Capitulo XXI



Harry alcançou Gina um segundo antes que batesse a por¬ta do escritório em seu rosto. Mas mesmo que tivesse feito isso, não poderia detê-lo, pois estava decidido a falar.
— Mais devagar, meu bem...
— Não me chame assim! Não fale comigo, Potter! Tratando-me com ironia machista, pendurada no seu om¬bro, de cabeça para baixo! Você me envergonhou!
— Envergonhei? — Harry cravou os olhos nos dela. — Como assim? Apenas contei a uma vizinha, sem gaguejar, como você disse, que estamos namorando. Qual o problema?
— A questão é... — Gina retrocedeu alguns passos à medida que ele avançava em sua direção, como um homem das cavernas, dessa vez para encurralá-la e transformá-la em vítima indefesa. Jamais retrocedera diante de nada, muito menos de um homem, pensou com raiva.
— O que pensa que está fazendo?
— Sendo eu mesmo — respondeu Harry com satisfa¬ção, sentindo-se muito bem. — Estou agindo de modo es¬pontâneo, sem receio de ferir os sentimentos de uma moça mimada. Algum problema?
— Se acha que... — Gina intimidou-se quando Harry a segurou pelos braços. — Vá com calma...
— De jeito nenhum! — Assim dizendo, ele a beijou nos lábios com fúria, sob protestos. — Não gostou? — pergun¬tou erguendo a cabeça e fitando-a.
Foi tudo que ouviu, antes de beijá-la outra vez. Depois voltou a questionar:
— Sim ou não?
— Não sei — sussurrou Gina, sentindo-se tonta quando ele deslizou os lábios pelo seu pescoço.
Não conseguia raciocinar direito. Isso devia ser errado, mas não era possível pensar em nada sensato naquele momento. Decidiu deixar para preocupar-se mais tarde.
— Quer que afaste as mãos de você? — voltou a perguntar Harry, enquanto a acariciava de modo sensual — Sim ou não? Resolva.
— Não — disse Gina com voz abafada, passando as mãos pelos cabelos pretos de Harry, e puxando-o para si.
Deixaram-se cair no chão, embora Gina não soubesse de quem partira a iniciativa. E também não tinha a maior importância. As mãos ansiosas de ambos tatearam as roupas, procurando arrancá-las, em gestos ritmados, como em um bale.
Tudo que Gina sabia era que o desejava junto ao pró¬prio corpo, rude, agressivo e sexy, do mesmo modo que o amava quando era gentil e carinhoso. Ansiava por Harry.
Um misto de alegria e dor a possuiu. Seu corpo ardia em um fogo lento, que a envolvia como um abraço escal¬dante, trazendo-lhe sensações indescritíveis.
Agarrados, rolaram pelo chão. Gina mordiscou-lhe o ombro em um frenesi de paixão.
Harry esquecera como era sentir-se desse modo, entre¬gar-se de maneira tão completa, sem restrições ou vergonha, apenas mergulhando em um mar de esquecimento total ante tudo, a não ser a mulher desejada. Com um gesto rápido, arrancou a calcinha de renda e segurou Gina com firmeza.
Por um instante viu o olhar de surpresa em seu rosto e sentiu uma alegria imensa, do conquistador diante da pre¬sa. Desesperado por possuí-la, ergueu-lhe os quadris e penetrou-a. Gina entregou o corpo flexível às carícias, as unhas cravadas nas costas musculosas, sentindo-o pulsar dentro de si, na união primitiva dos dois sexos.
Harry ouviu-a gritar de prazer e fez com que cingisse seus quadris com as pernas longas e torneadas. Iniciaram uma cavalgada sensual, que só terminou com ambos alcan¬çando o clímax quase ao mesmo tempo, em seguida deixan¬do-se ficar no solo, ofegantes, cansados e felizes.
Gina estava imóvel, como uma boneca de pano, largada e inerte, frágil e satisfeita. Fora uma relação selvagem, do¬minada por Harry. Mas não se importava, pensou. Sentia-se maravilhosa.
Com a visão ainda nublada, Harry olhou para Gina e para as roupas espalhadas no chão.
— Rasguei sua camisa — murmurou ela, com o olhar brilhante e lânguido de uma mulher que acabou de fazer amor de modo pleno e satisfatório.
— E eu isto aqui — redargüiu Harry, erguendo um trapo rendado, que fora a calcinha de Gina. — Não pretendo me desculpar.
— Não estou pedindo nada.
— Ótimo, porque se pedisse, seria forçado a repetir a cena, carregá-la nos ombros lá para fora, desta vez nua, e procurar outro vizinho para explicar nossa situação. Porém, se não está reclamando, posso emprestar-lhe uma camisa limpa que tenho no porta-malas da picape.
Gina sentou-se e vestiu a que estava ali mesmo. A excitação e euforia começavam a se dissipar.
— Ainda estamos brigando? — perguntou.
— Por mim já acabei. Depende de você.
Ela ergueu os olhos e encarou-o, dessa vez com um bri¬lho mais tranqüilo e razoável. Entretanto sentou-se, confu¬sa, sem saber o que dizer, e balançou a cabeça, abrindo a boca e voltando a fechá-la, como uma criança acanhada.
— Fale, Gina. Ponha para fora seu ressentimento, e va¬mos esclarecer tudo de uma vez por todas.
— Você me magoou.
Mesmo admitindo, Gina achava que era uma atitude fraca. Era muito mais fácil lidar com a raiva, pensou, do que com a mágoa.
— Entendi, e por isso pedirei desculpas. Mas saiba que me magoou também.
— O que estamos fazendo, Harry?
— Tentando nos conhecer, acho. Não tenho problemas com o nosso relacionamento, Gina. Se pensou isso, esqueça. Mas ainda não sei como continuar.
— Certo. Entendi, não se preocupe.
Porém, essa confissão também a magoava muito, perce¬beu, tentando ajeitar a camisa de Harry nos ombros. Doía demais ter a consciência de que o amava de verdade e não era correspondida. Entretanto, não significava que não fos¬se amá-la em breve, concluiu, esperançosa. Sorriu de leve, inclinou-se e beijou-o.
— Não é um idiota. Lamento tê-lo chamado assim. Harry segurou-a pelo queixo.
— Mas chamou-me de algo pior, não? Em ucraniano. Dessa vez Gina brindou-o com um amplo sorriso.
— Talvez...
— Vou comprar um dicionário, Gina, para entender o que disse.
— Boa sorte. Vai ser difícil encontrar na praça e, mesmo assim, não publicam certas palavras e frases.
— Comprarei um, assim mesmo. — Os cabelos pretos de Harry estavam despenteados, dando-lhe uma apa¬rência muito sexy. Vestira a calça, e continuava despido da cintura para cima. — Preciso ir esperar o ônibus de James.
— Parte do seu problema é esse. Equilibrar seus deveres de pai com seus desejos de homem.
- Pode ser. Sim — admitiu. — Gina, não tive nenhuma mulher desde... — Passou a mão nos cabelos, tentando or¬denar as idéias. — Cho ficou doente por muito tempo.
— Não queria falar sobre aquilo, e reviver o triste passado.
— James passou por maus bocados. Nós dois passamos. Tudo que posso fazer é tentar compensá-lo.
- Está certo, e posso dizer que realiza um ótimo traba¬lho Também sou malabarista como você, Harry, e podemos manter a situação sob controle, enquanto o desejarmos.
— Eu quero.
Gina sentiu um profundo alívio ante aquelas simples pa¬lavras.
— Então estamos acertados. Vá buscar James.
— Sim. — Harry relanceou um olhar para Gina, dos pés à cabeça. — Mas antes de ir devo dizer que fica linda usan¬do só uma camisa de flanela.
— Obrigada.
— Quer carona?
— Não, tenho mesmo algumas coisas para terminar de fazer por aqui.
- Muito bem. — Harry inclinou a cabeça e beijou-a, afastando-se logo. — Preciso ir. — Mas depois de vestir-se depressa e alcançar a porta, virou-se. — Gostaria de sair sábado à noite?
Gina arqueou as sobrancelhas. Era a primeira vez que ele a convidava de modo formal. Sem dúvida, pensou, es¬tavam progredindo.
- Adoraria — respondeu com um sorriso.


Cotinua (...) 8)



Carolina Villela Good God - kkkkk³³ aah desculpa por não ter atualizado antes mas é pq não deu tempo!
Camila - Qual prêmio ?

Obrigado a todos pelos comentarios!

xD'

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