Cara a cara com o perigo
Enquanto isso, floresta adentro
- Ora, ora... – Voldemort diz de modo irônico – Snape... Eu não sabia que você gostaria de participar da minha festinha particular, eu pensei que a sua educação o impediria de chegar em um local sem ser convidado
Severo Snape respira fundo, é agora ou nunca e ele tem consciência que a probabilidade de que seja nunca é maior do que as chances de ter sucesso. Mesmo assim ele vai tentar, pode ser que ele consiga tempo suficiente para que tudo dê certo. Então ele encara seu mestre e diz – minha educação não me permite chegar em um local sem ser convidado, mas eu creio que o que vai acontecer aqui não poderia ser chamado de uma festa ou reunião e eu também percebo que não estou em nenhuma propriedade privada
- Finalmente mostrando a sua verdadeira face, não é mesmo, Severo? – Voldemort diz com um irônico sorriso viperino – me espanta que tenha demorado tanto tempo. Sim, meu caro, eu sei de tudo. Ou você achou que seria diferente? Eu sei que tomou Draco e a mãe dele sob sua proteção, eu sei que você tramou aquele ataque sem mortes em Hogsmead para fazer com que o garoto fosse levado para Hogwarts, sei até mesmo que ele o chama de pai... Patético!
Snape ouve a tudo com a sua feição impassível costumeira, mas se alguém o conhecesse bem veria que neste momento ele aperta a sua varinha até as juntas de seus dedos ficarem brancas. Ele não olha para Gina que assiste a tudo sem entender, nem olha para o garoto, que embora mantenha seus olhos abertos parece que não está lá. Snape apenas encara o lorde das trevas sabendo que o grande momento chegou, que não importa como esta guerra vai terminar, ele não vai ter a mínima chance de escapar ileso. Em sua mente apenas uma coisa, salvar aquela criança que conseguiu despertar algo de bom em sua natureza fria e impassível
E neste momento ele não tem medo da figura ofídica que o encara, nem o mínimo respeito por ele. E se Snape não tivesse escolhido seu lado há muito tempo, ele sem dúvida o faria agora. Snape sabe que as suas próximas palavras podem ser a sua sentença de morte, mas mesmo assim ele diz pausadamente – solte o garoto
Um brilho de fúria perpassa o olhar de lorde Voldemort, como se o mesmo não acreditasse que um servo seu teria essa coragem – você ousa me desafiar, Severo? Desafiar seu mestre, o bruxo mais poderoso que já existiu? Tudo isso por causa de uma criança?
Snape respira fundo enquanto luta para manter a sua feição impassível – o senhor não precisa dele, já tem a sétima filha, solte o garoto.
-Você vai implorar, Severo? – Voldemort diz ironicamente – isso não é de seu feitio, aliás... – ele parece pensativo – talvez seja, afinal eu já vi você implorar antes pela vida de uma sangue ruim. Velhos hábitos nunca morrem, não é mesmo?
Snape olha para a feição ofídica a sua frente sem falar nada, em sua mente apenas o desejo fervoroso de que algo aconteça e salve o menino e neste momento ele percebe que talvez exista uma vaga esperança. Ele vê ao longe a fênix de Dumbledore, talvez seja um aviso que apesar da situação caótica as coisas possam dar certo...
XXXXX
Quase ao mesmo tempo
Harry e a sua comitiva caminham em silêncio pela floresta, a frente vão Draco Malfoy e Minerva McGonagall, o loiro por saber onde de fato Gina está e a diretora em parte pela sua conexão com a sétima filha em parte por sentir uma necessidade latente de proteger o seu grupo. Todos ali sabem que de uma forma ou de outra tudo acabará nesta noite
O menino que sobreviveu sente um bolo em seu estômago enquanto repete para si mesmo que tudo vai ficar bem, ele precisa focar no que vai acontecer, mas Harry sabe que se algo houver acontecido a Gina nada no mundo o fará parar enquanto não matar aquele maldito com as suas próprias mãos. Ele sacode a cabeça para afastar o pensamento ao mesmo tempo em que repete para si mesmo que se algo tivesse acontecido a Gina a professora McGonagall provavelmente saberia
Harry sabe que deveria ter algum tipo de plano, algo que o ajudasse a libertar a sua amada e derrotar o maldito. No entanto nada passa pela sua mente a não ser uma vontade ferrenha de acabar com tudo, mesmo que isso signifique acabar com a sua vida. E ele o fará de bom grado se isso libertar Gina e levar o maldito com ele
Ele pode notar a apreensão naqueles que o acompanham. Hermione morde os lábios enquanto caminha, como se isso pudesse fazer com que ela pudesse elaborar um plano onde tudo terminasse bem, ao passo que Rony caminha o mais rápido que pode embora as suas mãos estejam fechadas como se estivesse prestes a socar alguém. Minerva mantém os lábios rígidos em uma linha fina tentando não perder a conexão com Gina, Barbara caminha com os olhos embaçados pelas lágrimas enquanto tenta não perder as esperanças que seu filho vai escapar com vida. Mas o que mais surpreende Harry é a postura de Draco Malfoy, o loiro caminha à frente decidido, como se ele fosse o único ali que soubesse exatamente o que fazer...
XXXXX
Enquanto isso, no castelo
Os professores reforçam as proteções sob o comando do professor de feitiços que a despeito da sua pequena estatura consegue comandar a todos de forma eficiente, tão eficiente como poderia alguém comandar um grupo que sabe que as suas chances são ínfimas. No entanto eles têm, acima de tudo, uma grande vontade de lutar e mesmo que a morte pareça mais perto do que jamais esteve, eles vão fazer o que é possível para que a liberdade e a igualdade prevaleçam
Um uivo mostra que os lobisomens estão mais perto do que eles gostariam. Remo respira fundo, é a primeira vez que ele tenta algo desta natureza e se não fosse uma situação extrema, talvez ele nunca tivesse coragem. Mas agora não há como fugir, ele vai finalmente enfrentar aquele que selou seu destino. O lobisomem empunha a sua varinha. A hora chegou...
Sirius ainda procura por Harry, mas ele sabe que agora seu afilhado tem que cumprir sozinho a sua missão, não há nada que ele possa fazer além de ajudar a defender o castelo com todas as suas forças e com a sua vida se preciso for. Uma risada maligna que ele conhece muito bem se faz ouvir. Bellatrix. A hora chegou...
XXXXX
Enquanto isso
Draco para subitamente. Ele pode ouvir a voz do seu professor de poções, o loiro já o conhece muito bem para saber que o tom calmo e inexpressivo é sinal de que ele está extremamente contrariado com algo e pela forma com que o lorde das trevas está se dirigindo a ele, as coisas para Snape não estão nada boas. Ele olha para Minerva e para o menino que sobreviveu esperando do fundo do coração que eles tenham pensado em algo
Minerva faz um sinal para que ninguém se mova e por um momento ela parece estar fora de si – pronto – ela sussurra – consegui me comunicar rapidamente com a Gina. Ela sabe que estamos aqui
- Ela falou alguma coisa? – Barbara diz também sussurrando – sobre o meu filho?
- Ele está vivo, mas inconsciente – Minerva responde – o ritual ainda não começou, ao que parece Snape – ela não contém um tremor em sua voz ao falar o nome do seu ex-colega – está retardando o ritual por algum motivo
- Não temos tempo a perder. Vamos – Harry diz
- E o que você vai fazer? – Hermione pergunta preocupada
- Vou derrotar esse maldito ou vou morrer tentando – ele olha para os amigos – a cobra deve estar com ele, deem um jeito de destruí-la de algum modo. Eu vou tentar resistir o máximo que puder
E antes que qualquer um possa impedir, o menino que sobreviveu avança de varinha em punho...
XXXXX
No castelo
A luta segue e todos tentam resistir da melhor forma. Já é possível ver corpos espalhados pelos corredores, os professores lançam feitiços de proteção, mas é difícil fazer isso e lutar pela própria vida ao mesmo tempo, o professor de feitiços vê com tristeza o corpo de Sibila Trewlawey em uma posição não natural ao pé da escada que leva à torre de astronomia, talvez os astros não tenham dado a ela um bom conselho afinal, ele pensa enquanto lança um feitiço em um inferi que por muito pouco não leva a vida de um setimanista, apenas um garoto, um garoto a quem ele talvez tenha dado apenas mais alguns minutos de vida, ele só espera que Minerva e Harry façam o que tem que ser feito antes que seja tarde demais
Então ele ouve um barulho que a seu ver parece um trotar de cavalos, um turbilhão de flechas no ar lhe diz que algo está chegando. O professor respira fundo e tenta não desanimar, ele não sabe se conseguirão resistir caso mais alguma criatura do exército das trevas ataque, mas então ele vê que as flechas atingem os gigantes de lorde Voldemort e saindo da floresta um bando de centauros liderados por Firenze
As flechas pegam os comensais de surpresa e Flitwick não pode conter um sorriso, se os centauros que nunca tomam partido estão se posicionando, talvez haja uma chance afinal...
XXXXX
De volta à floresta proibida
O menino que sobreviveu respira fundo como se isso fosse controlar as batidas de seu coração descompassado, ele torce para que alguém consiga matar a cobra, caso contrário tudo estará perdido. Mesmo assim ele vai lutar vai lutar com todas as suas forças e é por isso que ele grita com toda a força dos seus pulmões
-Voldemort! Tom Riddle! Eu estou aqui! Vamos resolver isso como deveria ter acontecido desde o começo, apenas eu e você!
Gina ouve a voz do seu amado com a respiração suspensa. Ao mesmo tempo em que ela está feliz por Harry ter vindo a sua procura, ela fica apreensiva. A ruiva já conhece muito bem Harry Potter para saber o quão impulsivo ele pode ser quando aqueles que ama estão em perigo, ela só espera que desta vez ele tenha um plano, caso contrário ambos irão perecer e Voldemort tomará conta do mundo bruxo
- Harry Potter... – o Lorde das Trevas diz pausadamente – eu gostaria mesmo de lhe dar a atenção que a ocasião merece, mas infelizmente tenho algo a resolver antes que tenhamos a nossa conversinha. Então, se não se importar de esperar...
Harry sente o bolo em seu estômago crescer e neste momento ele não sabe dizer o que é pior, se é saber que as suas chances de lutar contra o maldito e triunfar são praticamente nulas ou se saber que basta um segundo para que ele mate a sua amada ou algo pior. O menino que sobreviveu empunha a sua varinha enquanto diz aparentando uma coragem que ele está longe de sentir – eu me importo sim de esperar, vamos resolver isso agora!
- Ora, ora... – o lorde das trevas sorri de forma irônica – onde estão seus modos? A sua mãe não lhe ensinou? Ah, é mesmo... Eu matei a sua mãezinha sangue ruim, então você não teve ninguém para ensinar modos. Isso é lamentável, mas eu devo insistir e fazer com que você tenha o prazer de ver a sua ruivinha ter um destino terrível...
E falando estas palavras Voldemort volta a sua varinha em direção a Gina e Harry vê horrorizado um raio prateado ser lançado em direção não a sua ruiva, mas ao garotinho a pouca distância dela
A ruiva segura a sua varinha não se importando neste momento se algo vai lhe acontecer ou não, seria demais para ela ver uma criança ser atingida na sua frente sem que ela fizesse algo. No entanto antes que ela possa fazer alguma coisa Gina vê uma mulher jovem se lançar diante do pequeno e receber o impacto do feitiço
XXXXX
Alguns minutos antes
O restante da comitiva vê Harry Potter seguir em frente. Ninguém fala nada, pois eles sabem que nada deteria o menino que sobreviveu e que algo que pudesse alertar Voldemort da sua presença poderia lhes tirar o trunfo da surpresa. Eles têm sorte de que por algum motivo todos naquela clareira estivessem tão absortos nos acontecimentos a ponto de não haverem notado a aproximação do grupo
Minerva sente as suas mãos formigarem. Ela sabe que Gina se sente da mesma forma, a conexão entre as duas sétimas filhas está mais forte que nunca e ela espera com todas as suas forças que isso seja uma vantagem e que elas deem a Harry o tempo que ele precisa para fazer o que tem que ser feito
Ela vê que os seus companheiros assistem a tudo com os olhos arregalados de terror, não é possível ouvir com clareza o que Harry e Voldemort falam, mas a tensão entre os dois bruxos é quase palpável quando Voldemort aponta a sua varinha em direção ao garotinho e neste momento eles percebem que Barbara não está lá...
XXXXX
De volta ao castelo
A batalha segue mais sangrenta do que nunca. Aletheia tenta dar aos feridos o melhor tratamento possível enquanto faz mentalmente uma prece pelas almas daqueles que pereceram e que infelizmente são muitos, ela respira fundo enquanto tenta focar naqueles que precisam da sua atenção, quando tudo terminar talvez ela possa dar alento aos que perderam seus entes queridos e quem sabe encomendar as almas que se foram
A sua mente embora focada no seu trabalho vez ou outra se lembra do que aconteceu no jardim antes da marca negra aparecer no céu, o beijo que ela e Sirius trocaram e que mexeu com ela mais do que esperava, talvez em outras circunstâncias ela tivesse reprimido severamente o arroubo daquele homem, talvez ela tivesse correspondido ainda mais enfaticamente, não há como saber. O fato é que isso a fez sentir-se mais viva do que nunca, quem sabe pelo fato de que amanhã ela e muitos mais poderão estar mortos
Seus pensamentos focam novamente nos pacientes quando ela vê que alguém está sendo trazido e ela vê horrorizada Sirius Black desacordado e coberto de sangue...
NOTA DA AUTORA
Sim eu estou aqui! Demorando mais do que nunca, deixando meus leitores desanimados mas sem desistir nunca! Eu sei que provavelmente muita gente já desistiu de mim e agradeço de coração aqueles que ainda estão aqui. Eu peço mais uma vez desculpas pela demora, espero que tenham gostado do capítulo e se ainda tiver alguém por aqui e puder deixar uma palavrinha eu agradeço.
Bjos e até o próximo
Comentários (1)
Ai que agora lascou-se tudo! Curiosa nível master para a continuação. Força aí amiga, continuo aqui aguardando.
2018-11-27