A inevitável invasão



Quase ao mesmo tempo



Gina se esforça para manter a mente aberta e prestar atenção a tudo que acontece a sua volta. Ela sabe que está se arriscando muito, que se Voldemort tentar penetrar a sua mente agora ou mesmo se ele tentar dominá-la ela seria uma presa fácil. Mas Gina não tem escolha, ela precisa fazer isso para que Minerva possa saber o que está acontecendo, por sorte elas treinaram isso algumas vezes para o caso de alguma emergência e a emergência chegou com força total



Ela se lembra como se fosse hoje, Gina havia acabado de conseguir sair de seu corpo e encontrar Harry em outra época do passado, a ruiva ainda não acredita que foi capaz de fazer algo desta natureza, a ela não parece viável que alguém mesmo que seja bruxo consiga fazer algo assim.



XXXXX



Alguns meses atrás



Minerva lhe serve uma xícara de chá enquanto olha para a menina que parece ainda não ter processado o que acabou de fazer. Ela se lembra de uma época em que foi uma menina muito parecida e talvez até mais incrédula que Gina



A diretora tem um sorriso discreto ao pensar em todo o potencial da menina, mas ao mesmo tempo ela está apreensiva. Minerva está apreensiva em pensar em tudo o que Gina enfrentará. São tempos difíceis, Minerva sabe e cabe a ela preparar sua pupila para tudo o que lhe aguarda ou pelo menos tentar e ela tentará com todas as suas forças. Então ela diz:



- Gina, você está começando a compreender todo o seu potencial e creio também que está ficando claro porque Voldemort quer você tanto assim – ela vê que a menina assente com a cabeça, Minerva respira fundo e continua – você tem um potencial incrível e eu posso te ajudar mais do que imagina, mas antes eu preciso contar um pouco da minha história



Gina olha para a diretora com curiosidade e espanto, a ruiva nunca pensou que Minerva iria um dia contar alguma coisa sobre a sua vida pessoal, mas é isso que ela está prestes a fazer



E Minerva conta. Por mais que algumas partes sejam difíceis para ela, Minerva sabe que é preciso, quanto mais informação a sua pupila tiver, melhor será o vínculo entre ambas e Minerva sabe que isso é imprescindível. Então ela deixa a menina saber que também é uma sétima filha e tudo o que ela passou quando tinha mais ou menos a sua idade



A ruiva escuta tudo atentamente, ela não diz uma palavra até que a diretora conclua seu relato



- Então quer dizer que a senhora também... – ela vê a diretora assentir com a cabeça – eu nunca poderia imaginar



- Você não teria como imaginar, Gina – Minerva diz – eu nunca falo sobre isso, eu acho que a única pessoa que sabia de tudo o que aconteceu era o Alvo. Se não fosse ele, talvez não estivéssemos aqui tendo esta conversa



Gina encara a diretora meio desconcertada. Ela quer fazer uma pergunta, uma pergunta muito pessoal, mas a menina não sabe se deve. Mesmo com tudo que andam partilhando nestes últimos meses a ruiva não sabe se tem intimidade o suficiente pra tanto, mas a curiosidade é grande, então mesmo estando sujeita aos famosos olhares recriminadores da diretora, ela diz:



- Diretora, desculpe a minha indiscrição, mas eu gostaria de fazer uma pergunta pessoal. Se a senhora achar que não deve, não se preocupe em responder



Minerva olha para sua pupila e diz – pergunte



- É que a senhora falou que eu e o Harry somos almas gêmeas – a ruiva respira fundo tentando buscar coragem – a senhora e o Dumbledore... – ela baixa os olhos, meio envergonhada por entrar na intimidade da diretora – também eram almas gêmeas?



Minerva sorri. Em sua mente ela se questiona quantos alunos mais não fizeram esta pergunta mentalmente



- Não neste sentido, Gina – ela diz e por um instante seu olhar parece vago, como se a diretora estivesse perdida em suas lembranças – Alvo foi meu mentor, meu amigo mais fiel e eu o amei desta forma até seu último suspiro. Existem vários tipos de amor, vários tipos de ligações, não precisa ser necessariamente como a sua com o Harry



- Entendo – a ruiva diz meio desconcertada por ter tocado no assunto – desculpe a pergunta



- Não precisa se desculpar, eu compreendo a sua curiosidade. Mas voltado a tudo que você pode fazer, nós também temos uma ligação especial devido a sermos sétimas filhas e eu vou ensinar a você a usar isso a seu favor



Então Minerva ensina a uma Gina que assiste a tudo maravilhada. São tantas as possibilidades e neste momento Gina não poderia imaginar o quanto estas habilidades iriam ser uma questão de vida ou morte tempos mais tarde...



XXXXX



De volta ao momento atual



Gina apenas aguarda torcendo para que Minerva tenha conseguido localizar seu paradeiro. Por sorte a menina e a diretora treinaram isso várias vezes, inclusive faziam isso em momentos aleatórios para fortalecer a conexão. A ruiva só espera que não demore muito, sinceramente ela não sabe quanto tempo tem



Gina sabe que Voldemort não pretende matá-la, ao menos não sem antes tomar os seus poderes. A ruiva não tem ideia de como isso pode ser feito, mas de uma coisa ela tem certeza, não vai ser algo bom e provavelmente será uma coisa muito dolorosa. Ela olha para o garotinho imóvel, a ruiva sabe que talvez conseguisse fugir de alguma forma já que o maldito não parece muito preocupado com ela, mas Gina também sabe que em hipótese alguma conseguiria sair e deixar uma criança nas garras de Voldemort, afinal foi essa visão que a trouxe à floresta, ela acordou com o maldito em sua cabeça apontando a varinha para o menino, ele não falou nada, mas a mensagem estava bem clara. Venha



E foi isso que Gina fez e agora só resta esperar pelo pior e torcer pelo melhor...



XXXXX



Em Hogwarts



O trio parte em direção à floresta proibida acompanhados de Minerva e Draco Malfoy. A diretora trocou algumas palavras rápidas com o professor de feitiços deixando-o no comando da situação. Não é preciso ser muito inteligente pra saber que o castelo não tardará a ser invadido



Antes que eles saiam do castelo uma mulher agarra nas vestes de Minerva, uma atitude que a diretora talvez repreendesse ferozmente em outra ocasião, mas neste momento ela apenas olha para Barbara



- Eles o levaram, não foi? – a mulher pergunta e as lágrimas correm dos seus olhos ao ver o semblante da diretora



- Você precisa se acalmar – Minerva diz – nós estamos indo tentar resgatá-lo, vamos fazer o possível para que tudo fique bem



- Eu sabia! – Barbara diz respirando fundo - eu sempre soube que eu não conseguiria esconde-lo em lugar algum, me desculpe senhorita McGonagall, mas nem Hogwarts iria impedi-lo de pegar meu filho – ela vê que todos a observam em silêncio meio incomodados como se ela os estivesse atrasando, então ela diz – eu vou com vocês e não se atrevam a dizer que não, é o meu filho que está lá!



Harry até pensa em dizer algo, mas ele já viu este semblante várias vezes na senhora Weasley e ele sabe que nada a impediria, exceto talvez um feitiço de petrificação que ele tem certeza que nenhum deles seria capaz de usar em uma mãe desesperada, então ele diz – vamos rápido não, há tempo a perder



Eles saem rapidamente do castelo. O tempo urge e qualquer segundo pode ser a diferença entre a vida e a morte, nenhum deles se volta e se o fizessem teriam visto a marca negra sob o céu de Hogwarts...



XXXXX



Na floresta negra



O Lorde das Trevas está exultante. Finalmente a sétima filha foi a seu encontro e o fez por vontade própria. Por mais que ele quisesse ter o prazer de dominá-la mais uma vez, Lorde Voldemort não á o bruxo mais brilhante já nascido se não soubesse parar e ponderar as suas opções e quando ele viu que de alguma forma a garota estava conseguindo lutar contra as suas ordens, ele logo buscou uma forma de trazê-la de livre e espontânea vontade e nada melhor para isso do que apelar para o senso de coragem que os estúpidos grifinórios têm



Agora quase tudo está pronto e como diriam os trouxas inferiores, ele vai matar dois coelhos com uma cajadada só. Ele tem a sétima filha e o garotinho, em breve ele terá todo o poder do mundo, ele acaricia a cabeça de Nagini que emite um sibilar, neste momento ele percebe que tem um convidado inesperado...



XXXXX



No castelo



Faz alguns instantes que alguém notou que a marca negra estava no céu, o que logicamente causou algum pânico, ou melhor, causou bastante pânico que foi devidamente controlado pelos professores e alguns aurores. Neste momento eles preparam as defesas e se preparam para o ataque que virá



Sirius sente um bolo crescente em seu estômago. Ele não vê Harry em lugar algum e isso o preocupa como a um pai cujo filho sumiu em uma rua movimentada. Sirius sabe que seu afilhado tem uma missão maior, mesmo assim seu instinto é o de protegê-lo, ele não se perdoaria se algo acontecesse ao rapaz. Sirius já falhou uma vez e não quer nem pensar na hipótese de falhar novamente. Ele não conseguiu sobreviver ao véu para ver Harry Potter perecer



Seus pensamentos são interrompidos quando ele ouve um barulho ensurdecedor. Gigantes. A invasão começou...



XXXXX



Quase ao mesmo tempo



Aletheia está na enfermaria. Ela checa os estoques de poções junto com madame Pomfrey. Embora não esteja na frente de batalha, a bruxa quer lutar fazendo o que mais sabe, lutando aonde seria mais útil, ajudando os outros, cuidando dos feridos que ela sabe que serão muitos e infelizmente consolando aqueles que irão fatalmente perder entes queridos



Ela acaricia a sua varinha no bolso das suas vestes. Aletheia tem consciência que fatalmente precisará usá-la e mesmo que isso seja contra seus preceitos religiosos, ela está pronta para lutar se preciso for. E ela o fará, por ela mesma, por Reg e pela liberdade



Ela olha pela janela e vê algo que faz seu sangue gelar. Inferis. A invasão começou...



XXXXX



Enquanto isso



Remo Lupin segura a mão da sua amada. A despeito de tudo que está acontecendo, ele se sente relativamente feliz por tê-la a seu lado. Ele sabe que muita coisa ruim pode acontecer a partir deste momento, mas a presença de Tonks a seu lado lhe permite ter uma centelha de esperança, que por pior que as coisas fiquem, tudo irá acabar bem e quem sabe ele possa ter uma vida ao lado dela



No entanto, essa tênue esperança vai ter que fica guardada em seu peito ao menos por enquanto. Lupin ouve um som que ele conhece muito bem. Uivos. Ele sabe que mesmo que não seja lua cheia há muitos deles rondando o castelo agora, lobisomens aliados de Voldemort. O ataque começou...



XXXXX



Na floresta proibida



Draco segue a comitiva sem dizer uma palavra sequer. Ele tenta focar em caminhar apressadamente enquanto em sua cabeça algumas palavras trocadas com o quadro do diretor martelam como um lembrete desnecessário. O rapaz ainda custa a acreditar que apesar de tudo o que fez Dumbledore pareça confiar nele



Mas a realidade é essa. Draco está tendo a sua segunda chance, dada a ele pela pessoa cuja morte ele foi responsável e esse pensamento não sai da sua cabeça sequer em seus sonhos



Ele sabe que suas chances de sucesso são pequenas, que o mais provável é perder a vida nesta empreitada. Mas neste momento por incrível que pareça não é o seu senso sonserino de sobrevivência que está falando mais alto, em seu lugar uma coragem e uma vontade muito grande de ao menos uma vez em sua vida fazer o que é certo



E ele vai fazer, Draco vai fazer o que é certo pela primeira vez na sua vida e quem sabe pela última...





NOTA DA AUTORA



Mais uma vez aqui me desculpando pela demora com toda a cara de pau que eu tenho. Estou fazendo o possível pra não demorar muito, mas ando cada vez mais enrolada então não vou prometer nada quanto às postagens. O que eu posso mesmo prometer é não abandonar a fic, podem ficar tranquilos.



Estou na reta final embora não tenha ainda ideia de quantos capítulos faltem posso garantir que não falta muito. Espero que tenham gostado e aguardo uma palavrinha de incentivo.



Bjos e até o próximo


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