As Férias



Cap. VII – As Férias

[Narração de Sirius]


Quando terminou a aula de Poções as meninas se separaram da gente. E passaram o resto do dia no canto delas... fofocando como sempre. As coisas entre eu e o Peter estavam indo de mal a pior, mas eu gosto dele... pena que ele tem mudado tanto ultimamente. Cheguei no dormitório e fui conversar com o Aluado e o Pontas, aliás, só com o Pontas, por que o Aluadinho apaixonado e só abria a boca pra falar da Julie.

- Então, cachorro, preparado pra dá uns pegas na Kath essas férias? – Pontas perguntou. - Afinal de contas, você não vai querer segurar a vela de dois casais.
- Ah, meu caro, eu mudei. Mas não se preocupe, eu vou fazer o máximo pra acontecer. E cuidado com essa sua certeza de que vai ficar com a sua ruivinha pra depois não tomar na cara.

Conversamos mais um pouco e eu soquei algumas roupas trouxas no malão. Passei uma noite angustiante, e por incrível que pareça, antes de dormir a primeira imagem que veio na minha cabeça foi a do rosto da Katherine. Será que de desta vez eu me apaixonei mesmo?

Logo o dia amanheceu e rapidamente nos vestimos e fomos ao encontro das meninas. O Peter até então só conversava com o Aluado e o Pontas... não que isso me incomode.

- Bom dia gente! – a Kath falou com um sorriso radiante no rosto.
- Bom dia , Katherine – me adiantei e respondi antes de todos, sorrindo.

Todo mundo se cumprimentou e fomos juntos , para nosso ultimo café da manhã em Hogwarts antes das férias de inverno. No caminho encontramos o nojento do Thomas.

- Lily, antes que partisse queria falar com você. – ele veio falando alto e Lily se espantou, percebi que o Pontas se impôs logo.
- Ah, Thomas, que engraçado, mas tenho uma leve impressão de que não temos nada para falar. – Lily falou.
- Tudo bem então, Lily, vou falar aqui bem rápido. Queria te dizer que estou muito arrependido, queria que você voltasse a falar comigo... como amigo pelo menos.
- Eu perdôo Thomas, odeio guardar rancor. Mas eu sinto muito, não falo com gente do seu tipo. Me arrependo até hoje do dia em que me aproximei de você – Lily respondeu com um olhar de desprezo.
- Acabou seu banana! Vê se para de encher! – o Pontas gritou quando já estávamos nos afastando.
- James, já te falei pra não se meter na minha vida! – Lily respondeu.

O pontas assentiu com a cabeça. Já na mesa ouvi a Kath falar para a Julie, um pouco alto demais, o que fez até o Remo concordar com seu comentário:
- Que milagre o Sirius não se meteu, ele não aguenta ver uma briga que já quer fazer gracinha.
- É, Kath, para você ver até que ponto eu cheguei. Estou cumprindo a minha promessa... eu te disse que ia mudar.

Todos se calaram e ela corou. Percebi que ela entendera oque eu quis dizer.

[Narração de James]

Depois do café fomos todos ao caminho da felicidade. Na verdade eu dormi o caminho todo, quando acordei já estava na hora de descer do trem. Como a tia da Julie não pôde ir nos pegar na estação, aparatamos em duplas na rua dela.

Era um condomínio de casas enormes e bonitas. Tinha até um lago perto dali. Tivemos que aparatar em um terreno abandonado, já que ninguém da vizinhança podia nos ver surgindo do nada. Ainda andamos um pouco até chegar a “Mansão dos Thompsons”. Era realmente uma mansão, muito grande, pintada de amarelo com janelas enormes, e ficava ainda mais bonita por causa do clima agradável.

Atravessamos o portão de entrada e nos deparamos com um jardim onde largamos nossas coisas e começamos a correr pela casa. A Julie nos mostrou os quartos, mas havia um problema. O quarto de hóspedes estava soterrado por vários papéis e documentos da tia da Julie, simplesmente impossível de remover. Então tivemos que chegar a uma conclusão, já que os outros quartos eram pequenos demais para três pessoas cada.

- E agora, gente? Onde todo mundo vai dormir? Ainda temos três quartos, mas cada um só tem uma cama de casal. – a Julie falou preocupada.
- Infelizmente vamos ter que nos separar em duplas! – a Kath falou.
- Eu vou ficar com a Julie – Aluado se antecipou.
- Então vai ter que ficar a Kath e a Lily em um quarto , e o Sirius e o James em outro. – Julie disse.
- Nada disso, não durmo com o cachorro nem a pau! – me inquietei com a idéia.
- Nem pensar, imaginem que perigo... esse veadinho na mesma cama que eu! – Almofadinhas se pronunciou.
- Então não tem outro jeito, vamos sortear.

Julie cortou pedacinhos de papel para sortear, e por incrível que pareça saíram eu e a ruivinha e o cachorro e a Kath. Era a notícia que eu esperava! As meninas não estavam com uma cara nada boa.

- Nem pense em fazer suas gracinhas, James. Você dorme no tapete! – Lily impôs. Mas eu concordei logo... só a idéia de dormir com minha ruivinha no mesmo quarto já me fazia delirar.

[Narração de Julie]

Sinto que as meninas não gostaram muito dessa organização, mas foi sorteio, por isso não tenho culpa. Ainda bem que Remo vai ficar no quarto comigo, não consigo me imaginar dormindo com outra pessoa sem ser ele.

- Ah Kath, foi mal, eu não sabia que estávamos sem um dos quartos. – falei preocupada para a Katherine, que estava com uma expressão não muito agradável.
- Tudo bem, Julie, eu sei que a culpa não foi sua... vai ver é o destino mesmo.
- “O destino”? – espantei-me - Kath, você está querendo me dizer que ... – não quis terminar a frase.
- Eu sinceramente não sei o que está acontecendo. Hoje, no sorteio, quando soube que dividiria o quarto com o Sirius... eu... tive medo. – ela disse.
- Porque você teria medo? – perguntei num impulso. Mas antes que ela me respondesse o Sirius entrou no quarto fazendo o maior barulho.
- Vamos logo meninas! Kath, deixa essas malas aí. Vamos comprar comida com aquele dinheiro trouxa! A partir de agora é só alegria! – ele falou, arrancando risos.

Saímos do condomínio e andamos um pouco até o super mercado. Os marotos ficaram abismados ao ver aquele lugar enorme cheio de comida e pessoas andando de lá pra cá. Compramos de tudo, até coisas desnecessárias. Quando chegamos na entrada de casa, minha vizinha, Rita Smitt veio falar comigo. Logo percebi que o interesse dela nos marotos, que ódio. Essa garota é péssima, falsa, antipática e oferecida, com aqueles cabelos castanhos e curtos, os olhos quase da mesma cor.

- Julie! Quanto tempo, amiga – chegou ela com a voz mais nojenta do que nunca e me deu um abraço forte.
- Oi, Rita. Como você está? – falei secamente enquanto todos olhavam para ela, com um mini vestido florido.
- Estou bem, mas... não vai me apresentar a esses jovens rapazes... e a suas amigas também? – ela falara se aproximando tanto de James que pensei que ela o beijaria.
- Ah, claro, como pude esquecer. Estas são a Katherine e a Lily – eu falei mostrando as duas. Elas trocaram dois beijinhos na bochecha e se afastaram.
- Olá – sorriu Rita.
- Estes são Remo, meu namorado, Sirius e James – falei apontando os meninos. Ela falou com todos e deu um beijo na bochecha de cada um, se bem que em James foi algo mais próximo da boca, mas ele virou o rosto ao ver que Lily estava observando.
- Foi um prazer ver todos vocês. Espero que a gente se veja nessas férias. – Rita falou, piscando.

Depois disso entramos em casa. Pus um som agradável e fizemos uma “festinha” de boas vindas.

[Narração de Lily]

Eu estava bebendo no sofá quando o James chegou.

- Então minha ruivinha, está gostando? – ele falou se aproximando de mim no sofá.
- Ah, sim, James, e você?
- Claro, meu lírio, principalmente quando estou perto de você... como agora. – ele falou se aproximando mais ainda.
- Hum... – não pude falar mais porque logo percebi uma movimentação estranha, todos nos olhamos para a porta. A tal de Rita entrou, toda arrumada, parecendo uma árvore de natal. Quando viu o James próximo de mim, tratou de se sentar entre nós dois. Não agüentei.

- Quem você pensa que é para ir entrando assim? – perguntei furiosa, e todos silenciaram.
- Sou Rita Smitt. – ela me respondeu com um olhar superior.
- Êpa, êpa, êpa. Podem ir parando, não quero brigas essas férias não. – a Julie veio gritando.

Me acalmei, bebi mais um pouco e fui para nossa pistinha de dança improvisada. Nada iria me abalar aquela noite. Ou pelo menos era isso que eu esperava, mas fiquei totalmente pra baixo quando vi aquela Smitt se jogando pra cima do James no sofá, e ele ainda SORRIA.
Decidi subir e dormir, mas não conseguia. Ainda pude ver o James chegar e murmurar um “boa noite, ruivinha” no meu ouvido enquanto eu rolava de um lado pro outro na cama.

- Tem certeza de que eu preciso dormir no chão? – perguntou.
- Absoluta – falei, séria. – Coloquei uns travesseiros e almofadas aí no tapete.
- Você é um anjo, ruivinha. – ele disse, correndo pra me abraçar e permanecendo um bom tempo.
- Aposto que você falou a mesma coisa pra aquela Smitt hoje.
- EU?
- Não, o professor Dumbledore de camisolas – revirei os olhos. – Claro que você.
- Eu não tenho nada com a Rita, Lily.
- Já tem até intimidade, pelo visto já caiu nas garras daquela oferecida.
- Mas, meu lírio...
- Boa noite, James.

[Narração de Katherine]

A noite foi ótima, ficamos nos divertindo até tarde, mas a Lily subiu logo e sem se despedir. Detestei aquela tal de Rita Smitt, tão arrogante e atirada. O dia estava bonito, nem parecia ser inverno, tomamos café e decidimos passear pelo condomínio.
Saímos e andamos pelas ruas do condomínio. Todas eram cercadas por grandes casas e algumas lojas. Julie indicou uma simpática sorveteria na esquina, e fomos pra lá. Os meninos colocaram várias bolas de diversos sabores, enquanto eu e as outras preferimos o básico chocolate.

- Vocês vão mesmo conseguir comer tudo isso? – Lily perguntou.
- Claro, está uma delícia. – Remo sorriu.
- Ah, lobinho, você sabe que tem coisa melhor. – Sirius disse maliciosamente.
- Tipo... o quê? – perguntei, com medo da resposta.
- Quem sabe um beijinho.

Sirius, que estava sentado ao meu lado, foi se aproximando tanto que em pouco tempo já estávamos quase colados. Quando nossos rostos estavam muito próximos e todos olhavam esperançosos, peguei uma bela colherada do sorvete de chocolate e enfiei com tudo na boca dele, fazendo uma meleira.

- Ou quem sabe um bom sorvete de chocolate. – sorri, contemplando a boca toda suja do Sirius, que estava emburrado, enquanto todos riam.
- Ih, você acabou de entrar numa fria, cachorro – James provocou.
- Se eu fosse você olhava pra porta em vez de ficar fazendo piadinhas. – Sirius respondeu.

Na verdade, todos olhamos, e vimos a tal Smitt entrar na sorveteria com um vestido ainda mais curto do que o do dia anterior. Ela abriu um sorrisinho e foi logo se sentando conosco, perto do James.

- Oi, gente – disse.
- Oi – respondemos sem ânimo.
- Nossa, James, o que você faz com o seu cabelo? – ela perguntou – E esse corpo, tão musculoso e definido.
- Bem... eu... – James começou, sem graça.
- Vamos lá fora dar uma volta, James – ela o puxou e virou-se para nós, o pobre do James nem teve tempo de protestar. – Tchau gente.

A cara da Lily não estava nada amigável, mas ela ficou quieta. Terminamos e saímos, conversando e rindo como sempre, até perceber um casal sentado num banco de praça bem do lado da sorveteria. Pelo visto, todos tinham identificado também, eram James e a Rita se beijando. Um bom momento de silêncio se passou, quebrado por um soluço de Lily, que, se antes estava com uma feição não-amigável, agora estava com uma cara totalmente homicida. Com um estalo ela desapareceu.

[Narração de Remo]

Todos ainda estavam perplexos, e Pontas enfim se separou. Aliás, ele a empurrou, como se não quisesse estar ali. Tomou um susto ao nos ver e correu até o lugar onde estávamos. As meninas desaparataram para procurar e consolar a Lily.

- Eu... eu... o que deu em mim... – começou.
- Caramba, Pontas, que grande besteira você fez. – Sirius disse.
- A Lily viu?
- Claro que viu, ela desaparatou, e pelo visto, ficou muito chateada – falei.
- Por Merlin, eu sou um estúpido, e logo agora que a gente estava se dando bem. – James falou, colocando as mãos na cabeça, desesperado.
- Acho melhor você tentar consertar essa burrada, antes que seja tarde. – eu disse tentando consolá-lo.
- Mas... o que eu vou fazer? Pra onde ela foi?
- Hum... vamos ver em casa – o cachorro sugeriu.

Nós aparatamos na casa da Julie e encontramos as meninas com a mesma expressão preocupada. Elas pareciam nada satisfeitas e olhavam discretamente para o James, recriminando-o.

- Vocês viram a Lily? – perguntou ele.
- Não – responderam em coro.
- Vocês... não têm idéia de onde ela pode ter ido?
- Não – repetiram friamente.

Nesse momento o Pontas se desesperou, soltou um berro alto e pegou a Julie pelos braços, levantando-a do sofá.

- JULIE, PRA ONDE VOCÊ IRIA SE BRIGASSE COM O REMO?
- Eu... James...
- RESPONDE, POR FAVOR!
- Bom, eu iria para uma lagoa aqui perto, a Lagoa dos Pássaros. Lá tem uma pracinha e...

Ouviu-se um estampido e James saiu correndo, batendo a porta ao sair.

[Narração de James]

Corri o mais rápido que pude. Quando cheguei, ofegante, avistei-a sentada na grama, perto da lagoa. Me aproximei aos poucos, o coração a mil. Ela percebeu que eu chegara, e logo se levantou, mas enquanto se preparava para correr a puxei pelo braço.

- Lily, espere, por favor. – Para minha surpresa ela parou.
- O que você quer, Potter? Já não bastou a cena mais cedo? – ela estava vermelha, seus olhos cheios d’água. Me senti a pior pessoa do mundo.
- Sim, Lily. Eu fui um imbecil, um idiota, um comple...
- Já disse, o que é que você quer?
- Que você me desculpe.
- Pra que isso serviria, Potter? Pra aliviar sua consciência, e uma hora depois você ir pegar a primeira que aparecer na sua frente? – ela falou com raiva, mais lágrimas desciam pelo seu rosto – Por que você se faz de tão apaixonado por mim, se quando viro a cara você se agarra com outra?
- Lily... eu não queria...
- Potter, deixe eu te pedir uma coisa. Por favor, se você tem um mínimo de consideração, ME ESQUECE! – essas palavras foram suficientes para me fazer chorar também.
- Você tá certa, eu sei que sou um idiota, mas é verdade... eu te amo, Lily Evans, te amo demais.
- Pois não parece, Potter. Quanto ao seu perdão... eu não tenho porque te perdoar – e desapareceu.

[Narração de Julie]

A Lily chegou em casa aos prantos e subiu direto para o quarto. Eu e Kath fomos apoiá-la, mas mal conseguíamos falar alguma coisa. O James chegou no mesmo estado, mas não quis conversar com ninguém, dormiu no sofá. O clima no dia seguinte estava péssimo, mas sem brigas.

- Acho que vou dar um passeio – Sirius disse. – Vamos, Pontas?
- Não. Valeu, Almofadinhas.
- Alguém se habilita? - insistiu ele.

Eu, Kath e Remo acompanhamos o Sirius até a Lagoa dos Pássaros, enquanto James e Lily ficaram lá dentro de casa com a cara fechada. Eu e Remo nos sentamos em um banquinho e começamos a nos beijar. Kath estava andando pela grama seguida pelo Sirius, que a essa altura já tinha tirado a camisa para impressionar.

- Calor, não? – Sirius disse.
- Hum, não, nem estou sentindo esse calor todo – Kath respondeu.
- Ah, Kath, eu estava precisando me refrescar, sabe?
- Não me diga.
- Você pode me ajudar? – Sirius se aproximou devagar e pegou nas mãos dela.
- Posso sim, tenho uma idéia ótima, feche os olhos – ela sorriu.

Eu e o Remo estávamos observando. Será que a Katherine ia realmente se render aos encantos de Sirius Black, o sedutor? Minha pergunta foi respondida em seguida. Kath colocou Sirius mais perto, piscou pra nós e o empurrou com tudo dentro da lagoa. Eu ri descontroladamente.

- Está mais refrescado, Si? – ela perguntou, irônica.
- Você me paga, Katherine! – e ele saiu correndo atrás dela, dando voltas pela lagoa.
- Remo... – falei enquanto os dois corriam.
- Oi, amor.
- Da próxima vez que você se transformar... eu posso ir?
- NEM PENSAR, JULIE!
- Mas...
- Não mesmo – ele interrompeu. – Você não sabe como é horrível, além de perigoso.
- Poxa, eu queria ajudar.
- Os Marotos já me ajudam, viraram animagos para isso, e o Dumbledore também me dá apoio.

Nós conseguimos conter o Sirius e voltamos para casa, já de tardinha. Lily estava no quarto, e James lia uma revista trouxa. Nós comemos, conversamos um pouco e fomos dormir.

[Narração de Katherine]

O dia amanheceu e o clima continuava ruim. Eles nem sequer se olhavam, mas já estavam voltando ao bom humor, fingiam que estava tudo bem. A Lily sempre foi assim, quase nunca dá pra perceber quando ela está triste. O James parece alegre, mas percebe-se que ele ainda está muito abalado. E o pior: meu sentimento pelo Sirius cresce cada vez mais, eu tive que me segurar muito pra não ceder às avançadas dele nos últimos dias. Caramba, acho que da próxima eu não resisto.

O dia estava bonito, decidi sair e tomar sol. Sentei em uma espreguiçadeira e relaxei. Pra variar, o Sirius apareceu, balançando aqueles cabelos e tirando a camisa, como sempre.

- O que faz essa bela princesa aqui sozinha? – me perguntou, puxando uma cadeira e se sentando ao meu lado.
- Só tomando sol – respondi.
- Kath, eu já te chamei de linda hoje?
- Não, Sirius.
- E já te disse também que estou gostando muito de você? – Meu mundo parou. Sério? Sirius Black estava gostando de mim?
- Ah, Sirius, pára... não gosto quando fala essas coisas. – falei sentindo meu rosto corar.

Ele se aproximou tanto de que meu coração disparou. Tive medo de mim mesma naquele instante. Levantei da cadeira e ele segurou meu braço com carinho.

- Não tem porque fugir de mim, você já resistiu demais – ele disse.

Ele levantou também, estávamos na beira da piscina. Pegou-me pela cintura, agora já não dava conta do que eu fazia, não tinha forças para (e nem queria) sair dali. Ele então me beijou, não senti nem ouvi mais nada, parecia que estava sonhando. O beijo demorou mais do que eu esperava.

Então, o Remo apareceu. Viu aquilo e abriu um sorriso, veio correndo e nos abraçou interrompendo todo o momento e desabamos na piscina com tudo. Não adiantou muito, encostei o Sirius na parede e nos beijamos de novo lá dentro mesmo. Quando sai, agi naturalmente, e o Sirius também, aceitando as provocações dos outros. Aceitei que gostava dele, e por um momento até esqueci as nossas brigas, e o lado galinha dele.

À noite resolvemos ir para uma festinha no quiosque do condomínio, estilo havaiano. Foi bem engraçado ver os marotos com tanguinhas e roupas floridas.

[Narração de Sirius]

Nem acreditei que enfim tinha conseguido. Claro, que com muito esforço e depois de muita confusão... mas acho que foi bom a Kath ter me “consertado”, agora sim vou dar todo o valor do qual ela merece. Quanto à festa, eu estava ridículo... já as meninas estavam lindas, principalmente a Katherine. A Lily se soltou, nem parecia que estava triste, parecia querer esquecer do que estava acontecendo. O James não dançou com nenhuma garota nem pegou ninguém, bebeu a festa toda. A Rita Smitt apareceu e dessa vez deu em cima de mim.

- Oi Sirius, por que está aí parado? Um gato desses, era de se esperar que estivesse ao menos dançando com alguém! – ela falou piscando para mim. A Kath não se intrometeu, acho que estava esperando o que eu iria dizer, e não se decepcionou.
- Estava indo pegar uma bebida pra menina mais linda de todas. E você, o que está fazendo, à caça de mais uma vítima? – falei pegando uns copos com uma bebida trouxa. Acho que foi a melhor resposta que já dei em toda minha vida. – Kath, sua bebida.
- Obrigada, Sirius, mas bebe logo que eu quero dançar – a Kath falou pra mim, fazendo a Rita suspirar e virar as costas.

O Aluadinho estava aos amassos com a Julie, a Lily dançava como uma louca sem se importar com nada e eu estava na dança com a Kath também, não sabia se ela ainda queria ficar comigo e prefiri não arriscar. Optei por curtir minha noite com ela. Tempos depois, estávamos todos cansados e deveriam ser umas 3 horas da manhã, então eu me aproximei da Katherine.

- Você... você ainda... quer alguma coisa com esse sapo? – falei, com medo de receber um fora.
- Tipo, transformá-lo em príncipe? - ela perguntou. Não sei se entendi errado, mais achei que isso fora um sim, e sem esperar mais nada a agarrei pela cintura e a beijei.
- Você é louco, não é, Sirius? Não tem medo de receber um tapa? – ela me falou com o sorriso mais lindo.
- Talvez sim, Kath, mais por você eu arrisco qualquer coisa... até mesmo minha cara a tapas – e rimos loucamente, esquecendo dos problemas.

Todos nós fomos embora a pé, como trouxas. Chegamos em casa mais exaustos do que nunca, e, pela primeira vez a Kath me deixou dormir na mesma cama que ela, já que agora confiava plenamente em mim. Quando já estávamos deitados fiz ela virar.

- Boa noite, minha Kath – falei, enquanto colocava os seus lindos cabelos atrás da orelha. Depois dei um carinhoso beijo nela e a observei dormir.

[Narração de Lily]

Minhas férias não estavam como imaginei, não queria brigar mais uma vez, mas não posso deixar que isso passe adiante, ele me magoou muito, e, quando pensei que tudo daria certo, quando já estava disposta a me entregar de verdade, ele pisa na bola. Ainda tenho que agüentar olhar pra ele todos os dias.

- Lily... – chamou uma voz à noite do lado de fora do quarto. A voz do James.
- O que foi, Potter?
- Eu... queria conversar... com calma – ele respondeu enquanto entrava.
- Não temos o que conversar.
- Temos sim, ruivin... Lily – ele corou. – Preciso explicar o que aconteceu.
- Você não me deve explicações, Potter.
- Claro que devo, é você que eu amo – me arrepiei, era a primeira vez que nos falávamos em dias.

Fiquei calada e ele prosseguiu.

- Olha, eu não quero nunca mais olhar na cara daquela Smitt, ela me seduziu, eu não consegui resistir... eu... – ele parecia prestes à se desesperar. – Sou um perfeito idiota, eu sei, não devia fazer isso com você, não devia fazer você sofrer assim.
- Que bom que sabe.
- Claro que eu sei, eu daria tudo pra você ficar alegre de novo – sorriu timidamente. – O que eu posso fazer?
- Ficar longe de mim – falei secamente.

O sorriso tímido desapareceu de seu rosto, e os olhos pareciam ansiosos para despejar toda a água que havia neles, então ele se levantou e parecia prestes a ir embora do quarto. Não consegui ver aquela cena calada, meus olhos marejaram, eu corri e o abracei com força.

- Ah, James... – gritei, sem saber direito o que estava fazendo, e enlaçando meus braços em seu pescoço.
- Li... Lily... – ele disse, assustado, me abraçando também.
- Você é um estúpido – falei, abraçando ainda mais forte, minhas lágrimas escorrendo sobre seus ombros.
- Eu sei disso – sorriu. – E você é linda.
- Me prometa que nunca mais vai fazer essas besteiras.
- Eu prometo, meu lírio – ele falou com um sorriso sincero.
- Aquela vaca da Rita Smitt, deu em cima de todos vocês – reclamei. – Na verdade, só faltava te agarrar ali na sorveteria mesmo.
- Lambisgóia oferecida – ele disse, me fazendo rir.

Foi aí que James correspondeu meu sorriso, levou carinhosamente o dedo ao meu rosto e enxugou as lágrimas que ainda insistiam em sair. Nos aproximamos lentamente, os olhos fixos um no outro. Ele acariciou meu rosto e nos aproximamos ainda mais. Então, ouvimos o barulho de alguém batendo na porta do quarto.

- Lily? – gritou Julie. – Você está aí?

Me distanciei do James e abri a porta. Julie perguntou se eu estava bem depois da festa, então eu pisquei pra ela e respondi que sim. Ela olhou discretamente pra dentro e viu o James sentado na cama, abriu um sorriso e foi embora. Voltei pra dentro, onde não tinha mais clima nenhum. Dei um beijo na bochecha do James e desejei boa noite, ele respondeu e sentou ao meu lado, onde acariciou meus cabelos até que eu peguei no sono.

[Narração de Remo]

A Julie foi ver a Lily quando voltamos da festa, e pelo que ela me disse quando voltou ao nosso quarto, a ruiva estava mais do que bem. Ela sentou na cama e disse:

- Eu não entendo a Lily, é uma doida mesmo – riu. – Aliás, todos vocês são.
- Todos nós somos.
- Ah, nem vem. Olha só pro Sirius e a Kath, os dois viviam se provocando e agora estão aí no maior amor.
- Pelo visto não são só eles, não é, doidinha? – ri.
- É, não são mesmo – ela riu também. – É Remo, você está certo, sou completamente louca.

Sorri vitorioso.

- Por você – ela completou.

Me aproximei e aos poucos fomos nos beijando mais intensamente, e eu percebi como me sentia bem com a Julie. Trocamos mais algumas carícias e fomos dormir, o dia seguinte não demorou a chegar. Acordei com o barulho alto de alguma coisa caindo no chão com tudo.

- O... o que foi isso? – perguntei, abrindo os olhos.
- Ah, desculpa, Reminho, eu deixei cair umas coisas – Julie disse. Ela estava de biquíni e andava de um lado para o outro, procurando alguma coisa.
- Caramba, que visão é essa logo de manhã cedo? – sorri, malicioso. – Mas... pra que a pressa?
- Nós vamos pro clube hoje... ah, achei! – ela gritou, colocando um brinco prateado – Anda, Remo, é o último dia, tem que ser perfeito!

A preguiça não me deixou levantar logo, e a Julie precisou me dar uns empurrões até o banheiro. Quando terminei de me vestir, desci e encontrei todos lá embaixo.

- Olha o lobinho aí – Almofadinhas disse. – Demorou, hein?
- Vamos logo, gente, o que vocês estão esperando? – Lily se animou.

Andamos até o fim do condomínio, onde havia uma enorme piscina retangular cercada de ladrilhos azuis, várias cadeiras e mesas brancas, cada uma coberta por um guarda-sol, Julie disse que tinha refrigerador e churrasqueira também, mas eu não faço idéia do que sejam essas coisas. Do outro lado encontrava-se um parque infantil com alguns brinquedos, e perto dali vi um enorme gramado com flores por todo lado. Eu olhei pros Marotos e fiz um sinal apontando as garotas, então, cada um carregou uma no colo e jogou-a na piscina.

- VOCÊS ESTÃO PIRANDO? – berraram as três na mesma hora.

Eu e os Marotos nos olhamos novamente e demos de ombros, jogando a camisa em qualquer lugar e pulando na piscina.

[Narração de Sirius]

O dia estava bonito, a Lily e o Pontas voltaram às boas e nós tínhamos aquele clube só pra nós. A Katherine estava perfeita como sempre.

- Essa carinha de raiva te deixa ainda mais bonita, Kath – disse, abraçando-a por trás.
- Pois você continua com a mesma cara de cachorro molhado – ela sorriu, virou-se e me beijou.
- Olha só, fazendo piadinhas... – falei.
- É a convivência.

Nós rimos e nos juntamos ao resto do grupo. Ficamos conversando por um bom tempo.

- Está anoitecendo, é melhor sairmos da piscina antes de pegar um resfriado –Julie disse.
- Tem razão – falou Aluado – Vamos beber um pouco de regrifejante?
- Refrigerante, Remo – riu Kath.

Os seis saíram da piscina e correram para as toalhas. A lua já havia aparecido no céu e o vento estava frio.

[Narração de James]

- Ruivinha – falei.
- Oi, James.
- Vem cá comigo?

Ela assentiu e eu a conduzi até o gramado do lado oposto à piscina. Andamos um pouco, em silêncio, e nos sentamos. Lily parecia confusa. Estiquei meu braço, tirei uma flor linda do chão e entreguei a ela.

- James, é um...
- Um lírio – completei.
- É lindo – ela disse, os olhos brilhando.
- Não é nada comparado a você, o meu lírio.
- Você me surpreende, James – ela colocou a flor cuidadosamente atrás da orelha e encostou a cabeça em meu ombro.
- Sabe... – coloquei o braço na cintura dela – às vezes, quando não consigo dormir em Hogwarts, eu pego o Mapa do Maroto só pra ver que você está dormindo tranqüila.
- Sério?
- Sério. De vez em quando eu seguro a vontade de vestir a minha capa e tentar invadir o seu dormitório só pra ver se você está realmente bem.
- Nossa – ela sorriu.
- Eu sempre disse que te amava, você é que não queria acreditar.

Ela se aproximou e sussurrou no meu ouvido, fazendo os pêlos do meu pescoço se eriçarem instantaneamente:

- Se você disser de novo, quem sabe eu não acabo me convencendo?
- Eu te amo, Lily Evans.
- Eu também te amo, James Potter.

E, finalmente, depois de todo esse tempo, depois de tanta insistência, tantas brigas... nos beijamos. Nossos lábios se tocaram levemente, e aos poucos o beijo se tornou intenso. Não queria saber de mais nada. Acariciei seus perfumados cabelos ruivos e nos separamos. Ela estampava um sorriso de orelha a orelha.

- Pelo visto eu te convenci – sorri também.
- É, pelo visto sim.

Passamos um longo tempo ali, eu me senti nas nuvens. Quando voltamos, todos estavam rindo escandalosamente enquanto Sirius dançava uma coreografia inusitada. Já estava bem tarde e voltamos para casa.

[Narração de Julie]

A Lily chegou em casa aos prantos e subiu direto para o quarto. Eu e Kath fomos apoiá-la, mas mal conseguíamos falar alguma coisa. O James chegou no mesmo estado, mas não quis conversar com ninguém, dormiu no sofá. O clima no dia seguinte estava péssimo, mas sem brigas.

- Acho que vou dar um passeio – Sirius disse. – Vamos, Pontas?
- Não. Valeu, Almofadinhas.
- Alguém se habilita? - insistiu ele.

Eu, Kath e Remo acompanhamos o Sirius até a Lagoa dos Pássaros, enquanto James e Lily ficaram lá dentro de casa com a cara fechada. Eu e Remo nos sentamos em um banquinho e começamos a nos beijar. Kath estava andando pela grama seguida pelo Sirius, que a essa altura já tinha tirado a camisa para impressionar.

- Calor, não? – Sirius disse.
- Hum, não, nem estou sentindo esse calor todo – Kath respondeu.
- Ah, Kath, eu estava precisando me refrescar, sabe?
- Não me diga.
- Você pode me ajudar? – Sirius se aproximou devagar e pegou nas mãos dela.
- Posso sim, tenho uma idéia ótima, feche os olhos – ela sorriu.

Eu e o Remo estávamos observando. Será que a Katherine ia realmente se render aos encantos de Sirius Black, o sedutor? Minha pergunta foi respondida em seguida. Kath colocou Sirius mais perto, piscou pra nós e o empurrou com tudo dentro da lagoa. Eu ri descontroladamente.

- Está mais refrescado, Si? – ela perguntou, irônica.
- Você me paga, Katherine! – e ele saiu correndo atrás dela, dando voltas pela lagoa.
- Remo... – falei enquanto os dois corriam.
- Oi, amor.
- Da próxima vez que você se transformar... eu posso ir?
- NEM PENSAR, JULIE!
- Mas...
- Não mesmo – ele interrompeu. – Você não sabe como é horrível, além de perigoso.
- Poxa, eu queria ajudar.
- Os Marotos já me ajudam, viraram animagos para isso, e o Dumbledore também me dá apoio.

Nós conseguimos conter o Sirius e voltamos para casa, já de tardinha. Lily estava no quarto, e James lia uma revista trouxa. Nós comemos, conversamos um pouco e fomos dormir.

[Narração de Katherine]

O dia amanheceu e o clima continuava ruim. Eles nem sequer se olhavam, mas já estavam voltando ao bom humor, fingiam que estava tudo bem. A Lily sempre foi assim, quase nunca dá pra perceber quando ela está triste. O James parece alegre, mas percebe-se que ele ainda está muito abalado. E o pior: meu sentimento pelo Sirius cresce cada vez mais, eu tive que me segurar muito pra não ceder às avançadas dele nos últimos dias. Caramba, acho que da próxima eu não resisto.

O dia estava bonito, decidi sair e tomar sol. Sentei em uma espreguiçadeira e relaxei. Pra variar, o Sirius apareceu, balançando aqueles cabelos e tirando a camisa, como sempre.

- O que faz essa bela princesa aqui sozinha? – me perguntou, puxando uma cadeira e se sentando ao meu lado.
- Só tomando sol – respondi.
- Kath, eu já te chamei de linda hoje?
- Não, Sirius.
- E já te disse também que estou gostando muito de você? – Meu mundo parou. Sério? Sirius Black estava gostando de mim?
- Ah, Sirius, pára... não gosto quando fala essas coisas. – falei sentindo meu rosto corar.

Ele se aproximou tanto de que meu coração disparou. Tive medo de mim mesma naquele instante. Levantei da cadeira e ele segurou meu braço com carinho.

- Não tem porque fugir de mim, você já resistiu demais – ele disse.

Ele levantou também, estávamos na beira da piscina. Pegou-me pela cintura, agora já não dava conta do que eu fazia, não tinha forças para (e nem queria) sair dali. Ele então me beijou, não senti nem ouvi mais nada, parecia que estava sonhando. O beijo demorou mais do que eu esperava.

Então, o Remo apareceu. Viu aquilo e abriu um sorriso, veio correndo e nos abraçou interrompendo todo o momento e desabamos na piscina com tudo. Não adiantou muito, encostei o Sirius na parede e nos beijamos de novo lá dentro mesmo. Quando sai, agi naturalmente, e o Sirius também, aceitando as provocações dos outros. Aceitei que gostava dele, e por um momento até esqueci as nossas brigas, e o lado galinha dele.

À noite resolvemos ir para uma festinha no quiosque do condomínio, estilo havaiano. Foi bem engraçado ver os marotos com tanguinhas e roupas floridas.

[Narração de Sirius]

Nem acreditei que enfim tinha conseguido. Claro, que com muito esforço e depois de muita confusão... mas acho que foi bom a Kath ter me “consertado”, agora sim vou dar todo o valor do qual ela merece. Quanto à festa, eu estava ridículo... já as meninas estavam lindas, principalmente a Katherine. A Lily se soltou, nem parecia que estava triste, parecia querer esquecer do que estava acontecendo. O James não dançou com nenhuma garota nem pegou ninguém, bebeu a festa toda. A Rita Smitt apareceu e dessa vez deu em cima de mim.

- Oi Sirius, por que está aí parado? Um gato desses, era de se esperar que estivesse ao menos dançando com alguém! – ela falou piscando para mim. A Kath não se intrometeu, acho que estava esperando o que eu iria dizer, e não se decepcionou.
- Estava indo pegar uma bebida pra menina mais linda de todas. E você, o que está fazendo, à caça de mais uma vítima? – falei pegando uns copos com uma bebida trouxa. Acho que foi a melhor resposta que já dei em toda minha vida. – Kath, sua bebida.
- Obrigada, Sirius, mas bebe logo que eu quero dançar – a Kath falou pra mim, fazendo a Rita suspirar e virar as costas.

O Aluadinho estava aos amassos com a Julie, a Lily dançava como uma louca sem se importar com nada e eu estava na dança com a Kath também, não sabia se ela ainda queria ficar comigo e prefiri não arriscar. Optei por curtir minha noite com ela. Tempos depois, estávamos todos cansados e deveriam ser umas 3 horas da manhã, então eu me aproximei da Katherine.

- Você... você ainda... quer alguma coisa com esse sapo? – falei, com medo de receber um fora.
- Tipo, transformá-lo em príncipe? - ela perguntou. Não sei se entendi errado, mais achei que isso fora um sim, e sem esperar mais nada a agarrei pela cintura e a beijei.
- Você é louco, não é, Sirius? Não tem medo de receber um tapa? – ela me falou com o sorriso mais lindo.
- Talvez sim, Kath, mais por você eu arrisco qualquer coisa... até mesmo minha cara a tapas – e rimos loucamente, esquecendo dos problemas.

Todos nós fomos embora a pé, como trouxas. Chegamos em casa mais exaustos do que nunca, e, pela primeira vez a Kath me deixou dormir na mesma cama que ela, já que agora confiava plenamente em mim. Quando já estávamos deitados fiz ela virar.

- Boa noite, minha Kath – falei, enquanto colocava os seus lindos cabelos atrás da orelha. Depois dei um carinhoso beijo nela e a observei dormir.

[Narração de Lily]

Minhas férias não estavam como imaginei, não queria brigar mais uma vez, mas não posso deixar que isso passe adiante, ele me magoou muito, e, quando pensei que tudo daria certo, quando já estava disposta a me entregar de verdade, ele pisa na bola. Ainda tenho que agüentar olhar pra ele todos os dias.

- Lily... – chamou uma voz à noite do lado de fora do quarto. A voz do James.
- O que foi, Potter?
- Eu... queria conversar... com calma – ele respondeu enquanto entrava.
- Não temos o que conversar.
- Temos sim, ruivin... Lily – ele corou. – Preciso explicar o que aconteceu.
- Você não me deve explicações, Potter.
- Claro que devo, é você que eu amo – me arrepiei, era a primeira vez que nos falávamos em dias.

Fiquei calada e ele prosseguiu.

- Olha, eu não quero nunca mais olhar na cara daquela Smitt, ela me seduziu, eu não consegui resistir... eu... – ele parecia prestes à se desesperar. – Sou um perfeito idiota, eu sei, não devia fazer isso com você, não devia fazer você sofrer assim.
- Que bom que sabe.
- Claro que eu sei, eu daria tudo pra você ficar alegre de novo – sorriu timidamente. – O que eu posso fazer?
- Ficar longe de mim – falei secamente.

O sorriso tímido desapareceu de seu rosto, e os olhos pareciam ansiosos para despejar toda a água que havia neles, então ele se levantou e parecia prestes a ir embora do quarto. Não consegui ver aquela cena calada, meus olhos marejaram, eu corri e o abracei com força.

- Ah, James... – gritei, sem saber direito o que estava fazendo, e enlaçando meus braços em seu pescoço.
- Li... Lily... – ele disse, assustado, me abraçando também.
- Você é um estúpido – falei, abraçando ainda mais forte, minhas lágrimas escorrendo sobre seus ombros.
- Eu sei disso – sorriu. – E você é linda.
- Me prometa que nunca mais vai fazer essas besteiras.
- Eu prometo, meu lírio – ele falou com um sorriso sincero.
- Aquela vaca da Rita Smitt, deu em cima de todos vocês – reclamei. – Na verdade, só faltava te agarrar ali na sorveteria mesmo.
- Lambisgóia oferecida – ele disse, me fazendo rir.

Foi aí que James correspondeu meu sorriso, levou carinhosamente o dedo ao meu rosto e enxugou as lágrimas que ainda insistiam em sair. Nos aproximamos lentamente, os olhos fixos um no outro. Ele acariciou meu rosto e nos aproximamos ainda mais. Então, ouvimos o barulho de alguém batendo na porta do quarto.

- Lily? – gritou Julie. – Você está aí?

Me distanciei do James e abri a porta. Julie perguntou se eu estava bem depois da festa, então eu pisquei pra ela e respondi que sim. Ela olhou discretamente pra dentro e viu o James sentado na cama, abriu um sorriso e foi embora. Voltei pra dentro, onde não tinha mais clima nenhum. Dei um beijo na bochecha do James e desejei boa noite, ele respondeu e sentou ao meu lado, onde acariciou meus cabelos até que eu peguei no sono.

[Narração de Remo]

A Julie foi ver a Lily quando voltamos da festa, e pelo que ela me disse quando voltou ao nosso quarto, a ruiva estava mais do que bem. Ela sentou na cama e disse:

- Eu não entendo a Lily, é uma doida mesmo – riu. – Aliás, todos vocês são.
- Todos nós somos.
- Ah, nem vem. Olha só pro Sirius e a Kath, os dois viviam se provocando e agora estão aí no maior amor.
- Pelo visto não são só eles, não é, doidinha? – ri.
- É, não são mesmo – ela riu também. – É Remo, você está certo, sou completamente louca.

Sorri vitorioso.

- Por você – ela completou.

Me aproximei e aos poucos fomos nos beijando mais intensamente, e eu percebi como me sentia bem com a Julie. Trocamos mais algumas carícias e fomos dormir, o dia seguinte não demorou a chegar. Acordei com o barulho alto de alguma coisa caindo no chão com tudo.

- O... o que foi isso? – perguntei, abrindo os olhos.
- Ah, desculpa, Reminho, eu deixei cair umas coisas – Julie disse. Ela estava de biquíni e andava de um lado para o outro, procurando alguma coisa.
- Caramba, que visão é essa logo de manhã cedo? – sorri, malicioso. – Mas... pra que a pressa?
- Nós vamos pro clube hoje... ah, achei! – ela gritou, colocando um brinco prateado – Anda, Remo, é o último dia, tem que ser perfeito!

A preguiça não me deixou levantar logo, e a Julie precisou me dar uns empurrões até o banheiro. Quando terminei de me vestir, desci e encontrei todos lá embaixo.

- Olha o lobinho aí – Almofadinhas disse. – Demorou, hein?
- Vamos logo, gente, o que vocês estão esperando? – Lily se animou.

Andamos até o fim do condomínio, onde havia uma enorme piscina retangular cercada de ladrilhos azuis, várias cadeiras e mesas brancas, cada uma coberta por um guarda-sol, Julie disse que tinha refrigerador e churrasqueira também, mas eu não faço idéia do que sejam essas coisas. Do outro lado encontrava-se um parque infantil com alguns brinquedos, e perto dali vi um enorme gramado com flores por todo lado. Eu olhei pros Marotos e fiz um sinal apontando as garotas, então, cada um carregou uma no colo e jogou-a na piscina.

- VOCÊS ESTÃO PIRANDO? – berraram as três na mesma hora.

Eu e os Marotos nos olhamos novamente e demos de ombros, jogando a camisa em qualquer lugar e pulando na piscina.

[Narração de Sirius]

O dia estava bonito, a Lily e o Pontas voltaram às boas e nós tínhamos aquele clube só pra nós. A Katherine estava perfeita como sempre.

- Essa carinha de raiva te deixa ainda mais bonita, Kath – disse, abraçando-a por trás.
- Pois você continua com a mesma cara de cachorro molhado – ela sorriu, virou-se e me beijou.
- Olha só, fazendo piadinhas... – falei.
- É a convivência.

Nós rimos e nos juntamos ao resto do grupo. Ficamos conversando por um bom tempo.

- Está anoitecendo, é melhor sairmos da piscina antes de pegar um resfriado –Julie disse.
- Tem razão – falou Aluado – Vamos beber um pouco de regrifejante?
- Refrigerante, Remo – riu Kath.

Os seis saíram da piscina e correram para as toalhas. A lua já havia aparecido no céu e o vento estava frio.

[Narração de James]

- Ruivinha – falei.
- Oi, James.
- Vem cá comigo?

Ela assentiu e eu a conduzi até o gramado do lado oposto à piscina. Andamos um pouco, em silêncio, e nos sentamos. Lily parecia confusa. Estiquei meu braço, tirei uma flor linda do chão e entreguei a ela.

- James, é um...
- Um lírio – completei.
- É lindo – ela disse, os olhos brilhando.
- Não é nada comparado a você, o meu lírio.
- Você me surpreende, James – ela colocou a flor cuidadosamente atrás da orelha e encostou a cabeça em meu ombro.
- Sabe... – coloquei o braço na cintura dela – às vezes, quando não consigo dormir em Hogwarts, eu pego o Mapa do Maroto só pra ver que você está dormindo tranqüila.
- Sério?
- Sério. De vez em quando eu seguro a vontade de vestir a minha capa e tentar invadir o seu dormitório só pra ver se você está realmente bem.
- Nossa – ela sorriu.
- Eu sempre disse que te amava, você é que não queria acreditar.

Ela se aproximou e sussurrou no meu ouvido, fazendo os pêlos do meu pescoço se eriçarem instantaneamente:

- Se você disser de novo, quem sabe eu não acabo me convencendo?
- Eu te amo, Lily Evans.
- Eu também te amo, James Potter.

E, finalmente, depois de todo esse tempo, depois de tanta insistência, tantas brigas... nos beijamos. Nossos lábios se tocaram levemente, e aos poucos o beijo se tornou intenso. Não queria saber de mais nada. Acariciei seus perfumados cabelos ruivos e nos separamos. Ela estampava um sorriso de orelha a orelha.

- Pelo visto eu te convenci – sorri também.
- É, pelo visto sim.

Passamos um longo tempo ali, eu me senti nas nuvens. Quando voltamos, todos estavam rindo escandalosamente enquanto Sirius dançava uma coreografia inusitada. Já estava bem tarde e voltamos para casa.


Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.