O resgate
Estando todos de acordo quanto à melhor e mais rápida maneira de chegar até os portões de Hogwarts, os seis marotos encrencados se atentaram pra um outro probleminha (ãozão). Como sair daquele lugar monstruosamente imenso e, principalmente em que lugar de Hogsmead ele se encontrava.
Alice era a que estava conseguindo se manter mais calma, menos nervosa seria mais apropriado afirmar, e por isso tomou para si a tarefa de ir até uma das lojas e se informar.
Perguntou ao verdureiro bruxo discretamente onde em que parte de Hogsmead ficava aquele mercado, e ficou roxa de vergonha quando o vendedor riu-se a esbaldar.
_E que não somos daqui e... bem, nos perdemos e não sabemos como viemos parar nesse lugar...
_Menina boba, todo este espaço fica abaixo dos quarteirões centrais de Hogsmead. Você está bem de baixo da Dedos de Mel nesse exato momento e local.
_Ah... é... int-teressante. E o senhor poderia me informar... bem... me dizer...ahm... me ensinar como sair daqui?
_Ah!!!! Muito fácil. Muito fácil – continuando suas gargalhadas entre cada uma das palavras – basta desaparatar, tendo como destino – apontando um dedo incerto por causa das gargalhadas – a rua acima de sua cabeça.
_está bem, muito obrigada – disse apressada louca pra se ver o mais longe possível daquele bruxo todo enlameado e tão debochado.
De volta ao grupo, a menina, ainda bem vexada por causa da incômoda conversa com o verdureiro, deu as necessárias orientações ao garotos e em poucos minutos estavam todos espatifados no meio da rua central de Hogsmead, porque tinham, digamos, se empenhado excessivamente na desaparatação. Mas sentiram um certo alívio, pois dali, era possível ver as pontas das torres do castelo.
_agora, é só fazer a transformaçãozinha, não é mesmo?
E todos se concentraram, com os olhos fechados e começara, com as varinhas em punho sussurrar palavras inaudíveis, como em uma prece maluca, e em poucos minutos estavam ali, no lugar dos seis marotos, seis animais: um cervo, um enorme cão negro, um lobo branco, uma coruja, um enorme gato selvagem e um belíssimo faisão vermelho.
As duas aves foram adiante, voaram rapidamente pelos céus em direção a Hogwarts, precisavam chegar o quanto antes. Sabiam que para eles seria bem fácil entrar nas propriedades, mas para os outros, que eram animais terrestres, como eles fariam? Ficariam presos do mesmo jeito do lado de fora do castelo.
Mas os quatro animais corriam céleres pelas ruas escuras da noite de Hogsmead. Não pensavam muito. E quando deram por si, estavam parados diante dos portões fechados.
As duas aves adentraram as janelas do gabinete de Dumbledore, que estavam, para sorte deles, aberta. Assustaram-se com duas coisas. A primeira foi o alvoroço que Fawkes aprontou ao deitar os olhos nas duas aves intrusas, e a outra é que depois de pousarem na escrivaninha, ao olharem para trás, se depararam com Dumbledore, segurando as bordas de suas janelas trajando uma confortável camisola em tom perolado de dormir e em chinelões, com um olhar apreensivo, mas não repreensivo. Lily e Frank vacilaram por um segundo e duvidaram se tinham feito a coisa certa, pensaram se deveriam mesmo voltar à forma humana naquele momento.
_Lilian, Frank, podem se revelar, sei que são vocês, e precisarão agir rápido.
Assustados e sem compreender muito, mas sabendo que não era possível desobedecer a uma determinação do respeitável mago diante deles, fizeram como o diretor ordenara.
_pois bem. Vocês levarão as chaves até o portões, os destrancarão, usarão o feitiço convocatório para resgatar suas capas do lado de dentro das propriedades, caso contrário serão rastreados pelo feitiço rastreador de menores do ministério,darão passagem aos seus amigos, depois todos vestirão as capas e voltarão para meu escritório. A senha é Hidromel. Agora vão vocês dois, voltem às formas animais e voem até lá sem demora, o mais depressa que puderem.
Os dois emudecidos e sem saber o que dizer se resumiram a obedecer sem mais demora.
Logo estavam todos do lado de dentro dos portões que se trancaram instantaneamente, assim que as capas cruzaram os limites da propriedade. Vestiram as capas e seguiram para o castelo. As grandes portas centrais estavam fechadas e eles cogitaram a idéia de entrarem por uma das outras entradas, mas sabiam que estariam todas trancadas também. Não tinham escolha. Seguiram em direção às grandes portas de madeira. Quando pisaram o primeiro degrau da escadaria que dava acesso à soleira, as grandes portas rangeram sutilmente e se abriram sozinhas. Entraram o mais silenciosamente possível e da mesma forma como abriram, as portas se fecharam. Os garotos se apressaram mas não correram, para não causar ruídos. Cruzaram um incontável de passagens que poucos conheciam e pararam diante da gárgula. Sussurraram a senha ‘hidromel’ e entraram.
Dumbledore os esperava, novamente, com as portas do gabinete já abertas, e diante dele, os garotos despiram as capas.
_Compreendem a gravidade da enrascada em que vocês se meteram, não é?
Concordaram com um aceno de cabeça, sem força ou coragem pra qualquer outra reação.
_Pois então compreendam mais uma coisa. Não será sempre que poderei acobertá-los ou os socorrer em momentos como este, marotos. É de extrema relevância que sejam mais, muito mais cautelosos e atentos. Quero deixar claro que não quero que abortem a... digamos... ação. Ao contrário, ela será de igual relevância, se meus palpites estiverem corretos... e não estão na pista errada de forma algumas, talvez na direção equivocada, contrária mesmo. Agora quero que voltem no mais absoluto silêncio para seus dormitórios, e não contem nada disso a ninguém. Ninguém, entenderam?
Outra vez concordaram com um gesto de cabeça.
_Agora podem ir.
Eles se levantaram e cumpriram exatamente o que Dumbledore os exortara a fazer, mas antes de dormir, Tiago providenciou cinco pedaços de pergaminho e, para não perder tempo com penas, imprimiu por feitiço cinco palavras nos cinco pergaminhos, ‘amanhã, mesma hora, sala precisa.’ E fez com que se consumissem em uma chama de ofuscante brancura entre seus dedos. Quase imediatamente outros cinco pares de mãos cintilavam o mesmo fogo, de onde se materializou, em cada um deles, o pergaminho que o Presidente da associação dos marotos enviara.
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