With a little help from my fri
Capitulo 2
With a little help from my friends
Era difícil para Ginevra admitir aquilo. Agora era a referência no ataque das Harpias e já fora convocada mais de seis vezes para a seleção só no último ano. Com a aposentadoria da capitã Jones, ela tinha uma nova responsabilidade: liderar uma equipe jovem e inexperiente.
A rotina de treinamento do time há muito perdera o sabor para Gina. Ela realmente estava no auge da forma, mas se ele pedisse... ai, se ele pedisse.
Seu irmão tinha lhe garantido que Harry ia comparecer à festinha à noite n’A Toca. Por que ela não conseguira tirá-lo da cabeça nem por um minuto? Por quê? Só porque ele era bonito, famoso, bem-sucedido, carinhoso e tinha aquela boca...
Era impossível. Ele estava marcado em seu coração tal qual a Marca Negra nos Comensais. Era besteira lutar contra aquele sentimento e ela sabia e creria naquilo até que ele mesmo falasse com todas as letras que não a amava mais. Harry já a olhara de diversas maneiras: com desejo, com rancor, com pena, com nojo, com esperança, mas jamais deixara de olhar. Era nisso em que ela se agarrava.
Gina sabia que o moreno ainda sentia algo por ela e sabia o que ela mesma sentia. Sentira o mesmo por toda a sua vida. Desde que a Sra. Weasley lhe contara a história do menino-que-sobreviveu, até o dia em que fora levar Rony para embarcar para Hogwarts e pela primeira vez vira aquele educado menino a pedir ajuda. Ninguém o reconhecera, mas Gina sim. Vira nele o garoto de seus sonhos, vira o homem em quem ele se tornaria anos depois.
Durante os seus anos na escola, ansiava por ser notada até que, naquela taça de quadribol, tudo mudou. Pelo menos por algumas semanas eles foram felizes como nunca mais foram depois. Seriam, se dependesse dela. Mas Harry tentou protegê-la e se afastou, mas foi buscá-la na escola no fim daquele ano negro em que Snape foi diretor. Depois dali, tudo parecia fácil e então... tudo se desfez e ficou difuso. O amor que nutriam um pelo outro era grande demais para ter acabado naquela noite no Três Vassouras.
Ele podia ter aceitado adiar o casamento. Poderia ter aceitado e ficado com os dois, mas ambos eram jovens demais, apressados demais e esperavam demais do outro.
Uma coisa, porém, é certa: não acabara ali e, naquela noite, Harry Potter a ouviria nem que ela tivesse de azará-lo para tanto.
- Gina, querida, por que você anda tão abatida? Eu reparei que você quase não anda comendo esses dias aqui. – a Sra Weasley sempre fora observadora e há muito esperava pegar a caçula num lugar tranqüilo como o velho pomar.
- É a pressão do time mãe. Com a saída de Gwen, todos querem que eu assuma o posto de capitã. Como foi aqui que Carlinhos me ensinou a voar, achei que seria legal vir aqui e colocar a cabeça em ordem antes de voltar para as Harpias – Gina disse mais do que realmente aquelas palavras significavam.
- É verdade, Ginnie – disse Molly, divertida para careta que a filha fez ao ouvir o apelido de infância. – Já é hora de você colocar mesmo a cabeça em ordem e ir conversar com o Harry – a expressão de Gina foi indescritível, mas ela sabia que não enganaria a mãe tão facilmente.
- Que isso, mãe? Eu e o Harry já terminamos há quase 3 anos – arriscou Gina com a sua melhor cara de desentendida.
- Ginevra Molly Weasley! Eu a conheço desde que nasceu e fiz um bom estágio com os gêmeos para saber quando estão mentindo para mim – Molly Weasley estava só esquentando. – Você está deprimida desde que foi receber o prêmio que Harry não pôde lhe entregar – ela tomou fôlego e continuou. - Ele vai embora, passará dois anos em Durmstrang! Essa talvez seja a última chance de vocês se entenderem. Que tal dar uma chance aos dois?
- E se ele não me quiser mais? E se nem me ouvir? – Gina perguntou com lágrimas nos olhos.
- Fique tranqüila, Gina – Molly puxou a filha para um abraço carinhoso. – Quantas vezes alguém viu o Harry com outra menina que não fosse você, a Mione ou a Luna? – O rosto de Gina se iluminou, porque realmente a sua mãe tinha razão.
Harry não se envolvera com nenhuma outra mulher e quando precisava aparecer acompanhado, o fazia normalmente com a sua amiga Luna, que todos sabiam não fazer o coração do Eleito bater descompassado como a simples visão da ruiva o faz.
- Obrigada, mãe. Acho que eu tava precisando desse empurrãozinho – disse Gina, limpando os olhos – Hoje eu pego o menino-que-sobreviveu de jeito para termos aquela conversa que já devíamos ter tido há muito tempo.
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Era normal para ele voltar àquele castelo antes de ir para o frio. Mas agora que estava lá, ficava difícil dizer adeus àquilo tudo.
A diretora McGonagall lhe pedira para que fosse lá se despedir dos amigos. E como Harry tinha amigos lá! Não poderia sair de Hogwarts sem passar na casa de Hagrid, dar um abraço na prof. Sprout, sem rever o pequeno prof. Flitwick e todos os outros professores que foram importantíssimos para a sua formação acadêmica.
Resolvera começar pela casa de Hagrid, mas o guarda-caça estava de saída e apenas se despedira de Harry prometendo aparecer na casa dos Weasley. Flitwick e Sprout tampouco não estavam no castelo. Encontrara a Diretora enquanto perambulava pelos corredores, mas ela também não pôde recebê-lo e ficou de ir à festa que Molly organizara para ele.
Quando passou na sala de Defesa contra Artes das Trevas foi que Harry tomou um susto.
Uma longa cabeleira loira prateada se movimentava pelo cômodo e chamou a sua atenção com a delicada voz e o sotaque gutural:
- Arry?!
- Fleur?! – o rapaz parecia tão assustado quanto a senhora Gui Weasley.
- Porr favorr, Arry, entre e tome uma xícarra de chá comigo. Estava começando a ficarr triste aqui. Só passam carras desconhecidas pela minha sala!
- Ok – Harry tava meio sem graça de ficar no escritório que fora de tantos professores queridos. Quase podia ver o velho tanque de Lupin com uma criatura interessante qualquer ou os bisbilhoscópios de Mood por toda a sala. Era duro saber que os melhores professores que tivera morreram.
Ainda sentia falta dos conselhos de Lupin. Mas decidiu tirar Remo da cabeça, pois sabia aonde aquilo iria levá-lo e ele não queria pensar em Sirius. Não agora.
- O que te trrás aqui, tan longe de casa? – perguntou Fleur para quebrar o gelo.
- Eu vim pegar algumas dicas com o Gui, mas parece que ele tem uma substituta, né?
- Ele foi indicado como gerrente bruxo de Gringotes. Os duendes adorraram. O meu Gui tan muito jeito can eles! – disse ela sorrindo e era nítido todo orgulho que sentia do marido. – Can isso Minerva pediu que eu assumisse o seu lugarr. Confesso que preferria ensinar tranfigurração. Mas Minerva resolveu continuar lecionando pelo menos mais essa ano.
- Parabéns, Fleur. Você vai ser uma ótima professora, tenho certeza – Harry tentou parecer empolgado, mas falhara drasticamente.
- Você ainda querr umas dicas? – perguntou a francesa, agora num tom divertido. – Estude oclumência. Até sem querrer eu li a sua mente. E eu, se fosse você, seguirria o meu corração. É só uma dica, mas pode confiarr.
Harry agradeceu o chá e tratou de sair de lá rapidamente. Já passara muito tempo relembrando da escola e tinha um encontro com Luna em Hogsmeade, pois ela alegara ter que lhe falar algo. Luna também iria viajar depois de domingo e, dissera-lhe, não ficaria em paz sem conversar com ele.
Ela, como sempre, estava como Luna. Usava um vestido azul com brincos desparelhos e uma faixa branca no cabelo. Chegou sorrindo e, depois de um delicado abraço, sentenciou:
- Vamos conversar no Três Vassouras! – disse, sorrindo para a cara de contrariado de Harry. – Estou com saudade da cerveja amanteigada de madame Rosmerta.
- Não, não, Luna! Vamos conversar no Cabeça de Javali ou no café de Madame Puddifoot! – disse Harry, quase em pânico. – Lá no Três Vassouras é demais.
- Não, Harry! – falou Luna com cara de vencedora. – Já passou da hora de você superar isso. Só quero te lembrrar que não vai poder fugir da Gina para sempre. Beijos e boa sorte em Durmstrang. Você vai precisar – depois disso, girou sobre os calcanhares e desaparatou, para a total confusão do Eleito.
Depois de tudo o que acontecera durante o dia, cabia a Harry refletir um pouco sobre tudo que acontecera não só ao longo do dia, mas também há três anos. Talvez Luna tivesse razão. Talvez Fleur realmente enxergara os seus pensamentos enquanto se lembrava de Gina na escola. Talvez fosse a hora de fazer algo diferente. Talvez....
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