O grande e inesperado encontro
Não conseguiam reconhecer o estilo das artes entalhadas nem das letras que se encontravam talhadas no arco superior das armações dos espelhos, mas puderam ler três palavras, uma em cada espelho: no primeiro que eles juntos fitaram estava escrito ‘OJESED’ na margem superior da moldura de madeira.
Os seis olhavam compenetrados, encantados com a beleza da antiguidade, pois pressentiram que não poderiam jamais supor a quantos milênios aquela peça existia.
Na superfície do espelho cenas começaram a surgir. Cenas que todos os marotos conseguiam ver juntos. A primeira, foi Lupin, com os cinco amigos, em um piquenique noturno, sob a lua cheia. Ele sorria e olhava para o céu e não se transformava em nenhum ser, continuava a ser o simpático bruxo que era durante as luas nova, crescente e minguante.
Logo depois foi uma cena em que Sirius se via entrando em sua casa, porém a encontrava, não sombria e repleta de objetos das trevas, mas toda iluminada, seus pais e seu irmão gozando de extrema saúde, sendo recebido por todos com entusiasmo e carinho.
Depois, Frank e Alice surgiram na superfície do espelho sob uma chuva de arroz, os outros apareciam logo atrás em um segundo plano aplaudindo muito. Frank em um elegante trage a rigor e Alice maravilhosa dentro de um vestido branco magestoso, com uma grinalde e uma tiara reluzente.
Logo depois surgiram Tiago e Lílian, em uma casinha modesta em Godric’s Hollow, com um belo menino no colo, estavam todos lá, rodeando um imenso bolo enfeitado de glacê e jujubas, com uma velinha bruxuleante de um aninho.
Sem entender muito tudo o que estavam vendo, todos se entreolharam, se abraçaram como puderam, e depois se viraram para o outro espelho.
Este segundo espelho tinha sobre a superfície do arco superior da moldura a palavra ‘MANDHROS’ e mal deitaram os olhos sobre sua superfície e empalideceram todos.
Enxergaram simultânea rapidamente uma cena horrível, em que surge diante deles Voldemort e a maior tropa de comensais da morte já imaginada e de uma só rajada disparam centenas de maldições da morte que os pega a todos desprevenidos. Ainda vendo a cena na superfície do espelho eles se deparam com seus seis corpos inertes e de repente começam a ser jogados de qualquer jeito outros corpos sobre os deles: primeiro McGonaghal, depois Flitwick, um por um dos professores de Hogwarts, depois todos os parentes de que eles puderam se lembrar , e por último o corpo de Dumbledore.
Aterrorizados e desesperados todos fecham os olhos e se viram na direção onde sabiam que encontrariam o outro espelho. Pouco a pouco foram abrindo os olhos vencendo relutantemente o medo de se depararem com experiência semelhante àquela que o espelho anterior proporcionara.
Puseram-se a examinar cautelosamente o terceiro espelho. Na parte de cima estava escrito ‘DAGNA’. Este espelho demorou-se um pouco mais para revelar sua magia e seu poder. Os garotos o olhavam sem compreender nada do que estava acontecendo, mas sentiam no intimo a mesma expectativa. Sabiam que algo iria acontecer e agora mais do que nunca sabiam que aquilo seria importante para Hogwarts. Permaneciam imóveis diante do espelho, sem saber o que esperar dele, sabiam de alguma forma que era necessário esperar.
Passados vários minutos, uma respiração alterada pela ansiedade, o espelho começa a expandir seu tamanho e a iluminar-se como se um imenso arco iris de incontáveis cores estivesse a tomar conta de toda a sua aumentada superfície. Dentro começaram a se avantajar os vultos de seis corpos que iam pouco a pouco avançando para fora dos limites do vidro do espelho.
_Vejo que Hogwarts continua a produzir bruxos brilhantes.
_Com certeza Helga, pela idade que aparentam e pelas roupas que usam, devem estar cursando o último ano.
_Mas para não deixarmos os garotos ainda mais confusos Salazar, julgo prudente nos apresentarmos antes de mais nada. Eu faço as honras.
O bruxo que falava agora por último foi, sem duvida, inicialmente, reconhecido como o próprio alvo Dumbledore, e o outro logo ao seu lado também, eram dois bruxos idênticos. Somente quando os marotos perceberam que nenhum dos dois eram o Diretor, foi que perceberam também se tratar de dois indivíduos se movimentando diferentemente, até então julgavam ser reflexo do espelho.
_Este é Godrico Gryffindor, esta é Helga Hufflepuff, a este lado, Rowena Ravenclaw, aquele é Salazar Slitherin, ao meu lado é Merlin Wulfrico Hogwarts Dumbledore, meu irmão gêmeo e eu sou Hector Percival Hogwarts Dumbledore.
_Muito prazer em conhecer vocês, - Tiago assume a liderança, tremendo até os fios de cabelos pelo susto - mas como vocês surgiram, como e porque vieram?
_Pensei que já tivesse matado a charada. Você está diante dos espelhos, não é, ou você realmente não faz idéia do que os espelhos fazer?
_realmente não.
_está bem, eu explico. Aquele ali é o espelho de Ojesed, e ele mostra exatamente tudo aquilo que sua alma mais deseja. Aquele outro é o espelho de Mandhros, e ele te mostra exatamente o maior temor de sua alma, mas este, é o espelho de Dagna, e ele realiza um único desejo para quem venha a mira-lo com o coração sedento de algo. Os dois primeiros funcionam isoladamente, mas este último, somente funciona quando está acompanhado dos outros dois. Mas eu digo que vocês são admiráveis, e sua amizade é surpreendente, porque os espelhos não costumam manifestar seu poder para mais de um bruxo de cada vez, mas vocês experimentaram seus efeitos em conjunto, e o único grupo de amigos que conseguiram esta proeza antes de vocês, fomos, digamos, nós.
_então, se nós estamos diante do espelho de Dagna, e vocês surgiram, significa que nós desejamos ver vocês e acabamos por tira-los do descanso eterno de suas mortes?
_Sim e não. Porque não estamos mortos. Quando Salazar voltou muito doente para junto dos outros três patronos das casas e de mim e de meu irmão, que éramos professores e colaboradores em Hogwarts naquele tempo, ele estava muito arrependido de todas as sandices que havia cometido e praticado. Então mandamos vir para Hogwarts estes espelhos, para tentarmos desejar a cura de Salazar, para que ele tivesse tempo de corrigir ao menos algumas de suas, como vocês dizem, ah... burradas, mas desejamos errado, desejamos com um tanto a mais de cobiça, e bem mais ambiciosamente do que vocês com certeza. Desejamos vivermos juntos felizes e pra sempre, e o espelho concedeu-nos uma vida que se prolongou até hoje, no seu interior. Agora que vocês nos libertaram, não nos resta muito tempo, porque segundo as leis do universo, já devíamos ter ido há séculos. Por isso antes que não haja tempo nós vamos entregar a vocês o que vocês estiveram procurando por todo este ano. Os instrumentos que protegerão Hogwarts de todo o mal que tente invadir seus limites.
_Então foi pra isso que vocês vieram, quero dizer, que nós te libertamos, ou melhor, foi esse o desejo de nosso coração, manter Hogwarts a salvo?
_Exato, e por isso vamos conceder a vocês essas relíquias, por que elas contém poder para livra-los de todo o mal. Porem terão que ter muita cautela, pois apesar de estas serem genuínas, elas já existem neste plano, e estas não poderão ser vistas e principalmente colocadas em contato com elas mesmas, quero dizer com a outra dela que é ela mesma. Estão compreendendo?
Todos consentiram com um gesto de cabeça.
_Eis as relíquias.
_Essa, garotos, é a minha taça. A Taça De HufflePuff. Creio que já ouviram falar dela não é, pois neste plano ela está perdida por aí. Vocês sabem qual é o poder que ela tem? Vou lhes dizer. Ela é capaz de verter qualquer líquido que vocês desejem. Pode verter desde vinho dos elfos até o mais poderoso antídoto que vocês puderem desejar. É o único objeto no mundo capaz de produzir um elixir que reverta a maldição da morte, se administrado bem rapidamente depois de a vitima ser atingida.
_UAU!!! - Todos exclamaram.
-Esse, garotos, é o meu medalhão, o Medalhão de Slitherin. Inicialmente ele carregava uma terrível maldição que drenava até a morte as energias de qualquer pessoa que tentasse usa-lo alem daqueles em que corria sangue Slitherin. Mas agora ele é dotado de poderes diferentes e bem melhores. Cria um feitiço escudo setenta e sete vezes mais abrangente e poderoso do que um invocado com a varinha.
_Essa é a minha tiara, a Tiara de Ravenclaw. Ela esclarece a mente de qualquer um que a use, clareando a visão e a percepção, concedendo perfeita capacidade intelectual, inclusive o tornando um infalível estrategista.
_Esta é a minha espada. A espada de Gryffindor. Ela é capaz de absorver toda e qualquer energia mágica positiva, tornando-se cada vez mais poderosa, e ao mesmo tempo repelir toda e qualquer energia mágica das trevas, fazendo-a retornar para o lugar de onde fora extraída.
_Esta é a minha ampulheta, a Ampulheta de Merlin. Ela te permite visualizar, e até visitar um tempo diferente do presente. Pode ir ao futuro e ir ao passado, mas preciso avisar. Há muitos riscos envolvendo o uso desse instrumento. Tenham cautela.
_E por fim, eu lhes dou a minha relíquia, a relíquia de Dumbledore. Vejam.
E ele aproximou dos garotos uma bonita caixa dourada com um emblema muito semelhante ao escudo de Hogwarts, mas além do leão, da serpente, da águia e do texugo, haviam mais dois animais ali, á esquerda, entre a águia e a serpente, estava um unicórnio, o unicórnio de Merlin, e entre o leão e o texugo, à direita, estava uma fênix, a Fênix de Hector. Era belíssima.
_veja, tudo o que for guardado nesta caixa será imediatamente ocultado por poderosos encantamentos desilusórios e de proteção. Somente quem tiver o coração em afinidade com o coração do dono da caixa, que sou eu, poderá acessar os objetos aí guardados. Não há limites para a quantidade de coisas que se pode guardar aí, pois é equipada também com o melhor feitiço de expansão já executado por um grupo de bruxos até hoje. Ela tem capacidade quase infinita, e eu a estou dando a vocês juntamente com um conselho. Mantenham nela guardados todos os outros objetos que vocês ganharam hoje. E ela tem ainda mais uma última e muito útil propriedade. Com apenas um movimento de mãos, assim, - Hector Dumbledore mostra um movimento sobre a tampa e nas laterais da caixa - e ela irá diminuir de tamanho tanto quanto vocês desejarem. Com isso torna-se fácil camufla-la.
_Senhores, não temos palavras...
_Não precisa agradecer, pois não há mais muito tempo, já não mais podemos sustentar nossa permanência nesse plano. Apenas escutem. Mostrem isso a Alvo e o avise. O Bruxo das trevas que assola o mundo mágico na atualidade está em vias de concretizar seus planos de invadir o castelo. E isso não tardará a acontecer. Ele precisa, todos precisam se preparar. Agora vocês devem ir. Adeus, foi muito bom ajudar a garotos, estudantes de Hogwarts, tão brilhantes como vocês.
E dizendo isso os seis bruxos magníficos sumiram, como se evaporassem no ar. A luz intensa que emanava do espelho começou a diminuir e logo tudo estava como antes.
Nesse momento os marotos puderam visualizar na parede dos fundos da sala, um enorme brasão de Hogwarts, de rara beleza. Atraídos pelo encanto da peça foram caminhando, como se estivessem hipnotizados, em direção a ela. A retiraram da parede e puderam notar que na sua parte frontal estavam ali ilustrados os quatro animais, leão, serpente, águia e texugo, e ao virarem o brasão, viram que ali, em seu verso, estavam gravados o unicórnio e a fênix.
_Como é lindo.
_Acho que devemos levar isto também para Dumbledore.
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