A Invasão



Era mais ou menos uma da manhã e os cinco voltavam da biblioteca em completo silêncio. No mapa do maroto, segurado por Jimmy, mostrava Brian Jones (o monitor da Grifinória) parado dentro do salão comunal, isso já faz algum tempo. Resolveram entrar de qualquer jeito, já que ele não os viria sob a capa de invisibilidade.

Eles se aproximaram do quadro da Mulher Gorda e se surpreenderam ao ver que este estava escancarado e ela dormindo num sono profundo.

- Que estranho – fala Albus, depois de várias tentativas de acordar a pintura.

- Estranho é isso aqui – responde Fred, tentando levantar Jones, que estava
desmaiado próximo à porta.

Eles deitam o garoto no sofá e, após jogarem um copo d’água conjurado por Rose em seu rosto, ele acorda, com um gemido, levando imediatamente a mão à parte de trás da cabeça.

- Cara, você tá legal? – pergunta Jay.

- Eu acho que sim. Alguém me acertou na cabeça quando eu estava entrando... Não vi que foi – ele olha confuso para os cinco. – Mas o que é que vocês estão fazendo fora do quarto?

- É que nós escutamos um barulho, provavelmente o da sua queda – inventa Fred, com a cara mais lavada do mundo.

- É isso mesmo – Jimmy fala piscando para os outros, sem que o monitor veja. – Aí nós descemos para investigar e te encontramos desmaiado, e a Mulher Gorda também.

- Que estranho! – Brian concorda.

- É mesmo – respondem os dois segundanistas ao mesmo tempo.

- Mas o que vocês estão esperando? Vão para seus quartos agora mesmo! – repreende o monitor, recuperando a postura séria e disciplinada que sempre usava quando dava broncas nos outros alunos.

- Tudo bem, mas da próxima vez que você resolver desmaiar por aí, não conte com nossa ajuda – Jimmy diz, enquanto os outros sobem as escadas em silêncio.

Quando saíram, os quatro tinham deixado as camas arrumadas com os travesseiros sob os lençóis, de forma que parecesse que eles estavam dormindo. Mas, ao voltarem, encontram as cobertas e os lençóis jogados no chão e também havia um pote de tinta quebrado, com marcas de pegadas na tinta que iam até a janela aberta.

- Mas o que houve aqui? – o ruivo pergunta, perplexo.

- Bom, seja lá quem foi que bateu no Brian e apagou a Mulher gorda, o fez pra entrar aqui – responde Albus, acompanhando as pegadas no chão.

- E faz pouco tempo... – fala Jay, com um olhar vago.

- E como você sabe? – questiona Fred, curioso, se jogando na cama.

- Intuição, eu acho – Jay responde, sem levantar os olhos do chão. - Vocês acham que pode ter sido o Drebber?

- Acho que não, se fosse ele provavelmente teria aproveitado pra quebrar as nossas coisas ou algo do tipo – Albus conclui, fechando a janela. – Além disso, essas marcas são de uma pessoa só e aquele covarde não viria sozinho. Não correndo o risco de ter que enfrentar Jay Quebra-queixo Mallory novamente – Jay responde ao comentário do amigo com um sorriso.

Eles escutam os possantes roncos de Fred, e Jimmy se deita também. A despreocupação dos mais velhos não era compartilhada pelos outros dois, mas Al também se deitou mesmo tendo a certeza de que não dormiria tão cedo.

- Amanhã a gente vê isso. Boa noite – o ruivo fala, se ajeitando mais nas cobertas e bocejando longamente. – Será que dava pros dois Sherlocks apagarem a luz?

Jay apaga as luzes e vai até a janela. Sob a luz do luar, ele vê seu pai andando em direção a floresta. Intrigado, o garoto vê a copa de algumas árvores mais adiante balançar.

“Malditos moleques!”, pensou Hayter observando a luz se acender e apagar na janela da qual ele tinha saído poucos minutos antes, transtornado de raiva. Fora tão difícil entrar no castelo sem ser visto e ainda mais chegar ao dormitório do pirralho, e tudo para encontrar camas vazias! E o pior era que agora ele teria de sumir por uns tempos, porque certamente o que fizera chamaria a atenção e a última coisa que ele queria era ser descoberto. Bufando, ele correu para o longe o bastante para que pudesse aparatar. “Paciência...”.

[...]

Na manhã seguinte Jack ouvira, bastante interessado, o relato da noite anterior feito pelo filho. Desde então, passou e estar mais por perto ainda do filho, principalmente à noite.

Os corredores estavam relativamente desertos porque maioria dos alunos ainda não estava de pé e Arthur se dirigia para o Salão Principal para o café da manhã quando avista exatamente a pessoa que queria encontrar. Ele se apressa para alcançar Minerva, queria tirar a má impressão que deixara nas duas ocasiões que a beijara a força. Ele não costumava ser impulsivo, e sabia que se continuasse assim não teria a menor chance. Mas era mais forte do que ele: adorava vê-la irritada, tirar do sério a tão controlada diretora de Hogwarts.

- Bom dia Minervinha! – ele fala pondo-se a caminhar ao seu lado, com seu melhor sorriso cordial. - Você está realmente adorável hoje.

- Pena que eu não possa dizer o mesmo de você! E mantenha distância de mim, Barker, se é que deseja manter seu emprego – ela responde entre os dentes, suprimindo a enorme vontade de socá-lo outra vez.

- Quanto a isso eu não preciso me preocupar. Você não me demitiria.

- E posso saber por que não? – ele pergunta, colocando as mãos ameaçadoramente nos quadris e seu rosto se fecha enquanto ela pensa “Quanta pretensão!”.

- Porque você é totalmente dedicada a Hogwarts, e não prejudicaria seus alunos por uma questão pessoal.

- Nisso o senhor infelizmente está certo. Mas o fato do senhor se um bom professor (na verdade ele era ótimo, mas naquele momento ela não admitiria isso nem sob tortura) não me impede dar respostas à altura para suas atitudes inoportunas.

- Não se preocupe com isso, não pretendo me descontrolar outra vez – ele responde, levando involuntariamente a mão ao nariz. – Até porque eu tenho senso de autopreservação.

- Melhor para o senhor.

- Para me desculpar, eu estava pensando em te convidar para tomarmos alguma coisa juntos. Um chá, um suco, um banho... – ele fala com um tom casual, tentando fazê-la rir.

- Não, mas que tal um passeio? – ela pergunta, ironicamente.

- Por mim, está perfeito – Barker responde, surpreso.

- Ótimo, eu vou por aqui e você pelo lado oposto.

- Então jantaria comigo?

- Obrigada, mas eu não estou acostumada a comer ração.

- Não sabia que você tinha senso de humor.

- Não tenho, e nem paciência. Me diga uma coisa: o senhor não tem nada melhor pra fazer do que ficar me importunando?

- Melhor do que te importunar? Não mesmo!

- Já percebi – já que ele não parecia querer deixar de acompanhá-la, ela aproveita para ter uma conversa muito oportuna e entra no assunto baixando seu tom de voz. – Quanto ao problema do Mallory, quero que diga a ele que serei discreta sobre o seu segredo.

- Como você descobriu? – Arthur pergunta, chocado. Jack escondera tão bem, não sabia o que podia tê-lo denunciado. Isso seria um problema gravíssimo para o amigo.

- Não foi difícil, lembre-se de que trabalhamos juntos há mais de um ano. E digamos que eu juntei dois e dois.

- Mais alguém sabe que ele é um vampiro? – a última palavra sai como um sussurro da boca do apreensivo professor, enquanto ele olha para os dois lados, se certificando de que nem mesmo um quadro poderia ouvi-lo.

- Ah! Então é isso – a diretora levanta as sobrancelhas, surpresa. Realmente agora tudo se encaixava nas estranhas características do professor Mallory e seu filho, ambos eram vampiros! - Bem que eu desconfiava... Reafirmo que, se depender de mim, ninguém ficará sabendo. Mas seja mais cuidadoso, porque senão todo o trabalho de vocês para esconder isso não valerá de nada – ela fala com ar de superioridade e ele pára, boquiaberto, sendo deixado para trás.

- Essa mulher é mais esperta do que eu imaginava, me fez de bobo... - o professor resmunga, coçando a testa. De repente ele faz um careta, se encolhendo ligeiramente – Quando o Jack descobrir que eu contei eu estou ferrado!

*

Lore: querida, obrigada! Pois é, andei lendo sua fic... e tô adorando. Só não comentei ainda por falta de tempo, hehe.

Aline: obrigada pela força, garota. Tu sabe que eu te adoro, né?

Bjus.

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