Capítulo 1



Capítulo 1:

Queria que o dia de hoje não passasse de um pesadelo. Um pesadelo dos brabos, aqueles que quando a gente acorda o alivio é tão grande que nos damos conta de como vivemos numa realidade feliz. Não dá para acreditar que apaguei o último ano de minha mente. Ou pior, não dá pra acreditar no que estive fazendo no último ano. Eu totalmente não acredito no que diz respeito ao Potter!

Acontece que a última coisa que me lembro é que estava com aquele amuleto do Potter, minha cabeça começou a doer muito e então tudo ficou preto. E lá estava eu hoje, em minha cama no dormitório feminino de hogwarts, e pensei que, no fim das contas, alguém teria me trazido até lá. Acontece que estão me dizendo que tem um espaço de um ano entre minhas últimas memórias e esta manhã!

Levantei-me e percebi que o amuleto de Potter ainda estava em minha mão. Considerei guardá-lo num lugar seguro, pensando se minha caixinha seria o mais adequado. Eu tenho essa caixinha desde os seis anos de idade, ela era rosa e ocupava metade do meu malão quando vim para Hogwarts. Mas não deixava de levá-la, pois é nela que guardo todos os meus pertences de valor: As cartas de meus pais, amigos, fotos e pertences especiais pra mim. Quando finalmente aprendi magia o suficiente pra diminuí-la no tamanho de uma caixinha de fósforos externamente e manter sua capacidade interna, ela passou a ser minha Caixinha Secreta. Ou nem tão secreta assim, já que Marlene e Alice a conheciam.

Foi quando peguei minha caixinha secreta para guardar o amuleto de Potter que a primeira coisa estranha aconteceu. Tinha uma foto dele ali. Uma foto de Potter dentro de minha caixinha especial. Potter! Olhei imediatamente para as camas feitas de Marlene e Alice... Elas iam pagar caro, aquela havia sido uma brincadeira de péssimo gosto!

Enquanto me arrumava, minha cabeça latejava só de pensar em Potter. Em como pude deixar que ele se intrometesse tanto em minha vida! Até Alice e Marlene o protegiam. Não fazia idéia de quanto isso tudo podia ser pior.

Desci a escada, um pouco apressada e com medo de estar mais atrasada do que o normal. Sempre tive problemas com o horário. Sei que ser uma britânica sem pontualidade soa tão falso quanto um oriental de olhos grandes, mas o que posso fazer? Correr demais não dava - Não sendo ruiva, já basta o cabelo. Ninguém precisa ficar completamente vermelha!

Olhei para a parte da mesa em que eu costumo me sentar com Alice e Marlene e não as vi. Não me surpreendi, elas geralmente não gostam de enfrentar minha fúria. E realmente uma foto do Potter em minha Caixinha Secreta era algo que poderia me deixar mais do que furiosa.

Revistei o resto da mesa da Grifinória as procurando, quando percebi onde elas estavam e quem estava vindo em minha direção. Marlene e Alice estavam no lugar da mesa dos marotos! Não pude acreditar em tamanha traição! Mas não pude demandar minha fúria e esquecer de minha essência amável.

Lá vinha ele. Potter. Em minha direção. Sorrindo. O que estava acontecendo com ele? O que estava havendo com todos? Não entendia! E entendi menos ainda quando aquela figura, que vinha andando confiante e sorridente, chegou bem perto de mim e me beijou. Demorei um pouco pra voltar a mim. Não pensem meu mal, mas não é todo dia que você é traída por suas melhores amigas e recebe um beijo antes do café da manhã, e tudo bem, era o Potter, mas eu sou humana! Potter parecia se divertir com minha cara um tanto quanto abobalhada. Eu também devia estar na minha cor que parece ser a habitual quando ele está perto. Certamente estava uma perfeita palhaça! Então, quando pisquei pela milésima vez, finalmente recuperei a sensatez e fiz o que devia fazer.

Não foi um tapa! Não acredito que levei uma detenção por elevar a minha mão e impactá-la no rosto de Potter! Tudo bem que foi com força, mas tenho certeza que em outra cultura isso deve ser até carinho. Porém só piorei as coisas quando disse que se ele podia me beijar, porque não podia fazer o que fiz (Não foi um tapa - Sou doce, não sou violenta). E então McGonagall me informou que é normal que namorados se beijem. O que me pareceu uma grosseria, Potter permanecia calado desde de que fiz o que fiz, então expliquei aos berros que eu não o namorava. E agora tenho uma detenção amanhã em companhia de Potter.

Devo ser um trasgo mesmo, dou um tapa em uma pessoa - mesmo sendo o Potter - e ainda consigo triplicar o sofrimento de minha detenção. Sendo assim, saí da sala de McGonaggal correndo para procurar Marlene e Alice - Afinal elas são minhas melhores amigas. E neste momento as melhores amigas falam coisas do tipo “Não Lily você não é um trasgo, definitivamente não” e complementar com um “Você estava certa, quem mandou ele fazer aquilo?”.

“Você ficou louca?” Alice me recebeu na cozinha.

“James deve estar arrasado!” Marlene falou com raiva. Acho que não é só Remus quem tem problemas em escolher seus amigos. Olhei pra elas e disparei em minha defesa “Quem ele pensa que é pra me beijar assim!?”

As duas me olharam perplexas e então Marlene revirou os olhos e sugeriu: “Seu namorado?”.

Ta certo e a louca sou eu!

Tentei explicar pra elas que tinha sido uma boa tentativa, uma boa pegadinha, mas que realmente não tinha graça nenhuma. E elas continuaram me olhando fixamente. Então um garoto da Corvinal nos interrompeu e perguntou se eu e Potter tínhamos terminado o namoro. Olhei para o garoto, olhei para minhas amigas, e explodi o que era obvio: “Eu não posso ter terminado algo que nunca começou!”

Marlene me olhou nos olhos e depois cochichou com Alice (pensando, obviamente, que eu era surda): “Ela realmente não está brincando, deve estar doente”.

Então, me puxou para a enfermaria. No caminho, começou a me fazer perguntas como ‘qual era o nome da minha mãe’. Alice parecia extremamente avoada, sem entender o raciocínio de Marlene.

Eu já estava achando que haviam envenenado o café da manhã, uma revolta dos elfos ou coisa parecida. Eles realmente pareciam suspeitos na cozinha, nem me ofereceram um bolinho! – Tudo bem, poderia ser porque eles gostam muito de Potter.

Quando chegamos na enfermaria, não quiseram me atender. Falaram que brigas entre namorados – namorados! - era algo normal. Mas me deram uma poção calmante.

Marlene batia o pé sem parar e andava de um canto para outro. Alice se sentou ao meu lado e tirou um exemplar do Profeta diário - Disse que queria ver novamente uma matéria sobre Frank. Perguntei o porque Frank havia saído no jornal de hoje e ela me disse que era o jornal de ontem. Confusa, fui olhar a data e vi que estávamos em 1977.

“Marlene, em que ano estamos?” Pergunte com um fio de esperança e, para minha decepção, ela confirmou o que havia acabado de ler.

Fiquei pálida, Alice me informou.

É mesmo uma pena que, quando você apaga todo o último ano de sua mente, preocupações com seu tom de pele perca completamente a sua importância – Eu não estava vermelha, afinal.

“Estamos no sétimo ano?” Perguntei, atônita.

Alice parou de olhar a foto de Frank e bradou: “Nada de se preocupar com as provas agora!”. Bom, realmente teria de me preocupar com elas mais tarde.

Marlene pareceu me compreender.

“Em que ano você acha que estamos?” Perguntou Marlene. Respondi. Alice me olhou espantada. Ficamos em choque por uma hora mais ou menos, quando finalmente fomos expulsas da enfermaria.

Não tivemos aula hoje. Marlene me explicou que era jogo de Lufa-lufa contra Corvinal. Falei que realmente precisava ir para o dormitório e pensar no último ano que não lembro. Elas disseram que iriam me ajudar a pensar, o que foi bom, porque não tem como eu pensar numa coisa que não me lembro.

Passamos a tarde com um passado desconhecido pra mim. Frank havia se formado e estava na escola de auror. Mandava cartas semanais para Alice. Voldemort estava há um tempo sem atacar o que indicava que ele podia estar com algum plano em mente. Dumbledore havia anunciado um baile de formatura e poderíamos ter 5 convidados. Petúnia estava namorando e eu não gostava do namorado dela. Bom tinha toda a matéria que eu teoricamente aprendi, mas que na pratica não me lembrava. E bem o fato que tinha acabado com minha vida.

Segundo elas, a Lily do futuro era completamente apaixonada por James Potter. Eu o namorava há seis meses. E elas saíram daqui dizendo que tinham que contar da minha falta de memória, porque ele devia estar arrasado.

Arrasada estou eu! É muito fácil dizer para uma menina desmemoriada que ela era apaixonada pelo cara que ela mais odiava na face da terra. Um plano muito bom. Imagina? Enfeitiçaram-me para que eu perdesse a memória, me contaram uma história dessas e lá estou eu namorando Potter. Depois, claro, todos riem da Lily.

Marlene não vem insistindo pra eu dar uma chance ao amiguinho dela? Alice sempre gostou de Potter. Ele pode ter corrompido elas também. Eu não vou cair nessa, não posso ter mudado tanto em um ano para estar apaixonada por Potter. Posso?

Nota da autora:

Olá gente! Primeiro capítulo enfim! O que vocês acharam?

Eu realmente to empenhada em postar rápido como vocês viram, mas tenho que estudar agora, então só semana que vem o próximo cap, ok?

Obrigada pela paciência de todos que leram, e eu queria pedir encarecidamente para que digam o que estão achando! É isso aí!

Beijinhos no coração de todos!

Ju

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