Capítulo XII
Capítulo XII
Decidida a não perder um só minuto em sua busca pela felicidade, Lily se pôs em ação. Iria esclarecer o caso de espionagem industrial, pois só assim poderia viver o romance com James sem interferência de problemas profissionais.
- Não acha que seria sensato darmos uma olhada nos quartos do pessoal da equipe da Zonk’s? – sugeriu, esperando que James concordasse com a idéia de pronto.
- E como você propõe que façamos esta investigação? – ele inquiriu, fitando-a com um brilho divertido no olhar.
- Bem, imaginei que poderíamos aproveitar a hora que todos estivessem jantando no restaurante da pousada para, sorrateiramente, revistarmos as acomodações de nossos colegas de trabalho – anunciou com ar maroto.
- Não sei, não. De imediato pode parecer uma boa idéia – James raciocinou – mas ainda é muito arriscado. Nunca se sabe quando alguém decide retornar ao quarto antes da hora. Alem disso, teríamos de revistar cinco suítes num curto intervalo de tempo. Não seriamos capazes de fazer isto em uma única noite!
- Visto por este ângulo, você tem razão. – Lily franziu o cenho e voltou a avaliar o bloquinho de notas que trazia nas mãos. – Talvez devêssemos refazer a lista, apontando os dois suspeitos mais prováveis, e só então iniciarmos a caça ao criminoso. Enquanto estivermos ocupados com a nossa... hã, digamos, averiguação, poderíamos pedir a Sirius que nos desse cobertura.
- Não acredito que seja uma boa idéia envolvê-lo – James hesitou. Seu lema sempre fora trabalhar em silencio e com poucos auxiliares, e bem lá no fundo de sua alma ainda tinha um certo ciúme do jovem ator.
- Receio que Sirius já esteja envolvido, James – Lily confessou, relatando brevemente que contara parte da história a Sirius, no dia em que haviam chegado à Hogwarts. – Pense bem, vamos precisar de ajuda e, como tenho certeza de Sirius não tenha nada a ver com a violação do cofre, acredito que ele seja a escolha mais lógica.
- Detesto admitir que está com a razão – respondeu James, esboçando um breve sorriso. – Pode pedir a ajuda do Black, se quiser. Agora, vamos ao que interessa: em sua opinião, quem devemos investigar primeiro?
Lily mordeu o lábio inferior, antes de responder:
- Ed Mason ou Richard Lowe. Alias, podemos aproveitar e começar a investigação agora mesmo, afinal, o jantar está prestes a ser servido.
James hesitou. Na verdade, embora quisesse descobrir o culpado o quanto antes, tinha outros planos para aquela noite.
- Lily... – começou a dizer cauteloso – não acha que nosso plano pode esperar até amanhã para ser colocado em pratica?
- Amanhã!? – ela repetiu, obviamente contraria a sugestão. – Por que amanhã se...
- Psiu! – James a silenciou, puxando-a para si e colocando o dedo indicador sobre os lábios voluptuosos. – Lembre-se de que ainda precisamos pedir a colaboração de Sirius e... também concluir o que começamos no Aquário de Monterey – gracejou, beijando-a no lóbulo da orelha.
- Não estou entendendo. O que começamos em Monterey? – quis saber, aturdida.
- Ora, fizemos as pazes, mas não como se deve – brincou ele, surpreendendo-a ao tomá-la nos braços, para em seguida carregá-la até a cama.
- Pensando melhor, talvez encontrar o culpado esta noite não seja mesmo muito importante – Lily murmurou, enlaçando-o pelo pescoço e deixando que James lhe mostrasse o que o prazer era uma sensação que podia ser conquistada passo a passo...
- Precisamos parar com isto! E nosso profissionalismo, onde fica!? – resmungou Lily, uma hora mais tarde, ao abrir o guarda-roupa para pegar o robe cor-de-uva. – Se continuarmos neste ritmo, nunca chegaremos ao verdadeiro espião.
- Claro que chegaremos! – James a contradisse, sorrindo de maneira charmosa. Era engraçado, mas após ter feito amor com Lily, tinha a nítida sensação de que nada no mundo poderia separá-los. A cumplicidade e o bom humor que passara a permear o relacionamento deles estava servindo como uma espécie de amálgama, que os unia com perfeição absoluta.
- Não estou convencida do fato, veja só como passamos as ultimas duas horas!? – retrucou, colocando as mãos na cintura, como faz uma criança teimosa quando está a desafiar os pais.
- Vamos, Darling, não precisa ficar tão preocupada – James a tranqüilizou. – S e quisermos, podemos começar nossa investigação agora mesmo – argumentou, olhando de relance para o relógio que trazia no pulso.
- O que você tem em mente, James Potter? – Lily perguntou com olhos brilhantes. Era obvio que a personalidade de bancar a detetive a excitava.
- Nada de especial. Só pensei que, talvez, pudéssemos sair e checar o que o pessoal da equipe costuma fazer após o jantar – esclareceu, piscando para ela de maneira sensual.
- Que idéia fantástica, James! – entusiasmou-se Lily, correndo para beijá-lo no rosto. – Eu vou atrás de Ed Mason enquanto você observa Richard Lowe.
- Ei, não era bem isto que eu tinha em mente! – James reclamou, embora soubesse que Lily faria ouvidos moucos a seus protestos.
- Lamento, Sr. Potter, porem, não há mais como voltar atrás – manifestou-se Lily, abrindo os lábios num sorriso divertido.
- Está certo, reconheço a derrota quando a vejo de tão perto – atalhou, fazendo uma pequena careta. – Agora, enquanto você se arruma, acho que vou dar uma boa olhada no jornal do dia – disse, já caminhando para a saleta a fim de concretizar sua intenção.
- Se não estou enganada, ainda teremos uma hora e meia antes de todos terminarem o jantar. Vou aproveitar para tomar um banho relaxante.
- Quer ajuda? – James ofereceu, encarando-a com expressão sensual.
- De jeito nenhum! – Lily recusou com veemência. – Por hoje já basta. Como bom detetive deveria saber que primeiro lugar o dever, e, por ultimo, o prazer – dizendo isto, desapareceu no interior do banheiro da suíte.
James sorriu, estava descobrindo que por trás do gênio combativo, Lily ocultava um bom humor contagiante. Pensando no assunto, abriu o jornal e conferiu as informações do caderno de economia. Uma rápida olhada nos indicadores de investimentos o fez respirar aliviado.
Não havia nenhuma alta ou baixa significativa no preço das ações da Zonk’s. Se tal fato tivesse acontecido à espionagem industrial poderia ser considerado um fato concreto. Afinal, caso os projetos da empresa para aquele ano tivessem caído no conhecimento dos empresários do setor, certamente estes tentariam vender as ações para evitar prejuízos do ano vindouro.
“Bem, dos males o menor!”, conjecturou James, dobrando o jornal e preparando-se para agir, tendo uma Mata Hari irlandesa como assistente. Ou será que estava enganado quanto à ordem dos fatores!? Seria ele o detetive auxiliar e Lily a chefe da operação!?, empertigou-se todo.
- Acalme-se, James Potter – disse a si mesmo – afinal, a ordem dos fatores não altera os produtos. No entanto, James não tinha tanta convicção de que a regra matemática se aplicasse ao caso em questão. Por este motivo, meia hora depois, quando ele e Lily saíram para o corredor da pousada em busca de pistas, ainda não sabia quem estava no comendo da operação.
Com uma pequena lanterna nas mãos, Lily seguia pelo caminho que conduzia aos fundos de Hogwarts. Tinha acabado de ver Ed Mason serpenteado pela mesma trilha e, enquanto James cuidava de observar Lowe, ela saíra no encalço do marido de Cinthia.
Na verdade, havia alguma coisa na figura de Edward Mason que a deixava enjoada. E não era apenas a maneira sórdida como ele tratava a esposa que a aborrecia. Desde o dia em que o conhecera, pressentira que Ed era o tipo de homem mesquinho e egocêntrico, que só preocupava com o próprio umbigo. James lhe contara que, além do fato de ser um terrível mulherengo, o marido da desenhista da Zonk’s também era um dos desempregados permanentes do estado da Califórnia. Sem sombra de duvida, tal situação lhe deixava tempo de sobra para correr atrás de problemas e, claro, de mulheres.
Desgostosa, Lily se perguntou por que, diabos, uma mulher bonita e inteligente como Cinthia Mason ficava atrelada a um casamento destrutivo como aquele? Poderia ser amor?, arriscou, mas não foi capaz de responder à própria questão. Assim, dando um longo suspiro, voltou à realidade e escondeu-se atrás de uma arvore, a fim de não ser vista por Ed, que ia alguns passos a sua frente.
Não demorou muito para perceber que o Antonio Bandeiras falsificado, como James teimava em chamá-lo, se dirigia para o gracioso quiosque que havia atrás do chalé ocupado por Sirius Black.
A área era reduto dos casais apaixonados, entretanto, àquela hora da noite não havia ninguém por ali. Em seu intimo, Lily se perguntou se Ed teria marcado encontro com algum outro espião, para passar as informações que conseguira.
Sentindo um enorme frisson dominá-la, procurou ficar o mais próximo possível da cena do crime. Para tanto, caminhou na ponta dos pés e, em seguida, agachou-se atrás de uma grande moita de mirtales que havia a poucos metros do local.
De onde se encontrava, podia notar que Ed consultava o relógio a todo instante, como se, de fato, estivesse à espera de alguém.
- Agora é só ter paciência que o pegarei em flagrante – murmurou, desejando secretamente que James também estivesse ali. Embora o perigo a excitasse, era sensata o bastante para saber que James tinha muito mais experiência do que ela e que, por conseguinte, saberia como agir num caso drástico.
James seguiu os Lowe até o quarto e escondeu-se atrás de uma das colunas do corredor. Os anos de trabalho em segurança industrial lhe ensinaram que deveria esperar pelo menos meia hora antes de deixar um local de observação. E foi exatamente isto que ele fez.
Estava começando a acreditar que os Lowe eram uma pista errada quando, quase quarenta minutos mais tarde, a jovem Mary saiu do quarto e, como se estivesse preocupada com a possibilidade de ser vista, caminhou sorrateiramente em direção ao hall que dava acesso aos fundos da pousada.
Animado, James se pôs a seguir a esposa de Richard, que agora caminhava pela trilha que conduzia ao chalé de Sirius Black.
“Será que Sirius tem mais uma adepta a visitas noturnas!?”, foi o primeiro pensamento que lhe ocorreu. Contudo, o bom senso o fez reconhecer que estava sendo irônico por causa da experiência desastrada que tivera com Lily, logo após a chegada a Hogwarts.
Bastou pensar nela para sentir uma onda de alegria dominá-lo. Sim, as coisas estavam começando a fluir muito bem em seu relacionamento com Lily, e esperava que logo pudesse resolver a situação deles em definitivo.
Deixando os pensamentos românticos de lado, James notou que Mary, em vez de bater na porta do chalé, como presumira que iria fazer, estava contornando a casa de pedras acinzentadas.
Pé ante pé, ele seguiu a moça, cujos cabelos louro-prateados eram um alvo fácil no breu da noite.
No momento seguinte, Mary correu para o pequeno quiosque, localizado atrás do chalé, e atirou-se nos braços de um homem que estava parado ali.
A noite estava muito escura, e James não podia ver o rosto do acompanhante da Sra. Lowe. A principio ficou a imaginar que se tratava de um espião, para o qual Mary estava passando as informações que conseguira ao violar o cofre. Todavia, logo mudou de idéia.
Mesmo assim, achou que deveria conferir a historia de perto. Com olhos sagazes, procurou um local de onde pudesse observar melhor o casal. Não tardou em avistar uma moita de mirtales, há poucos metros do quiosque, e dirigiu-se rápido para ali.
- Ora, ora, como este mundo é pequeno! – James gracejou, assim que agachou-se atrás do arbusto e descobriu que Lily também estava ali.
- Sim, e cá estamos nós, dois tolos, seguindo uma pista que nos leva a lugar nenhum – Lily resmungou mal-humorada – Era obvio que Mary e Ed estavam se encontrando longe do resto do pessoal, mas não por causa de espionagem. Como não pensamos nisto? Escute só o que estão dizendo.
James franziu o cenho e prestou atenção na conversa do casal, que trocava beijos apaixonados.
- Oh, Ed, não posso continuar com isto, meu marido... – sussurrava Mary, enquanto Mason beijava-lhe os seios.
- Não se torture, minha querida, seu marido é um velho, e voe precisa de um homem que a ame como eu – Ed respondeu, antes de rolar com Mary pela relva que cobria o terreno.
- Hã, acho melhor irmos embora daqui – James sugeriu, puxando Lily pelas mãos e conduzindo-a de volta ao prédio da pousada.
- Como Mary pode ser tão tola e não perceber que Ed está apenas se divertindo as custas dela!? – Lily indignou-se – Talvez fosse bom alertá-la para...
- Não senhora, madame sabe-tudo! – James a repreendeu – Mary Lowe é bem crescidinha para tomar conta do próprio nariz. O que devemos fazer é esquecer o que vimos e procurarmos nos concentrar em pistas mais concretas.
- Mas hoje não poderemos fazer mais nada, todos já se recolheram! – argumentou ela, conforme entravam na suíte.
- Não estou dizendo que faremos isto, hoje, Darling – James murmurou, abraçando-a e forçando-a a seguir para o banheiro. – Tenho idéias muito melhores para nós dois – confessou num tom rouco.
- E será que se importaria de me contar o que é? – Lily desafiou-o, sentindo o coração bater descompassado.
- Bem, lembra que me ofereci para ajudá-la no banho e você recusou? – A esta altura, James já desabotoava o primeiro botão da camisa azul que ela vestia.
- Sim...
- Pois então, agora vou cumprir a promessa, acho que depois de uma noite frustrada de investigação, bem que poderemos tomar um banho de espumas juntos. – O desejo refletiu-se na íris castanho-esverdeadas, e James não se preocupou mais em esconder o quanto ansiava por tê-la em seus braços.
- Ora, quem sou eu para recusar um convite tão generoso? – Lily revidou, piscando coquete para ele, antes de oferecer-lhe os lábios e... a alma.
Com a banheira repleta de água, numa temperatura tépida e aconchegante, James colocou os sais de violeta e puxou Lily para junto de si.
Lentamente começou a acariciar-lhe as costas, depois os braços e, por fim, os seios redondos e túrgidos.
Com um gemido rouco, Lily também não hesitou em tocá-lo. Era deliciosa a sensação do corpo musculoso em seus dedos. Pela primeira vez em sua vida, permitia que o ato de amor acontecesse de forma intuitiva, quase animal. Aquela semana em Hogwarts estava lhe provando que o amor só poderia ser completo quando desvinculado das amarras sociais e psicológicas.
Talvez, por isto, no instante em que seus corpos explodiram juntos de prazer, Lily descobriu que sua união com James era maravilhosa, porque nela existiam os três princípios básicos para um romance dar certo: cumplicidade, bom humor e corações disparados emprestando o toque de sensualidade e paixão, necessários para encontrar a felicidade.
N/A: Bom esta ai mais um capitulo, como havia dito dessa vez não demorei pra posta e o proximo será mais rapido ainda, essa sema ele ja vem. Ja estamos perto do final, falta só dios capitulos. então até o proximo. Agradesso a Vanessa Sueroz e Nathália Krein pelos comentarios, e tbm aos q não comentaram, mas estão lendo e gostando da fic. Bjuss até o proximo.
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