Capítulo VI
Conforme dirigia de volta para a pousada Hogwarts, tendo a sensual Lily Evans sentada a seu lado, James tentava controlar seus impulsos mais primitivos. Era necessário um esforço hercúleo para não sucumbir à vontade de fazer amor com ela, ali, no banco do carro mesmo!
“Se fosse esperto teria me precavido desde o principio, quando descobri que era uma bailarina especializada em dança do ventre!”, recriminou-se aturdido. O que mais o transtornava era o fato de que, embora ao conhecê-la pressentisse o perigo que Lily representava para sua paz de espírito, não tivesse feito nada para evitá-la. Alias, pior ainda, feito um garoto inexperiente, insistira em levar adiante a farsa de que eram marido e mulher. “Que besteira eu fiz, meu Deus!”, pensou curvando os lábios num trajeto irônico.
No entanto, por mais que estivesse acostumado a ser pratico e eficiente, no fundo de sua alma James tinha consciência de que, quando o assunto era Lily Evans, nunca conseguira agir e pensar como um ser racional. Em diversas ocasiões, desde que Slug os apresentara, sentira-se um completo idiota pois, com um simples sorriso, ela era capaz de desarmar todas as suas estratégias lógicas.
Talvez por esse motivo vinha tendo dificuldades em ter um relacionamento convencional com Lily. Ou será que haveria outros detalhes que também escapavam à sua percepção!?
James teve medo de procurar respostas para as próprias duvidas.
- Acho que, em vez de me reunir aos outros no restaurante, vou preferir tomar um banho de espumas e depois pedir meu jantar no quarto – Lily anunciou, tirando-o do momento de reflexão. – A agitação do dia, somada a noite mal-dormida no sofá foram um pouco demais para mim – completou, lançando um olhar significativo em direção à James – Mas, por favor, não deixe que isto o atrapalhe. Deve descer para o restaurante e se divertir com os outros. Se questionarem minha ausência, pode usar a desculpa usual: minha mulher esta com um terrível dor de cabeça.
- Ora, não seja tão simplista e previsível, minha cara! – James a repreendeu, ao mesmo tempo em que saía da estrada principal e conduzia o veiculo para o estacionamento defronte à pousada. – Caso eu desça sozinho para o jantar, ninguém acreditará numa desculpa esfarrapada como a que acaba de sugerir. O que só nos deixa uma alternativa: vou ficar com você na suíte e pedir que sirvam nosso jantar ali mesmo.
- Faça como preferir, então! – ela respondeu dando de ombros, antes de sair do carro e começar a entrar na pousada.
Sem outra escolha, James a acompanhou até o hall da recepção.
- Oh, Sr. E Sra. Potter, estou preocupada com minha Marlene – interceptou-os Ellen McKinnon. – Saiu de manhã com as senhoras e ainda não chegou! Por acaso estiveram com minha sobrinha?
- Não se preocupe, Sra. McKinnon – James tranqüilizou a gerente da pousada. Nos lábios carnudos insinuou-se o mais charmoso dos risos masculinos. – Marlene logo estará aqui. Passeamos juntos por Carmel, mas as senhoras quiseram fazer uma parada naquele magazine que fica na saída da cidade, por isto, Lily e eu viemos na frente.
Lily o viu conversar com a mulher mais velha e, pela enésima vez, se surpreendeu com as muitas facetas que James exibia: em certas ocasiões ele parecia duro, quase rude, em outras, demonstrava uma gentileza típica de quem tem sensibilidade apurada.
- Se me dão licença, vou subir porque estou precisando urgentemente de um banho – Lily interrompeu a conversa, sentindo-se subitamente confusa com o rumo de suas emoções.
- Certo, querida, nos vemos depois. Tenho mesmo de checar com Arthur se tudo correu bem durante nossa ausência.
Com um leve menear de cabeça, Lily correu para as escadas que levavam ao andar superior e se refugiou no quarto. Era como se, ao escapar dos olhos castanho-esverdeados de James Potter, pudesse se libertar das sensações eletrizantes que ele produzia em seu corpo.
Dando um longo suspiro, foi até o banheiro e tirou o tênis que usava. Estava precisando relaxar e o único recurso de que dispunha para conseguir isto era fazendo alguns exercícios. Desta maneira, começou a desabotoar a camisa branca que usava, sem nem sequer ter consciência de que a porta do aposento se encontrava aberta e que, por conseguinte, quem estivesse no quarto conjugado poderia avistá-la através do imenso espelho que recobria a parede azulejada do cômodo de banho.
E foi exatamente o que James fez. Tão logo entrou na suíte, ouviu o som da água enchendo a banheira e deu alguns passos em direção ao centro do quarto, num gesto quase instintivo. Estava junto da enorme cama de casal no instante em que divisou o reflexo de Lily no espelho.
Ela vestia apenas uma calcinha e sutiã de renda branca, o que revelava não só as curvas sensuais e femininas, como também o tom alvo da pele acetinada.
James aspirou um grande golfada de ar e tentou exalá-la normalmente. No entanto, não foi capaz de fazê-lo. Seu coração traiçoeiro passou a bater num ritmo alucinado e o sangue ferveu-lhe nas veias. Era a sensação mais enlouquecedora que já tinha experimentado! Precisava fazer amor com aquela mulher!
De repente, deu-se conta de que Lily movimentava os quadris para frente e para trás, num gesto insinuante... ou pior... despudoramente sensual.
Ele engoliu em seco. Seus lábios se entreabriram e o simples gesto revelava-lhe a pretensão de sentir o gosto da boca voluptuosa de Lily Evans...
Mas tal possibilidade era utópica, afinal, alheia a sua presença, Lily continuava a movimentar-se languidamente. Agora os braços femininos estavam erguidos e as mãos gesticulavam uma espécie de semicírculos no ar. Céus!... Ela estava dançando!, reconheceu perplexo.
James levou alguns segundos para concatenar as idéias. Então, num relance de bom senso, deu-se conta de que, na verdade, Lily estava praticando os exercícios característicos da dança do ventre! Bastava olhar para o brilho que havia nos olhos verde-esmeralda e para a expressão que pairava no rosto de contornos delicados para saber que ela exalava a sensualidade típica da dança árabe.
- Não posso ficar aqui parado! – Disse baixinho para si mesmo, antes de voltar para a ante-sala da suíte. – Que loucura, meu Deus! Que loucura! – repetiu consigo mesmo, enquanto, com as mãos tremulas, abriu o frigobar e procurou uma bebida que pudesse acalmar-lhe.
A visão de Lily seminua, somada aos gestos eróticos da dança haviam-no deixado terrivelmente excitado. Era preciso uma dose extra de esforço para recompor. James não sabia se seria capaz de demonstrar naturalidade. Não quando tudo o que desejava era tomá-la nos braços e amá-la naquela cama imensa e convidativa.
- Oh, Lily, você vai me deixar maluco! – gemeu, levando um pouco de gim-tônica aos lábios e sorvendo o liquido de uma só vez.
Foi preciso mais de vinte minutos para que James finalmente se tornasse senhor de seus atos. Assim, esperou até sentir-se apto a conversar com Lily sem demonstrar o que lhe ia na alma, depois seguiu até a porta que separava o quarto da saleta e anunciou:
- Lily, já cheguei. Vou pedir que nos sirvam o jantar. O que deseja comer?
- Ah, pode mandar trazer camarão gratinado, arroz e uma salada verde, por favor? – gritou ela. – E, para beber, um pouco de soda limonada.
- Ok, madame, você é quem manda! – James respondeu, antes de pegar o telefone e ligar para o serviço de quarto. Só agora lhe ocorria que estava faminto e que precisava de um jantar substancioso. Por isto, para acompanhar Lily no jantar, preferiu uma suculenta lasanha e não resistiu à tentação de solicitar uma enorme torta de limão, com cobertura de chantilly, como sobremesa. Afinal, desde que não fosse chocolate, Lily não poderia reclamar por vê-lo degustar seu doce predileto. Lembrava-se do ar reprovador dela, no dia em que comera o bolo de chocolate em seu escritório...
- Já fez o pedido? – soou a voz melodiosa, tirando-o de seus devaneios.
- Sim – James respondeu, colocando o fone no gancho e voltando-se para apreciá-la, conforme ela entrava na saleta.
Lily vestia um robe longo, num tom de uva que só fazia acentuar-lhe o verde dos olhos e o rosado da boca. Os cabelos acobreados tinham sido lavados e caiam úmidos até a altura do ombro, compondo uma imagem mais adorável do que se poderia esperar de uma mulher que acabava de sair do banho, e que, portanto, não usava nenhuma maquiagem.
“E o que esperava, afinal!? Lily é do tipo bonita por natureza, não precisa de subterfúgios!”, repreendeu-se ele, seguindo até o bar para servir-se de mais uma dose de gim.
- Quanto tempo vai demorar até que nos tragam a comida? – inquiriu Lily, sentando-se no sofá e cruzando as pernas de modo a deixar os tornozelos grossos à mostra. – Estou faminta!
Bem, James também estava faminto, mas, com toda certeza, sua urgência maior não era atender aos apelos do estomago e sim aos da sexualidade!
- Uns vinte minutos. Vou tomar um banho enquanto isto – anunciou com certo nervosismo. Dando as costas a ela, rumou para o chuveiro na esperança de que um banho frio lhe restituísse o bom senso.
- Quer um pedaço de torta de limão? – ofereceu James, notando que Lily olhava embevecida para a enorme fatia de torta que ele comia.
- Oh, depois deste jantar maravilhoso pensei que não pudesse comer mais nada. – Lily deu um risinho divertido. – Mas, acho que mudei de idéia, a torta parece deliciosa!
- E está! – assegurou-lhe, levando mais uma porção da sobremesa à boca carnuda. – Esqueça esta bobagem de dieta e sirva-se de um pedaço! Como disse a Sra. Weasley, você tem um corpo perfeito. Não precisa se preocupar com uns quilinhos a mais! – permitiu-se repreende-la, conjecturando que ele, mais do que Molly, poderia falar do corpo de Lily com propriedade, afinal, a vira quase nua...
- Obrigada – agradeceu, sem jeito, antes de servir-se da sobremesa que James lhe oferecia. Contudo, não conseguiu deixar de pensar nas palavras elogiosas que acabava de ouvir. Então James a considerava atraente!? Céus, também o considerava um dos homens mais desejáveis que já conhecera!, admitiu. Sempre que o via, como agora, vestindo o shorts do pijama curto e com as pernas à mostra, sentia o sangue correr mais rápido nas veias e se perguntava como seria ter as coxas musculosas entrelaçadas a suas!
- Algum problema Lily? – James quis saber, assim que um intenso rubor tingiu as faces alvas e delicadas.
- Oh, não, nenhum! – mentiu, terminando a sobremesa e tomando um longo gole da soda que pedira. Como poderia admitir a verdade diante do próprio James!?, questionou-se aflita.
- Bem, agora que já saciamos nossas necessidades básicas, por que não vamos direto a grande decisão da noite? – A ironia que permeava a pergunta dele era mais do que evidente.
- E que decisão é esta, posso saber? – Lily inquiriu, franzindo o cenho.
- Elementar, meu caro Watson – ele gracejou, antes de elucidar. – Precisamos resolver qual dos dois irá dormir naquela cama maravilhosa, e, por outro lado, quem ficará com o sofá – concluiu, com uma pequena careta.
- Está querendo insinuar que corro o risco de passar outra noite no sofá!? Não posso acreditar no que ouço! O que houve com os cavalheiros abnegados, que davam a própria vida para garantir o bem estar de uma dama!? – replicou, revirando os olhos nem gesto teatral.
- Lamento informar, mas creio que todos estes cavalheiros se extinguiram junto com a corte do rei Arthur – tornou James, bem-humorado. – Por outro lado, cá entre nós, minha cara, há de convir que você tem o tamanho ideal para dormir neste sofá. – “E também para acomodar-se em meus braços!”, o pensamento traiçoeiro voltou a torturá-lo. – E então, o que me diz!?
- Que está brincando comigo! Esta historia de que sou pequena e me acomodo melhor não é verdadeira. Se quer saber, dormir aqui, na noite passada, foi um terror para mim! Pode usar outra tática porque esta não me convenceu!
- Certo, proponho então que disputemos a cama de uma maneira mais civilizada – James a desafiou.
Lily estreitou os olhos, fitando-o cheia de desconfiança.
- O que está se passando em sua cabeça perversa, Sr. James Potter? – interrogou com uma nota de ironia a permear-lhe a voz.
- Mmm... estive pensando naqueles jogos que comprou para presentear seus sobrinhos – James respondeu, olhando para um dos cantos da suíte, onde repousavam duas enormes sacolas de compras.
Por um instante, Lily não compreendeu a sugestão, então, de repente, lembrou-se de que, durante a tarde que passara em Carmel, comprara alguns jogos para presentear os sobrinhos no natal que se aproximava.
- Seja mais claro, James! – exigiu. – Vamos, o que tem em mente?
- Simples, podemos jogar e o vencedor ficará com a cama, enquanto o perdedor... ah, você sabe, passará uma noite agradável neste sofá – completou, sorrindo zombeteiro.
- Concordo – Lily anuiu, seguindo até onde estavam os brinquedos e trazendo-os até a mesa. – Escolha suas armas, sir! – disse, espalhando várias caixas sobre a mesa.
- Que tal este aqui de detetive? – James sugeriu, pegando uma das caixas.
- Ah não, seria covardia! Sua profissão é descobrir pistas e eu estaria em desvantagens. Além de que, demoraria muito para terminar e quero ir cedo para cama.
James considerou sua oponente por um momento e pôde jurar que Lily desejava algo mais do que simplesmente ir para a cama.
Ele também tinha desejos secretos para aquela noite. Em seu intimo, queria levá-la para a imensa cama da suíte e tomá-la nos braços como se fossem, de fato, um casal em lua-de-mel. Ansiava por mergulhar no verde-esmeralda daqueles olhos sagazes e beber o vinho do prazer nos lábios de contornos rosados. Por fim, quando seus corpos tivessem saciado a sede que os consumia, poderiam adormecer nos braços um do outro e esperar até que um novo dia rompesse no horizonte cor-de-rosa, que envolvia a pousada Hogwarts.
- E então, está com medo? – Lily o desafiou, interpretando erroneamente o silencio dele.
- Se me conhecesse melhor, Lily, saberia que disputas não me assustam nem um pouco. Sou um excelente jogador!
- Neste caso, desafio-o a me vencer numa partida de War, senhor grande campeão. De tanto jogar com meus sobrinhos, me tornei quase uma expert neste jogo – contou, simulando um sorriso.
- Desafio aceito, Darling James assentiu, também sorrindo. Na verdade, tinha o forte pressentimento de que Lily escolhera o tal jogo de propósito. Não era só uma questão de decidirem quem dormiria na cama, mais sim, quem sairia vitorioso da guerra particular que travavam. Afinal, War significava justamente isto: guerra!
Compenetrados, eles se entregaram ao jogo. Meia hora depois, James era o campeão invicto.
- Bem, dou a Mao a palmatória – Lily capitulou, empurrando as cartas para longe e fazendo uma pequena careta. – Pode ficar com a cama, Sr. Potter, vou dormir aqui no sofá. Agora, se permitir, gostaria de me trocar no banheiro, antes de ter de iniciar o meu suplicio.
- Claro, damas primeiro, Darling – James caçoou, levantando-se da cadeira e curvando-se com deferência diante de Lily, que rumava para o quarto conjugado.
Sozinho na ante-sala, James colocou os jogos de volta nas sacolas e foi até o aparelho de televisão, mudando de um canal para o outro, a procura de algo interessante para distraí-lo.
- Estou pronta, o banheiro é todo seu – Lily anunciou, minutos depois.
Ao voltar-se para encará-la, ele não foi capaz de suprimir o riso. Lily parecia mesmo um soldado disposto a vencer uma guerra. Em vez do robe que usara durante o jantar, ela agora vestia um agasalho azul-marinho, como se o traje pudesse protegê-la de alguma forma.
- Planeja virar um assado irlandês esta noite, Srta. Evans? – questionou-a em tom de pilheria. – Se quer minha opinião, o robe estava muito mais apropriado à temperatura e, com toda certeza, mais feminino.
- Mas eu não quero a sua opinião, Sr. Potter. Além de que, o que esperava que eu vestisse para vestir neste sofá? Um négligé da Vitoria’s Secret?
- Até que não seria má idéia!
- Sem chance! – exclamou, colocando lençol e travesseiros sobre o sofá, antes de voltar-se para James com ar de quem está enfadada. – Boa noite e, por favor, apague a luz ao sair.
- Puxa, isto é o que chamo de dispensada estratégica! – James riu e, dando de ombros, fez o que fora pedido.
No entanto, em vez de deitar-se na cama e se preparar para dormir, ele recostou-se contra os travesseiros e olhou para o relógio que trazia no pulso esquerdo.
Sim, tinha certeza de que Lily iria tentar escapulir. Não dava mais que uma hora para a bela Srta. Evans julgasse que já era seguro sair da suíte e rumar para o quarto de Sirius Black! Naqueles dois dias em que estavam juntos, começara a perceber como funcionava o raciocínio de Lily.
E James estava certíssimo em sua suposição. Exatamente uma hora e cinco minutos depois, escutou-a movimentando-se pela ante-sala e em seguida fechando a porta atrás de si, saía para o corredor.
- Muito previsível esta visita a seu outro marido, minha querida Lily – murmurou ele, levantando-se e começando a vestir o agasalho que deixara preparado para tal ocasião. – Só não consigo compreender por que você insiste em procurar Black, quando é evidente que o rapaz está interessado em Marlene – falou consigo mesmo. – Além de que, não a vi demonstrar o menor ciúme do relacionamento dos dois pombinhos, Darling. A menos que...
Deixou a sentença no ar, temendo estar devaneando com uma possibilidade utópica demais. Contudo, em seu intimo, James concluiu o raciocínio: a menos que Lily tivesse fugindo porque temia ficar a sós com ele na suíte...
A idéia era fascinante e o fazia sentir-se nas nuvens. Poucos eram capazes de lidar com uma atração irresistível como a que permeava o relacionamento entre eles. De uma hora para outra, ficava muito claro para James que, embora quisesse negar, Lily sentia-se tão atraída quanto ele.
- Isto é um bom sinal – sorriu consigo mesmo, antes de começar a sair do quarto, indo em busca de sua esposa fujona. – Esta noite Black não vai ter o prazer de sua companhia, minha feiticeira irlandesa. Vou cuidar de mantê-la sob rédeas curtas...
Conforme contornava o prédio da pousada, tentando chegar até o chalé de Sirius sem ser vista, Lily percebeu que o tempo estava pior do que imaginara.
Um vento forte açoitava-lhe o rosto, ao passo que macabros clarões de luz iluminavam o céu, assustadoramente escuro. Para piorar ainda mais as coisas, a nevoa característica das regiões costeiras cobria quase todo o terreno e ela tinha dificuldade em enxergar.
Um cachorro latiu a distancia, depois outro e, por fim, ouviram-se vários latidos ao mesmo tempo.
- Inferno! Tenho de me apressar! – pensou ela, pouco antes de os grossos pingos de chuva começarem a cair sobre aquele pedaço de terra incrustado no litoral da Califórnia.
O ruído dos trovoes tornavam-se cada vez mais intenso e perturbador. Entre um relâmpago e outro, Lily era capaz de divisar o mar açoitando violentamente as rochas que compunham o imenso rochedo, no lado oeste de Hogwarts.
De repente, o pânico se apossou dela. Se não fosse mordida pelos cães poderia ser atingida pelos raios que começavam a cair, e tal percepção a fez correr em disparada para a cabana de Sirius.
De novo as luzes estavam apagadas, e Lily se perguntou se Sirius estaria no quarto de Marlene.
- Oh, não! De novo não! – gemeu ao constatar que a primeira suposição fora acertada. Desalentada, começou a trilhar o caminho de volta a pousada. Parecia até um carma, vir até ali e ter que retornar no meio da noite, feito um cãozinho abandonado pelo dono.
Mas o que esperava, afinal!?, questionou-a seu bom senso. Certamente depois do que acontecera naquela tarde, com James insistindo em tratá-la como a esposa amada e idolatrada, Black chegara à conclusão de que haviam se acertado e que, portanto, não precisaria mais de seus serviços.
- Inferno! – exclamou, quando o pensamento lhe cruzou a mente. No instante seguinte, um ruidoso trovão se fez ouvir, ao mesmo tempo em que o galho de uma das arvores próximas ao chalé era arrancado pela força dos ventos. – Deus me ajude! – rezou, colocando os braços em torno dos próprios ombros e tentando conter os tremores que a sacudiam.
- Algum problema, minha querida esposa!? – trovejou uma conhecida voz, vinda das costas de Lily.
Lentamente ela se voltou.
“Oh não, que azar!”, pensou amargurada.
James estava ali a observá-la com aquele misto de escárnio e zombaria que tanto a irritavam. Contudo, seu medo de tempestades era muito maior do que o temor de não resistir aos apelos de seu coração, por isto, atirou-se nos braços musculosos como se fosse um naufrago que se agarra a sua única chance de salvação.
- Puxa, que repentina demonstração de afeto, Darling. Nunca pensei que isto fosse acontecer! – ironizou ele, antes de pegá-la no colo e sair em disparada em direção ao prédio principal da pousada, porque a chuva agora era torrencial.
Lily estava meio zonza com o inusitado dos acontecimentos. Contudo, podia ouvir as batidas aceleradas de um coração. A única coisa que não era capaz de discernir era se o som vinha do peito de James, do seu, ou... de ambos.
N/A: Hum... belo final de cap esse, néh?
Então já vão imaginando como vai ser o próximo...XDD
Bjusss téh mais....
Vanessa realmente esse livro é de 1995 sim... mais a data não influência em nada na história... e eu já uma fic sua sim... a Até que em fim vc é minha... e já to super anciosa pela continuação... na primeira eu num comentei mais pode deixa q na continuação eu vou comentar sim... na verdade eu já até já comentei lah na continuação...
Almofadinhas Marota Potter: Q bom q vc tah gostando da fic... tah aii o cap, mais eu acho q só vai te deixa mais curiosa...rsrs e vai ter NC sim, mais vai ser levinha nada mto explicito... ;P
Rєвєcca Malfoy: Q Bom q vc gostou... volta sim pra ler... é realmente ninguém merece provas, eu ainda não sei pra q elas existem... ¬¬’
Dá uma passada lá pra conferir
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Já tem mais de 200 Fic’s indicadas lá
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