Velhos Tempos




Capítulo XVI


Velhos Tempos


 


 


- OH, PELAS BARBAS DE MERLIN, QUE PASSE FOI AQUELE?!


 


Todas nós estávamos realmente empolgadas com aquele jogo. Grifinória com Lufa-Lufa, um jogo praticamente ganho por nós. Aquele dia quente de primavera fez com que os cachecóis e os casacos fossem guardados e as saias, blusas e camisetas saíssem dos guarda roupas. Passara uma semana desde a festa de Meg; Poucas coisas tinham acontecido.


 


A mais espetacular foi a notícia que o professor Slughorn voltará em breve; Essa nota fez com que Hogwarts reacendesse. Ficar tento aulas TORTURANTES com aquela Keiko é a passagem só de ida para o o inferno.


 


- E GINA WEASLEY MARCA! CINQUENTA A DEZ PARA A GRIFINÓRIA! – Gritava Lino Jordan.


 


Observava o jogo sentada, enquanto todas estavam em pé, apoiadas no parapeito daquela arquibancada. Quase não demonstrava emoção quando aquele zumbido chato voltou ao meu ouvido. Pensei que fosse bobeira mais tinha ficado mais forte. E mais uma vez eu pensei: Quem ouve coisas sinistras nessa história, é o Harry, não eu!


 


- O Harry está perseguindo o Pomo, venha ver, Mione! – Gritou Deena me chamando, abrindo um espaço entre ela e Sarah. Levantei-me procurando o ar que estava começando a me faltar.


 


Encostei-me ao parapeito e fiquei acompanhando com o olhar todos os movimentos rápidos de Harry atrás do Pomo de Ouro; De repente, o zumbido ficou tão forte, mas tão forte que minha cabeça não agüentou e fui ao chão, caindo quase desmaiada. A última coisa que eu vi, posso assegurar, foi uma mão sobre meu rosto...


 


***



- Tonturas, desmaios! Mas não são sintomas da anemia, é outra coisa.


 


Podia ouvir claramente Madame Pomfrey dar meu histórico clínico a professora McGonagall, provavelmente, as duas únicas naquela enfermaria. Meus olhos abriram-se lentamente, levei uma das mãos a testa e gemi. Estava com um pequeno machucado coberto com um curativo.


 


- Como se sente, Senhorita Granger? – Perguntou a professora.


 


- Esquisita. - Suspirei. - O que aconteceu?


 


- A senhorita desmaiou durante o jogo. - Ergui uma das sobrancelhas.


 


- E como eu vim parar aqui?


 


- Eu cuido daqui para frente, Minerva, ordens de Dumbledore. – Uma voz velha invadiu aquela enfermaria abrindo a porta de supetão.


 


Logo vejo o imprevisivel Moody. Parece nas horas mais oportunas – para ele.


 


- Mas, Alastor, ela está em recuperação! – Repreendeu McGonagall.


 


- Ordens de Dumbledore, Minerva. – Disse bem articuladamente, revirando aquele olho de vidro rapidamente.


 


McGonagall olhou-me suspirando e deixou a sala com Madame Pomfrey. Estávamos apenas eu e o professor Moody naquela enfermaria, agora. O sol de quase sete da noite invadia aquele lugar deixando quase tudo alaranjado; estava calor, eu estava suando por debaixo daquela blusa e aquela calça jeans.


 


- Ele apareceu novamente, não? – Pegou uma cadeira e se sentou um pouco longe da cama.


 


- Está falando do colar?


 


- É, ele apareceu novamente, não é? – Concordei olhando fixamente para ele, não querendo soltar muita coisa de uma vez só. – E onde está?


 


- Está comigo. - Estendi o pescoço. - Cadê a Tonks?


 


- Ótimo, vamos pegá-lo. – Levantou-se com dificuldade e foi até a porta.


 


- Onde está a Tonks? – Perguntei firmemente me levantando também.


 


- Tem coisas que você não precisa saber. – Ameaçou sair mas eu segurei fortemente em seu braço e tacando para dentro daquela sala e trancando a porta. – Ficou doida?! – Perguntou depois de ter um desequilíbrio e quase cair.


 


- Onde está a Tonks? – Perguntei mais uma vez olhando ferozmente para aquele homem, não sei o que estava acontecendo comigo. Peguei na gola de seu casaco como se quisesse erguê-lo. Moody tentava se colocar de pé e parar de escorar naquela cama, mas não conseguia. Minha respiração acelerou, vendo o que eu estava fazendo, o soltei lentamente e me apoiei na outra cama à frente, suspirando e fechando os olhos. – Droga... – Soltei dando alguns socos na cama.


 


- Ela e Lupin estão presos. – Virei-me no mesmo momento olhando fixamente para ele com os olhos arregalados. – Presos na Ordem. – Acalmei-me em partes.


 


- Por que?


 


- O Ministério mandou que Aurores Espiões se infiltrassem na Ordem sem que ninguém soubesse. Quando descobrimos, já era tarde de mais. Eu consegui escapar das diretrizes daquele Ministro de merda, mas eles não, eles estavam com a corda no pescoço, por tua culpa.


 


- Minha culpa? Foram vocês que começaram a com isso! Vocês que me procuraram para falar da morte dos meus pais! – Apontei para meu peito.


 


- Eu disse para eles que seria arriscado de mais, mas não! O Moody está falando besteira! – Fez pouco causo se sentando novamente naquela cadeira. – Ninfadora, com aquele instinto maternal, tacou a bomba de bosta no ventilador e deu nisso! – Apoiou-se na sua bengala.


 


- E tem jeito deles saírem dessa?


 


- Tem, é só você se entregar ao Ministério falando tudo que fez desde que pisou nessa escola no começo do ano letivo. – Fiquei ereta engolindo seco.


 


- É fácil falar... – Cruzei os braços e fui até a janela, encostando a lateral da minha cabeça na parede. Olhei lá em baixo, dava para ver o jardim que estava repleto de pessoas, principalmente de grifinórios que comemoravam a vitória do jogo.


 


- Ao meu ver, esse é o único jeito. - Meneei e suspirei ainda fitando a paisagem. - Nada está fora do nosso controle. – Levantou-se. – Agora, se não for muito, queria o colar.


 


- Eu não devia confiar em você. – Me olhou confuso.


 


- Granger, ‘ce tá falando do que?


 


- Não sei, eu- - A minha respiração acelerou novamente. – eu não consigo confiar em você.


 


- Por que não? Você confia na Ninfadora.


 


- Ela não fica me xingando toda vez que faço algo errado. – Rolou os olhos.


 


- Ah, por favor, Granger! – Foi até a porta irritado. – Vamos logo.


 


Fiquei olhando para ele longamente, pensando em várias coisas ao mesmo tempo até que me movi e fomos juntos até meu quarto, sob o olhar de muitas pessoas. Lembrei-me de Harry, mas eu acho que não seria uma boa perguntar sobre ele agora, estava com problemas mais sérios. Entramos no meu quarto com ele reclamando do cheiro de baunilha que estava sentindo. Sem dar ouvidos, fui em silêncio até a caixinha, a abri e levei um susto.


 


- Sumiu... – Soltei olhando fixamente par ao vazio da caixa.


 


- Sumiu? – Perguntou indo até mim. – Granger, você tem certeza que lacrou esse negócio direito?


 


- Eu lacrei como da última vez! Ninguém entrou nesse quarto sem a minha permissão! Ninguém pode ter aberto isso! Só eu posso abri-lo! – Gritei começando a ficar desesperada.


 


- Foi uma perda de tempo eu vir aqui...! – Saiu do quarto.


 


- Você está achando que isso tudo é uma mentira, não é? – Desceu as escadas rápido de mais para um manco.


 


- Não acho nada, Granger.


 


- Acha sim! – Parei a sua frente. – Eu não menti sobre esse colar, ele apareceu nas minhas coisas, eu juro. – Olhou-me e ergueu uma sobrancelha.


 


- Você mentiu para tantas pessoas, por que não mentiria para uma pessoa que você não deve confiar?


 


Engoli uma pedra. Passou por mim enquanto eu encarava fixamente o chão. Moody sumiu pelos corredores, quando me virei para dar uma resposta digna, encaro os olhos de Tony que até me deixou surpresa.


 


- Tá tudo bem, Mione? – Suspirei e concordei. – Você desmaiou no meio do jogo, fiquei preocupado.


 


- Apenas uma queda de pressão. – Uma mentirinha a mais. – Estou ótima.


 


- Tem certeza? – Concordei. – Então, vamos comigo a biblioteca? – Concordei sorrindo grudando em seu braço, tentando esquecer a maioria dos meus problemas.


 


***


 


Como dia de Quadribol era um dia em que Hogwarts parava, as rondas estavam suspensas. Soube que a Grifinória foi comemorar a vitória contra a Lufa-Lufa num outro lugar, perto do lago e fizeram uma grande fogueira queimando um Texugo feito de pano e enchimento.


 


Uma coisa um tanto americana, digamos de passagem. Deena tinha me avisado antes de tudo aquilo acontecer, mas eu não ia de qualquer jeito já que estava pensando em ficar no meu quarto, de bobeira.


 


Era quase meia noite quando me levantei da cama. Não conseguia dormir, pensava em Tonks e Lupin e uma culpa sem tamanho vinha no meu coração, mesmo que a culpa seja deles.


 


A noite estava um pouco fria então peguei meu sobretudo e resolvi dar uma volta pelos corredores do Castelo. Meus pés descalços sentiam todo o gelo que aqueles corredores tinham para oferecer. Perto do Salão Comunal, escuto risadas e vozes masculinas e femininas. Escondi-me atrás de uma estatua e esperei passarem. Era Harry, Gina, Ron, Deena e mais alguns alunos da Grifinória.


 


Rezava por Filth parecer naquele momento, não pela Deena ou pelo Ron ou talvez nem pelo Harry, mas pela Gina. Às vezes, eram prudentes e falavam mais baixos. Na frente das escadas principais, Gina disse que tinha uma surpresa para seu namorado lá na Sala Precisa. Meus olhos cresceram e um sorriso malicioso nasceu no meu rosto.


 


Deena e Ron subiram com os outros e eles dois pegaram o caminho para a Sala Precisa.


 


Você irá fazer uma besteira, você sabe disso, Hermione. Voltei a ficar no meio do corredor olhando para o lado que tinham ido; Tudo bem, pode ser uma coisa insana mas pegá-los num dos momentos mais constrangedores que uma pessoa pode ser pega, não deve ser uma coisa tão honrosa assim.



Não quero me rebaixar ao nível de Gina Weasley.


 


O problema é ela, não ele. Mas como eu posso pegá-la sem ele?


 


Deixa pra lá, Hermione...



O máximo que você poderia fazer era conseguir uma detençãozinha com McGonagall. Volte para cama e deixe-os perpetuar a espécie. E pare de pensar no que eles poderiam estar fazendo ali dentro, por favor.


 


Mas eu sei realmente do que o Harry é capaz. Abri um pequeno sorriso malicioso encarando o chão e meneei com a cabeça algumas vezes voltando a pegar o caminho para meu quarto, o melhor que eu poderia fazer.


 


- Hermione! Hermione! - Ouvi sussurros saindo de perto do Salão Comunal. Virei-me e lá estava Tony, escolhido perto da porta atento se ninguém nos via.


 


- Tony, o que você está fazendo aqui? - Perguntei num sussurro berrante indo até ele.


 


- O que você está fazendo aqui. - Rolei os olhos. - Acabei de voltar da festa de comemoração da vitória da Grifinória em cima dos idiotas da Lufa-Lufa. - Sorriu sarcasticamente.


 


- Hã- - Vi o tamanho da marca que tinha em seu pescoço e cruzei os braços. - Comemoração?


 


- É, por que? - Questionou.



- Por nada. - Ri pegando em seu braço.


 


***


 


Minha cabeça estava pesada e não queria levantar do travesseiro. Tony batia constantes vezes naquela porta para que levantasse de uma vez, mas estava impossível. Os jogadores de Quadribol não precisam ir as primeiras aulas, ao contrário de nós, reles mortais sem nenhum dote atlético.


 


Levantei-me quase xingando tudo e todos e abro a porta para que ele entre.


 


- Vam'bora, Hermione, tá quase na hora da aula. - Invadiu apontando para o relógio que tinha no pulso.


 


- Por que temos que ir a aula hoje? Os jogadores de Quadribol tem folga.


 


- Por que somos pessoas boas e sempre querendo aprender coisas novas...! - Ironizou me levando até o banheiro. - Depois você toma um banho, se troca. - Jogou a roupa no meu rosto e cruzou os braços.


 


- Vai ficar aí mesmo? - Perguntei rindo cruzando os braços também.


 


- Ah, tanto faz. - Sorriu largamente.


 


- Cai fora! - O empurrei e fechei a porta na sua cara. Dez minutos depois estava saindo do banheiro.


 


- Vamos logo que a sineta já vai bater. - Terminou de falar e ela começou a soar. - Qual a sua primeira aula? - Fiz um esforço para lembrar.


 


- Adivinhação.


 


- Ótimo, a minha também, vam'bora.


 


E assim fomos até a nossa aula de Adivinhação. Vocês podem imaginar como estava meu humor, não? Acordada a berros, sem tempo de tomar meu banho matinal e ainda mais, a primeira aula com aquela ignorante da Trelawney!


 


Ao final do corredor, perto da torre da minha primeira aula, vejo Adam conversando com meia dúzia de amigos. Minha vontade era de sair correndo para o outro lado e dar a incrivel volta de vinte minutos no castelo, mas eu não tinha tempo. Sair correndo não é uma boa, principalmente quando a sua vida está nas mãos de um idiota como esse. Tony balbuciava algumas coisas, mas nada além de Adam estava entrando na minha mente. Virou-se ao ouvir o que seu amigo lhe dissera e sorriu maliciosamente ao me ver.


 


Andou até mim; Tony continuou andando no mesmo ritmo, mas eu diminui, ficando com a respiração acelerada e as mãos suadas. Sei lá o que estava acontecendo comigo, mas estava com um certo medo de me encontrar com Adam.


 


Tony rolou os olhos ao passar do seu lado, eu estava a uns dois passos atrás e nem me viu parando por completo e encarando aquele idiota a minha frente. Me roubou um beijo e colocou a mão em volta da minha cintura.


 


- Cai fora, Goldstein, eu acompanho minha namorada até sua aula. - Tony virou-se confuso, ficou encarando Adam com uma certa irritação.


 


- Faça como quiser, McCartney. - Rolou os olhos e voltou ao seu caminho. - Nos vemos por aí, Hermione.


 


- Nada disso. - Parou no mesmo momento, virou-se para nós. Meus olhos cresceram e eu olhei incrédula para Adam. - Você acha que você pode sair desfilando por aí com a minha namorada?


 


- Somos amigos, McCartney, você não pode ficar mandando na vida dela desse jeito.


 


- Ela é a minha namorada, Goldstein, caso não tenha percebido até agora.


 


- Adam, pára com isso. - Pedi encarecidamente trocando olhares com Tony.


 


- Não quero ver você nunca mais com a minha namorada.


 


- Adam, CHEGA! - Gritei me soltando dele.


 


- Relaxa, - Sorriu maliciosamente. - se ela te botar algum chifre, pode ter certeza que não vai ser comigo. - Piscou e pegou seu caminho.


 


Soltei-me de Adam e peguei meu caminho na direção de Tony. Segurou fortemente em meu braço e colou seu corpo no meu.


 


- Me solta, seu idiota!


 


- Ah, qual é, Mi? Vai ficar estressada por causa desse ignorante do Goldstein que não percebe que você é a minha namorada?


 


- Objeto é sinonimo de namorada pra você? - Fui arrogante ao máximo. - Idiota... - Dei as costas e acelerei o passo.


 


Eu tinha certeza que Tony tinha ficado chateado.


 


Entrei na sala seguida por várias pessoas e seguindo mais algumas e logo avistei Tony, se sentando numa das mesinhas um pouco irritado. Parati acenou e eu fiz um gesto que depois falaria com ela. Sentei-me ao lado do moreno que não ergueu o seu olhar para mim.


 


- Que se dane o Adam... - Jogou seu livro em cima da pequena mesa que capengou.


 


- Então, por que você está com ele? - Engoli seco.


 


- Não posso explicar, mas são motivos muito sérios. - Olhou-me um pouco confuso.


 


- Esse cara não te trata como mulher, te trata como se você fosse um- - Procurou a palavra.


 


- Objeto.


 


- É, isso mesmo. - Bufou e abriu em uma página.


 


- Eu- - Suspirei. - vou ter uma conversa séria com ele, talvez eu termine e encare meus problemas de frente.


 


- Por que ele está te chantageando? - Engoli seco abrindo minha bolsa e pegando meu livro.


 


- Quem tocou em chantagem?


 


- O que mais ele poderia fazer para uma pessoa como você namorar um sujeito feito ele? - Ponderei.


 


- Você não entenderia... !


 


- Entenderia, sim! O que está acontecendo?


 


- Não, não entenderia não.


 


A professora entrou na sala e começou a tão tediosa aula.


 


***


 


Arregacei as mangas e saí da minha última aula matutina rumo a última aula do meu querido namorado. Durante essas aulas, fiquei pensando em várias coisas maléficas, horrorizantes, mortais, mas vi a solução no meu nariz.


 


Encostada na parede, perto da porta da Sala de Poções, esperei Adam sair da sala, um dos últimos.


 


Se ele sabe jogar, eu também sei.


 


Adam sorriu maliciosamente, abriu um dos braços para me abraçar mas desviei no mesmo momento.


 


- Adam, precisamos conversar. - Disse seca e grosseiramente.


 


- Depois, agora não. - Passou por mim sendo acompanhado por Draco que estava cabisbaixo, querendo não se meter naquilo .


 


- Agora sim. - Peguei em seu braço fazendo-o voltar.


 


- Perdeu o juízo? Eu disse agora não. - Soltou-se brutalmente das minhas mãos e me deu as costas.


 


- Você é um imbecil, Adam. - Gritei fazendo todos que estavam ali olhar para nós.


 


Adam virou-se, encarou-me por alguns segundos e se aproximou lentamente.


 


- O que você disse?


 


- Você é um imbecil. - Cruzei os braços. - Não sei como eu tive estômago para beijar você! - Uma roda de pessoas, maioria sonserina, formou-se envolta de nós. - Você é nojento, nem um pouco romântico! Nenhuma mulher na terra teria coragem de casar com você! - Gemeram e riram atrás de mim. - Não preciso nem dizer o quanto sem sal você é, principalmente na cama. - Certo, eu exagerei. Ele ficou roxo de vergonha, todos começaram a rir, até Draco, discretamente. - Você esqueceu sua 'pinça' no meu quarto, amor, como você vai no banheiro sem ela?!


 


Adorei essa.


 


- Cala a boca, Hermione.


 


- Não, não, meu amor, eu fiquei quieta por esse tempo, eu tenho todo direito de falar: está tudo acabado.


 


- Tem certeza que você quer isso?


 


- Você tem medo de alguma coisa? - Perguntei me virando para o loiro que engoliu uma laranja.


 


- Não.


 


- Ótimo, pode espalhar pra escola inteira! - Gritei. - Mas não esquece de falar que você me chantageou, sabendo muito bem que se tratava da reputação do seu 'melhor' amigo.


 


Draco encarou Adam com os olhos de raiva mas também de sarcasmo.


 


- É, cara, você conseguiu me enganar direitinho.


 


As gotículas de suor que estavam escorrendo pela têmpora de Adam estavam começando a ficar mais salientes, demonstrando o nervosismo que aquele garoto nutria.


 


- Olha, Hermione, você está fazendo uma coisa muito errada. - Tentou se explicar mas eu não queria ouvir.


 


- Coisa errada foi você por entrar no meu caminho, garoto. - Mais gemidos.


 


- Eu posso acabar com a sua fama.


 


- E eu posso acabar com a sua vida. - Adam ficou ereto, olhou para Draco, depois para mim.


 


- Pensa muito bem no que você está fazendo, garota.


 


- Adam, me erra, tá bom? - Comecei a andar.


 


Não quis ficar ali. Peguei o fluxo do primeiro ano e entrei na primeira torre que vi. Num lugar mais reservado, encostei-me na parede e respirei fundo. Fechei os olhos e bati a cabeça algumas vezes.


 


Eu posso ter assinado a minha sentença de morte naquele instante. Nunca deixe um homem naquele estado com o poder que ele tem nas mãos, é altamente perigoso.


 


***


 


Passou-se o dia inteiro e nenhuma bomba tinha explodido naquela escola. Por um lado, foi até melhor assim, nem eu sei se estou preparada, mas por outro, eu sei que só está tardando o momento que tanto temo. Na hora do jantar, evitei olhar para todos. Uma paranóia estava tomando conta de mim, tenho que confessar. Parecia que todos estavam escondendo algo e não podiam me fala.


 


É, são coisas da sua cabeça, Hermione, deixe disso e termine logo com esse jantar. Difícil parar de pensar, bem difícil.


 


Terminado a comilança, todos estavam voltando para seus quartos. Eu, como queria distância daqueles olhares estranhos, passei bem longe dos corredores mais movimentados de Howarts, tentei pegar caminhos alternativos e mais demorados até meu quarto. Com a minha vida por um fio, eu não tinha muita pressa.


 


Destraida com qualquer coisa que passasse na minha frente, me assusto quando dois alunos atravessaram o corredor bem na frente do meu nariz a mil por hora. Reconheci a cabeleira de Ron e o chamei pelo nome. Ele parou, olhou para mim, depois para Harry que corria mais a frente o também chamava e fez um gesto para que eu os acompanhassem.


 


- Gente, o que aconteceu? - Corria ao seu lado. Harry nos guiava, eu o chamava mas nem me ouvia.


 


- Eu sei lá, Hermione! O Harry disse que aconteceria alguma coisa na sala da McGonagall nesse momento e estamos correndo para lá, eu acho. - Harry parou exatamente na frente da porta da professora.


 


- E como ele sabe que ia acontecer alguma coisa aqui, nesse exato momento?!


 


- Não sei, Hermione! - Disse um pouco aborrecido. - Cara, fala o que tá acontecendo, nós podemos te ajudar.


 


- Hermione, o que você está fazendo aqui?! - Disse ainda olhando fixamente para a porta.


 


- Oras, eu vejo vocês dois correndo feito loucos por esses corredores, eu tinha certeza que algo de bom não era.


 


- Você não tem nada a ver com isso. - Disse encostando na maçaneta lentamente.


 


- Dá pra parar com esse dis-


 


- Shiu!


 


- Hey, não faz shiu pra mim! - Quase gritei indo ao seu lado.


 


Harry abriu aquela porta chamando a atenção dos três. Estava um breu tremendo lá dentro, um vento gelado saiu de lá e um zumbido que atingiu os ouvidos dos três fez com que colocássemos as mãos nas orelhas. Depois de alguns segundos, um silêncio massante fez com que entrássemos aos poucos naquela sala.


 


O moreno ia a frente, eu e Ron íamos lado a lado, ainda questionando Harry sobre a possível previsão que ele tinha feito sobre esse exato momento. Ele mandava que ficássemos em silêncio e isso fez com que a minha raiva estourasse. Acelerei o passo e fiquei a sua frente, cruzando os braços, finalmente chamando a sua atenção.


 


- Será que você pode nos dizer o que está acontecendo aqui?


 


- Eu já te disse que você não tem nada a ver com isso, Hermione, então se você puder sair da minha frente e não me atrapalhar mais, eu agradeço. - Me empurrou lentamente para o lado. Eu olhei descrente para Ron que rolou os olhos e foi até Harry que chegara a frente da mesa de McGonagall. - Tem alguma coisa de errado... Eles deviam estar aqui.


 


- Eles quem? - Perguntou Ron assustado.


 


- Deixa ele, Ron, deve ser a obsessão dele por sempre querer estar um passo a frente de todos. - Rolei os olhos e fui até a porta, só que ela fechou-se sozinha, me assustando. - Abre a porta, Harry. - Virou-se para mim assim como Ron.


 


- Eu não fechei a porta, eu sou a primeira pessoa que queria que você saísse daqui, por que eu te impediria de sair? - Estava mais arrogante do que nunca.


 


- Ron?


 


- Nem me movi. - Ergueu as mãos.


 


- Tá, acabou a palhaçada, eu vou embora, chega de vocês ficarem me assustando. - Fui até a porta e girei a maçaneta, estava trancada. - Tá trancada! - Ron correu até meu lado.


 


- Como trancada?!


 


- Trancada, Ron, que não dá pra abrir, sabe?! - Ironizei.


 


- Eu sei o que quer dizer trancada, Hermione. - Irritou-se.


 


- Fiquem quieto vocês dois! Filth pode chegar aqui a qualquer momento. - Foi até a mesa de McGonagall e abriu as gavetas a procura de algo.


 


- Olha, eu já fiquei muito encrencada pro mexer nessas gavetas.


 


- Não estou atrás das provas, se é isso que quer saber. - Sussurrei um palavrão, saquei a varinha e tentei abrir a porta com magia.


 


- Droga! Está trancada com magia!


 


- Será por que estamos numa das salas mais importantes de Hogwarts?!


 


- Eu cansei das suas ironias, Ok? Pra mim chega. - Apontei a varinha para a porta.


 


- O que você vai fazer, Hermione? - Perguntou Ron assustado.


 


- Vou arrombar essa porta. - Fiz um movimento rápido, mas antes de concluí-lo, Harry veio até mim e tirou a varinha da minha mão com brutalidade.


 


- Quer expulsar nós três?! - Peguei minha varinha de volta.


 


- O que você viu aqui, Harry? Como você sabe que alguma coisa ia acontecer aqui? - Ele ficou mudo, encarou eu, depois Ron e depois o chão. Ia abrir a boca para falar só miados e barulhos de chaves invadiram o silêncio. - É o Fil- - Harry tampou minha boca e me arrastou para o fundo da classe. Ron se enfiou em algum buraco que não deu tempo para ver.


 


Me levou até debaixo da mesa da professora, era minusculo lá, mal cabia um corpo, imagina dois. Ficamos contorcidos, tortos, um por cima do outro. Filth entrou na sala a iluminando com seu lampião. Sua gata pulou sobre as cadeiras e parou em cima da mesa de McGonagall. Saí daí, sua maldita! Ela miava alto e Filth se aproximava. Olhei Harry com olhos preocupados, pegou a varinha e aponto por uma das frestas até a porta, tentou mirar o máximo. Com um movimento minimo, gritos começaram a aparecer, logo alguns alunos que passavam por lá começaram a correr de um lado para o outro.


 


Harry fez com que baratas aparecessem pelos cantos e assustar aqueles que estavam perto. Bem esperto, eu diria. Filth saltou de lá chamando sua gata e fechou a porta atrás de si. Soltei o ar aliviada e caí em mim, Harry e eu estávamos realmente próximos, assim, uns cinco centímetros de distância.


 


Nossos olhares se cruzaram, um batalhão de sentimentos aflorou e num movimento bobo me inclinei para frente lentamente assim como ele. Nossos narizes se tocavam e eu sentia a sua respiração bem perto de mim. Mas alguns centímetros e para meu desespero, senti minha perna – naquela posição – torcer de ver estrelas.


 


- Merda..! - Soltei tentando me levantar de lá só que minha cabeça foi de encontro com a madeira dura e acabei caindo sentada. A cadeira que estava a nossa frente foi afastada e logo a mão de Ron surgiu.


 


- Cara, eu me caguei agora! - Aceitei a sua mão e me levantei, logo atrás, veio Harry arrumando sua roupa. - Tava vendo o Filth me achar atrás da porta.


 


- Não tinha um lugar melhor, não?


 


- Ah, claro, eu poderia ficar com vocês ai em baixo, ia caber direitinho...! - Ironizou. - Vamos cair fora daqui.


 


Ron foi rapidamente até a porta, Harry e eu estávamos um pouco mais atrás, enquanto o ruivo abria a porta e se certificava que não tinha mais ninguém ali, senti uma mão segurar em meu pulso e me trazer um pouco para trás. Enfiou as duas mãos no bolso da calça e encolheu os braços, quando fazia isso, se sentia envergonhado.


 


- Me desculpe por tudo que eu falei. - Sorriu sem graça.


 


- Relaxa. - Dei um sorriso largo e um tapinha no seu ombro. - Nem me afeta mais.


 


- Eu vou ter que pensar muito no que aconteceu hoje, então- - Ron nos chamou. - acho que eu preciso espairecer fora de quatro paredes.


 


Sorri entendendo o recados e logo corri para o lado de Ron pegando em seu braço e mordendo o lábio inferior.


 


- Sabe, Ron, acho você e a Deena tão fofos.


 


- Não somos poodles para você achar fofo, Hermione. - Eu ri.


 


- Mas são, e ponto final. - Ele riu e coçou a cabeça. Harry vinha do nosso lado, com as mãos nos bolso e um mero sorriso no rosto, olhando os corredores, olhando para o nada.


 


- Então, você estava errado. - Chamou a atenção de nós dois. - Não tinha ninguém lá, Harry.


 


- É, eu poderia ter me enganado.


 


- Mas como tinha tanta certeza?


 


- Cara, a gente faz cada coisa maluca, eu fiz uma coisa que qualquer pessoa normal faria, segui minha intuição.


 


- Mas você estava tão convencido que algo aconteceria, parecia mais do que uma intuição. - Soltei o olhando ainda de braço dado com Ron.


 


- É legal correr perigo as vezes. - Disse engraçado, eu ri e Ron bufou.


 


- Cara, você tem idéia que eu quase caguei nas calças?! Esse velho filho de uma mãe me assustou! - Eu ria junto com Harry e Ron criticava.


 


Como nos velhos tempos.


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 

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Comentários (1)

  • Aline Afonso Torres

    Nossa com certeza esse foi o capitulo que eu mais ri (e quase morri, quem manda tomar agua e ler e rirao mesmo tempo resultado me engasguei bonito srsrs)Eu acho que o Harry consegui a chave do futuro, isso desde o natal por isso ele tratou a mi daquela forma so pode.Um amei o que a Mi fez com o Adam, muito bem merecido srsrsEu to luca pra saber o que o Draco vai fazer e se os dois vã ter outro momento.HHaaaaaaaaaa e o Tony eu quero ele pra mim eu não me encomodarfia se fosse so como amigo.bom eu etou amando a historiaeu ja tinha lido ela a um bom tempo atras(quando vc ainda tava escrevendo) mais acabei perdendo a minha conta e acabei criando outra e aqui estoubeijinhos Estou louca para continuar lendo hiuhu 

    2013-01-04
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