Capítulo 2
Capítulo 2
Eu realmente achei que o dia em que perdi minha memória foi o pior da minha vida. Mas eu já devia ter aprendido que sempre tem algo para piorar no dia seguinte. Especialmente se você estuda com James Potter. E mais ainda se tem uma detenção com ele. Fora o fato de que num passado remoto parece que ele era meu namorado.
Eu precisava demais de um dia de trabalho. Sabe, isso costuma me distrair bastante dos problemas que eu tenho que evitar pensar. Não é fugir, como Marlene alega. Uma pessoa um pouco mais frágil que eu poderia enlouquecer se tivesse somente imaginado os meus problemas.
Mas como não tenho sorte alguma, era sábado. Não tínhamos aula. Então pensei em adiantar meus deveres de monitoria, só que quando fui pegar meu broche, ele não estava lá. Alice me disse que eu tinha desistido da monitoria. Como eu pude ter coragem de desistir da monitoria? Tudo bem, só Merlim sabe como eu odiava aquilo tudo, mas eu nunca teria coragem de largar assim! Estava eu impressionada com meu novo eu corajoso. Então voltei a pensar nas outras coisas que andei por aí fazendo e vi que precisava mesmo fazer alguma coisa.
Obriguei Marlene a me emprestar suas anotações. Mesmo sabendo que ela pouco anota as aulas que não gosta, como poções. Copiar tudo aquilo ia me ocupar o dia inteiro e eu ia precisar disso se quisesse fazer os NIEMS. Peguei os pergaminhos e desci quase feliz em minha doce ilusão de me manter longe dos problemas por um tempo. Acontece que o problema estava me esperando na sala comunal.
Minha vontade, claro, era correr de volta para o dormitório. Mas parece que ele usou esse tempo em que, ai meu Merlim, namorávamos para me conhecer melhor.
“Não adianta, você não vai poder ficar trancada no dormitório pro resto da vida.” Ele falou calmamente. Me virei para encará-lo. Agora ele tava sorrindo. Por que eu tinha que namorar justo o Potter?
“Que eu saiba você também não vai poder ficar aqui no salão comunal pro resto da vida.” Falei tentando não pensar no que estive evitando desde de que descobri que havia namorado Potter. Sabe, porque eu acabei de me tocar que ele já deve ter me beijado algumas vezes... Acho que estou vermelha agora, mas quem se importa?
“Bom, eu realmente não vou ficar aqui a vida toda, se não vier falar comigo por bem, tenho meus meios de entrar no seu dormitório”. Agora ele pegou pesado. E nem posso ameaçá-lo com uma detenção. Se bem que isso pouco importaria. Ele é um maroto! Ai meu Merlim porque eu fui me envolver com o Potter?
“Certo” falei descendo as escadas. “Quanto tempo isso vai levar? Preciso copiar as anotações de Marlene que, como você pode ver, são muitas...” Bom ele já havia pego os pergaminhos de minhas mãos de uma forma tão autoritária e ao mesmo tempo natural que nem ao menos tive tempo para questionar. Ele simplesmente jogou os pergaminhos para Sirius, que eu nem havia percebido na sala comunal de tão afetada que o Potter conseguiu me deixar, e então me pegou pelo braço me arrastando em direção ao quadro da mulher gorda.
Conforme ele me arrastava, começava a perceber melhor o mundo a minha volta. Tinha muita gente na sala comunal. Marlene e Alice estavam na porta do dormitório. Parece que todos tinham parado o que estavam fazendo pra assistir nossa conversa. Ou talvez estejam se perguntando o porquê de Potter está me arrastando - Assim como eu.
“Eu sei andar sozinha” finalmente recuperei o poder de falar quando chegamos até a escada. Ele simplesmente me ignorou como seu fosse uma criança. Resignada com minha falta de força perguntei “ Onde estamos indo? Posso saber? Ou isso é um seqüestro?”
Ele riu. Bom, realmente deve ser divertido. Só que eu ainda não consegui achar graça nenhuma. Mas dizem que quem rir por último, ri melhor. Ele que me aguarde. “Vamos até a cozinha”.
Bom, pelo menos ele se deu ao trabalho de me informar. Mas me lembrei que os elfos o adoram e que devem me odiar depois do tapa que teoricamente dei em Potter ontem. “Exijo território neutro.”
“Do que é que você está falando, Lily?” Ele parou pra me encarar. Meu olhar espantado o fez desistir de entender minha mente e continuamos em direção a cozinha. Desde de quando ele me chama de Lily? Eu devia deixar ele me chamar assim, afinal ele era meu namorado. E desde de quando ele tem tanto poder sobre mim? Estou começando a ficar assustada.
Chegamos até a cozinha. Seis elfos trouxeram bolinhos e biscoitos para Potter. Claro que ganhei apenas o pão do dia anterior. Parece que Potter achou isso cômico também. E eu apenas emburrada por ter “perdido” a piada. Ele estava sentado de frente pra mim, uma mesa entre nós.
“Marlene me disse que você não lembra do último ano....” Ele começou enquanto saboreava os seus biscoitos de chocolates fresquinhos. Eu realmente não estava com fome e também não ia comer pão duro. Continuei ali calada encarando-o, sem saber onde ele queria chegar.
“Não lembra de nada?” Ele parou de comer e me encarou. “ Não sou de mentir, claro que não lembro” falei para que ele parasse logo de olhar tão fundo nos meus olhos. Mas ele não parou.
“ Que pena.” Disse ele e parecia realmente sentir muito. Fiquei assustada com ele, e com um pouco de remorso também. Provavelmente, se ele perdesse a memória e não soubesse mais jogar quadribol eu teria rido. Sem piedade alguma. Eu acho pelo menos, porque nesse momento até senti um pouco de pena dele. Mas muito mais pena de mim, lógico! Por isso fui logo deixando claro que quem estava sofrendo ali era eu e não ele, “ Sim uma pena, você nem faz idéia”.
Ele riu. Riu como se soubesse exatamente o que eu estava pensando, riu como se soubesse tudo de mim. E claro, como se eu fosse uma palhaça. Acabei de me lembrar de uma coisa: James Potter não namora ninguém, qual é a dele me namorando? Será que ele gosta tanto de rir assim? Será que só o prazer de me fazer cair em desgraça? Será que ele me traia?
Não, eu não estou com ciúmes! Só quero saber da minha reputação. Todas as três meninas com que Sirius namorou, foram traídas e Hogwarts inteira sabe disso. Mérlim, onde eu fui me meter...
“Pelo que eu entendi ontem, pelo tapa, que aliás doeu bastante...” Ele tava me irritando. “Não foi um tapa” me defendi, lógico. “ Certo então como deveria chamar... Sua forma apaixonada de provar seu amor por mim? Você não costumava ser tão violenta antes de perder a memória.” Ele me encarava vitorioso, com aquele sorriso que tanto odeio.
Abri e fechei a boca algumas vezes então admiti “Certo, foi um tapa.”. E ele riu, triunfante, continuando seu raciocínio “ então, pelo tapa que você me deu ontem, posso imaginar que, até onde você se lembra, ainda finge que me odeia certo?”
Como assim fingir? Eu realmente o odeio. Como posso gostar de uma pessoa que judia de mim dessa forma? Como pude namorar tal ser? “Errado, eu realmente te odeio”.
“Como suspeitava” ele suspirou. Ao mesmo tempo que sorria, pensei ter visto algo em seu olhar que me fez sentir só um pouquinho de culpa de ter dito que o odeio. Mas não o suficiente para negar isso, claro. “ Então, Lily você tem duas opções.”
“ Tenho? Nossa, obrigada!” Falei ironicamente. Onde ele estava querendo chegar afinal? Como ninguém me impediu de namorar esta criatura? Com certeza eu estava enfeitiçada.
“A primeira e a mais fácil, a que sugiro que faça, é você confiar em si mesma e me agarrar agora mesmo. Afinal você já admitiu que me ama, você pode não lembrar, mas eu lembro.”
Sério, se eu der um segundo tapa nele, não poderei levar uma segunda detenção. Pensando bem, melhor não - esses elfos devem me por no forno pra assar. “ Jura? E a segunda opção?” falei entre dentes.
“Bom, eu não recomendo a segunda, mas se você insiste. Começaremos do zero então, pelos meus cálculos em no máximo seis meses você estará me agarrando de qualquer modo...”. Como ele pode ser tão confiante? Merlin, ajude este pobre garoto a encontrar o caminho dele. Bem longe de mim, Merlin, por favor. “Eu não iria contando com isso” Não custa nada a avisar.
“ Talvez precise de menos tempo agora. Já que te conheço bem melhor hoje em dia”. Ai Por que eu tive que namorar James Potter? Por que um dia eu tive que namorar esta criatura? “Além do que agora você já conhece meu beijo...” ele continuou, se divertindo demais. “ E você já conhece meu tapa.” Lembrei.
Bom, ele estava dando uma bela gargalhada, quando resolvi que aquilo tudo já tinha ido longe demais e que ia voltar pra torre da Grifinória. E tratar de me ocupar bastante. Pra não pensar nem de longe em Potter. E na desgraça que ele fez da minha vida.
Mais uma vez fui impedida. Ele realmente é rápido. Veio me lembrar que tínhamos uma detenção hoje. O que, claro, só me fez reforçar o meu ódio. Por ele. E por mim.
Fomos encontrar a professora McGonagall que nos mandou voltar para a cozinha, onde iríamos lavar a louça do almoço. Mas antes, claro, tínhamos que almoçar. Pensei em ficar livre de Potter pelo menos para comer, mas não foi possível. Ele acha que eu vou amá-lo desta forma?
Marlene e Alice vieram se sentar conosco. Potter perguntou sobre Frank. Alice disparou a falar um monte de coisas sobre Frank. Eu realmente amo minha amiga, e eu sei que esse é o assunto preferido dela, mas ela tinha que ser tão simpática com Potter? Ainda estava me servindo de macarrão, quando Sirius, Remus e Peter chegaram.
Lancei um olhar suplicante para Marlene. Como assim agora eu me sentava com os marotos? Ela apenas sorriu pra mim. O inferno estava se formando a minha volta. Alice finalmente parou de falar para comer. Sirius resolveu fazer o acústico da mesa. “Obrigado, Lily, há muito tempo que não me divertia tanto” o que, claro, que faz lembrar que Sirius não passa de um louco.
“Por nada, Sirius, eu realmente não fiz esforço nenhum para proporcionar a sua diversão” falei como se ele realmente fosse uma pessoa sóbria. “Ele está falando do tapa que você me deu, Lily”, Potter me informou entre uma garfada e outra. “Ah, então pode ser que eu te proporcione mais diversão, Sirius”.
Sempre tive uma relação boa com Sirius. Ele sempre apoiou meus foras em Potter. Ou pelo menos sempre achou tudo muito divertido. E eu realmente não o culpo por ser louco, já que ele tem a família que tem.
“Oba!” exclamou Sirius. Todos estavam rindo, até mesmo Potter. Então Remus afirmou mais do que perguntou. “ Hum... Então a Lily escolheu a segunda opção?” e eu estava de boca cheia o suficiente para me manter calada. “Lily, sempre escolhe o caminho mais difícil, mas não tem problema” parecia até que Potter estava gostando disso tudo. Um ótimo namorado que meu eu futuro arranjou.
Marlene que estava esse tempo todo calada, apenas rindo nas horas certas, resolveu mostrar que além de meu péssimo gosto para namorados, o mesmo vale para melhores amigas. “Ah, gente, nem parece que mudou alguma coisa, tirando alguns beijos, vocês continuam se provocando da mesma forma de quando namoravam”. E Sirius mostrou o porque realmente tem uma fama de cafajeste, “Só que acredite, Lene, os beijos fazem toda a diferença”. Ao que todos riram, menos eu que estava com a boca cheia de comida propositalmente. E James que pelo visto não tinha gostado nada da piada. Era bom ver que riam dele também.
Então o almoço terminou e lá fui eu - seguida de perto por Potter - para nossa detenção, lavando louças no lugar dos elfos. Quantos pratos, quantos alunos, como tudo é em enorme quantidade em Hogwarts. Eu fiquei ensaboando os pratos e Potter enxaguando-os na pia ao lado.
Realmente, ficar tão perto dele não estava me fazendo bem. Eu fiquei imaginando que ele havia me beijado. E como havia me beijado. E imaginei os abraços. E aí ficava sem saber se era algum tipo de memória ou imaginação. Foi por isso que foi um alivio ouvir a voz de Potter.
“Tem certeza que não quer a primeira opção?” Mesmo que tenha sido isso. “Absoluta” respondi, agradecendo a ele por me lembrar de sua personalidade egocêntrica.” Se quiser ajuda com as aulas que você esqueceu...” ele falou sem olhar pra mim, ainda enxaguando os pratos. “Eu tenho as anotações de Marlene...” expliquei. “Mas ela não anota nada de poções.... “ o que era verdade, mas eu não precisava de mais tempo com o Potter. “Se você me odeia mesmo, e eu não tenho nenhuma chance com você, então você sobreviverá se eu te der umas aulas, não é?” não falei nada, agora ele olhava pra mim “ ou vai ficar com medo de recorrer a opção número 1? Estou a disposição” obvio que tive que aceitar a ajuda dele. Que Merlin me ajude.
O último prato rendeu bastante, isso porque Potter resolveu ser Potter e fazer idiotices. Pegou um punhado de espuma do prato que tinha entregado pra ele e colocou no meu nariz. Disse que assim até parecia que eu havia trabalhado de verdade. Já era noite, nós trabalhamos a tarde inteira e ele vem com essa. Lógico que tive que molhar a roupa dele inteira. Bom, ele pediu - e foi melhor que um tapa.
Então, ele me molhou. Não estou brincando. E nem ao menos pude me secar com minha varinha, pois ele a roubou. Ele se secou, foi na frente e eu atrás completamente ensopada. Implorando que me entregasse minha varinha. Realmente como eu fui namorar um cavalheiro, não?
Então chegamos no salão comunal. Éramos novamente o centro das atenções. E eu ensopada. Falei mais enfaticamente. “Potter, olhe pra mim”, falei o obvio. E então ele me secou com sua varinha. “Agora me entregue a varinha.”.
Ele pediu um beijo de boa noite em troca. “Não precisa ser na boca, se não quiser” ele estava falando baixo, de modo que os olhos ficavam mais curiosos ainda. Acrescentou ainda “Não seja cruel, Lily, foram seis meses só indo dormir depois de um beijo seu, nem consegui dormir ontem”.
Realmente cai nessa. Lógico que não beijei ele na boca. Mas dei um beijo no rosto dele. E ele se aproveitou, claro. Não ele, não me beijou na boca. Mas me prendeu pela cintura e me deu um beijo na testa desejando “boa noite”. Então recuperei minha varinha e subi correndo.
Por que eu? Por que eu? E as pessoas ainda devem estar me achando louca. Um dia namoro Potter, no outro dou um tapa nele, e hoje já estou dando beijinho de boa noite. Marlene falou que nós nunca fomos muito normais mesmo, e que sempre fomos a sensação, o maior assunto do castelo, mesmo antes de namorarmos. O que pensando bem, era verdade, mas mesmo assim... Por que eu? Potter está acabando com o que resta de mim.
Nota da autora:
Olá gente! Eu sei que ninguém ta gostando muito dessa fic, mas eu realmente to me divertindo tanto em escrever ela, que vou continuar postando, ok?
Se lerem nem que sejam criticas, mandem comentários, adoro conhecer gente nova e falar novamente com o pessoal que conheci por esse mundo de cá!
Beijinhos no coração de todos!
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