Canalha



Canalha


É oficial, a Weasley pirou de vez.

Hã? Você acha que eu estou exagerando? Ok, vamos lá para a minha linda situação. Estou eu, aqui, sentado, comendo meu excelente café da manhã e conversando com meus amigos quando ela entra daquela maneira de “OLHEM PARA MIM EU SOU RUIVA”, e se dirige para a minha mesa, é! Eu não estou tirando uma com a cara de ninguém, ELA ESTÁ VINDO AQUI PARA A MINHA MESA!

- Corcorzinho, sem querer te deixar em pânico, mas a Gatinha Weasley está vindo para cá. – Murmurou John fazendo Alice girar o corpo para trás para encarar essa cena, cena que Loisi me fitara com um imenso sorriso debiloide no rosto.

Sabe aqueles momentos em que sua mente lhe pergunta a mesma coisa trilhões de vezes? Como se seus neoronios tivessem comprado um disco arranhado e estivessem o ouvindo naquele exato momento? Bem, tudo o que minha mente que não serve absolutamente para NADA consegue pensar agora é: O QUE EU FAÇO? O QUE EU FAÇO? O QUE EU FAÇO? O QUE EU FAÇO?

- Cara, por que a Ruiva está vindo pra cá? – Henry pergunta do meu outro lado fazendo Loisi gargalhar, aparentemente o meu desespero causa bom humor nas pessoas.
- Erm... Deve ser para falar algo sobre a detenção. – Eu me levantei bruscamente da mesa chamando ainda mais atenção de meus amigos. – Eu vou segurar ela antes que ela nos contamine com a síndrome de superbruxos.

Alice dera um tapa na própria testa, quando eu corri da minha mesa e agarrei o braço de Rose a arrastando para fora do salão principal. Mas o que Alice queria? Que eu disesse: “Olá Rose, minha amada ruiva, como vai você? E sua família? E seu pai que sonha em me azarar? Oh, fico feliz por todo mundo, vamos! Sente-se, não se acanhe! Coma uma bomba de chocolate e marque com Loisi um chá da tarde!”. Sinceramente eu acho que meus amigos não iriam achar isso muito normal.

- Malfoy, o que estamos fazendo debaixo das escadas? – Ela me indagou assim que eu parei de arrasta-la para nos escondermos debaixo da escadaria.
- Bem, eu estou te impedindo de fazer uma insanidade.
- Hã? Como assim?
- Weasley você estava indo para o Covil das Serpentes! Você percebeu isso ou seu cérebro super avançado pifou?
- Eu estava indo te cumprimentar. – Ela me olhava com seus olhinhos azuis, aparentemente não havia entendido a merda que estava fazendo.
- Ok, você pirou de vez.
- Por que eu pirei de vez?
- Você está levando esse lance de amizade sério demais!
- E não era para levar?
- Weasley! QUAL É? VOCÊ FUMOU MACONHA?
- Eu o quê? – Ela enrugava a testa, eu não sei se eu falava outra língua ou se ela realmente estava com algum problema no cérebro, ah! Não importa, ela fica incrivelmente adorável quando enruga a testa dessa forma.
- Weasley, eu vou tentar te explicar sem desenhar. Primeiro, eu sou o vilão da história, você óbviamente é a mocinha junto de seus super e poderosos familiares, você já viu em alguma história a mocinha ir direto para o Covil dos Vilões e falar para o cara mais perigoso do grupo “Hey, vamos ser amigos”?
- Eu pensei que você quisesse ser meu amigo!
- Não é que eu não queira ser seu amigo, eu até quero, mas...
- Mas??? – Ela cruzava os braços crispando os lábios aderindo uma posição mandona.
- Podemos ser amigos, mas teremos que ter algumas regras.
- Nunca vi uma amizade com regras.
- Pode ser divertido! – Eu sorria abertamente.

Ela bufou girando os olhos em órbitas, é, eu acho que ela não estava achando muita graça naquilo, bem.... Eu também não! Mas eu realmente tenho uma reputação para zelar, se eu sair por aí divulgando que virei amigo da Weasley, daqui a pouco vão dizer que eu dançava Spice Girls na minha infância!

- Você deve sofrer de algum tipo de distúrbio... – Ela falara acida.
- Na verdade eu tenho desvio de personalidade. – Sorri de canto, ela tentou sair de debaixo das escadas, mas como eu SOU BEM MAIOR, a barrei com meu braço lhe fitando nos olhos.
- Malfoy se você não quer ser meu amigo, não tem o porquê de que eu continue aqui.
- Eu já disse, eu quero ser seu amigo, mas eu realmente gosto da minha cabeça presa ao meu pescoço, e venhamos e convenhamos, sua família não é muito conhecida por não agredirem os Malfoy’s.
- Sua família também agride bastante os Weasley’s! – Ela me olhava acusadora.
- Hey, se eu não socasse seu irmão ele iria socar o John, e o John estava ocupado demais enfiando um murro no seu primo James!
- Homens sempre acham que o punho é mais forte do que a mente.
- E não é? Eu nunca vi um cérebro ser arremessado em outra pessoa e a causar dor! – Comentei sarcástico a fazendo rir.

Sorri de canto a vendo rir, era bom o som da risada dela, era a primeira vez que ela ria para mim e não para os primos ou amigos, o som era mais gostoso do que eu imaginava que fosse. Inclinei a cabeça a analisando notando que um leve rubor nascia em suas bochechas alvas.

- Não me olhe assim! – Ela me restringia.
- Weasley, você não faz idéia do quão fica interessante quando sorri assim.

O que eu falei? É sério? Que tipo de merda que eu falei? Eu deveria ir no banheiro e cortar minha língua! Puta que pariu, era para que eu pensasse isso e não saísse despejando! E o que eu falaria agora? Hey, vamos pro motel? Droga, eu realmente estou em um daqueles dias em que Merlim decidiu tirar uma com a minha cara.

- E então... – Ela virava o rosto em estado beta para o lado, bem... Até que foi bom falar aquela merda. – Como seremos amigos se eu não posso chegar perto de você quando você está com sua turma?
- Bem, pense assim, eu também não posso chegar perto de você, quando seus primos estão por perto.
- É, estamos empatados. – Ela rira novamente. – Mas eu realmente gostaria de te conhecer melhor e...
- Podemos ser amigos ainda, apenas sem sair nos arreganhando por aí... – Cocei a cabeça notando que os olhos dela brilhavam. – Acho que Hogwarts ainda não está preparada para uma amizade entre um Malfoy e uma Weasley.
- Deveria estar. – Ela falou convicta. – Mas se você prefere assim... – Ela dava os ombros.

Espreguicei meus braços dando passagem para ela para então a puxar pelo braço e a encostar na parede dando-lhe um beijo na testa, pude sentir o coração dela palpitar com meu gesto, eu gostava de ser imprevisível com ela, era mais fácil fazer ás coisas que eu tinha vontade do que quando estava com pessoas da minha turma.

- O que foi isso? – Ela perguntou quando me afastei e lhe dei as costas.
- Estava lhe cumprimentando, não era isso que tinha ido fazer na minha mesa? Pois bem, eu sempre cumprimento minhas amigas com um beijo na testa. – Me expliquei a olhando sobre os ombros. – Tenha um bom dia Weasley.

Não escutei se havia resposta ou não, o som do meu coração estava me atrapalhando a pensar e a ouvir direito. Eu deveria repetir aquilo mais vezes, não era lá tão mal ter uma amizade com ela por fim...


Tortura. Essa é a palavra que define uma aula de poções. Sério, qual é a dos professores de poções? Sempre com aquela cara de quem comeu e não gostou e ainda por cima andam como um bando de urubus entre ás mesas procurando algo de errado em tudo o que nós fazemos, Slugh realmente me parece um urubu, daqueles bem velhos e detestáveis.

- Você não me disse o que a Weasley Gatinha queria com você... – John comentava enquanto partia alguns pedaços de polvo e jogava dentro do caldeirão.
- Somos amigos.
- Eu sei cara, somos amigos e daí? Me conta logo! – John realmente é uma ANTA, não sei porque vivem falando da inteligência dos loiros.
- Eu e a Weasley somos amigos. – Sussurrei para que Henry e Loisi que estavam na bancada a nossa frente não nos escutassem.
- COMO ASSIM VOCÊS SÃO AMIGOS??? – É, Johnnathan é realmente um grande imbecil.

Girei os olhos os cerrando e levando a mão a ponte do nariz a apertando de leve para buscar calma, se eu quisesse que minha amizade com a Weasley virasse manchete em Hogwarts eu teria colocado uma imensa placa em néon na mesa dos professores! Respirei fundo para controlar meus instintos que me mandavam socar meu melhor amigo até ele cair duro no chão.

- Erm... Foi mal Scorzinho, acho que exagerei! – Ele sorria amarelo me forçando a abrir os olhos.

Atrás a cara de “me perdoe e não me mate” de John estava a Weasley ao lado de seu primo Alvo Eu-Sou-Esquisito Potter, ela possuía um sorriso pequeno em seus lábios, sorriso que me faria esquecer de matar John. Torci meus lábios em um pequeno sorriso, se não fosse Rose, John estaria morto.

- Hum... Como surgiu essa “amizade”? – John indagava fazendo aspas com os dedos me despertando de meu transe.

Contei o que podia contar, poupando é claro meu beijo na testa da ruiva, se John soubesse disso certamente Hogwarts teria material para o jornal da escola até que eu ficasse com cem anos de idade. Slugh aparentemente havia desistido de nos mandar calar a boca, ele sabia o quão bom eu era em poções e que nunca errava uma, eu estava longe de ser o favorito dele, mas ele, como professor deveria dar o braço a torcer, em sua matéria eu e a Weasley éramos os melhores.

O sinal soara como um alivio para mim, enquanto eu iria para TCM, John iria para adivinhação, matéria realmente desnecessária e sem futuro. Endireitei minha mochila em meus ombros enquanto Loisi e Henry acompanhavam John para fora da sala, Alice já me esperava com um imenso sorriso nos lábios apoiada no vão da porta.

- Adivinha! – Ela cantarolou.
- Não, obrigado.
- Ugh! Apenas adivinhe! – Minha prima enlaçava as mãos nas costas e andava com seu costumeiro ar traquinas.
- Eu poderia até tentar, mas dificilmente eu iria conseguir. – Confessei com um sorriso torto.

“Keylan Thompson vai convidar a Weasley para sair” – Ela me mandara a mensagem por legimencia me fazendo estancar onde estava. Afinal, onde aquele babaca achava que tinha poder para chamar a minha ruiva para sair?
“Mentira” – Rosnei em pensamento.
“Lily Potter vai dizer para ela aceitar.”

- JOHNNATHAAAAAAAAAN!!!!! – Urrei no corredor fazendo todos que andavam pararem e me fitarem como se eu fosse louco.

Alice gargalhou musicalmente, John que estava indo para o outro lado do corredor arregalara os olhos categoricamente e correra até mim deixando Loisi e Henry pasmos, o que eu podia fazer se tudo que relacionava caras convidando a minha Weasley para sair me deixava com instintos psicopatas? Era uma questão de sobrevivência oras!

- Eu juro que eu não fiz nada, não dessa vez! – Ele erguia as mãos para o alto parando frente a mim.
- Preciso que você dê um jeito na Potter. – Vociferei.
- Ok, eu escondo o corpo onde? – Ele zombou se apoiando em uma das estatuas.
- Scorpius não é porque a Potter vai apoiar o Thompson que a Weasley vai obviamente aceitar...
- Escute bem Alice, a sete anos eu permito qualquer idiota convidar a Weasley, ano passado eu até deixei aquele babaca do Galle a namorar por ele a estar fazendo relativamente feliz, você disse “Ela vai ficar bem Scorpius, o Galle é um bom partido, não vale a pena o acertar com balaços no Quadribol” e AHÁ! Você viu no que deu! Ele a traiu na primeira oportunidade a deixando completamente INFELIZ!
- Tudo bem, vamos pensar no que você está falando... – Alice girava os olhos em órbita me fitando como se eu tivesse algum disturbiu mental. – Você quer privar todos os caras de Hogwarts de paquerarem a Weasley, pois tem medo de que eles a façam sofrer, e não se habilita em você mesmo a chamar para sair porque suas famílias obviamente se detestam.
- Exatamente! – Franzi o cenho.
- Você quer que ela fique solteira o resto da vida? – Foi a vez de John perguntar.
- Se isso for a fazer feliz, sim!
- Cara, você está a um passo da insanidade. – Meu pseudo-melhor amigo despejara.

É, analisando de um certo modo eu estava exagerando um pouquinho em minha aventura “Proteja a Weasley dos Caras com Hormônio”, mas qualquer pessoa com um mínimo de bom senso faria o mesmo. John, Alice e eu, graças a Legimencia, sabíamos o que se passava na cabeça de cada um deles! E não era comprar buquês de rosas, era literalmente encaminhar a garota para a casa abandonada de Hogsmead mais próxima e mandar a ver!

- Scorpius pare de pensar tanto! Quando for pensar assim use a oclumencia, eu estou ficando louca com tudo isso que está passando em sua cabeça! – Alice acariciava a testa me fazendo rir.
- Não mandei você ficar xeretando minha mente!
- Já virou rotina... – Ela ria.

Tentei usar a legimencia nela, mas ela me repeliu com a oclumencia, ultimamente minha adorável prima não andava deixando sua mente tão a vista assim, sinal de que ela estava me escondendo algo. Fingi não perceber omitindo minha própria mente, John mantinha a sua aberta, ele vinha cantando uma musicas ridículas em sua cabeça, tenho certeza que era apenas para me irritar.

- E então? O que querem que eu faça com a Potter? – Ele perguntou com um sorriso sombrio, John amava irritar a pobre garota.
- Fica ao seu critério, mas por Merlim dê um jeito dela parar de apoiar o Thompson!
- É, faça isso antes que Scorpius tenha um ataque epilético! – Brincou Alice bagunçando meus cabelos e me puxando pela mão em direção aos jardins.

John nos acenou indo para o outro lado, eu tinha certeza que havia lhe dado um excelente entretenimento para aquele dia.



Desta vez eu não estava atrasado, na verdade eu havia passado o dia inteiro rezando para que essa hora chegasse, o que me fazia pensar que John e Alice estavam certos sobre eu estar a beira da insanidade, afinal, quem em plena consiencia iria quase saltitar como uma gazela ao saber que a hora da detenção havia chego? Sorri enquanto me aproximava da sala, em quatro dias de detenção muitas coisas haviam acontecido, se eu soubesse que meu relacionamento com a Weasley iria crescer assim eu teria pedido para que ela me desse mais castigo.

- Chegou na hora... – Ela comentou com um sorriso aberto enquanto eu retirava o paletó e começava a dobrar as mangas da camisa.
- É, as vezes meu relógio funciona. – Pisquei maroto lhe entregando a minha varinha que ela prontamente negou receber. – O que foi? Minha detenção vai ser duelar contra você? Sinto muito Weasley, eu não duelo com damas.
- Você é tão absurdo! – Ela gargalhara apontando com a mão a sala que estava incrivelmente limpa. – Pensei em fazermos algo diferente, eu já limpei tudo com magia mesmo, podíamos conversar...
- Isso não é contra as regras? – Arqueei uma sobrancelha torcendo meus lábios em um sorriso torto.
- Bem, hipoteticamente sim, mas não há nenhum parágrafo na clausula dos monitores que a detenção não deve ser mudada.
- Então minha detenção será ouvir sua voz? – Caminhei perigosamente até ela que estava sentada na mesa dos professores. – É, gostei da idéia.

Ela corou furiosamente virando a face para o outro lado, soltei um risinho debochado puxando uma cadeira para me sentar frente a ela, os cabelos ruivos estavam presos em um meio rabo de cavalo dando um ar angelical a sua face de boneca. Ela me fitou séria por alguns minutos e rezei estar tão apresentável quando ela estava, afrouxei minha gravata, ao contrario de meu pai nunca gostei de roupas muito elegantes, só usava gravata em Hogwarts porque fazia parte do uniforme.

- Vamos jogar um jogo. – Rose falava divertida.
- Não sou muito de jogos, se quiser pode chamar o John.
- Eu não sou amiga do Tahan! Em falar nele, o que foi aquilo na aula de poções?
- John tem uma péssima mania de ser espontâneo e m excesso...
- Entendo, Lily é do mesmo jeito. – Ela girava os olhos certamente lembrando-se de algo.

Senti uma vontade absurda de usar a legimencia naquele instante, mas eu era um cavalheiro, não iria invadir a intimidade dela assim, eu iria esperar para que algum dia ela me contasse todos os seus segredos, e eu sei que esse dia chegaria.

- Vamos fazer um jogo de perguntas. – Ela passeava os dedos nas mechas ruivas de seus cabelos. – Eu pergunto, você responde, depois você pergunta e eu respondo.
- As respostas podem ser mentirosas... – Comentei risonho me assustando ao vê-la retirar a própria varinha das vestes. – Hey, eu estava brincando, nada de azarar o presidiário!
- Presidiário? – Ela me fitava com um imenso sorriso murmurando algo que fez com que um anel dourado nos cercasse. – Isso me faz a carcereira eu suponho.
- Mais ou menos isso... Mas que coisa é essa em volta de nós?
- O circulo da verdade, minta e ele vai te queimar. – Ela sorria diabólica, é, o lado negro realmente combinava com ela.
- Uma excelente desculpa para que eu não minta. – Analisei.
- Muito bem, vamos começar o jogo! – Ela batia palmas saltando da mesa e puxando uma cadeira para se sentar a minha frente. – Eu começo!
- Como quiser... – Girei os olhos.
- Você e Loisi tem algo sério?
- Por que essa pergunta? – Indaguei curioso.
- Responda a pergunta!
- Não, Loisi e eu não temos nada sério... – Respondi sério, Weasley me fitava intensamente, creio que ela esperava que eu me queimasse.
- Okay... – Ela dava um sorriso de alivio, a fitei curioso, porque ela se sentia aliviada? Talvez ela fosse mais louca do que eu pensasse. – Sua vez.
- Rock ou musica clássica? – Perguntei com um sorriso torto.
- Hã? Você está perguntando que tipo de musica que eu gosto? – Ela parecia surpresa, vai entender o porque.
- Apenas responda a pergunta Weasley...
- Clássica... – Ela me fitava como se eu fosse louco. – Você conta a Tahan todos seus segredos?
- Não. – Afirmei com um sorriso torto. – Qual seu músico predileto?
- Beethovenn. Quem sabe de todos seus segredos?
- Alice, que por sinal é minha prima e a pessoa mais incoveniente do planeta. – Sorri lembrando-me quando Alice invadiu minha mente e descobriu meu amor platônico pela Weasley. – Qual musica predileta?
- Moonlight Sonata. Por que você está me fazendo essas perguntas se pode me perguntar muito mais coisas sobre as pessoas que me cercam?
- Porque a questão aqui é que eu não quero conhecer ninguém que te cerca, mas sim você. – Falei sério a fazendo me olhar com espanto. – Chocolate ou frutas?
- Chocolate. – Ela respondia automática, suspirando e sorrindo de leve. – Que tipo de musica você gosta?
- Todos, mas tenho queda por Rock e musica Clássica. Qual sua cor predileta?
- Loiro, quero dizer, amarelo! – Ela se corrigia me fazendo a olhar sem entender. – Que tipo de garota te atrai?

Minha mente gritava para responder “Você é o único tipo que me atrai”, mas antes que eu pudesse formular algo em minha mente um barulho de conversa ecoara do lado de fora da sala. Rose murmurara um contra feitiço fazendo o circulo dourado desaparecer, ela havia aderido uma careta desgostosa enquanto se aproximava da porta da sala, limitei-me a segui-la.

- Faça silencio. – Ela mandou abrindo uma fresta da porta e fitando pelo pequeno espaço.

Sorri de canto colando meu corpo a suas costas e meu queixo em sua cabeça, para também olhar o que ela olhava, o corpo dela era incrivelmente quente e o cheiro de rosas ardiam em minhas narinas, eu rezava internamente que ela não escutasse as batidas palpitadas do meu coração, seria vergonhoso demais para mim.

- O que sua prima e meu primo fazem conversando? – Ela sussurrou. – Apague a luz da nossa sala para eles não nos repararem.

Franzi o cenho murmurando o feitiço da luz fazendo todas as velas da sala de Historia da Magia se apagarem, eu poderia realmente me aproveitar daquele momento no escuro, espiando Alice e o Babaca Potter, mas Alice havia conseguido atrair toda a minha atenção, ela possuía o rosto um pouco vermelho, aparentemente havia andado chorando, vê-la assim me partia o coração ao meio.

- Toma! – Alice esticava um envelope negro ao Potter. – Eu não aceito mais nada, eu não quero mais nada!
- Eu sou apenas o mensageiro. – Potter recebia o envelope, sua voz denunciava que ele também se sentia mal em vê-la triste, isso fez com que minha repulsa por ele diminuísse gradativamente.
- Então leve essa mensagem! Eu não vou receber mais nada, eu estou farta! Eu sou uma sonserina, não sou idiota Alvo!
- Alice... – Ele passava as mãos pelos cabelos, parecia realmente preocupado.

- Alvo parece desesperado... – Sussurrou Rose mordendo o lábio inferior.
- Alice está brava... – Sussurrei de volta segurando com uma de minhas mãos a cintura fina da ruiva, para encaixar o corpo dela entre minhas pernas e eu não perder o equilíbrio. – Fique parada se não eu vou cair e eles vão nos notar.
- Tudo bem... – Ela levava uma de suas mãos até a minha mão em sua cintura, a segurando, senti meu peito inflar com aquela atitude.

- Eu disse desde o começo que isso não daria certo... – Potter respirava fundo. – Você está se machucando.
- Uau! Bela percepção Alvo! – Alice aplaudia. – Eu realmente não havia percebido isso.
- Alice, me dói te ver assim, você sabe o que eu sinto em...
- Não Alvo! – Ela gritara. – Já chega ok?
- Eu disse que não era certo... – Ela baixava os olhos.
- E seria certo entre nós? Poupe-me Alvo, isso é patético!

- Seu primo está cantando minha prima? – Rosnei.
- Eu estou me sentindo uma bisbilhoteira... – Rose confessou.
- E eu estou sentindo que vou avançar na jugular do Potter e mata-lo.
- Hey, calminha aí! – Rose apertava minha mão, isso de uma maneira surpreendente me acalmou.

- Eu vou embora, eu não quero mais nada! – Alice despejou virando as costas e saindo de meu campo de visão.

Potter permaneceu parado por um tempo, talvez vendo-a desaparecer, e então girou o corpo e seguiu em sentido contrario. Ambos haviam sumido, mas eu não me movia, o calor que emanava do corpo de Rose era convidativo por demais. Ela fechou a porta lentamente, meu braço direito continuava apoiado ao lado da porta e minha mão esquerda em sua cintura, ela parecia relutante se virava para mim ou não.

- Weasley... – Sussurrei em seu ouvido sentindo que ela se arrepiara por completo.

Estava escuro, eu gostava do escuro, gostava do que ele representava, da coragem que ele me dava. Além disso eu já havia perdido todo o meu bom senso me permitindo ficar tão próximo aquela garota. Apertei sua cintura de leve, ela soltou a minha mão e virou-se lentamente, ela era baixa e seu corpo contra o meu estava realmente me deixando louco, eu iria acabar fazendo algo que me arrependeria o resto de minha vida.

- Malfoy. – Ela finalmente falou com a voz falha.

Aquilo foi um convite para mim, colei ainda mais meu corpo (se possível) ao dela e puxei suas pernas para o alto me colando entre elas, ela gemeu quando levei meus lábios ferozes ao seus os cobrindo de maneira perfeita, eu a beijava com todo desejo e amor que nutria por ela durante todo esse tempo, ela apertava meus ombros e bagunçava meus cabelos como se me desejasse em segredo a tempos. Retirei uma de minhas mãos de suas pernas para acariciar com luxuria suas coxas e subir para debaixo de sua blusa, senti que algo lá embaixo esquentou, eu não iria ter mais controle de meus atos.

A descolei da parede e a deitei sobre uma das mesas colando meu corpo logo em cima do dela, eu estava absurdamente fora de mim e ela também não parecia ter controle de seus atos, beijei-lhe o pescoço e comecei a desabotoar minha própria camisa me livrando dela numa velocidade fora do normal, Rose passeou as mãos pelo meu tórax enquanto eu retirava sua gravata, foi então que ela parou, talvez a sanidade tivesse voltado a sua mente e ela me forçou me afastar.

- Não... – Ela sussurrou. – Não Malfoy! – Ela gritou me empurrando com força.

Sai de cima dela zonzo, por que ela havia parado? Pensei que também estivesse gostando... Ela me olhou com os olhos cheios de mágoa e abotoou os botões abertos de sua camisa, então correu para fora da sala. Me senti imundo, me senti um completo canalha.

Olhei para minha mão, a gravata dela ainda estava ali, junto com seu cheiro em meu corpo. Desabei em uma das cadeiras, eu era um completo canalha.


Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.