Um elo inesperado



No castelo, os comensais caem segurando o braço, como se tivessem sido acometidos por um cruciatus coletivo. Todos vêem um clarão saindo da floresta e todos percebem que acabou, resta agora saber como acabou.



Gina consegue voltar a consciência, por sorte ela e Minerva se protegeram com um feitiço escudo. A ruiva olha ao redor e vê Rony e Hermione desacordados bem como Draco Malfoy que está sangrando, ao seu lado a fênix de Dumbledore chora e derrama suas lágrimas nos seus ferimentos.



Se fosse em outra ocasião, Gina prontamente iria ver a situação dos amigos, mas agora ela só pensa em localizar Harry Potter. Ela viu o raio prateado que saiu da varinha de Voldemort, a ruiva sente seu coração descompassado e a garganta seca só em pensar no que pode ter acontecido.



E seus pesadelos viram realidade ao ver o corpo inerte de Harry Potter ao chão...



Gina corre tendo Minerva a seu encalço, a ruiva não percebe, mas a sua mentora vê que não muito longe de Harry está o corpo de lorde Voldemort, ela luta para que as lágrimas não a ceguem enquanto repete para si mesma que Harry não pode estar morto ao mesmo tempo em que seu lado racional diz que ninguém poderia escapar de uma explosão como aquela, isso sem falar no raio que Gina tem certeza que o atingiu.



Neste momento Rony e Hermione também recuperam a consciência, por sorte eles estavam relativamente afastados do local da explosão. Eles olham para Draco Malfoy ainda inconsciente e muito ferido, ao seu lado a fênix vertendo lágrimas e uma cobra evidentemente morta. Sim, Draco conseguiu, mas a que custo?



- Eu vou ver como ele está – Hermione diz – veja como estão os outros



Rony assente com a cabeça e sai em direção à irmã. Ele engole em seco quando vê Gina banhada em lágrimas ao lado de Harry. O ruivo apressa o passo passando por Minerva que está ao lado de Voldemort.



- Ele está... – Rony não consegue pronunciar as palavras, ele luta para que as lágrimas não aflorem.



- Não – é Minerva quem responde – ele não está morto (seu olhar dança entre Harry e Voldemort) nenhum dos dois está.



- E eu não consigo acordá-lo – Gina diz tentando ser mais forte do que ela realmente se sente – as varinhas se conectaram e quando percebemos, uma luz tomou conta de tudo e os dois estavam inconscientes. Vocês estão bem? – Gina pergunta para o irmão



- Estamos. Quer dizer, a doninha deve ter sido mordida pela cobra, mas Fawkes está cuidando dele, então acho que vai ficar bem. Ele matou a cobra – Rony completa e não pode deixar de sorrir



- Então se ele destruiu a horcruxe, por que Voldemort ainda está vivo? – Gina questiona, embora neste momento ela não esteja realmente preocupada com Voldemort. Tudo que ela quer é que Harry recobre a consciência



- Vamos pensar nisso depois – Minerva toma o controle da situação – o importante agora é levarmos Harry para a enfermaria e darmos um enterro decente aos mortos – ela diz olhando para Barbara e Snape



- E quanto a ele? – Gina pergunta olhando para Voldemort



- Temos que levá-lo também. Não sabemos o que aconteceu e última coisa que precisamos é que os comensais venham resgatá-lo – ela pega sua varinha e conjura um patrono – procure o professor Filch ou algum membro da ordem, indique o caminho e diga que precisamos de ajuda – o gato faz um movimento com a cabeça e parte, Minerva só espera que alguém na escola tenha condições de vir ajudar...



XXXXX



Enquanto isso



Draco sente como se por um momento ele houvesse morrido, e talvez tenha sido assim. Ele se lembra vagamente de ser mordido e de ter reunido as poucas forças que lhe restavam para cravar o dente de basilisco na cobra de Voldemort causando assim um ferimento fatal. Ele cumpriu a sua promessa, Draco só não entende como ainda está vivo.



- Foi a fênix – Hermione adivinha o pensamento do loiro e diz acariciando as penas da ave – ela chorou sobre o seu ferimento e isso fez com que você conseguisse sobreviver. Eu nunca pensei que diria isso, mas você foi incrível, Malfoy. Como você sabia o que fazer?



- É uma longa história – Malfoy diz – uma história envolvendo o quadro de Dumbledore que me disse o que eu deveria fazer e me deu um voto de confiança, eu tive a minha segunda chance e espero ter feito tudo certo dessa vez – ele se levanta com dificuldade e olha ao redor – deu certo?



- Na verdade eu não sei – Hermione diz – eu pedi ao Rony para verificar enquanto esperava que você recuperasse a consciência, não podia deixar você aqui sem proteção e inconsciente.



- Quer dizer que você se preocupou? – o loiro pergunta, aturdido



- Nós estamos do mesmo lado, Malfoy, ou você ainda não percebeu? – ela sorri – você está bem?



- Já estive melhor – o loiro responde – vamos ver se deu tudo certo ou morrer lutando - ele diz enquanto se levanta e segue com Hermione na direção em que tudo aconteceu



XXXXX



Em Hogwarts



Caos seria pouco para definir a situação. A maioria dos comensais caiu desacordado assim que o grande clarão se formou na floresta proibida, aos poucos alguns começaram a voltar a si e alguns deles partiram em retirada, enquanto outros simplesmente se renderam ainda sem acreditar no que ocorreu



Está claro que algo aconteceu a você-sabe-quem, no entanto não é possível saber exatamente o que foi. Sirius percorre os corredores em ruínas passando por cima dos mortos e feridos, a prioridade agora é encontrar Harry Potter. Ele só se detém ao ver o corpo de Hagrid. O meio gigante possui diversos ferimentos que mostram que derrubá-lo foi um grande trabalho e que ele morreu defendendo o lugar que ele sempre chamou de lar. Sirius enxuga uma lágrima discreta enquanto se abaixa e fecha os olhos do amigo.



A sua alma gentil será lembrada – ele murmura para o meio gigante – fica em paz, amigo...



Ele continua a sua busca tentando não focar nos corpos, muitos deles conhecidos. Neste momento ele só quer achar seu afilhado, ele acaba de passar pelo corpo de Lucio Malfoy quando vê um gato prateado que ele já conhece muito bem. É o patrono de Minerva McGonagall pedindo ajuda na floresta. Sirius sente a bile surgir em sua garganta. Ele tenta se manter focado enquanto se dirige para a floresta proibida.



XXXXX



Na floresta proibida



Sirius segue o patrono com a maior rapidez possível, ele enviou seu próprio patrono para que procurasse Remo e o colocasse a par do que aconteceu, ele sente o seu coração bater descompassado e o fato de que ele não conseguiu notícias do afilhado não sai da sua cabeça.



Ele segue rapidamente com a varinha em punho, embora saiba que caso tenha algum comensal a espreita, ele fatalmente será atacado, pois neste momento Sirius não está nem um pouco preocupado com a sua segurança, tudo que ele quer é saber realmente o que aconteceu.



Ao chegar à clareira onde se deu o duelo seu estômago se contorce em ansiedade e ele vê seus piores pesadelos realizados, Sirius corre até onde Harry está e as palavras saltam de sua boca – ele está morto?



- Não – Minerva responde – não sabemos direito porque, mas ambos – ela diz olhando para Harry e Voldemort – estão apenas desacordados. Não podemos fazer nada até saber se algo pode ou não ferir o Harry. Vamos levá-los ao castelo e talvez com um pouco de sorte Dumbledore saiba o que devemos fazer



XXXXX



Um pouco depois, no escritório da diretora



O quadro de Dumbledore observa a todos através dos seus oclinhos de meia lua. Se não fosse um quadro, talvez fosse evidente a apreensão em seu semblante, os presentes só esperam que ele possa dar alguma luz sobre todos os acontecimentos sombrios



Os presentes esperam que Dumbledore fale alguma coisa. Gina mal se aguenta, ela quer que o diretor dê alguma resposta. Se ele não puder fazer isso, quem mais o faria?



Então, depois de alguns minutos que para ela pareciam séculos, finalmente ele se pronuncia:



- Eu havia desconfiado de que algo pudesse acontecer, mas não esperava que fosse assim – ele se cala por um momento – Harry e Voldemort estão ligados de uma forma que eu não esperava. A ligação entre eles não se dá apenas pelo fato do Harry ter sido marcado como seu igual ou pela conexão entre as suas varinhas. Infelizmente naquela noite em que James e Lilly foram assassinados, Harry não recebeu apenas uma cicatriz, ele recebeu um pedaço da alma de Voldemort



- O senhor está querendo dizer que Harry é uma horcruxe? – Hermione diz, abismada – como pode isso? Uma horcruxe pode ser criada por engano? Porque se Voldemort soubesse que Harry é uma horcruxe não iria querer destruí-lo, é claro. Pelo contrário, iria querer que ele estivesse a seu lado como acontecia com a cobra



- Sim, senhorita Granger – o quadro concorda com o raciocínio de Hermione – não é possível dizer como ou por que, mas pela forma com que as coisas se deram, isso deve ter acontecido, então de alguma forma quando eles se enfrentaram desta vez...



- Tudo bem – Gina que até então estava calada interrompe a conversa – já sabemos que o Harry foi transformado em horcruxe e isso fez com que ele esteja naquela cama inconsciente junto com você-sabe-quem. Mas o que importa agora é, como a gente faz pra ele voltar?



Todos os presentes olham para Gina. Embora eles estivessem curiosos para saber o que aconteceu e de certa forma achem meio desrespeitoso a forma como a garota interrompeu Dumbledore mesmo ele sendo um quadro, no final ela foi direto ao ponto. Como fazer pra que Harry recupere a consciência?



Dumbledore fica alguns momentos em silêncio e a sua resposta infelizmente não é o que todos esperavam:



- Receio não ter como responder essa pergunta, senhorita Weasley, só o que eu posso dizer é que eles foram ligados de alguma forma e tudo leva a crer que caso Harry recupere a consciência, ele vai trazer o Tom com ele



- Mas se isso acontecer, o Harry pode derrotá-lo – Gina diz tentando processar o que o quadro do diretor disse – ele já fez isso uma vez, e agora que as horcruxes foram destruídas...



- Não, Gina – o quadro diz e a sua expressão é mortificada – não seria tão fácil assim, nem todas as horcruxes foram destruídas



- O Harry é uma delas... – Hermione balbucia mais para si mesma, enquanto as lágrimas se formam em seus olhos



- Sim – Dumbledore concorda – e me arrisco a dizer que deve ter havido algo mais que os ligou desta forma, eu posso estar errado e torço pra isso, mas existe uma possibilidade de que se algo for feito para atingir Voldemort, isso possa ter alguma consequência para o Harry



O grito fica abafado na garganta de Gina, ela quer contestar o que Dumbledore disse, dizer que ele está enganado, que isso não é justo, mas a sua voz não sai, as lágrimas se formam e a ruiva sai correndo com um soluço estrangulado...



XXXXX



Algum tempo depois



Alguns tentam amenizar os estragos ocorridos na escola, outros choram seus mortos que infelizmente não foram poucos, outros estão a caça dos comensais que fugiram e outros estão cuidando dos feridos



Mas há um grupo pequeno que se encontra em uma ala da escola que não é frequentada por ninguém, um grupo que se reveza na vigília de duas pessoas, uma por apreço e consideração, a outra por medo. Nesta ala da escola, escondidos da maioria das pessoas se encontram Harry Potter e Tom Riddle.



É estranho, para não dizer irônico, que ambos estejam lado a lado, mas o quadro de Dumbledore aconselhou que fosse assim, ele disse que de alguma forma estavam ligados e que não sabia se haveria alguma consequência se fossem afastados



Gina passa a maior parte do tempo segurando a mão de Harry e tentando achar uma forma de salvá-lo. Após um período de lágrimas e lamentações, ela decidiu que iria lutar. Gina não é mulher de se deixar abater desta forma e enquanto seu amado estiver respirando ela não vai desistir e por isso a ruiva e os amigos pesquisam uma forma de conseguir trazer Harry de volta e destruir o pedaço da alma de Voldemort sem destruir Harry Potter. Ela sabe que nada irá acabar enquanto isso não for feito



Ela teve uma ideia, uma ideia louca e desesperada. A ruiva sabe que vai precisar de ajuda para fazer isso e por mais que ela queira fazer o mais rápido possível, Gina sabe que precisa ter tudo muito bem articulado e ela também vai precisar de ajuda, Gina vai precisar de alguém que concorde em ajudá-la em seu plano que pode ser praticamente suicida



- Aguenta firme, Harry – ela diz acariciando os cabelos revoltos do seu amado – eu vou te buscar em breve...





NOTA DA AUTORA



Sim eu estou de volta e até que estou conseguindo não enrolar muito. Estou muito feliz com isso, mesmo que eu tenha tido que deixar as minhas outras fics um pouquinho de lado, essa vai ser a prioridade até ser finalizada.



Muito obrigada as pessoas que comentaram os últimos capítulos, eu sei que muita gente já desanimou de comentar por causa do tempo que a fic está no ar e nunca acaba, mas quem puder deixar uma palavrinha vai me deixar muito feliz.



Espero que tenham gostado do capítulo. O fim se aproxima cada vez mais e eu prometo não enrolar muito pra postar o próximo.



Bjos e até breve (eu espero)


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Comentários (1)

  • Renata

    Opa, mais um capítulo para a conta! Conseguiu deixar minha curiosidade aguçada, tenho até um palpite, vamos ver se estou certa rsrs.

    2019-03-19
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