Capitulo XV




As paredes do quarto de Harry estavam inacabadas. Um fio elétrico pendia de um lado ao outro, e não havia corti¬nas na janela. Ele retirara as portas do armário e levara-as para a marcenaria, para consertar.
O assoalho era de carvalho, muito bonito, mas com o ver¬niz já gasto. Fazia tempo que Harry pretendia reformá-lo.
A cama fora comprada em um impulso. A cabeceira de ferro batido o encantara, mas ainda precisava comprar len¬çóis, e, no momento, apenas um velho cobertor a forrava.
Não era um ambiente apropriado para Gina, pensou. Tentou vê-lo sob o ponto de vista dela, e murmurou:
— Sei que não é muito agradável...
— É só outra reforma que vai fazer. — Gina olhou em volta, tentando acalmar-se. — É lindo. — Deslizou os de¬dos pela moldura de madeira da janela, que ele lixara. — Tem potencial, e sabe que entendo dessas coisas. — Voltou-se para encará-lo.
— Pretendo terminar o quarto de James primeiro. Depois cuidarei da sala de estar. Só uso este quarto para dormir — disse Harry, abrangendo o aposento com os braços estendi¬dos, como se pedisse desculpas. — Até agora...
Ao ouvir as últimas palavras, Gina sentiu um frêmito percorrer-lhe o corpo. Era a primeira mulher que ele levava a seu quarto. Caminhou até ele, sentindo o sangue latejar nos pulsos.
— Vai ficar maravilhoso. Pretende usar a lareira aqui?
— Já uso. É uma boa fonte de calor. Pensei em colocar calefação...
O que estava dizendo? Falando de coisas triviais quan¬do tinha uma bela mulher à sua frente, pensou.
— Calefação não será tão charmoso quanto a lareira — disse Gina, começando a desabotoar-lhe a camisa.
— Não. Quer que acenda o fogo?
— Mais tarde. Sim, depois será agradável. Mas neste mo¬mento, acho que poderemos desencadear uma onda de ca¬lor como jamais se viu.
Harry sentiu uma intensa excitação e segurou-lhe os pulsos.
— Gina, se minha atuação não for perfeita... Apontou para o curativo na mão.
Estava nervoso também, observou Gina consigo mesma. Bom. Assim ficavam empatados.
— Aposto que um homem que trabalha tão bem com as mãos consegue abaixar um zíper, mesmo machucado. — Virou-se de costas para ele, e ergueu os cabelos. — Quer experimentar?
— Sim. Por que não?
Harry baixou lentamente o zíper do vestido, expondo a pele branca, centímetro por centímetro. A curva do pes¬coço e os ombros macios o encantaram. Beijou-a naquele ponto. Quando sentiu que Gina estremecia, continuou a beijá-las nas costas, seguindo a espinha dorsal.
Quando ficaram frente a frente, olhos nos olhos, respi¬ravam com dificuldade. Beijaram-se com desejo e paixão, e Harry acariciou-lhe os longos cabelos, passando os dedos pelos ombros e as costas de Gina, devagar, como se estives¬se saboreando algo maravilhoso, que exigisse concentração e respeito.
Ela esperara uma explosão violenta, como a que ocorre¬ra na cozinha dos pais, e tanta delicadeza a pegou desprevenida.
— Pode falar — sussurrou Harry junto ao seu ouvido —, se eu fizer algo de que não goste.
Gina inclinou a cabeça para trás, convidando-o a beijá-la, e murmurou:
— Não creio que haverá problemas.
As mãos fortes subiram para os ombros ainda recobertos pelo vestido.
— Ficava imaginado como seria tocá-la assim, e isso me deixava louco...
— Também está fazendo um excelente trabalho para me deixar louca — disse Gina, afastando a camisa de flanela e acariciando o tórax musculoso.
Harry deu um passo atrás. Fazia muito tempo que não ficava com uma linda mulher e não pretendia apressar-se. Beijou-lhe a palma das mãos e os dedos, sentindo o pulso acelerado.
— Deixe-me fazer isso — disse, tirando o vestido que deslizou para o chão.
Gina era magra e delicada, não demonstrando a rigidez dos músculos que possuía. As curvas do corpo branco eram sutis, e tinha uma elegância de formas que o deixa¬ram enlouquecido de desejo.
Como se desejasse memorizar seu corpo, deslizou a mão sobre o sutiã rendado, fazendo os mamilos enrijecerem e deixando-a zonza de emoção. Continuando a despertar-lhe sensações novas, deslizou as mãos até os quadris e as coxas macias.
— Adoro suas pernas — falou.
— Mas não meus pés. Bailarinas têm pés feios.
— Fortes — corrigiu ele. — E muito sensuais. Talvez depois possa me mostrar mais alguns passos de dança, como mostrou a Rod no outro dia. Fiquei sem fôlego, sabia?
Gina riu e acabou de tirar-lhe a camisa que também caiu no chão, com um ruído abafado.
— Claro. Sei fazer coisas muito interessantes.
Harry ergueu-a nos braços e a pôs na cama. Beijaram-se de modo lento, os corpos excitados e quentes, e ela o abraçou.
Harry era o homem que desejava abraçar para sempre, concluiu. O amor a possuía de modo tranqüilo e poderoso, e pretendia que nunca terminasse.
A boca possessiva beijou a renda cio sutiã, fazendo-a gemer de prazer, enquanto o sentia afastar o tecido e beijar o seio túmido.
O ritmo foi se modificando, tornando-se mais forte e sensual. O perfume e a maciez de Ginja o inebriavam, des¬pertando nele sensações há muito esquecidas. Sentia-se intoxicado e feliz. Ela parecia uma menina, delicada, com as longas pernas enlaçando-o, e muito sexy.
As carícias continuaram, até que ele a despiu por com¬pleto. Beijou a pele quente, sorvendo seu perfume de modo sôfrego.
Os movimentos ficavam cada vez mais rápidos e inten¬sos, e Gina o acompanhou, rolando sobre a colcha com ele, e apertando os braços fortes.
Com um gesto impaciente, tirou-lhe o jeans, murmu¬rando:
— Adoro seu corpo. Está me deixando louca... Quero mais...
Gina esqueceu do mundo ao redor, só sentindo o prazer que as mãos e os lábios de Harry lhe proporcionavam. Ele a beijava da cabeça aos pés, até que a penetrou, de modo vigo¬roso e imprevisto, deixando-a trêmula e cheia de desejo.
Harry gemeu, ficando imóvel por um momento, e de¬pois começando a mover-se, fazendo-a acompanhá-lo, en¬trelaçados, os corações batendo em uníssono.
E quando o clímax sensual os alcançou, beijou-lhe os lábios, selando o momento de total felicidade.
Gina permaneceu nos braços dele, os olhos fechados, aproveitando a sensação do corpo másculo e cansado sobre o seu. O coração de Harry continuava disparado, o que a encantou.
Fora maravilhoso, e a experiência mostrara que combi¬navam também na cama, concluiu, satisfeita. Era maravi¬lhoso estar apaixonada de verdade. Uma sensação diferen¬te e única, pensou, feliz.
Suspirou, contente, e prometeu a si mesma pensar bas¬tante no que acontecera e sobre as conseqüências que vi¬riam. Entretanto, no momento, pretendia apenas viver a felicidade.
Ninguém jamais a fizera sentir-se assim, concluiu. Era o destino, sem dúvida. Harry era seu, sentira isso assim que o vira pela primeira vez. E pretendia conservá-lo ao seu lado, decidiu, acariciando-o.
— Para um homem que disse estar fora de prática, con¬seguiu a nota máxima.
Harry tentava raciocinar direito, mas era difícil. Deixou escapar um gemido, e essa reação pareceu agradar Gina. Ela riu e enlaçou-o nos braços.
Harry virou o rosto e enterrou-o nos cabelos longos e ruivos, adorando a sensação de aconchego.
— Quer que eu saia de cima de você? — perguntou com voz abafada.
— Não.
— Ótimo. Dê-me uma cotovelada se eu começar a roncar.
— Potter!
— Estou brincando. — Ele ergueu-se em um dos coto¬velos, os olhos verdes brilhando de contentamento. — É muito bom olhar para você.
— Penso o mesmo a seu respeito.
Gina ergueu a mão e acariciou-lhe os cabelos, pretos, tão maravilhoso quanto o homem que os possuía.
— Sabe, desejei ir para a cama com você assim que o conheci. — Mordiscou o queixo de Harry. — Foi interesse à primeira vista, algo incomum para mim.
— Tive a mesma reação. Você fez ressurgir emoções que eu julgava enterradas há muito tempo. Levou-me às nuvens.
— Sei disso. — Gina riu de leve. — Gosto do modo como fica sem graça, sem saber o que fazer com as mãos. E muito sexy e... desafiador.
- Bem, chegou aonde queria. — Beijou-a. — E agrade¬ço por isso.
— O prazer foi meu.
— Então, já que estamos aqui... — Harry beijou-a no pescoço.
Gina interrompeu a própria risada com um gemido de prazer, ao sentir que ele a acariciava com paixão.
— Espero que não se importe — murmurou Harry com voz rouca. — Tenho muito tempo perdido a recuperar...
— Fique à vontade...


Continua [...]

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