I'm Back!




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Capítulo XV
I’m Back


Não foi só Ron que ficou surpreso e descrente com meu ‘namoro’ com Adam, as meninas também jogaram um batalhão de perguntas sob mim que quase não agüentei. É difícil estar ao lado dele, fingindo estar ali porque quer, e não porque está sendo forçada, e acima de tudo, ter prazer da sua companhia. Eu estava me controlando para não estuporá-lo ali mesmo. Dividimos apenas duas aulas e eu pedia, antes de qualquer coisa, que outra pessoa sentasse ao lado, deixando Adam um pouco irritado.

Alegava que precisava de espaço e ele até que entendia, mas um dia desse, ele irá se estressar e até pode sobrar para quem está perto. Ao final de todas as aulas, eu corri até a sala de McGonagall com um sorriso largo; Dentre tantas barbaridades, uma para me fazer sorrir. Ao entrar, lá estava Gina cabisbaixa e McGonagall em pé, atrás de sua mesa.

- Aqui está a chave do seu quarto, senhorita Granger. – Entregou-me e eu a agarrei contra o peito dando um suspiro de alívio. – Está vendo, não matou esse tempo que ficou no dormitório.

- Pode ter certeza que sim, professora. – Disse num sorriso irônico relembrando da sacanagem que aquela velha fez comigo. – Se me dão licença, tenho muita coisa pra fazer.

Saí da sala rindo. Já ia correr para o dormitório, pegar minha mala já pronta e voltar a me instalar de onde eu nunca deveria ter saído, mas Gina me chamou um pouco longe da sala da professora. Me virei cruzando os braços e abrindo um sorriso vitorioso sobre aquela cenoura.

- Está vendo, Weasley, você pode ter ficado um mês reinando, mas a minha volta será muito melhor!

- Eu não quero brigar agora, Hermione. – Disse me fazendo descruzar os braços e fechar o meu sorriso aos poucos. – Você e o Ron sabem muito mais do que essa historinha ridícula de que o Harry teve que resolver coisas do padrinho dele! – Engoli seco.

- Olha, Gina, se a gente soubesse, estaríamos nos descabelando por ter ido sozinho atrás de qualquer coisa que você esteja imaginando. – Tentei contornar.

- Como ele pode ter saído dessa escola sem se quer avisar a namorada dele? – Ela estava querendo me provocar, não queria que eu lhe dissesse a verdade.

- Não sei, talvez ele não tenha confiança em você. – Cruzei os braços novamente. – Agora, com licença que eu estou com pressa. – Lhe dei as costas mas pegou em meu braço.

- Eu irei descobrir, e pode avisar meu irmão que ele está com seus dias contados. – Ameaçou, mas eu nem liguei. Soltei-me e voltei a pegar meu caminho para o dormitório.

Ao entrar naquele lugar, ouvi choros altos e lamentos. Parvati estava jogada em sua cama chorando e chorando, gemendo alto e pedindo que tudo aquilo fosse um sonho. Soltei as minhas coisas em cima de uma cama e corri até ela. Estava com os olhos vermelhos e fundos, o nariz escorrendo e o rosto molhado de tantas lágrimas. Pedi calma e tentei perguntar o que estava acontecendo, mas ela não disse nada, apenas me abraçou fortemente ainda chorando.

- Ele é um desgraçado... – Soltou no meu ouvido voltando a chorar.

E mais uma vez, aquelas meninas estão chorando por homem. Digam-me vocês outro motivo pelo qual elas estariam se descabelando desse jeito?!

Dei-lhe um copo d’água e ela se acalmou. Demorou um quinze minutos para que começasse a contar a história, mas sempre em certo ponto, voltava a chorar. Pelo que eu entendi, Dylan tinha acabado tudo com ela, falando que não estava não agüentando aquela ‘falta de espaço’.

É, tenho que confessar, Parvati é um chiclete quando quer.

Disse para ela passar mais tarde no meu quarto que poderíamos ficar conversando até ela pegar no sono. Despedi-me pegando meu malão e saindo do quarto. No meio do caminho, Adam veio ao meu encontro, me cumprimentou animadamente, mas eu não demonstrei emoção alguma. Perguntou aonde eu ia e eu soltei ‘para bem longe de você’.

- Isso não é uma coisa muito legal de se dizer ao seu namorando, Mi. – Acompanhava-me por todos os corredores.

- Dane-se. – Estava mesmo começando a me irritar.

- Quando você me perder, não chore de rancor.

- Irei chorar é de felicidade... – Esses estavam sendo os foras mais lindos que já dei em toda minha vida. Subi as escadas das masmorras e parei na frente do meu quarto, virando-me para ele e lhe dando um rápido aceno de mão para que ele se mandasse rapidamente dali.

- Não irá me convidar para entrar?

- Não. – Entrei e fechei a porta em sua cara.

Encarei aquele meu quarto novamente, estava tudo como eu lhe entreguei. Cai nos ombros ao sentir aquele cheiro do perfume enjoativo de Gina. Deixei meu malão perto da porta e me joguei na cama recuperando-me da saudade que sentia.

***


- Ah, tá bom, Hermione! – Disse Tony ainda não acreditando. – Mano, você é popular sim! Quem nunca ouviu falar de Hermione Granger? Seja em Profeta Diário ou em coluna social?!

- Minha vida é pacata, Tony. – Joguei mais uma pipoca no ar e a peguei pela boca.

Estávamos apenas eu e Tony em meu quarto, Parvati estava para chegar já tinha que ter aquela conversa pós-chute de namorando canalha.

- Pacata? – Riu. – Quantas vezes você e o Potter salvaram esse mundo?

- Nenhuma, a gente só salvou nossas peles. – Ele meneou a cabeça e o silêncio reinou por alguns instantes. Deitou a cabeça no meu colo, se ajeitando naquela cama. Ficou me olhando e eu olhando aqueles olhos marrons super profundos e expressivos. – O que foi? – Perguntei rindo.

- Nada, gosto de olhar para você. – Isso foi um flerte? – Hã, amanhã é sábado.

- É, eu sei. – Peguei mais pipocas.

- Será que você não quer ir- - Parou olhou dos lados e se levantou. – ir comigo a Hogsmeade? – Fiquei totalmente surpresa.

- Tony, o Adam-

- Ah é, deculpe, Hermione, eu esqueci desse detalhe. – Disse frustrado coçando a cabeça. – Me desculpe.

- Que nada, Tony, você não deve pedir desculpas por nada, é que o Adam é possessivo, se ele não tivesse me chamado, eu ia com você, juro. – Peguei nas suas mãos.

- Tudo bem, princesa. – Levantou-se pegando mais pipocas. – Eu tenho que ir, antes que a Parvati chegue aqui e eu tenha que presenciar uma conversa exclusivamente feminina.

Eu ri, ele foi até a porta, sorriu e saiu. Encarei o edredom pensando no que ele tinha dito. Será que o Tony estava mesmo me convidando para sair? Não, não, ele é meu amigo, apenas amigo.

Mas é homem.

***


Batidas frenéticas na minha porta fizeram com que eu acordasse. Apalpei minha cabeceira da cama atrás do meu despertador; Eram mais de oito horas da manhã, quem é o filho de uma mãe que está me acordando oito horas da manhã num sábado? Parvati estava dormindo de costas para mim, pegou no sono eram mais de três da manhã.

Ficamos conversando sobre tudo, menos Dylan; Ela disse que superaria sozinha, e se ficar tocando no nome daquele garoto, ia sofrer mais. Levantei-me da cama pedindo para que parasse e que já estava indo. Cocei um dos olhos, depois a cabeça e arrumei a alça do meu pijama. Abri a porta mandando pro inferno quem estava lá atrás. Fiquei estática, meu queixo caiu e meus olhos se encheram de lágrimas. Ron surgiu atrás daquele moreno sorrindo largamente, com suas orelhas mais vermelhas do que o normal.

Mirei meu olhar em Parvati que ainda dormia e fechei a porta atrás de mim. Harry estava ali, materializado na minha frente; Estava com arranhões pelo rosto, estava um pouco sujo e sua calça rasgada nos joelhos.

- Onde você estava? – Perguntei num sussurro me aproximando lentamente dele; aproximei-me mais do que eu podia, tocamos nossos narizes, depois ele levou sua mão em meu rosto e o alisou. – Por que me fez sofrer desse jeito?

- A gente tem muito que conversar. – Pulei em seus braços quase caindo da escada. Passei a mão nos seus cabelos e senti algo molhado, olhei minha mão e vi que era sangue. Separei-me no mesmo momento mostrando minha mão para Harry e Ron. Passou a mão na região da nuca e reconheceu o próprio sangue.

***


Madame Pomfrey acabara de fazer os curativos só que Harry ainda estava desacordado. Era quase meio dia, eu ainda estava com meu pijama assim como Ron. A enfermaria estava apenas com três pessoas em situação critica e mais o Harry que insistia em nos deixar preocupado.

- E o que ele disse?

- Disse que só falaria quando você estivesse junto.

- Você deveria ter insistido. – Ron abaixou a cabeça ainda sentado naquela cadeira.

A porta se abriu e Gina adentrou aquela sala quase gritando por Harry. Madame Pomfrey a fitou e chamou sua atenção várias vezes. Veio até a cama onde estava Harry, passou a mão em seu rosto escorrendo as lágrimas e lhe deu um abraço.

- Harry, o que aconteceu com você, meu amor? – Sussurrou alisando seu rosto, encostando sua testa na dele.

- Gina, dá um espaço pro cara, ele não tá legal. – Disse Ron pegando em seus braços e tirando-lhe de perto de Harry.

- Não, Rony! Eu vou ficar do lado dele até ele acordar!

- Estamos aqui, Gina, pode deixar. – Insistiu para que ela saísse de lá.

- O que ela está fazendo aqui?! Quem deu permissão pra ela ficar aqui com meu namorado?? – Perguntou apontando para mim, Ron ainda a empurrava mas se soltou e veio até meu encontro. Levantei-me da cadeira e abri a boca para dizer alguma coisa mas fui surpreendida com um tapa em meu rosto.

- GINA! – Tirou sua irmã de perto de mim antes que eu revidasse. – Some daqui, agora! – Ordenou apontando para fora. Madame Pomfrey pegou no braço de Gina e também a arrastou para fora da enfermaria dizendo que irá chamar McGonagall. – Tá tudo bem? – Eu toquei o local com uma das mãos e deixei lágrima escorrer.

- O que a Gina fez? – Perguntou uma voz fraca, a voz de Harry. Evitei olhá-lo, lhe dei as costas e tentei limpar as lágrimas.

- Como ‘ce tá, cara?

- O que ela fez com a Mione? – Perguntou se levantando com dificuldade.

- Depois vocês resolvem isso, como você está? – Insistiu fazendo o amigo voltar a deitar.

- Minha cabeça tá doendo um pouco, mas nada grave.

- Ora, só essa me faltava agora! Você deveria ter se defendido, senhorita Granger! – Disse Madame Pomfrey entregando três comprimidos para Harry tomar.

- Como ela ia se defender?! Minha irmã estava descontrolada! – Disse Ron num tom alto e determinado. – Ela não vê que estamos-

- Tá tudo bem, Ron. – Disse numa voz serena forçando um sorriso. Olhei para Harry que terminara de engolir seus remédios. – A senhora pode nos dar licença, Madame Pomfrey? – Perguntei me virando para a enfermeira. Trocou olhares com todos e consentiu, saindo da enfermaria. – Agora você pode nos contar tudo. – Estava numa voz chorosa; sentei-me na minha cadeira puxando-a para perto da cama. Harry sentou-se na cama e Ron ficou sentado na outra cama, balançando os pés para frente e para trás tentando se acalmar.

- Onde estava?

- Por que não nos avisou?

- Eu- - Começou a dizer. – Eu tive que sair da escola para resolver uns problemas, mas eu não posso contar quais eram. – Suspirei e Ron resmungou.

- Cara, somos seus melhores amigos, você pode confiar em nós.

- E eu confio em vocês, só que não quero preocupá-los. – Olhou para mim.

- Você estará nos preocupando se você não contar onde esteve e o que foi fazer lá. – Emudeceu. – Todos estavam preocupados, tivemos que inventar desculpas, ninguém quis acreditar! Dumbledore não sabia de nada, a Tonks, Lupin e o Moody também não! – Olhou para nós assustado.

- Para quem vocês contaram?

- Só para eles, Harry, mas a Ordem mandou aurores atrás de você com medo que você fosse atrás de Voldemort. – Respondeu Ron.

- Vocês não podiam ter contado a todas essas pessoas...! – Disse visivelmente irritado.

- E como você acha que nós ficamos esse tempo que você ficou sumido? Sem dar notícias?

- Eu sei que eu preocupei vocês, Hermione, mas custava me esperar?

- A gente sabe o quanto você é encanado com essas coisas das trevas Harry, e se Voldemort armou uma armadilha pra você? – Eu estava também visivelmente irritada.

- Você saiu sem dar notícias! Não deixou nenhum bilhete, nenhuma pista! Pensando até que você poderia ter sido seqüestrado, sei lá!

- Eu voltei, não voltei? Então, tudo está resolvido.

- Não, não está. – Repreendi Harry suspirando logo depois. – Você não vê, não é mesmo? E se algo de ruim acontecesse com você?

- Nada aconteceu.

- E você não quer contar nada para gente! – Resmungou Ron. – Cadê a confiança, Harry?

- Isso eu não posso contar.

- Ah, lógico! Como o segredo por não querer- - Parei pensando na besteira que eu ia falar.

- Não posso, pelo menos agora não, não é isso que você me diz toda vez que eu pergunto sobre sua vida? – Me repreendeu ajeitando-se na cama para se levantar. – Eu não irei contar até o momento certo, e não tentem descobrir. – Levantou-se esticando suas costas.

- Aonde você vai? – O segui até porta.

- Dormir, sei lá.

- Dormir? Você some por uma semana, não dá notícias, chega ferido e vai simplesmente dormir? – Ironizei quase berrando.

- Hermione, me esquece um pouco. – Abriu a porta e saiu dos nossos olhares.

- O que a gente faz com ele, Meu Merlin?! – Sussurrei para eu mesma suspirando logo em seguida.

- Ele nunca irá mudar, Hermione, você sabe disso.

- Eu desisto! Desisto do Harry, Ron, não quero mais saber! – Saí da enfermaria apertando os braços de frio, fui até meu quarto vendo que Parvati não estava mais lá. Depois a procuraria, agora eu ia dormir.

***


- É, Hermione, eu acordei e nem te vi mais no quarto. – Disse Parvati se servindo de purê na hora do jantar.

- Foi mal, é que eu tive que resolver uns problemas.

- Vocês viram? Harry Potter voltou. – Comentou Meg num sorriso no rosto. Abaixei meu olhar para o prato e mexi com a ponta do garfo o que tinha ali dentro.

- É, voltou ferido, ouvi dizer que passou a manhã na enfermaria. – Completou Anne.

- Até parece que foi resolver assuntos do seu padrinho... ! – Comentou maldosamente Deena. – Você sabe de alguma coisa, Hermione? – Vi Ron entrando no Salão Principal um pouco irritado, olhou para mim e me chamou com um aceno de mão.

- Não, com licença. – Levantei-me rapidamente da mesa saindo sendo seguida por olhares. Estava a minha espera um pouco distante da entrada. – O que foi?

- Hagrid também sumiu nesse meio tempo que o Harry esteve fora. – Algumas idéias começaram a ser ligadas em minha mente.

- Aquele papel que você encontrou, com os nomes das três cidades, pode ser a letra do Hagrid. – Começamos a andar para fora do castelo, em direção a sua cabana já que não estava no jantar.

- Ele deve saber onde o Harry esteve esse tempo todo.

- Mas ele não irá contar... – Fui pessimista de mais.

- Hagrid nunca irá mudar, ele sempre solta alguma coisa sem querer, vamos ver se damos sorte.

- E se ele contar para o Harry que estamos querendo saber de mais?

- Hermione! – Me repreendeu. – Você quer saber onde o Harry se enfiou, sim ou não? – Abaixei meu olhar e enfiei as mãos no bolso da minha jaqueta.

- Tudo bem, vamos logo que estou congelando.

- É, um chocolate cairia bem.

- Com certeza...

Em comentários inúteis, chagamos finalmente a cabana de Hagrid. Demos três batidas e logo em seguida o gigante abriu. Estava com arranhões e cortes por todos os lados; Olhei seu estado, depois Ron num sorriso malicioso.

- Oh, o que vocês querem a essa hora da noite?

Entramos jogando indiretas; Hagrid era meio lento, então não perceberia de primeira. Sentamos, conversamos, nos serviu suco de abóbora e disse que não tinha mais nada o que oferecer porque passou um tempo fora e não deu tempo de fazer umas compras.

- Ah, você viajou? Para onde? – Perguntei cinicamente. Os olhos de Hagrid cresceram, tentou disfarçar mas não conseguiu.

- Eu sei o que vocês querem, Harry me avisou que vocês poderiam vir aqui e fazer perguntas que me deixariam sem resposta e eu acabar confessando em que missão estávamos.

- Missão? – Perguntou Ron logo em seguida. – Que missão?

- Eu e minha boca grande...! – Suspirou. – Vocês já sabem de mais! Vão logo para o castelo! – Levantou-se e abriu a porta.

- A gente não vai contar para o Harry, Hagrid! Só queremos sua ajuda, por favor! – Pedi indo até a porta junto com Ron.

- Não, não! Esqueçam! Peçam a ele! – Estávamos para fora naquele momento em que deu um ríspido ‘boa noite’ e fechou a porta na nossa cara. Troquei olhares com Ron e caí nos ombros.

- Pelo menos descobrimos que estavam numa missão.

- Ah, que grande descoberta...! – Ironizei rolando os olhos e pegando o caminho para o castelo novamente.

- A Gina ficará uma semana de Detenção por causa daquele tapinha que ela te deu.

- Bem feito! Além de eu ajudar o se ‘grande amor’, sou recebida a tapas?! – Suspirei.

- Sabe o que estão dizendo?

- O que? – Perguntei ajeitando a gola da minha blusa para vetar o ventinho frio.

- Que a Gina está com o Miguel Córner. – Ri não surpresa.

- Ah, e daí? Nenhuma novidade já que me disseram que nesse um mês de reinações no meu quarto, ela levou três caras diferentes.

- Ah, brincou?! – Quase gritou. – Três?! Mano, isso tá me envergonhando.

- O que está acontecendo com ela, Meu Deus?! – Perguntei aos céus para ver se mandava um raio e acabavam com todo meu sofrimento. – Ela não era assim, pelo menos, só traia com um ou dois, mas a lista deve estar quilométrica! – Ron riu.

- Eu renego aquela baixinha! Ela não é mais irmã. – Disse na brincadeira mas parecia ser sério. – E o Harry?

- ‘Não quero ver isso da menina que eu amo’. – Remedei sua voz.

- Outro que estou desconhecendo, será que você que muda e eles que ficam estranhos?

- Deve ser, Ron.

***


Entrei em meu quarto acendendo as luzes; Tirei meus sapatos, meu casaco e peguei meu iPod e o liguei no meu aparelho de som. Coloquei uma música um pouco calma e liguei a banheira para tomar um lento e maravilhoso banho. Deixei apenas o meu abajur aceso deixando o ambiente mais escuro porém relaxante. Tirei minha blusa de lã ficando apenas de sutiã, me analisei no espelho, estava realmente mais magra.

Uma coisa boa: não estou tendo mais desmaios e nem mais fraquezas; Aqueles remédios fazem milagres. Fui até minha caixinha de música, abri e peguei um prendedor de cabelo. Algo refletiu no fundo de todas aquelas bijuterias e jóias, revirei até encontrar aquilo que eu mais temia. Lembra do pingente Aimer? Então, pois é, apareceu nas minhas coisas novamente.

O peguei em minhas mãos, estava igual como eu entreguei a Tonks, estava igualzinho. Afastei-me lentamente com ele na minha mão, ora assustada, ora aliviada. O juntei no peito com as duas mãos me ajoelhando no chão, sentei nas pernas e sorri olhando mais uma vez para ele.

Pare de se sentir feliz por causa desse assassino, Hermione! Pare! Levantei-me rapidamente, peguei uma caixa de sapatos e enfiei-o lá dentro lacrando com aquele mesmo feitiço que o lacrei antes. Balancei a caixa para ter certeza que estava ali e a enfiei dentro do meu guarda roupa. Tinha que avisar Tonks.

Escrevi uma carta num dos maiores garranchos, vesti uma blusinha e sai do quarto descalço, só que ao invés de descer, subi até o quarto de Ron. Dei rápidas batidas e logo Deena abriu para minha surpresa.

- Deena, onde tá o Ron?

- No banho, o que aconteceu, Mione? – Escondi a carta nas costas.

- Eu preciso da Pichí, será que ele se importa se eu pegar emprestada por um minuto?

- Lógico que não, pode pegar. – Entrei no quarto rapidamente e peguei a gaiola da sua coruja, que por sorte, estava ali em seu quarto e não no Corujal. Agradeci e voltei ao meu quarto; Abri a janela, dei as coordenadas e a liberei dizendo que fosse o mais rápido possível.

***


Corri as escadas do Dormitório feminino apenas para confirmar os boatos que estavam rolando lá em baixo. Era domingo a tarde e todo mundo preferiria fazer absolutamente nada. O quarto estava quase cheio, tinha até garotos lá dentro. Entrei no quarto das meninas num sorriso largo, era verdade logo que vi todas preocupadas com roupas e Meg com um caderninho de anotações na mão.

- Você vai dar uma festa? – Perguntei me sentando na frente dela.

- Lógico, e você é uma das convidadas de honra. – Sorriu maliciosamente. – Você e o Adam, posso confirmar?

- Pode. – Sorri largamente. – Até que enfim, outra festa...

- Cuidado com as bebidas, Hermione! – Brincou Parvati.

- Pode deixar, desta vez, eu pararei antes de começar a ver as coisas mudarem de lugar sozinhas. – Levantei-me da cama indo até a porta. – Quando será?

- Quarta feira, as dez na Sala Precisa.

- Ok! – Sorri largamente e saí do quarto.

Logo nas escadas, encontro com Tony sorrindo também largamente ao me ver. Cumprimento-me com um beijo no rosto e um abraço e me colocou em seus braços, pedi que me colocasse no chão mas não queria, disse que só me colocaria no chão quando eu visse a surpresa que tinha feito. Levou-me até seu quarto que, desta fez, estava vazio.

Sentou-me em uma das camas e foi até seu malão.

- O que é, Tony?

- Espera! – Começou a voar peças de roupas para todos os lados; Quando achou, tratou de deixá-la escondida de mim até se aproximar. – Fecha os olhos.

- Ah, me mostra logo! – Ordenou mais uma vez e eu os fechei.

- Abra. – Quando os abri, tinha quatro ingressos na minha frente. Meus olhos se arregalaram e dei gritinhos de histeria.

- NÃO ACREDITO! – Pulei em seu pescoço. – TONY, COMO VOCÊ CONSEGUIU?! – Olhava maravilhada para aqueles ingressos.

- Ah, eu tenho um amigo que tem um primo que trabalha na produção de som do show. – Sorriu largamente.

- Esses ingressos acabaram há duas semanas!

‘Xpress Band – O show das bandas independentes.
Com mais de 10 bandas independentes de toda a Grã Bretanha.
Censura: 18 anos’


- Ah, droga, dezoito anos... – Soltei me jogando na cama.

- Princess, somos bruxos, podemos fazer a identidade que quisermos. – Sorri maliciosamente.

- Quem está pensando em levar?

- Eu prometi ao Ron que eu levaria ele, tipo, o cara nem tem idéia do que é um show de banda independente, então eu acho uma boa leva ele logo no que arrebenta com Londres inteira. Então fecha em nós dois, você e a Deena. – Olhei para eles com um olhar faminto.

Eu queria ir muito nesse show desde quando ouvir sobre ele há dois meses, tinha comentado superficialmente com Tony, mas ele se lembrou perfeitamente.

- É, princess, só um pequeno problema. – Olhei para Tony e fechei meu sorriso.

- Qual?

- Como vamos para Londres? – Pensei em todos os modos possíveis.

- Relaxa, temos um mês ainda, até lá, a gente pensa em algo bem legal.

Olhou para mim e sorriu maliciosamente.

***


- É, pode ser. – Disse apoiando nos meus joelhos e suspirando fortemente. Adam colocara uma das suas mãos em volta do meu pescoço e me trazido para um beijo. – Chega, Adam. – Pedi me soltando e voltando a ficar na posição inicial.

- Ah, qual é, Hermione? Se você é minha namorada, você não pode negar a me beijar!

- Eu sou sua namorada, não seu brinquedo. – Disse sarcasticamente.

- Hoje é terça feira! Você deveria estar no mínimo feliz!

- Por que eu estaria feliz em ser terça feira?! – Perguntei totalmente confusa.

- Hoje faz uma semana, meu amor! – Me deu um beijo rápido comigo tentando se esquivar.

- Ah, que legal...! –Rolei os olhos.

- Hermione, eu estou começando a ficar cansado, e quando eu me canso, eu posso fazer o que eu bem ‘quiser’. – Olhei de canto de olho para ele que nutria um sorriso malicioso nos lábios. Dei-lhe um beijo rápido e voltei a apoiar nos joelhos. – Não, não... Quero um beijo de verdade! – Me pegou com brutalidade e começou a me beijar ardentemente, no meio daquele jardim, com quase Hogwarts inteira nos olhando. Naquele momento, senti algo no meu ombro, era a varinha de McGonagall pedindo que fossemos com calma que estávamos numa escola e não num lugar que não sabia o que significava.

- Te vejo depois. – Ele sabia muito bem que na frente da professora, não podia fazer nada contra a minha integridade física ou moral, então fugi de seus braços entrando rapidamente no castelo.

A primavera estava se aproximando e com ela, um pequeno tempo ameno de fazer com que os sobretudos fossem tirados chegou. Fui até o outro jardim; De lá, podia ver as flores nascendo, as árvores voltando com seu verde predominante e a plantação de abóbora de Hagrid tomar forma. Suspirei e me sentei num dos bancos.

Fiquei perdida em meus pensamentos, olhando fixamente aquela paisagem enquanto a vida passava.

***


Era a sexta roupa que eu provava e não eu não gostava. Já usei, já usei, já usei! Isso porque só tem dois meses que renovei meu guarda roupa. O jantar tinha acabado quando eu subi para resolver como eu ia. A minha mãe sempre me dizia que escolha sempre aquele primeiro que você pensou, é sempre o melhor. O único problema foi que eu pensei em pijama.

Sentei-me na cama vencida, já eram quase nove e meia e não sabia com que roupa eu ia. Não podia esquecer que amanhã eu teria um teste de Aritmancia. Peguei uma blusa roxa, um short social preto bem curto e provei, até que tinha ficado bom. Agora, o sapato. Provei uns cinco pares até ficar com o primeiro; é, mamãe, você tinha razão.

Passei uma maquiagem pesada, coloquei um bracelete, brincos e anéis. Deparei-me com o anel que Draco me dera. Hermione, você tem que se libertar desse cara de uma vez por todas. O tirei e o enfiei dentro da minha caixinha. Fiquei a olhando por alguns segundos e meneei a cabeça por alguns instantes. Peguei meu sobretudo apenas para não ser vista por ninguém e sai de lá com o destino do dormitório feminino, já que combinamos de ir todas juntas.

Ao entrar, estavam quase todas prontas, menos Parvati que estava sentada em sua cama com um livro em suas mãos. Rolei os olhos e o tirei de sua frente, sentando na mesma cama.

- Vá se aprontar.

- Eu não vou. – Disse decidida pegando seu livro de volta.

- Por que não?

- Dylan vai.

- E daí?

- E daí, Hermione?! – Levantou-se ao olhar de todas. – Ele é um perfeito idiota! Ele vai querer voltar comigo nessa festa, e eu não estou nem um pouco a fim de sofrer de novo!

- Vá por você, não por ele. – Disse Sarah sabiamente.

- É isso mesmo, Parvati. – Fui até seu malão peguei um mini vestido vermelho e joguei na sua mão. – Vamos, já estamos atrasadas.

Parvati ficou em dúvida se ia ou não, mas alguma coisa falou mais alto; Vestiu-se e fomos todas juntas. Atentas para que Filth, nem nenhum monitor do quinto ano nos peguem, fomos até a Sala Precisa; A porta se formou na nossa frente e no mesmo momento, meus olhos brilharam com aquelas luzes vermelhas e amarelas.

Meg tinha feito uma festa bem estilo ‘baile da primavera’. Havia flores para todos os cantos, as luzes em tons quentes deixavam o lugar ainda mais em clima tropical; As bebidas estavam numa mesa ao longe, e logo fui avisada para não chegar tão perto delas. Tinha umas sessenta pessoas. Não era muito, pois Meg não conhecia muita gente. Logo vi Tony, Ron e Harry. Gina estava desfrutando de sua detenção, ótimo.

- Vamos, Deena! – Peguei no braço da garota e a arrastei para perto do namorado e dos garotos. Fui até Tony e lhe dei um beijo quente na bochecha deixando Harry com ciúmes. – Olá, Ron! – Disse depois que Deena lhe deu um beijo. Harry ficou me olhando para que eu o cumprimentasse, mas não o fiz. – Vocês vão ao show, não é?

- Lógico que sim, Hermione, eu não perco isso por nada.

- Mesmo eu achando perigoso de mais, eu irei. – Sorriu entusiasmada.

- E a Gina? – Perguntei cinicamente virando-me para Harry.

- Detenção. – Cruzou os braços.

- Ah é, por ter dado aquele tapa em mim sem nenhum motivo. – Sorri dando umas piscadas rápidas.

- E o McCartney?

- É mesmo, o Adam, tinha me esquecido dele. – Passei o olhar em toda a festa e nada dele.

Tony veio até mim, disse que tinha que cumprir seu papel de homem e ia chegar numa das meninas daquela festa; Eu respondi que nos veríamos por aí, piscando logo em seguida. A música mudou para um eletrônico bem agitado, não gostava muito mas queria tirar Harry para dançar.

- Vamos dançar! – Peguei em sua mão e o arrastei.

- Eu não acho uma boa idéia.

- Eu acho, e é isso que importa. – Segurei firme e o arrastei para o meio de todos. Seqüestrei o copo de bebida da mão de Ron e continuei a puxar Harry. Ele não queria, olhava para os lados ao invés de me encarar nos olhos. Num lugar bom, soltei sua mão e comecei a dançar.

Harry não se mexia, ficava olhando para mim e todos meus movimentos. Insinuava-me, rebolava e pedia que ele dançasse comigo mas não estava gostando.

- Por favor, Harry... – Sussurrei em seu ouvido num sorriso malicioso. – Uma dancinha só.

- Hermione, você está passando dos limites. – Terminei de beber o copo e o joguei em qualquer lugar.

- Passando dos limites, Harry? Passando dos limites está você não querendo ver o que Gina faz com sua testa! – O provoquei.

- Esta bêbada, não é?

- É o primeiro gole de bebida que eu coloco na boca em duas semanas, depois do que eu fiz com você, estou com trauma. – Coloquei meus dois braços em seu ombro. – Alias, parou de correr atrás dela? Ou você relevou aquilo que ela fez comigo na sua frente enquanto você estava desacordado?

- Não vou comentar isso com você. – Colocou suas mãos na minha cintura.

- Isso mesmo, Harry! Continue me ignorando por completo! – Voltei a dançar mexendo todas as partes do meu corpo; Estava fazendo o papel de ‘sedutora’ mas quem liga?! Queria que apenas ele ligasse. – E se eu te beijasse agora? – Coloquei as duas mãos em seus ombros novamente, estiquei os braços e juntei as mãos no final deles.

- Te chamaria de doida. – Voltou a colocar as mãos na minha cintura.

- Só isso?

- Os outros fariam por nós, como o McCartney ou até a Gina.

- Gina está na detenção como você mesmo disse, Harry.

- Mas o McCartney está atrás de você. – Sussurrou no meu ouvido para meu sangue congelar.

- Não caio nessa! – Ri me soltando e olhando levemente para trás de mim e lá estava Adam, com seus braços cruzados, olhando com veemência para aquela cena que se passava ali. Soltei-me de Harry jogando um sorriso amarelo sobre ele e fui até o outro, lhe dando um beijo nos lábios.

- O que você estava fazendo com ele?

- Dançando, ué. – O tirei de perto de Harry demonstrando toda a minha frustração. Fui até as bebidas mas me contive, peguei apenas uma cerveja amanteigada.

Não queria parar em uma clinica de reabilitação com apenas dezessete anos de idade.

- Por que não dança comigo? – Disse pegando nas minhas costas e descendo ainda mais.

- Porque não. – Levantei sua mão e lhe dei um sorriso sarcástico indo até Anne e Sarah que estavam sozinhas. – Cadê a Parvati? – Apontou e lá vi a morena quase sendo engolida pelo Dylan. – Tão rápido assim?

- Esses casais de hoje... – Soltou Sarah suspirando. Mirou seu olhar num outro canto e lá estava Tony também quase engolindo uma garota do sexto ano; Suas bochechas ficaram vermelhas de ódio e ciúmes, eu percebi então a cutuquei sorrindo maliciosamente.

- Você gosta do Tony, não é? – Ela engasgou com a bebida.

- Eu?

- É, você. – Ainda tinha o sorriso.

- Não, não! Eu não gosto dele, Hermione, de onde você tira essas idéias?

- Quer que eu pergunto se ele quer ficar com você? – Seus olhos cresceram.

- Não faça isso, Hermione! – Disse me pegando pelo braço.

- Tudo bem, tudo bem, relaxa. E você, Anne? Ninguém em mente? – A loira estava com um olhar fixo em um casal que estava simplesmente conversando: Meg e Harry. – O que ela está fazendo com o Harry? – Perguntei visivelmente irritada.

- Ah, Meg é uma admiradora do Harry, não sabia disso? – Meu queixo caiu. – Tipo daquelas que montam fã-clube, sabe?

- Se ela tentar alguma coisa com ele, eu juro que- - Senti uma mão na minha cintura e um beijo em meu pescoço. – Adam, me larga! – Pedi gritando.

- Ah, amor, você anda me rejeitando muito! – Disse manhoso.

- Por que será?! – Gritei de verdade deixando ele um pouco irritado. – Pode ir com seus amigos, porque eu estou com as minhas amigas. – Ele saiu me olhando com extremo ódio.

- Hermione, por que você trata seu namorado desse jeito? – Olhei Anne por alguns segundos e depois suspirei.

- A última coisa que eu queria, era que Adam fosse meu namorado.

- Então, termine! – Disse Sarah.

- É fácil falar. – Cruzei os braços e encarei novamente aqueles dois em uma conversa mais do que animada.

Passou meia hora e Meg veio ao nosso encontro com um sorriso um pouco bobo e querendo um copo de bebida. Apenas Sarah e Anne conversavam com ela, eu estava realmente de mau humor e não queria descontar em qualquer um – mesmo que ela merecesse.

- Não pensava que Harry Potter era tão humilde assim, pensei que ele prezasse tanto esse título de herói que isso subia sua cabeça e se tornava um grande esnobe, mas é totalmente ao contrario. – Mirei em Meg e rolei os olhos. – Assim como você, Mione, sempre salvando o mundo junto com ele e o Weasley...

- Nós não salvamos o mundo, salvamos nossa pele. – Será que eu já disse isso?

- Mas salvar o mundo virou um efeito colateral. – Bebeu um copo de Whisky de fogo e pediu que fossemos dançar já que estávamos lá, paradonas sem fazer nada.

- Podem ir você, eu acho que eu já vou. – Soltou totalmente desanimada.

- Ah, brincou né? – Perguntou Meg vindo ao meu encontro. – Fica mais um pouco.

- Estou estourando de dor de cabeça. – Menti levando uma mão a têmpora. – Amanhã a gente se fala. – Dei as costas e saí de lá, sendo acompanhada pelos olhares das meninas e de Harry que estava conversando com Dino e Simas. Joguei um olhar sobre ele e depois ri.

Sai da Sala Precisa agarrando os próprios braços com um frio ventinho que estava se formando. Só queria dormir, dormir e dormir.

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