Derrota iminente



Logo depois de deixar os seis marotos na sala precisa, o resto da reduzida tropa de correligionários da Ordem da Fênix, empreenderam cautelosa marcha rumo ao gabinete de Minerva McGonaghal.



Caminhavam lentamente sob feitiços desilusórios. Sabiam que esse feitiço de camuflagem seria facilmente desmascarado pelos comensais, pois entre eles, haviam sim, os bruxos mais ignaros, recrutados apenas por sua nata brutalidade, mas entre eles, haviam os de erudição desenvolvida, aqueles que conheciam bem os feitiços e se formaram brilhantemente nas escolas de magia em que estudaram, entre elas, Hogwarts. Estes sim, eram hábeis e atentos o suficiente para perceberem a magia no ar, notarem o movimento, ainda que invisível, e conheceriam contra-feitiços que os revelariam.



Ainda assim, era a única maneira de tentar tornar esse breve caminho um pouco menos arriscado e perigoso. Seguiam dessa vez em uma formação extremamente compactada. Cada bruxo segurava firmemente os braços de seu companheiro para não se afastarem ou se perderem, e bem no centro da massa de pessoas estava Petigrew, com sua habitual covardia plenamente restaurada. Se houvesse algum ataque agora, com certeza não haveria outro milagre forte o suficiente para fazê-lo repetir os gestos de alguns minutos atrás.



Enquanto caminhavam, doía-lhes deveras o coração ouvir a algazarra de festejos e comemorações que os comensais faziam questão de bradar, e pelas frases partidas que eles soltavam a ermo podia-se deduzir que a essa altura, confiante na vitória e esfuziantes por causa de seu presumido êxito, estava o próprio Lord Voldemort adentrando as portas do salão principal e, usando um feitiço para ampliar o som de sua voz, distribuía as ordens mais absurdas a serem cumpridas em todo o castelo. E entre essas, ouviu-se claramente a seguinte.



_Encontrem o velho, e aqueles amigos covardes que ele costuma carregar nas barras de sua veste, e tragam-nos a mim. Ou eles se prostram diante de mim e me proclamam seu senhor, ou sofrerão as mais cruéis maldições que eu puder imaginar.



A reação de todos foi imediata, mas vária. Alguns queriam ir até o salão e enfrentá-lo. Devido à cegueira gerada pela ira, passaram a crer que seriam capazes de matá-lo, se o pegassem desprevenido. Mas Dumbledore, que não sabia com certeza de várias coisas, desconfiava de todas elas e, por isso, julgava impossível matar aquele terrível bruxo naquele exato momento, por isso mesmo, os impediu de ir até ele. Outros, porém, se derreteram em um choro lamentoso, admitindo dolorosamente a derrota, e planejando a melhor forma de fugir, outra atitude que o diretor embargou, recomendando confiança nos seis jovens que eles acabaram de escoltar até a sala precisa. Petigrew desmaiou novamente, por causa do pavor ao ouvir a voz aguda e tenebrosa do Lord das Trevas, o que realmente atrasou bastante a marcha. Ainda que vários competentes feitiços de reanimação estivessem sendo administrados no bruxinho, aqueles segundos de atraso causados pelo desagradável contratempo foram o suficiente para que aqueles bruxos se vissem cercados de comensais, atraídos pelas ondas geradas pelos feitiços avançadíssimos que estavam sendo usados ali.



_Revelio máxima!



Um coro sólido e áspero de vozes proferiu o feitiço quase simultaneamente anulando o efeito dos feitiços desilusórios de todos deixando-os ali, vulneráveis diante dos olhos furiosos dos selvagens comensais. Mais uma vez uma batalha injusta, tendenciosa e desfavorável foi travada.



Petigrew desmaia de novo, e é retirado do campo de batalha por feitiços de levitação, e levado para um canto mais adiante, distante.



_ Onde estão os seis com as armas secretas? Eles já deviam estar aqui para nos ajudar! Grita uma das irmãs Hooch enquanto invoca serpentes aladas que atacavam, aos botes, alguns comensais, e se enrolavam nos pescoços de outros, mas por causa desse comentário inoportuno, foi atingida por um ‘cruciatus’ e caiu contorcendo-se no chão, desacordando depois de alguns minutos. A outra irmã vê isso e tenta correr ao seu auxílio, mas um outro comensal a intercepta e reinicia um sangrento duelo com a Bruxa.



Ao redor de Dumbledore já havia dez comensais duelando contra ele, e estavam até então levando a pior, mas surgiram mais seis que se juntaram aos que atacavam impiedosamente o velho bruxo, e então, ele começou a fraquejar, mas num extremo esforço, ele consegue causar, com um feitiço não-verbal, uma explosão tremenda, que derruba a todos.



Nesse mesmo instante Minerva duelava com doze comensais, mas aos trancos e barrancos, e a custa de muitos feitiços defensivos, e outros que davam movimentos á estátuas que corriam ao seu socorro, e ainda algumas transfigurações humanas extremamente vexatórias que ela administrava habilmente em seus rivais, mantinha-se no domínio da situação, mas no exato momento em que a explosão ocorreu, um deles, que tinha acabado de conseguir se livrar de uma imensa armadura de bronze animada por feitiço, desfere contra a professora um fatal e cruel ‘avada kedavra’, e ela cai lentamente, imóvel e esvaziada de qualquer vida. Dumbledore que a essa altura havia conseguido se livrar de dezesseis comensais sozinho, ao ver a cena dramática, solta um grito tão gutural, desesperado e dolorido que causa uma espécie de congelamento momentâneo em todo o ambiente. Todos voltam o olhar para ele, e depois para a bruxa caída e imóvel, com os olhos totalmente desprovidos da cor habitual.



Hagrid, quando vê aquilo solta um rugido, semelhante ao do diretor, porém mais selvagem, e corre em direção á outra, e somente em sua corrida, atropela e desacorda cinco comensais que, distraídos, não conseguiram sair do caminho do meio-gigante.



O desproporcional bruxo a toma nos braços aos prantos, a ergue suavemente, e começa a caminhar em direção à sala mais próxima, enquanto os outros reagiam aos últimos comensais ali presentes, acabando de exterminá-los e ao mesmo tempo dando cobertura ao grandão. Ele seguia em direção a uma porta entreaberta,a fim de encontrar algum lugar onde repousar seu corpo. Era uma sala de aula vazia, e ali a acomodou sobre a mesa do professor. Logo depois os outros entram e por último Dumbledore. Haviam conseguido se livrar de todos os comensais que os tentaram interceptar. Dumbledore, com lágrimas nos olhos, mas tentando retomar a razão cada vez mais evasiva, decide que devem continuar seguindo o rumo que planejaram, e todos, sob seu comando, seguem marcha. Mas uma nova e ainda maior tropa de comensais vem chegando, desta vez, liderada por Voldemort em pessoa. Ele ergue a varinha e profere a maldição da morte com toda a força de seus pulmões contra Dumbledore.



_Nããããoooo!!!!! – grita feroz Hagrid e avança aos punhos cerrados na direção do bruxo das trevas, mas é atingido pelo sectusempra que retalha toda sua carne.



Sangrando, cai ao chão. A maldição foi proferida pelo próprio Voldemort, que soltou uma longa gargalhada de sarcasmo e prazer, olhando para o alto teto do corredor, e teria força suficiente para reduzir qualquer um a pequenos pedacinhos. Mas devido a resistência superlativa do meio-gigante, este apenas sofreu cortes por todo o corpo, e o que ameaçava realmente sua vida naquele instante era o sangue que se esvaia abundante.



Mas graças a essa intervenção imprudente do fiel amigo, Dumbledore não fora atingido pela maldição, que passou a centímetros da cabeça do velho mestre. E com isso, Dumbledore teve tempo de reagir, não tempo hábil para evitar a desventura de Hagrid, mas ao menos para possibilitar mais uma fuga, de todos.



-“Signuincrebresco tutela maximum”.



Proferiu esse feitiço, criação dele próprio, criando umas paredes mágicas, opacas e elásticas, através das quais ninguém poderia atravessar, e se alguém tentasse, era rebatido com força, e arremessado a mais de um Quilômetro de distância.



Proferiu mais um feitiço, de levitação, sobre o Hagrid, e rapidamente guiou todos os sobreviventes para a sala de McGonaghal. Uma vez lá, sabendo que não estavam ainda totalmente seguros, pediu a Molly Weasley para administrar feitiços cicatrizantes nas feridas de Hagrid, e em seguida começou a circular a sala convocando tantos feitiços protetores quanto conseguia lembrar.



Mas antes mesmo de toda essa tormenta ter seu início, os seis marotos, já dentro da sala precisa, encontraram o armário onde estavam guardados os mais poderosos objetos mágicos que a história do mundo bruxo já pôde testemunhar.



_Vamos logo, vamos pegar a espada e ir encontrar os outros. Podemos duelar com ela, e podemos vencer.



_Ora, almofadinhas! Acha mesmo que essa espada pode contra trezentos comensais e suas varinhas de uma só vez?



_Essa é a nossa única esperança Lily!



_Não, Pontas. Claro que não foi isso que Dumbledore quis dizer. Ele queria que fizéssemos uma outra coisa. – Acrescentou Frank.



_Como assim? Ele não quer que lutemos mais? Perguntou Sirius, entre indignado e decepcionado.



_Pense um pouco. – emendou Alice -Lembre-se de cada uma das relíquias que ganhamos e...



_O que eles fazem!!! – Constatou Lupim



_Agora sei o que devemos fazer. – Concluiu o líder corajoso, Tiago - Vamos abrir logo esse armário!



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