NIEMs Concluidos, Ameaça Imine



Hogwarts amanheceu tensa. E a tensão fez com que os alunos ficassem mais quietos do que de costume. Todos estavam em silêncio, alguns brancos como cera, outros verdes como alface.



Era o primeiro dia da esperada e temida semana dos testes. Os alunos do sexto ano se encaminhavam para o grande salão, onde os NOMs seriam aplicados. Já os alunos do sétimo ano, teriam suas NIEMs aplicadas em salas de aula.



Poucos alunos se mantiveram mais descontraídos, e entre eles estavam os marotos. Mantinham-se discretamente divertidos com os colegas de várias cores, rejeitando o delicioso café da manhã servido nas salas comunais, e desesperados, passando a jato as folhas dos livros, como se fossem aprender algo naqueles últimos minutos antes de serem guiados para suas forcas, quer dizer, para as salas onde lhes seriam aplicados os testes.



Seria uma semana puxada, mesmo para quem conseguisse manter a sanidade, enlouquecer de nervosismo por causa dos testes não iria ajudar.



E além do mais, o grupo de amigos que constituía a ‘Sociedade dos Marotos de Hogwarts’ não tinha mesmo motivos para temer os testes. Sabiam que estavam muito bem preparados, pois além de terem realmente estudado para os testes, e de confiarem inteiramente na educação bruxa que Hogwarts oferecia aos alunos, tiveram ainda uma ajudinha extra com os treinos para a Ordem da Fênix, que, ao pesar das balanças, veio mesmo a calhar.



Cansados? Sim é claro, porque afinal, podiam ser bruxos mas ainda assim eram humanos, de carne e osso, e por mais que o poção de restauração ajudasse, e muito, ainda assim, andavam precisando de uma noite em que pudessem dormir pouco mais de tempo do que as três horas que andava a lhes sobrar para o repouso.



A verdade , é que no primeiro dia dos testes, os meninos estavam mesmo animados, e conseguiram driblar o cansaço facilmente. No segundo dia, precisaram de mais algumas doses da poção de Lily e Alice. No terceiro dia, dormiram na hora do almoço, almoçaram clandestinamente na cozinha já de tardezinha depois do teste, e adormeceram na sala comunal, amontoados na poltrona maior, em frente à lareira apagada, porque ninguém a suportaria bem no meio do verão. No quarto dia, alguns deles, entre eles Pedro Petigrew acordaram atrasados e só foram admitidos na sala onde os testes estavam sendo aplicados mediante a intercessão de Dumbledore pessoalmente. No quinto e último dia se sentiam como zumbis, mas ainda assim conseguiram cumprir todos os horários.



No sábado, enfim, os garotos dormiram até tarde, e quando acordaram já estava beirando a hora do almoço. Ainda na sala comunal, comiam doces e besteiras, enquanto jogavam conversa fora, tentando espantar do corpo toda a exaustão dos dias anteriores.



_ Enfim livres...mais uma semana em Hogwarts, de total mamata, depois férias...



_Espero que não esteja esquecendo, Tiago, que nós permaneceremos em Hogwarts para defendê-la, afinal, você sabe das ameaças...



_Claro que sei Remo, mas tenho certeza que nesse tempo não estaremos proibidos de fazer alguns passeios em Hogsmead por exemplo, não é mesmo?



_Podíamos inclusive pedir a Dumbledore para nos deixar ir lá hoje à tarde... o que vocês acham.



_Ah, Almofadinhas, tanto faz viu... não vou ficar com a mente tranqüila enquanto os resultados dos NIEMs não chegarem...



_Credo, Foguinho, as aulas acabaram, estamos enfim formados, e nem assim você deixa de ser CDF?!?!?!



_Ah Tiago...



E essa foi a conversa descontraída que ocupou o pouco tempo que tiveram até a hora em que foram para o salão principal para almoçarem.



Uma vez reunidos todos os alunos nas mesas de suas casas, o almoço foi servido fartamente. Todos comiam, e exalavam um misto de alegria, alívio e muito cansaço, o que os fazia ter semblantes um tanto cômicos.



Mas toda a paz não durou muito. Ninguém, nem mesmo Dumbledore saberia explicar como foram pegos de surpresa, quase desprevenidos. Como os sistemas de vigilância poderiam ter falhado?



Seja como for, tudo ocorreu vertiginosamente Rápido. Descendo por todas as escadas das altas torres do castelo, um inumerável de comensais da morte invadiam, caminhando calma e ameaçadoramente, empunhando suas varinhas. Alguns traziam por sobre o capuz, um chapéu de bruxo estilizado, com a marca negra bordada em verde e prata. Estes eram os porta-vozes do Lord das Trevas, e um deles, ao adentrar o salão e se deparar com Dumbledore, surpreendido, mas jamais assustado, intimidado ou acuado, começou um breve e agressivo discurso:



_Em nome do maior e mais temido bruxo de todas as eras, do supremo líder dos líderes, o Lord das Trevas, Herdeiro de todos os poderes e direitos sobre o mundo da magia, ordeno ao diretor dessa escola que a entregue sob sua tutela sem confronto. Ele enfim vem reivindicar seu direito sobre esse lugar, e o exige. A partir de hoje ele comanda sobre a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.



Agora, exalando uma tranqüilidade que não agradou de forma alguma o comensal que discursava, Dumbledore o encarou e respondeu com uma única e quase inaudível palavra.



_Nunca!



_Então tomaremos à força.



_Tente! – Dumbledore pronunciou essa última palavra entre os dentes e surpreendeu a todos que jamais imaginou Dumbledore tendo atitude parecida.



E como num passe de mágica, o salão principal, que já se encontrava repleta de indivíduos trajando roupas negras e encapuzados, se viu com todas as janelas e a única porta bloqueada por indivíduos trajando resistentes roupas brancas de duelo. Era a Ordem da Fênix que chegava no exato momento. Lily, que já estava devidamente treinada e já dominava muito bem todos os feitiços de que se dispunham os membros da Ordem, com um movimento sutil e silencioso de sua varinha, direcionada para cada um dos colegas pertencentes à ordem que, como ela, estavam ali terminando seu almoço, fez com que suas roupas se transfigurassem e ficassem idênticas ás dos outros membros que chegaram ali.



Alguns alunos, visivelmente chocados, se perguntavam como e por onde aqueles bruxos tinham chegado.



Dumbledore, novamente dominando sua calma e prudência apenas diz, sem desviar os olhos do comensal.



_Deixe-me ao menos levar os alunos para seus dormitórios e vamos poupá-los. Não os ataque. E poderemos decidir isso como vocês preferirem.



_Isso seria muito oportuno pra você, seu velho, mas esses pirralhos são nossas garantias.



Mas um outro comensal interrompe o primeiro:



_Não se esqueça das ordens do Lord. Ele quer os alunos vivos. Quer os sangues puros para que ele possa educar da maneira dele, e quer ele, pessoalmente, exterminar os sangues ruins. – disse isso olhando para Lily.



O coração da garota gelou e ela se lembrou de cada uma das brigas que tivera com um de seus mais queridos amigos, que, infelizmente, optou por companhias erradas. Será possível que aquele comensal é... não pode ser...



Desviou seu olhar para a mesa da Sonserina, quase não querendo enxergar. Vários minutos se passaram enquanto o silêncio imperava entre Dumbledore e o comensal que até então discutiam, e que agora tinham nas mãos o destino de todos os alunos, e enquanto os olhos de Lily procuravam desesperadamente um determinado aluno. Ficava cada vez mais desconfortável, porque não conseguia vê-lo em nenhum lugar. Olhou rapidamente as outras mesas, das outras casa, e ainda sem êxito, voltou novamente os olhos para a mesa da Sonserina.



Ouviu a voz rouca de o comensal responder nervoso e com os brios feridos, mas sem opções: - Está bem, os alunos podem ir, mas todos os professores deverão permanecer aqui. E se minhas ordens não forem seguidas e risca, o próprio Lord chegará aqui num piscar de olhos. - e Dumbledore concordou com palavras contraditas, a meia boca.



Mas Lily as ouviu com os ouvidos, sem desviar o olhar, continuava desesperadamente procurando. Até que, alívio, ela encontrou o aluno que tanto procurara. Severo Snape estava ali, no fundo da sala, olhando atônito, em sua fisionomia um misto de pavor e admiração por aqueles homens rudes, mas que aparentavam um falso poder.

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