta. Pensando que era Harry voltando, virou-se. Seu brilhante sorriso desapareceu quando viu Tarmack.
- Está se achando muito esperta, não é?
- Você não é bem-vindo aqui.
- Tirando esse bicho de mim. Não é melhor que um ladrão de cavalos. E acha que pode se safar só porque é uma Weasley.
- Você fez seu preço e ele foi pago - Gina disse friamente. Podia sentir o cheiro de uísque barato que o homem exalava. Finnegan ficou agitado. Com calma, ela segurou-o pelas rédeas. - Se tiver qualquer reclamação, leve-a para a comissão de corridas.
- Para que seu pai possa subornar os juizes?
O olhar de Gina passou do gelo ao fogo em um segundo.
- Tenha cuidado com o que diz sobre meu pai.
- Eu digo o que quiser - ele esbravejou, avançando. Seus olhos estavam embaçados por causa do álcool. - Ratos, todos vocês... e ainda se acham melhores do que gente como eu, que só tenta ganhar a vida. Roubou esse cavalo de mim. - Ele empurrou-a pelo ombro com violência. - Dizendo que ele não estava pronto para correr.
- E não estava. - Gina não sentia medo. Havia muita gente por perto. Só precisava gritar. Mas uma Weasley nunca faria isso diante de uma simples ameaça. Podia muito bem lidar com aquele bêbado gorducho e patético.
- Mas estava pronto para correr para você. Correr e vencer. Aquele prêmio é meu por direito.
Tratava-se apenas do dinheiro. Exatamente como Harry dissera, números e resultados, e nada de dedicação ou sentimento.
- Já teve todo o dinheiro que merecia. - Ela se afastou, preocupada em acalmar o cavalo. - Agora eu sugiro que suma daqui, ou vou chamar a segurança.
- Não se faça de esperta comigo, sua vadia.
O choque e a dor fizeram Gina soluçar quando Tarmack a segurou pelo pulso, torcendo-o. Ao tentar se livrar, a manga de sua blusa rasgou-se. Logo atrás, Finnegan bufava e mexia-se, nervoso.
- Olhe para mim quando falo com você. Acha que é melhor do que eu, não é? - O homem arremessou-a contra o corpo do cavalo, e então voltou a avançar de maneira ameaçadora.
- Pensa que é especial só porque o papai vive nadando em dinheiro?
- Eu acho que é melhor você tirar suas mãos sujas de mim - Gina replicou com uma calma surpreendente. Enfiando a mão no bolso, fechou os dedos ao redor de um cravo de ferradura que havia se desprendido da pata de Finnegan.
Aconteceu tudo muito rápido. Quando ela ergueu o braço para se defender, Finnegan deu uma cabeçada no ombro de Tarmack, que reagiu imediatamente, arremessando-a com mais violência ainda contra o flanco do cavalo.
O homem cerrou o punho, armando-o para socar a cabeça do animal, e então Gina se colocou no trajeto do golpe para defender Finnegan. O soco a atingiu na têmpora, obscurecendo-lhe a visão e os sentidos. Enquanto caía de joelhos, erguendo os braços para defender a si mesma e ao cavalo, Harry entrou na baia como um anjo vingador.
Instintivamente, Gina segurou as rédeas do garanhão, tentando acalmá-lo.
- Está tudo bem. Está tudo bem agora.
Mas ao ouvir os sons da luta, ela se virou.
- Harry, não!
O rosto dele era como uma máscara fria, sem nenhuma emoção. Tinha encurralado Tarmack contra a parede e segurava-o pelo pescoço enquanto o golpeava violentamente com a mão livre. O nariz do homem já estava reduzido a uma massa sangrenta, e Harry não fazia nenhuma menção de interromper os golpes.
- É o bastante! Chega!
Sem desviar o olhar do homem, Harry ignorou o esforço de Gina, que se pendurou em seu braço. Ele continuou segurando o pescoço de Tarmack como se ela não pesasse mais que uma pluma.
- Ele encostou a mão em você.
- Pare! - Gina podia ouvir o outro homem lutando para respirar. Sua pele já começava a ficar azulada. - Estou bem, Harry! Não estou ferida, juro!
Muito lentamente, Harry virou a cabeça. Quando notou o olhar mortífero dele, Gina tremeu.
- Ele tocou em você - a voz grave pronunciou cada palavra com cuidado. - Agora pode se afastar, por favor.
- Não, Harry, é o bastante! Deixe-o ir.
- Não é o bastante - ele disse sem olhá-la. O tom da voz era gelado, e o brilho em seu olhar, uma visão do inferno. - Eu vou matá-lo.
Gina não tivera medo ao enfrentar Tarmack, mas agora ficou realmente apavorada.
- Qual é o problema aqui?
Um suspiro aliviado escapou dos lábios dela ao ouvir a voz do pai. O grupo de curiosos que se formara na frente da baia abriu-se para Arthur Weasley passar. Ele olhou para o rosto da filha, depois para a roupa rasgada, e apesar de colocar a mão com gentileza no ombro dela, sua expressão tornou-se ameaçadora.
- Para trás, Gina - disse numa voz fria como aço.
- Pai! - Ela balançou a cabeça, exasperada. - Diga para Harry soltar o homem, ele não quer me ouvir!
Harry mantinha Tarmack colado contra a parede. Quando voltou a falar, as palavras soaram firmes, pacientes, mas envoltas num tom violento e letal.
— Ele pôs as mãos nela.
Os olhos de Arthur Weasley dardejavam de ódio quando ele encarou a filha.
- Ele tocou em você?
- Pai, pelo amor de Deus! - Gina abaixou o volume da voz. - Se não parar Harry, ele vai matar esse sujeito num minuto.
- Solte-o, Harry. - Molly apareceu, compreendendo a situação toda com apenas um olhar. Gentilmente, tocou no ombro de Harry. - Você já acabou com ele. É um tipo asqueroso e desprezível. Está assustando Gina agora.


Continua...
Ana Eulina: Acho que nem precisa falar né .... infelizmente a Gina não beija ele no podion! Acho que a familia ja suspeita dos dois! Por enquanto ainda não teve champangne!
Feliiz Natal a todos xD

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