<i>E agora?</i>



Dois anos haviam se passado. Os Potter viviam felizes, unidos, como sempre fora. Agora, a pequena Alice estava crescidinha. Tinha dois anos, já andava, falava perfeitamente bem, e era uma garota ativa, sempre brincando com os três irmãos.

Uma vez, chegou a ocorrer um fato estranho em um jantar. Estava tudo em paz, mas Gina começou a ter um acesso, pensou Harry, quando foi acudir a esposa, pois ela estava pálida e tossia, dizendo que sentia muita dor no peito. Desmaiou, ficou inconsciente, e Harry a levou ao Hospital. Ficou internada uns dias, com Harry dormindo lá todas as noites. As quatro crianças estavam com Rony e Hermione.

Depois de uma semana inteira passando mal, aconteceu o pior. Gina faleceu, deixando Harry e seus quatro filhos. Harry não sabia o que pensar, ficou arrasado, não conseguia acreditar no que acontecera. Gina o deixara sozinho, deixara seus filhos, deixara o mundo.

Harry sabia que não conseguiria dar a notícia às crianças, e pediu que Hermione cuidasse disso. A amiga deu a notícia, e ela e Rony deixaram os quatro meninos, juntamente com Rosa e Hugo, seus filhos, com uma vizinha, que não hesitou em aceitar de bom grado.

Harry cuidou dos assuntos do enterro, e depois que tudo estava feito, agradeceu muitos aos amigos e pegou as crianças de volta. Enquanto voltavam para casa no carro, a garotinha de dois anos e pouco, Alice, estava segura no banco da frente com a cadeirinha especial comprada por Gina, e os outros três atrás. Tiago, o mais velho, agora com oito anos, ia com o rosto encostado no vidro do carro, algumas lágrimas caíam. Alvo estava assentado ao meio, com a face chorosa, com a pequena Lílian dormindo encostada em seu ombro. Harry olhou-os e sentiu pena dos filhos, que agora cresceriam sem o auxílio da mãe. Será que ele, Harry, daria conta do recado? Saberia cuidar dos quatro direitinho, substituindo o amor e o cuidado da esposa? Ele prontamente pensou que sim, se precisasse de alguma coisa, sabia que seus amigos o ajudariam. Rony, Hermione, Luna e Neville, o ajudariam e ficaria tudo bem.

Chegaram em casa. Harry colocou a filha mais nova na cama, serviu um breve lanche aos outros três, e depois eles foram dormir. Antes que Harry apagasse a luz do quarto de Alvo Severo, este lhe chamou:

Papai, aonde mamãe foi?

Harry respondeu:

Alvo, ela foi para um lugar longe. Mas um dia você voltará a vê-la, eu juro para você. E ela vai te encher de beijos e abraços, e vai lhe dizer o quanto te ama.

Ele despediu-se do menino e saiu.

O que faria agora?

No dia seguinte, as crianças acordaram meio abatidas. Ninguém comeu muito. Só Alice parecia estar com fome. De início, Harry não soube o que oferecer à pequena, porque era Gina quem geralmente cuidava da alimentação da caçula. Bateu no liquidificador leite com aveia, e ela bebeu tudo, satisfeita. Parece que nisso ele acertara.

Lílian parecia não entender muito bem o que era morrer. Fizera várias perguntas ao pai, e não parecia satisfeita com nenhuma das respostas.

Mas pai, quando ela vai voltar? Eu quero vê-la! Quando eu vou vê-la, papai? Ela vai demorar?

Lílian, meu bem, sua mãe não vai demorar...

Ele foi interrompido pela voz irritada de Tiago.

Por Merlim, Lílian! Não é difícil de entender que mamãe está m...

Alvo cutucou o irmão, fazendo ele se calar sob o olhar severo do pai.

O quê? Ela está o quê, Tiago?

O irmão limitou-se a dizer:

Esquece isso, Lílian.

Harry abraçou a menina, dizendo que estava tudo bem. Tiago conseguia ser inconveniente, às vezes. Mas era compreensível. Estava revoltado com a morte da mãe, e parecia não gostar do fato de Lílian estar iludida com o fato de poder vê-la. Ele sabia que era mentira, porque os adultos mentiam tanto para as crianças? Será que ele era o único sensato por ali?

x.x.

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