Um servo cai



Na floresta proibida



Gina vê a jovem mulher ser atingida pelo raio. A menina consegue perceber exatamente o momento em que a vida sai de seus olhos, mais uma vez uma mãe deu a vida pelo seu filho. A ruiva não consegue evitar que as lágrimas se formem, ela olha para Harry e vê que o seu amado sente a mesma coisa, uma revolta aliada à impotência de ver uma vida se esvair sem que ele nada possa fazer.



Harry respira fundo tentando não deixar que o choque domine a sua mente, ele tenta ser o mais racional possível, pois sabe que Voldemort espera que ele se descontrole e se isso acontecer será o seu fim e de todos mais. Então ele diz buscando acima de tudo ganhar tempo:



- É isso que o grande lorde das trevas sabe fazer? Atacar uma mulher indefesa? Atacar crianças? Me admira que você tenha tantos seguidores a espera, eles não são tão inteligentes assim, não é mesmo? Ou já teriam percebido a farsa que você é!



- Eu sou uma farsa, Potter? – O lorde das trevas fala calmamente, mas Snape o conhece o suficiente para saber que seu mestre não está assim tão confiante. Snape sabe que neste momento ele reluta entre enfrentar Harry Potter e realizar os rituais. Sim, porque na verdade tudo está preparado para que aconteçam duas coisas, que Voldemort tenha para si a sétima filha e que seu corpo recupere a juventude através da criança.



- Eu poderia destruir você a qualquer momento – Voldemort fala – mas eu definitivamente quero que você veja a sua amada se juntar a mim primeiro, eu quero que a última coisa que você saiba é que a sétima filha está em meu poder, eu quero que você morra sabendo que não pode fazer nada para salvá-la... – E sem que Harry possa fazer nada, ele ouve:



- Petrificus totalis!



Harry sente seu corpo enrijecer, a única coisa que ele pensa é em segurar firme a sua varinha antes que desabe como uma pedra no solo úmido da floresta proibida...



XXXXX



Enquanto isso



Minerva vê Harry cair, por sorte a sua conexão com Gina a avisa que ele foi apenas petrificado. No entanto isso não lhe dá nenhum alento, ela já conhece o ser maligno o suficiente pra saber que ele está apenas deixando o mais divertido para o final, que ele vai brincar com Harry Potter como um gato brinca com a sua presa antes de esmagá-la com os dentes.



Então o rosto de Minerva se ilumina, a sua analogia pode até ser infeliz, mas lhe deu uma ideia, uma ideia louca e desesperada, exatamente a ideia que ela necessita em um momento tão desesperador.



Ela faz um sinal para que os demais não se movam e se concentra, em poucos segundos um gato listrado com sinais em ambos os olhos toma o seu lugar.



E em sua forma animaga Minerva segue em frente, ela vai se juntar a Gina e as duas sétimas filhas farão o que for preciso para que Harry Potter consiga cumprir a sua profecia em quem sabe ser aquele a sobreviver...



XXXXX



De volta a Hogwarts



Aletheia sente o seu coração falhar uma batida, ela não acredita que Sirius saiu do véu da morte para perecer em combate. O destino não seria assim tão cruel, ela repete para si mesma mentalmente enquanto deixa que a medibruxa assuma o seu papel – o que aconteceu? – ela pergunta a um rapaz ruivo que provavelmente é um dos Weasleys que vieram para o castelo assim que o ministério foi tomado.



- Não sei direito – Gui Weasley diz – eu havia acabado de derrubar um comensal e estava recuperando o fôlego quando o vi desacordado, a única coisa que pensei foi em tirá-lo de lá antes que algo pior acontecesse.



Antes que Aletheia diga algo, eles ouvem uma tosse como se alguém estivesse se engasgando e ela vê aliviada que Sirius está recuperando a consciência – estou gostando deste negócio de acordar e você ser a primeira pessoa que eu vejo – ele diz com um sorriso.



- Não é hora para galanteios agora, senhor Black – Aletheia diz com seu tom mais severo, mas não consegue conter um sorriso – você precisa de tratamento médico.



- Eu preciso é pegar aquela vaca antes que ela mate alguém – Sirius diz tentando se levantar – eu quase consegui, mas alguém me acertou por trás. Por sorte a pontaria dele não era tão boa e só conseguiu acertar a parede que desabou sobre mim – ele olha para Aletheia – por favor, faça o que você tem que fazer e me deixe voltar, eu não me perdoaria se Bellatrix fizesse algo.



Aletheia olha para Sirius e o olhar que recebe de volta lhe mostra que desta vez nada que diga ou faça poderá impedir que este homem volte para a luta, então ela assente com a cabeça – vou fazer o melhor que puder, Sirius, e você tome mais cuidado da próxima vez.



- Eu vou tomar – Sirius olha para a medibruxa – eu tenho mais motivos pra viver do que você imagina – ele respira fundo – e de repente quanto tudo isso acabar a gente quem sabe possa se conhecer um pouco melhor, conversar mais, sei lá... – ele diz parecendo incrivelmente acanhado para um maroto.



- Trate de ficar vivo, senhor Black, depois conversaremos.



- Apenas Sirius - ele sorri - apenas Sirius, depois conversarmos...



XXXXX



De volta à floresta proibida



Gina olha para Harry imóvel e sente a bile chegar a sua garganta, ela não consegue imaginar uma forma das coisas saírem bem, por mais que tenha treinado nada a preparou para isso e neste momento ela entende quando ele dizia que faria tudo para que ela ficasse segura, neste momento Gina não se importa consigo mesma, ela seria capaz de qualquer coisa para que Harry não seja ferido.



A ruiva aperta a varinha entre seus dedos, ela não consegue entender porque Voldemort não a desarmou. Talvez ele a ache muito jovem para fazer algo que o fira ou talvez tenha a ver com seu plano macabro.



Neste momento ela sente algo em sua mente, a sua experiência lhe diz que é a sua mentora, mas desta vez há algo diferente. No entanto antes que ela possa distinguir o que é, ela vê estupefata Severo Snape se dirigir ao lorde das trevas com sua varinha em punho...



XXXXX



De volta ao castelo



Remo Lupin encara Fenir Greyback e sente seu sangue gelar. Se fosse em outra circunstância, a sua natureza cordial nunca o permitiria fazer isso, por mais que tenha ressentimentos por aquele que lhe definiu a sua triste sina, nunca passou pela sua cabeça vingança ou algo do tipo. Mas neste momento ele sabe que não tem como fugir, não há como escapar do confronto que virá, mesmo que o seu lado não consiga a vitória na guerra, Greyback precisa ser parado e no que depender de Remo Lupin nenhuma criança nunca mais sofrerá o que ele sofreu.



Ele olha para o lobisomem que embora não esteja transformado é possível ver a ferocidade em seu olhar, a excitação de Greyback é quase palpável, como se ele fosse uma criança em uma vitrine de doces se é que é possível fazer esta bizarra comparação.



Lupin segura com força a sua varinha enquanto olha para aquele que o transformou, o sorriso maligno na feição de seu oponente lhe dá a certeza que ele sabe exatamente quem ele é – finalmente o criador encontra a sua criatura – Greyback diz com desdém – você poderia ter sido grande, Lupin, se tivesse ficado ao meu lado. Nós teríamos um lugar ao sol quando tudo isso acabar.



Lupin respira fundo para controlar as batidas do seu coração enquanto diz – um lugar ao sol? – ele não segura uma gargalhada irônica – o que lhe sobra em crueldade e loucura lhe falta em inteligência, não é mesmo Greyback? Você acha realmente que alguém que despreza seres humanos pelos simples fato de não terem sangue mágico vai ter alguma consideração com aberrações? Sim, porque nós pra eles somos apenas aberrações, nós somos úteis agora, mas não tenha a ilusão que quando tudo isso acabar algum de nós vai ter seu lugar ao sol. Mas você já deve saber disso, não é mesmo? O que você quer realmente é ferir e matar mais inocentes, você quer apenas matar a sua sede de sangue jovem, você quer apenas aumentar o seu exército de servos.



- Perspicaz como sempre, Lupin – o lobisomem vocifera – você teria sido um soldado bem útil se tivesse ficado comigo. Você não pode negar o que você é, você sente a lua chamando, você também sente essa vontade de matar e destruir. Você não pode negar o que você é!



- Não – Lupin diz com uma calma estranha para um momento tão crucial – eu não posso negar o que eu sou, mas eu posso controlar a fera em mim e mais importante ainda eu quero controlar a fera em mim. Essa é a nossa diferença, você alimenta a sua fera, eu não.



Os dois lobisomens se encaram, Remo Lupin neste momento não está preocupado com o que irá acontecer no mundo bruxo. Esta é a sua batalha final...



XXXXX



De volta à floresta proibida



Lorde Voldemort olha para Snape que o encara com a varinha em punho, ele tenta manter a sua feição impassível, mas no fundo o Lorde das Trevas não está acreditando que aquele que ele considera um dos seus servos mais fieis teria a coragem de enfrentá-lo, algo que ele nunca fez em sua vida, nem quando implorou pela vida de uma nascida trouxa anos atrás.



Severo Snape encara o Lorde das Trevas com um ódio que nunca pensou em sentir, ele sabe que está assinando a sua sentença de morte, mas neste momento ele não se importa, Snape não sabe como irá encarar o garotinho que o chama de pai e dizer que a sua mãe se foi. A morte seria mil vezes melhor e se ele puder levar o Lorde das Trevas com ele será melhor ainda e que se dane a profecia.



O mestre de poções conhece muito bem as maldições imperdoáveis, ele já usou algumas delas várias vezes e ele sabe que mais do que tudo é preciso realmente querer lançá-las e neste momento ele quer mais do que nunca, ele segura a sua varinha com o coração descompassado enquanto encara seu mestre que neste momento também está em posição de guarda. Em apenas um segundo um jato de luz prateada sai de sua varinha, infelizmente um segundo mais tarde do que o jato de luz que sai da varinha de lorde Voldemort...



XXXXX



No castelo



Sirius perambula pela confusão tentando ignorar a dor em seu corpo. Digamos que receber uma parece inteira em seu corpo não é exatamente uma sensação agradável, ele sabe que tem sorte em não ter sido ferido com maior gravidade ou mesmo morto. Ele não pode morrer, Sirius tem muito que fazer ainda, tanto para contribuir para que o mal não prevaleça quanto depois que tudo acabar e neste momento ele não pode evitar o sorriso ao pensar no beijo que trocou com Aletheia.



Ele não pode negar que aquela mulher mexeu com ele desde o primeiro momento em que a viu quando acordou depois de sair do véu, ele sorri ao lembrar que num primeiro momento a confundiu com um anjo e depois que a conheceu um pouco melhor, viu que a medibruxa era uma mulher encantadora, uma mulher que ele definitivamente gostaria de conhecer melhor, se a vida lhe der mais uma chance e eles conseguirem sair vivos de tudo o que está acontecendo.



No entanto isso é algo que vai ter que ficar mesmo para depois. Bellatrix está novamente em sua frente com um sorriso irônico em sua face...



XXXXX



De volta à floresta



Draco ainda não acredita no que acabou de acontecer. Ele vê o corpo inerte do seu mentor, a pessoa que sempre o apoiou, aquele que acreditou que ele merecia uma segunda chance, aquele que foi capaz de fazer um voto perpétuo para protegê-lo. Ele sente seus olhos arderem num prenúncio de lágrimas que o loiro pisca fortemente para afastar. Ele é um sonserino e neste momento deve mais do que nunca agir como tal, ele tem uma missão e desta vez ele não vai falhar. Ele deve isso a várias pessoas, Dumbledore, Snape e até mesmo ao pirralho que felizmente deve estar sob alguma espécie de feitiço e não tem ideia do que se passou e que fez com que a partir deste momento ele estivesse sozinho no mundo.



O loiro olha para os que ainda estão com ele, o ruivo e a sabe tudo. Felizmente neste momento os instintos grifinórios de coragem não prevaleceram e eles apenas continuam observando tudo tão atônitos quanto ele. Isso para Draco não deixa de ser uma vantagem, qualquer atitude impetuosa agora não seria corajosa e sim burra a seu ver. Ele sabe que algo deve ser feito, mas não adiantaria nada tentar enfrentar o lorde assim, seria suicídio e não coragem.



E talvez seja suicídio o que ele pretende fazer, talvez Draco esteja apenas antecipando o seu destino, ou quem sabe seu destino já estivesse traçado quando Snape o salvou e agora apenas ele esteja dando ao lorde a oportunidade de fazer o que já estava planejado pra ele desde que falhou em matar Dumbledore. Draco não tem como saber, mas neste momento o som característico de um certo pássaro ecoa no ar. Falkwes. Draco sorri, talvez haja uma chance afinal...



XXXXX



No castelo



Sirius respira fundo enquanto encara a mulher que foi responsável por ele perder uma parte da sua vida no véu. Ele sente o ódio dominar as suas entranhas, Sirius respira fundo. Neste momento ele não pode deixar as suas emoções tomarem conta, isso pode ser responsável por sua morte e desta vez de maneira definitiva.



- Você é duro de matar, não é mesmo priminho? – Bellatrix diz de forma irônica. Ela solta uma gargalhada histérica – se eu soubesse que estava vivo antes eu teria feito uma visitinha de boas vindas, afinal os parentes devem ser solidários, não é mesmo?



- Você não é solidária com ninguém, Bella, nem com você mesma. A sua mente doente só vê o lorde, o mesmo lorde que trata a todos nós como elfos domésticos, inclusive a você!



Bellatrix para estupefata ao ver que estas palavras não são pronunciadas por Sirius, ela se vira por um instante para ver que empunhando uma varinha em sua direção está a sua irmã Narcisa...



XXXXX



De volta à floresta proibida



Gina tenta manter a calma, o que convenhamos é difícil devido as circunstâncias. Ela segura a varinha firmemente em suas mãos esperando o melhor momento. Ela sabe exatamente o que fazer. É um plano louco e desesperado, tão desesperado quanto a situação em que se encontra. A menina busca forças em sua conexão com a sua mentora que assiste a tudo na figura de um gato cinzento com manchas semelhantes a seus óculos nos olhos



Alheio a estes acontecimentos, talvez devido a sua imensa arrogância, talvez devido a saber que nada que Harry ou a sétima filha possa fazer irá destruí-lo, Voldemort encara os dois corpos sem vida com um sorriso em seu rosto viperino – Severo... Severo... – ele diz enquanto olha para um dos seus servos mais fieis – me parte o coração ter que me livrar de um servo tão bom – ele diz com sarcasmo – mas você achou mesmo que eu deixaria o seu inesperado apreço por uma criança atrapalhar meus planos? Você achou mesmo que eu abriria mão de um corpo jovem por sua causa? Eu nunca pensei que você fosse tão tolo. Agora está muito perto, meu caro, enquanto meus verdadeiros servos fieis arrasam o castelo, eu vou me tornar ainda mais poderoso. Falta muito pouco agora – ele olha para Harry Potter – deleite-se, Potter, deleite-se vendo a sétima filha ser subjugada antes que eu finalmente acabe com você



Harry assiste horrorizado seu algoz se virar e encarar a sua amada, não há palavras, mas Harry sabe que ele está se comunicando com a jovem mulher, ele está se comunicando de uma forma muito mais perigosa...



- Muito bem, Gina – Voldemort se aproxima e Gina pode ouvir as palavras ecoarem em sua mente – agora seremos nós dois, assim que eu terminar com você, seu poder estará a meu serviço e você irá me chamar de mestre. Juntos seremos grandes, minha cara, e você me verá como seu amigo Tom Ridle, o mesmo amigo a quem você fez confidências quando era apenas uma menininha boba. Eu lhe ouvi, Gina. Você se lembra? Eu estive com você quando você não tinha amigos, eu estive com você quando seus irmãos não ligavam pra, você nada mais justo que você fique a meu lado agora, eu sou seu único amigo, eu sou a única pessoa com quem você pode contar...



A ruiva ouve as palavras em sua mente. Ela tenta com todas as suas forças lutar, mas neste momento talvez por causa de toda a tensão que está passando, ela é novamente uma menininha, a mesma menininha que foi no seu primeiro ano quando ainda não tinha seus próprios amigos e queria desesperadamente alguém com quem conversar, e sem que tenha controle, as palavras que escapam de sua boca são:



- Oi Tom, eu senti a sua falta...





NOTA DA AUTORA



Não, não é uma miragem! Eu realmente postei mais rápido desta vez!



Eu sei que muita gente já desistiu desta fic e mesmo já tendo explicado os meus motivos, eu entendo essa posição afinal são muitos anos postado e nada da fic ser concluída. Então resolvi tomar uma atitude e vou priorizar o término dela.



A notícia ruim é que as postagens das outras fics serão prejudicadas. Não vou colocar nenhuma em hiatus, mas vou me atrasar (ainda mais) pra postar. Se alguém acompanha alguma outra fic minha espero que entenda.



Bem, vou ficar por aqui e tentar postar outro capítulo ainda este ano. Não prometo, mas vou tentar. E se alguém puder dar uma palavrinha, nem que seja pra eu saber que não estou postando pras moscas eu ficaria muito feliz



Bjos e até o próximo


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