Ódio e desejo à flor da pele

Ódio e desejo à flor da pele



Capítulo 20: Ódio e desejo à flor da pele.





Draco voltou para seu próprio quarto. Ao abrir a porta ele viu que Gina estava na varanda e ainda não reparara na chegada dele:

- Ah, Draco! – Gina suspirou e por um momento o loiro achou que ela já o tinha o visto, mas na verdade ela falava em voz alta para si mesma. – Por que você é assim? – “Eu sou assim como?”, Draco pensou e Gina continuou. – Tão galinha, insensível e arrogante. Não adianta você ser lindo se não presta...

Draco interrompeu Gina:

- Ora, ora, ora. – ele falou por trás dela e a ruiva deu um salto de quase um metro. – O que temos aqui? O sujo falando do mal lavado.

- Agora deu pra ficar me espiando?

“Como se fosse a 1ª vez...”, ele pensou, revirando os olhos.

- Isso não vem ao caso, eu não tenho culpa se você estava falando em voz alta quando cheguei.

Gina saiu da varanda, entrou no quarto e tirou o robe. Draco foi para o banheiro.

Quando o loiro voltou, Gina já estava deitada na cama e notou que ele estava vestindo apenas uma cueca samba-canção preta. Gina engoliu em seco:

- Eu não vou dormir com você seminu ao meu lado. – ela disse decidida.

- Não se preocupe, eu vou dormir no chão. – Draco anunciou e Gina ficou surpresa.

- Eu não estou te proibindo de dormir aqui, estou apenas dizendo pra colocar alguma roupa. Não está com frio?

- Não esquente, eu posso muito bem dormir uma noite no chão.

A ruiva pegou um dos cobertores com que estava coberta, conjurou um colchão e entregou a coberta para o loiro:

- Obrigado. – ele agradeceu.

Antes de ir se deitar novamente na cama, Gina fez a pergunta que sua curiosidade não deixava passa:

- Por que voltou tão cedo, Draco? Pensei que ia passar a noite com a Grabrielle.

- Vai que o cara que sta nos seguindo resolve te atacar durante a noite, você sabe que dorme como uma pedra... – ele mentiu e a ruiva acreditou.

- Obrigada por se preocupar comigo. – ela falou e foi finalmente deitar-se.

“Ele está dormindo afastado de mim agora, acho que o negócio entre o Malfoy e a Linnet é sério. Por que é que eu não consigo ficar feliz com isso?”





_____________________________________________________________________







No dia seguinte, eles acordaram tarde e por isso foram direto almoçar. Os dois estavam na fila do buffet, quando Gabrielle chegou:

- Oi, Draco. Oi, Virgínia.

- Oi. – os dois responderam em uníssono.

Gina se surpreendeu por Gabi não ter cumprimentado Draco com um beijo, mas nada comentou a respeito. O loiro foi o primeiro a se dirigir para uma mesa. As duas ruivas ainda se serviam.

- O Draco te falou sobre nós dois? – Gabi perguntou.

- Eu sei que vocês estão juntos. – Gina respondeu maquinalmente.

- Não, não estamos mais.

- É? – Gina perguntou ansiosa e com um sorriso, mas logo se tocou se tocou e emendou. – Que pena, vocês pareciam um casal legal. Mas por que terminaram?

Gabi pensou em dizer pra Gina que era por causa dela, mas Draco a proibiu terminantemente de fazer isso. Então se contentou em falar:

- Draco é misterioso, mas existem coisas que ele fala claramente. Eu compreendo a motivo pelo qual ele quis terminar, mas acho que ele devia dar mais valor ao motivo.

- Ele quis terminar? É inacreditável. Mas de qual motivo voe está falando?

- Um que ele próprio, se possível, irá negar até a morte.

- Seja clara!

- Tudo á seu tempo, não seja tão curiosa, cedo ou tarde vai ficar sabendo. – Gabi finalizou, dando um sorriso enigmático e indo para a mesa seguida de Gina.

Quando chegaram na mesa, Gina teve que voltar para pegar o guardanapo que esquecera.

- Sobre o que estavam falando?

- Eu contei pra ela que terminamos e ela pareceu feliz com isso. Por que é que em vez de tentar seduzi-la, você não tenta conquistá-la?

- Porque eu não quero nada sério com ela e porque ela não quer nada comigo.

- Eu nunca vi dois seres tão tapados. – Gabi murmurou para si mesma.

- O que foi que disse? – Draco perguntou, estreitando os olhos.

- Está tão claro que estão a fim um do outro. Como é que não percebem isso?

- Você vê coisas inexistentes.

- Quer apostar quanto que se eu contar pra Virgínia que o motivo de ter terminado comigo foi ela, que ela se derreteria toda?

- Eu já disse que não quero que ela pense que gosto dela.

- Mas você gosta! Assuma que está apaixonado, Draco.

- Não é amor e não é paixão, é apenas uma atração que vai passar quando eu conseguir o que quero.

- Eu duvido que vai passar, mas O.K. apenas me mande uma coruja respondendo se passou ou não.

Gina voltou e os dois pararam de conversar. Quando os pratos ficaram vazios, Gabi perguntou:

- Quer fazer compras comigo, Virgínia?

Gina olhou para Draco e ele concordou coma cabeça.

- Eu posso emprestar o nosso cartão. – o loiro falou.

- Eu vou então. – respondeu, animada.





_____________________________________________________________________







Era véspera de ano novo e o dia amanheceu com sol (o que era muito raro no inverno). Gina abriu os olhos e sorriu ao lembrar-se de ter deixado Draco curioso quanto os que tinha comprado.

“De qualquer forma, ele vai descobrir hoje”, ela pensou, se levantando e vendo que Draco ainda dormia serenamente no chão.

- Acorda, Draco. – Gina disse, se abaixando e chacoalhando-o.

- Bom dia, Srta. Misteriosa. O que é que você comprou?

- Pare de ser curioso, Draco! Logo você irá ver. É uma surpresa.

- Odeio surpresas!

- Não seja chato. – a ruiva falou e entrou no banheiro.

Gina saiu do banheiro vestida com um vestido aveludado preto que ia até o joelho, meia calça cor de pele e uma bota com cano curto. Draco passou por ela direto, sem olhá-la.

“O que é que está havendo com ele? Caramba! Agora ele mal olha pra mim. Isso me incomoda. Por que Draco tam estado tão distante comigo? Apesar de não gostar que ele fique tentando me seduzir, eu sinto falta do calor que meu corpo emana quando está colado ao dele. Ah, aqueles beijos quentes... NO QUE É QUE ESTOU PENSANDO? Eu prometi que não beijaria mais ele e tenho que cumprir com isso”.

Quando Draco saiu do banheiro, estava com uma calça de moletom, uma camisa e tênis:

- Estou sem fome. Vou deixar pra comer no almoço. – disse, sentando-se na cama e ligando a televisão com o controle remoto. – E você?

- Não estou com tanta fome. Posso ficar aqui com você? – perguntou, meio incerta.

- Claro. – respondeu, indiferente e Gina sentou-se ao seu lado.

O filme que estava passando era American Pie 2. Gina ficou totalmente vermelha e não sabia onde enfiar a cara.

“Eu não posso continuar assistindo esse filme ou eu vou agarrar a Virgínia a qualquer momento”, o loiro pensou, já quase se abanando.

- Eu acho que você não está confortável assistindo esse filme, vou mudar de canal, tá?

Gina apenas concordou coma cabeça sem ter coragem de encará-lo. Draco mudou o canal e apareceu um navio enorme.

- Deixe aí, Draco. – ela pediu e ele atendeu.

O filme era... o Titanic. Os protagonistas eram um loiro e uma ruiva e eles se apaixonavam, ou seja, Gina e Draco ficaram totalmente silenciosos durante o filme e constrangidos também (principalmente nas cenas de beijos e outras equivalentes).

“Que bom seria se Draco fosse igual ao Jack”, a ruiva pensou, dando um leve suspiro.

“Isso é o que chamo de perseguição! A Michelle de Amerincan Pie 2 é ruiva e a Rose do Titanic também... até parece uma conspiração contra mim. Estou morrendo de vontade de beijar a Virgínia, mas tenho que me segurar. Cansei de ser rejeitado por ela, eu não sou homem de ser pisado por mulher nenhuma”, Draco pensou, aborrecido. “Só irei beijá-la quando tiver certeza de que ela não vai lutar contra”.

Quando o filme acabou, Draco desligou a televisão e os dois de dirigiram calados até o refeitório para almoçar.

O dia foi passando rapidamente. Depois de almoçar, foram para a piscina aquecida e depois para a academia.

Eram 7h da noite quando Gina foi para o quarto começar a se arrumar. Após a ruiva ter tomado um banho demorado, ela saiu do banheiro enrolada na toalha. Alguém bateu à porta:

- Encomenda para Srta. Virgínia Weasley. – a voz disse do lado de fora.

Gina abriu a porta e o homem que estava na porta, ao ver Gina apenas de toalha, assoviou. A ruiva pegou com raiva o embrulho e o envelope das mãos dele:

- Você não é pago pra fazer gracinhas. – falou e fechou a porta na cara dele.

“O que será esse envelope e esse embrulho de presente?”, ela perguntou curiosa e então leu o conteúdo do envelope:



Gina,

Antes de tudo, não quero que pense que este presente é uma tentativa de te comprar.

Apenas quero que me desculpe se alguma vez te magoei e que use esse presente essa noite.

Me espere o salão de festas (que é onde será o baile da virada do ano).

Com sinceras e boas intenções,

Draco.

“Um presente de Draco pra mim!”

Rasgou o papel do presente e viu que era uma caixa de veludo azul marinho. Então abriu a caixa e tudo o que conseguiu dizer foi:

- Minha Nossa! Isso deve ter custado uma fortuna! Mas são lindos e combinam coma roupa que comprei ontem.

O conteúdo da caixa de veludo era uma gargantilha com um par de brincos, tudo feito de brilhantes com um pouco da mais pura prata.

Gina trancou a porta do quarto com um feitiço e depois começou a se trocar. Colocou um vestido branco frente única rodado que ia até os joelhos, por cima de sua lingerie branca. Vestiu por cima do vestido um casaco de pele branco, calçou uma sandália branca de salto 8cm e colocou a gargantilha e os brincos.

Fez uma trança com mágica e passou uma maquiagem básica. Ao se dar por pronta, já era 11h da noite e ela se dirigiu para o salão que também ficava na cobertura.

Quando Gina chegou no salão, ela logo notou que Draco não estava lá.

“Onde será que ele está?”, Gina perguntou-se.

Os garçons passavam servindo salgadinhos, a ruiva aceitou uns três antes de decidir ir até o balcão do bar. De lá ela conseguiu ver Gabi dançando na pista de dança com aquele mesmo cara que Gina batera a porta.

Ao lado de Gina havia uma loira que lhe era vagamente familiar:

- Oi. Onde é que eu já te vi? – Gina perguntou.

- Sou recepcionista desse hotel. – ela falou maquinalmente. – Olha só aquele loiro que vem vindo.

Gina olhou e viu que era Draco. Para sua surpresa, ele só vestia uma camisa branca, o resto (a gravata, o paletó, a calça, o cinto e os sapatos) era preto.

- O que é que tem ele?

- Como assim o que é que tem? Hoje ele vai ser meu. Esse Draco Malfoy além de gostoso, é original... Não veio só de branco como todo mundo.

- Ele não é tudo isso que está pensando. – Gina falou, para tentar apagar o fogo da loira.

- Eu pago pra ver. – ela respondeu.

Gina engoliu a resposta fria que queria dar, pois Draco havia chegado:

- Boa noite, Virgínia. Quem é a sua nova amiga? Ah, me lembrei, você é da recepção.

- Sou Marie d’Alambert. – a loira respondeu, apertando a mão de Draco.

- Querem alguma bebida? – o loiro perguntou cordialmente.

- Uma batida de pêssego. – a ruiva falou.

- Uma espanhola. – Marie falou.

Como o barman ouviu o pedido delas, só faltou o de Draco:

- E o Sr. quer o quê?

- Vodca com Martini. Batido, mas não mexido.

As bebidas logo chegaram. Marie não deixou Draco beber metade do copo e já estava o puxando pra pista de dança.

Ao ver a loira se insinuando com o corpo para Draco, Gina bebeu a batido de um gole só.

- Não adianta ficar aí parada com essa cara emburrada. – Gabi chegou dizendo.

- E o que você sugere?

- Que você faça alguma coisa pra chamar a atenção de Draco.

- E quem disse que quero a atenção dele?

- Acredite, eu sei que você quer.

- Já sei. – Gina disse, sorrindo. – Veja o que farei.

- Vai nessa, garota. – Gabi incentivou.

Gina olhou em volta e viu que havia um cara bonito a encarando. Então ela foi até ele e o puxou pra pista de dança num lugar que Draco a visse. A ruiva começou a dançar sensualmente na frente do cara. O loiro olhou espantado para Gina e Marie aproveitou o momento para colar o corpo de Draco ao seu.

Ao ver isso, Gina também colou no corpo do desconhecido. O próximo passo de Marie foi beijar Draco. Então Gina não hesitou em beijar o desconhecido.

A diferença foi que Draco afastou Marie rapidamente de si e Gina fez questão de que ele a visse aos beijos com o outro cara e por isso prolongou o beijo o máximo que pôde.

A ruiva olhou para o Malfoy e pôde dizer pela cara de poucos amigos que ele não havia gostado do que viu. Marie puxou Draco pra fora do salão e Gina dispensou o desconhecido e voltou para o balcão.

- Ele ficou com ciúmes. – Gabi afirmou.

- Eu não acho. – Gina respondeu.

- Você não viu a cara que ele fez?

- Vi, mas ele vai dormir com aquela oferecida.

- O meu palpite é que ele não vai conseguir fazer isso. – Gabi disse, misteriosamente.

- Como assim? Você sabe de algo que eu não sei?

- Não. – Gabi mentiu. – Apenas acho que não, intuição feminina.

- então você não pode afirmar nada. Eu vou embora, estou com dor-de-cabeça. – falou e foi embora antes que Gabi pudesse dizer outra coisa.

Ao chegar no quarto, dirigiu-se para a varanda e ficou observando a cidade-luz. A raiva entalada em sua garganta.

“Eu me arrumo toda e ele vai e fica com outra. Mas eu não me arrumei pra ele!”, Gina pensou, bufando.

Uns 15 minutos depois, Draco entrou no quarto:

- A Gabi me disse que você estaria aqui.

Gina virou-se e ele veio de aproximando.

- Ué? Você não vai dormir com aquela vagabunda oferecida? Ou será que já fez o serviço tão rápido assim? – ela perguntou, o fuzilando com o olhar.

- Do que é que você está falando, Virgínia? Só pra começar, eu nunca dormiria com uma trouxa, seria me rebaixar demais.

- E o que foi aquilo na pista de dança? – ela perguntou.

- Eu é que deveria perguntar! Você nem conhecia aquele cara e o beijou. – Draco rebateu. – Ficou se esfregando nele como uma puta.

- VOCÊ NÃO TEM O DIREITO DE FALAR ASSIM COMIGO!!!! A CULPA FOI SUA, MALFOY! EU ODEIO TUDO EM VOCÊ!!!!

- MINHA CULPA, WEASLEY? EU É QUE TENHO QUE FALAR QUE ODEIO TUDO EM VOCÊ!!!!

- Mas você não tem o que odiar em mim.

- Tenho sim, você é que não tem!!!!

- Quer ver como eu tenho? Eu odeio quanto você é arrogante.

- Eu odeio o seu gênio terrível!

- EU ODEIO COMO VOCÊ PODE LER MINHA MENTE!

- EU ODEIO QUANDO GRITA COMIGO!

- Eu odeio como você age friamente à tudo.

- Eu odeio o quanto você me perturba.

- Mas eu não te perturbo! Você é que não me deixa em paz!

- Está enganada! VOCÊ NÃO DEIXA EM PAZ OS MEUS PENSAMENTOS, OS MEUS SONHOS! VOCÊ NÃO DEIXA EM PAZ A MINHA VIDA E EU ODEIO ISSO!!!!!!

- Eu odeio quando você age como se fosse o dono do mundo, Draco. – ela falou na defensiva.

- Eu odeio me sentir mal depois de te magoar.

Gina respirou fundo:

- Eu odeio te ver com outras.

- Mas sabe o que eu mais odeio? É o jeito com que você me faz perder o autocontrole. – ele falou, enlaçando a cintura de Gina e levando seus lábios aos dela.

A ruiva tentou empurrá-lo para longe de si, mas foi impossível resistir. Então depois de um tempo lutando contra a própria vontade, ela relaxou e começou corresponder. Pouco tempo depois, ela descolou seus lábios dos dele e o loiro soltou um gemido de lamentação que fez a ruiva sorrir.

- Eu também odeio o jeito como você me faz perder o autocontrole, mas eu senti tanta falta disso. – ela disse, voltando a beijá-lo e os fogos da virada do ano começaram a estourar.

- Feliz... Ano... Novo. – Draco falou entre beijos.

- Pra você também. – ela falou, parando de beijá-lo novamente.

- Tantos intervalos assim entre beijos são uma tortura. – o loiro reclamou e ela riu. – Eu quero você, Virgínia. – ele sussurrou no ouvido dela a fazendo se arrepiar. – Só você.

Gina não respondeu, apenas voltou a beijá-lo. Quando Draco deu por si, sua gravata já estava jogada longe e Gina já estava desabotoando sua camisa. Ele, por sua vez, tirara o casaco de pele dela, enquanto desmanchava a trança do cabelo dela e empurrava a ruiva em direção da cama.

Quando Draco derrubou-a na cama, Gina já havia tirado as sandálias com mágica. O Malfoy mirou-a com um olhar apreciativo e então Gina puxou Draco para a cama e virou o jogo, ficando por cima dele:

- Será que a ruivinha finalmente vai me mostrar do que é capaz? – ele perguntou com um sorriso maroto.

Ela passou a mão pelo tórax dele, depois desceu para a barriga e começou a fazer cócegas nele:

- Não faz isso, Gina! Eu tenho cócegas. – ele falou rindo e ela parou.

A Weasley então começou a beijar o pescoço dele.

- Ah, Gina. Meu moranguinho... – ele gemeu.

A ruiva parou e o olhou nos olhos:

- Moranguinho? – perguntou, se segurando para não rir r viu Draco corar. – Eu vou entrar no Guinnes por conseguir fazer você corar.

- Ah, é por várias razões. Morango é uma fruta muito gostosa e me lembra você. – falou, afagando os cabelos ruivos e sedosos dela.

Gina pegou as duas mãos de Draco e depois as soltou dizendo:

- Aha! – falou com um sorriso. – Suas mãos estão bem quentes Sr. Fortaleza de Gelo.

- Você derreteu a minha fortaleza de gelo. Feliz com isso?

Gina afirmou com a cabeça e colou seus lábios nos dele em um beijo quente. Draco acariciava as pernas dela e quando quis subir as mãos por debaixo do vestido dela, Gina “acordou”.

“Malfoy. Galinha. Você. Virgem. Em cima dele. 1h. Jardim das Touleries”. Foram as palavras que apareceram em sua mente.

Ela parou de beijá-lo e saiu de cima dele e depois de cima da cama.

- O que aconteceu, Gina? – ele perguntou, confuso.

- Esqueceu onde temos que estar 1h da manhã?

- Ah, eu tinha esquecido.

“Maldição! Eu quase... quase consegui! Como é que vou esquecer ela se parece haver uma conspiração contra isso?”, ele pensou com frustração enquanto abotoava a camisa.

Draco colocou o paletó, a gravata e os sapatos. Gina colocou o casaco de pele, as sandálias e pegou o mapa.

- Você gostou do meu presente? – ele perguntou, enquanto se dirigiam para a entrada do hotel.

- É lindo esse conjunto, deve ter sido muito caro. Quando você comprou?

- Lembra aquele dia que eu saí e pedi que não me perguntasse onde fui e que saberia em breve?

- Sim, eu me lembro.

- Eu fui em uma joalheria e comprei pra você. Aí eu pedi pra te entregarem hoje à noite.

- Eu fiquei muito surpresa. Nunca pensei que me daria um presente, quanto mais jóias. Muito obrigada mesmo.

- Pelo visto você não ganhou muitos presentes de homens.

- Não presentes desse tipo. – ela assumiu.

- Ficou muito bem em você. – disse pra ela. – Ô taxista! – ele chamou e assoviou para que o motorista olhasse.

Os dois entraram no táxi e Draco pediu ao motorista que os levasse para o Jardim das Touleries.

Estavam sentados um do lado do outro e Gina olhava pala janela. De repente, a ruiva começou a sentir cócegas um pouco acima do joelho esquerdo.

- Pare, Draco! – ela disse, tirando dali os dedos dele que a acariciavam levemente.

O loiro deu um meio sorriso e enlaçou seus dedos nos dela.

- Pare com essas coisas, Draco. – falou, ficando corada.

- Eu adoro te fazer ficar vermelha. – ele justificou e soltou a mão dela.

- Isso não é justo! É golpe baixo, eu fico vermelha muito fácil. – a ruiva reclamou.

Logo chegaram ao local. Pediram para o motorista os esperar na saída e então saíram do táxi. Se posicionaram logo abaixo do Arco do Carrossel e olharam para o céu estrelado. Após algum tempo, Gina perguntou:

- Quanto tempo falta para 1h?

- Hum... 7 segundos. – Draco respondeu ao olhar em seu Rolex.

Os fogos ainda estouravam. Quando deu o horário, fogos brancos e vermelhos riscaram o céu em forma retangular, formando listras no céu azul estrelado.

- Tenho certeza que esse é o sinal. – Gina falou. – Mas não entendo o que significa.

- Eu acho que sei o que significa.

- Acha ou sabe?

- Quer dizer que o nosso próximo destino será os Estados Unidos da América.

- Mas onde? Aquele país é enorme!

- Não me pergunte, pois não tenho a mínima idéia.

- Pelo menos lá fala-se inglês.

- Abra o mapa para checar se eu acertei. – Draco pediu e Gina o fez.

- Sim, você acertou mesmo. Vamos embora?

- Claro. – Draco respondeu e os dois começaram a andar pra fora do Jardim das Touleries.

Andaram por uns 200 metros até chegarem no táxi. Fizeram o percurso de volta em silêncio.

Quando chegaram no quarto 207, Marie d’Alambert estava parada na porta:

- Preciso falar com você, Draco. – ela disse. – Em particular. – acrescentou, olhando sugestivamente para Gina.

A ruiva fechou a cara:

- Sem problemas. – disse com os dentes cerrados e um olhar fuzilante enquanto abria a porta pra entrar no quarto.

Ao entrar no quarto emburrada, ela percebeu que estava um tanto frio e por isso conjurou um aquecedor (igual a um que tinha visto na garagem de seu pai). Depois pegou algumas coisas e foi para o banheiro.

Quando saiu, Draco já se encontrava lá:

- Que temperatura agradável. – ele comentou com os olhos brilhando ao ver Gina em uma camisola de cetim branca, curta, decotada e semitransparente e com uma pantufa de coelho.

Gina demorou um pouco para perceber que o loiro estava apenas com uma samba-canção azul petróleo, mas demorou mais ainda para perceber o olhar faminto dele e para dar-se conta de que estava a apreciá-lo demasiado.

Finalmente caindo na real, ela perguntou indignada:

- O que há com você, Malfoy? Será que não tem um pijama para vestir? – e virou-se de costas para ele. – Componha-se, isso não é traje que se apresente. – falou, não percebendo que ele vinha se aproximando, sorrateiramente.

Draco abraçou-a pela cintura:

- Ora, Virgínia, estava apenas te poupando o trabalho de tirar as minhas roupas. – ele sussurrou sedutoramente.

Num átimo de segundo, o corpo dela arrepiou-se contra o dele ao mesmo tempo em que uma onda de calor surgida sabe-se de onde se estendia até o último fio de cabelo.

“Merlin, Merlin, Merlin!!! NÃO SE DEIXE LEVAR! VOCÊ AINDA ESTÁ BRAVA COM ELE, LEMBRA?”, ela pensou, se desvencilhando e virando-se de frente para ele.

- Não me toque! O que te faz achar que eu tiraria suas roupas? – perguntou aborrecida.

Ele riu brevemente antes de responder:

- O fato de que você parecia estar bem animada há um tempo atrás. Não queira se enganar, Virgínia, você quer ser minha.

- Você se vangloria demais, Malfoy! Comigo isso não cola. Por que é que você não vai contar vantagem pra aquela loira aguada?

- Ah! Então é por isso que está brava, mas não é nada disso que está pensando. Eu posso explicar...

A ruiva o cortou:

- Você não me deve satisfações! Apenas não me toque.

“Ela está certa. Mas por que estão eu me sinto compelido a dá-las?”

- Sei que não devo, mas gostaria que soubesse que...

- Não me venha com desculpas esfarrapadas! ESTOU CANSADA DELAS!!!!

Draco segurou-a firme pelos dois braços:

- Apenas me escute, o.k? Aquela recepcionista, a Marie, estava sob efeito da Maldição Imperius! Você não percebeu o jeito maquinal e sem emoção com que ela falava e os olhos vagos e vazios?

- Não minta! Eu acabei de vê-la e ela parecia normal.

- Sim, agora ela estava porque eu tirei a maldição dela. Mas na hora do baile de ano novo ela estava diferente sim.

- Está falando sério?

- Hum-hum. – ele afirmou.

- Quem que você acha que pode ter sido?

- Não sei. Antes de livrá-la da maldição, eu fiz um feitiço veritas para que ela me confessasse tudo. O que consegui ficar sabendo foi que a mandaram me seduzir e arrancar informações detalhadas do que eu andava fazendo. Não consegui fazê-la falar quem era o mandante, ele deve ter lançado um feitiço forte de memória. Aí eu fiz outro feitiço de memória para fazê-la esquecer do que havia sido mandada fazer e disse a ela que tinha desmaiado e eu a encontrara.

- Acho que o seu feitiço não foi tão bom. O que é que ela estava querendo a sós com você?

- Agradecer-me por tê-la acudido na hora do desmaio.

- E precisava ser a sós?

- A verdadeira Marie é tímida. Agora que te contei tudo, não mereço que peça desculpas por ter duvidado de mim?

- Certo. Desculpe-me por isso, então.

- Isso não é o suficiente para que eu a desculpe. – Draco disse e puxou Gina para um beijo.

Ela correspondeu com afinco e colocou seus braços envolta do pescoço de Draco, passando as mãos pelos cabelos dele enquanto o puxava contra si. O loiro enlaçou-a pela cintura e ainda assim, Gina conseguia sentir o calor das mãos dele.

- Agora que já estou desculpada, boa noite, Draco. – falou depois de quebrar o beijo. – Dá pra me soltar?

- Boa noite? Pare de se fazer de difícil, Gina!

- Mas eu sou difícil!

- A isso te dou razão e como...

- Estou com sono e quero dormir. – falou, tentando se soltar, mas ele a segurava firme.

- Temos coisas melhores a fazer do que dormir. – disse e começou a beijar o pescoço dela enquanto ia andando em direção da cama.

Quando Gina caiu de costas na cama percebeu o olhar de “fome” que Draco tinha um segundo antes dele “cair” por cima dela, a beijando enquanto tentava boliná-la. Gina então o empurrou pra longe de si:

- Pare, Draco! Eu não quero!

Ele pareceu chocado, nunca tinha ouvido isso de uma mulher.

- Como assim não quer? Do que é que você tem medo, Virgínia?

A ruiva enrubesceu e olhou para baixo. Isso fez Draco sacar tudo no mesmo instante.

- Não vá me dizer que faz jus ao seu nome, quero dizer, você realmente é...

Gina o interrompeu:

- Eu sou virgem sim. O que é que você tem contra? – falou, ainda sem olhá-lo.

- Não tenho nada contra. Mas é que não consigo acreditar que você e o Potter nunca...

- Nunca. – respondeu, dessa vez o encarando.

- O Potter é um frouxo mesmo. Todo mundo sabia que você era vidrada nele e ainda assim o incompetente não conseguiu nada.

- Agora vai me deixar em paz?

- Gina, não precisa ter medo. Você vai adorar me ter como professor. – falou, afagando os cabelos dela.

- Sem ofensas, mas eu dispenso esse ripo de aula.

- Me dá uma chance pra te convencer de que estou certo. – ele pediu pra ela.

Como Gina nada respondeu, ele entendeu como um sim e juntou seus lábios aos dela em beijos suaves. Então a língua dele pediu passagem e ela consentiu entreabrindo a boca.

“Oh, Merlin! O que estou fazendo? O que estou fazendo?”, o cérebro dela gritava, enquanto ele se deitava sobre ela.

De repente, ela se viu abraçada ao corpo dele como se sua vida dependesse disso, mas travou ao senti-lo erguer sua camisola e beijar-lhe a barriga.

- Não dá, Draco, eu não consigo. – disse, olhando séria para o teto. – Não consigo, fico pensando que amanhã outra pode estar no meu lugar. – explicou, enquanto puxava a camisola de volta no lugar.

- Bom, não posso te forçar á nada, não é mesmo? Apenas quero que pense sobre isso, o.k?

- Vou pensar. – Gina prometeu.

Draco pegou as mãos de Gina e puxou-as para que ela ficasse sentada de frente pra ela e então a beijou com desejo.

- Eu sei que vai. Boa noite, Gina, a virgem. – falou, pegando um travesseiro e deitando no sentido oposto ao dela.

- Não me sacaneie, Draco! – ela reclamou. – Tenha uma boa noite também.

- Não tão boa quanto eu gostaria...

- Cala a boca, seu pervertido! – foi a última coisa que ela disse entes de sentir as pálpebras fecharem e o sono chegar.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.