Sonhos e pesadelos
Capitulo 7:
Sonhos e pesadelos
Draco acordou lentamente, sentindo a claridade do sol vindo de sua janela. A cama lhe parecia tão confortável que se levantar era um pecado... Se virou e esfregou os olhos com as costas da mão. Observou seu quarto ao redor; um grande armário estava em frente a cama de casal com dossel em que estava deitado, a decoração era rústica e certamente agradava seus gostos. Só havia um problema: não era seu quarto.
Draco arregalou os olhos. Nunca tinha estado naquele quarto em sua vida. O quarto de sua casa possuía uma decoração fria e cheia de tons de verde, e aqui... Era vermelho vinho e marrom. E sem dúvida, não era o quarto do dormitório da sonserina.
Draco se levantou, ainda de olhos arregalados. Olhou para a janela, e viu que dava para um jardim todo florido e com um lago. Um lago? Não havia um lago na Mansão dos Malfoys. Talvez ele ainda estivesse sonhando, não era realidade...
Ele achou que era melhor explorar onde estava, e não faria isso de pijama. Abriu o armário em sua frente, e se espantou ao ver que estava dividido em dois: o lado esquerdo possuía roupas masculinas e o outro lado, roupas femininas.
Ele pegou uma camiseta e uma calça jeans e se trocou. Percebeu que havia um espelho na porta do armário, e se assustou com seu reflexo. Não era o Draco de quinze anos que conhecia, com o corpo meio magro e o cabelo sempre arrumado, e sim um de quarenta e poucos anos, alto, cabelos desgrenhados e já com o corpo mais em forma.
Ele ficou parado em frente ao espelho durante um longo tempo, tentando entender o que havia acontecido. Tocou sua face e percebeu que ele havia mudado. Ainda de olhos arregalados, ele saiu do quarto.
A casa não era grande. Era um pouco pequena em comparação a sua mansão. Apenas dois andares, e uma escada no segundo andar que levava ao sótão. A cozinha, a sala de estar e uma grande biblioteca estavam no primeiro andar, e no segundo, onde ele estava, tinha a suíte em que estava dormindo, um quarto de hospedes – ele presumiu isso porque não parecia ser muito usado – um banheiro e um quarto que parecia ser de uma menina pequena. As paredes eram rosas e havia bichinhos de pelúcia em todo o lugar, além de varias bonecas e um jogo de chá. O último quarto parecia ser de um garoto adolescente; havia revistas e livros espalhados pelo quarto mal-arrumado, pôsteres de bandas trouxas e bruxas espalhadas nas paredes, uma estante lotada de cd’s de vários tipos de música, além de ter uma guitarra no canto do quarto.
Parecia que não havia ninguém em casa além dele. Saiu para o jardim. Ele caminhou um pouco entre as arvores de médio porte quando viu um vulto passar a alguns metros de distância.
Draco se aproximou e viu que era uma garota bem jovem. Seis anos no máximo. Ela estava usando uma capa vermelha de capuz, e Draco percebeu que estava mesmo sonhando. A similaridade com chapeuzinho vermelho, o conto trouxa, era enorme.
A garota abaixou o capuz e Draco pode ver uma garotinha com o rosto perfeito: sua pele era branca como porcelana, e suas bochechas tinham um leve tom rosado. Os olhos profundos e cinzas estavam rodeados por longos cílios, e seu cabelo era de um tom castanho claro com cachinhos bem redondos. A garotinha sorriu ao ver Draco se aproximando.
-Bom dia, papai. – disse ela, enquanto cheirava um canteiro de roseiras bem cuidadas.
Draco não conseguiu mais raciocinar. Papai? Quem aquela criança achava que era? Sua filha? Draco tinha apenas quinze anos, não poderia ser pai ainda...
Lembrou-se do reflexo no espelho. Ele não era adolescente, e sim um adulto. A mente dele estava uma bagunça. Estava em coma todos esses anos?
“É um sonho, seu idiota.”, pensou Draco. “Você sabe que quando você come tanto açúcar antes de dormir você tem sonhos esquisitos..”
A garota pareceu estranhar seu silêncio.
-Você está bem, papai? – disse a garota, se aproximando dele. – Mamãe disse que todo mundo está ficando gripado, e ela levou Nate para o hospital para poderem tratá-lo... Você está se sentindo mal?
Nate? Mamãe? De quem ela estava falando?
-Acho melhor você entrar em casa... – a garotinha se aproximou de Draco e segurou sua mão. Arrastou-o até dentro de casa, e Draco continuava em órbita.
Draco sentou-se no sofá da pequena sala. Porque ele não acordava logo? O sonho estava começando a ficar longo demais. Tentou se beliscar; ficou surpreso ao ver que doeu.
“ É só o açúcar, não se preocupe, logo você irá acordar...”, pensava repetidamente. Estava tão concentrado em tentar acordar que não percebeu que a porta abriu.
-Naaate! – exclamou a garotinha. – Mamãe!
Draco virou sua cabeça em direção a porta. Um garoto adolescente, de uns
dezesseis anos, entrou dentro de casa. Tinha o cabelo loiro desgrenhado, olhos castanhos escuros e não era pálido, ao contrário da garotinha. Ele usava bermudas que pareciam duas vezes o seu tamanho e tinha um piercing na orelha – resumindo, o garoto tinha uma aparência meio surfista. Havia um esparadrapo em seu braço.
-Merlin, essa vacina me derrubou. – disse, e depois se dirigiu para a pequena garotinha. – Rose, tente não me acordar, está bem? Eu irei trancar a porta do meu quarto só por precaução...
O garoto subiu e entrou num dos quartos. Rose, que aparentava ser a garotinha de capuz vermelho, mostrou-lhe a língua. Uma mulher entrou na sala e inicialmente Draco não a reconheceu.
-Mamãe! – disse Rose, abraçando a mulher. – Eu acho que papai também está ficando doente...
-É verdade, Draco? – perguntou a mulher. A voz de Draco de repente falhou. Não podia ser ela... - Está se sentindo bem?
Ela tinha longos cabelos crespos, de um tom marrom escuro. Seus olhos amendoados castanhos não haviam mudado nada desde sua adolescência.
Algumas sardas bem discretas salpicavam em seu nariz e suas bochechas, e continuava numa altura média. Mas, em frente a Draco, ela tinha a aparência de ter quarenta anos.
Era Hermione Granger. A sangue-sujo-sabe-tudo-grifinória.
Ela esticou a mão e a colocou na testa dele, medindo sua temperatura. Draco estava imóvel, de olhos arregalados e com a boca aberta de espanto.
-Você não está com febre, mas está com uma cara estranha. – disse Hermione. – O que está sentindo?
Choque? Desgosto? Raiva? Surpresa? Nojo? É, ela poderia escolher uma dessas opções. Ao invés de lhe tirar sarro como fazia, ele não conseguiu falar nada. Parecia que ele não tinha mais o dom da fala.
“DRACO LUCIUS MALFOY, ACORDE, POR FAVOR!”, exclamava para si mesmo em pensamento.
-Você está me ouvindo, querido? – disse Hermione.
Isso foi a gota d’água. Querido. QUERIDO! Ela falou isso ou fora sua imaginação? O pior foi o que aconteceu em seguida. Ela se inclinou em direção a ele e lhe deu um beijo curto nos lábios. Rose ao seu lado fez uma cara de nojo.
-Seja o que for, você vai melhorar. – disse Hermione, sorrindo para ele.
Draco sentiu uma corrente de choque passar pelo seu corpo. Por que ele não parou? Por que ele não estava xingando ela de sangue sujo? Por que era tão difícil se levantar e começar a desprezá-la?
Então, algo bateu na cara dele como um balde de água fria.
Ele havia gostado do beijo.
E ele queria mais.
-Papai?
-Draco?
Vozes começaram a chamar seu nome. Ele não conseguia responder nenhuma. Sentia sua cabeça girar e tudo estava ficando distorcido. Estava tudo ficando borrado, fora de foco; e depois tudo se tornou negro.
-Draco!
Draco abriu seus olhos lentamente, sentindo-os incomodados por causa da luz. Sua cabeça parando de girar, ele se sentou.
Olhou ao redor. Ao seu lado, estava Blaise Zabini, quem o havia acordado. Estava no dormitório masculino da Sonserina.
-Vamos, senão você vai se atrasar para a aula. – disse Blaise.
Metade dos garotos no dormitório estavam quase prontos, e haviam dois que se recusavam a acordar. Draco os identificou como Crabbe e Goyle. Lentamente, ele se levantou e começou a se arrumar, tentando esquecer o
sonho.
~~*~~
Christopher e Kate estavam na beira do lago, conversando enquanto deixavam de lado o dever de casa. Lilly, logo ao avistar Kate, tratou de andar
apressadamente, fervendo de raiva por aquela sonserina. Ignorando Christopher, exclamou o nome de Kate.
- Kate! - Lilly foi se aproximando com um olhar sério e desapontado perto dela - Qual diabos é o seu problema?
- Ãhn? Do que está falando, Lil? - Kate estranhou o comportamento de Lilly, ela não era falar assim, a não ser quando fosse alguma piada, mas estava escrito na testa dela que aquilo estava longe de ser uma piada.
- Não se faça de sonsa, Kate! Como pôde?
Kate levantou-se, e Christopher arqueou uma sobrancelha.
- Pude o que? – disse Kate.
- Não se faça de besta ou vou ficar ainda mais chateada com você!
Christopher via na mente de Lilly o que ela estava falando. Via duas pessoas
se beijando num corredor... Uma delas era Kate. E a outra definitivamente não era Harry. Mas, a Kate naquela imagem estava tão estranha...
- Lilly, eu não tenho idéia do que você esteja falando... Se não vai ir direto no
assunto, me dê licença que eu tenho aula de Feitiços e não quero me atrasar!
- PELAS BARBAS DE MERLIN! - Lilly gritou, mas logo baixou a voz - Porque traiu Harry? Com o - ela fez uma cara de nojo - BRIAN!
- Ei, eu não fiz nada disso!
- Eu VI! Tudo! Quando vai contar a ele?
- Hey, vai com calma aí, irmãzinha! Eu não fiz isso, nunca faria! Harry é a
pessoa mais especial do mundo pra mim, nunca faria nada para perdê-lo!
- Eu não sei se você sabe, mas as pessoas não gostam de ser traídas! E o
Harry é meu amigo! Não quero vê-lo triste! Então, se você não vai contar a ele, eu vou, mesmo que ele não acredite em mim!
- Lil, eu não traí o Harry! Por que eu faria isso?
- Nem idéia! Mas a questão é que eu vi! Não adianta negar!
Kate continuou confusa. Achava que Lilly estava enlouquecendo. Como Kate poderia ousar trair uma pessoa que amava de uma maneira tão intensa? Lilly deveria estar vendo coisas...
-Lilly, eu nunca faria isso com o Harry. Eu gosto muito dele... – começou Kate.
Lilly riu friamente.
-Pode dizer o que quer, mas eu não acredito mais em você, Comensal. – disse
Lilly. Kate tremeu ao ouvir a palavra. – Nunca deveríamos ter confiado em você.
Lilly deu meia volta e saiu, pisando fortemente ao chão, marcando pegadas na terra. Kate continuou onde estava, sua mente embaralhada e confusa.
Christopher foi para o lado de Kate e colocou a mão em seu ombro.
-Eu acredito em você. – disse Christopher.
Kate continuou em silêncio.
-Vamos, senão você chegará atrasada na aula de Feitiços. – Christopher pegou o material da irmã e colocando a mão em seu ombro, caminharam em direção ao castelo.
~~*~~
As imagens do sonho de Kate continuavam presas em suas pálpebras.
Era tudo uma confusão e parecia que ela estava andando em um longo corredor. As portas se abriam enquanto passava por elas, mostrando cenas de sua memória. Sua mãe lendo um livro de contos de fada para ela antes de dormir, o dia em que ela foi morar junto de Christopher, o dia em que recebeu a carta de Hogwarts, sua primeira como Comensal da Morte, Dumbledore lhe dizendo todas as verdades, o verão na casa do lago, a água gélida...
Kate estremeceu. Havia feito esforços para bloquear, excluir as lembranças da casa do lago. E ainda assim elas voltavam para lhe assombrar...
-Ah, olá Kate. Eu estava esperando que você acordasse.
Kate levou um susto. Sentado no parapeito da janela que ficava em cima de sua cama, estava William, com um sorriso em seu rosto.
-Você está maluco? – perguntou Kate, sussurrando. Ela fechou as cortinas que estavam em volta de sua cama. – Você, além de me matar de susto, quer mesmo aparecer num dormitório feminino?
-Não estou preocupado com isso, as outras garotas não vão acordar. E se te assustei, peço desculpas. – disse William, sorrindo.
Kate rolou os olhos. Enrolou o lençol em volta de seu corpo; a temperatura parecia ter caído.
-O que está fazendo aqui?
-Estou respondendo pessoalmente a sua carta. Sim, nos dois estamos bem.
Não podemos responder sua carta, desculpe. O Ministério da Magia está olhando todas as correspondências dos alunos de Hogwarts, sabia?
-Eu sabia que aquela Umbridge estava aprontando algo... – disse Kate, irritada. – Mas que problema tem-me escrever uma carta para você? Você até me
proibiu de colocar nomes!
-Eu já lhe expliquei...
-...E eu não entendi. – interrompeu Kate.
William suspirou e sussurrou:
-Eu estou sendo procurado por Comensais Morte. E há outros que acham que eu estou morto. E eu agradeceria que eles continuassem achando que eu não tenho um coração pulsante.
-Você nunca me contou quem são esses “outros”.
-Talvez porque você simplesmente não precisa saber.
Os dois ficaram em silêncio por um tempo.
-Vejo que você já conheceu Jacob. – disse William, querendo mudar de assunto.
Kate ficou surpresa, ela não havia contado a ninguém de sobre seu sonho, nem mesmo a Draco.
-Você estava falando o nome dele enquanto dormia. – disse William, calmamente. – Freqüentemente.
Kate arqueou uma sobrancelha.
-Como você sabe quem...?
-Alguém já irá acordar. – William a interrompeu. Olhou por uma fresta na
cortina para a cama ao lado da Kate. – Meu único conselho é que você tente se afastar o máximo possível deste cara.
Num piscar de olhos, William já havia sumido pela janela. Kate olhou para fora, tentando encontrar para aonde ele tinha ido, mas não viu nada além dos corvos que ficavam alojados num buraco entre os tijolos. Fechou a janela e voltou a deitar na cama, com nenhuma vontade de dormir.
~~*~~
A casa estava em sua frente. Estava exatamente como o ultimo sonho que tivera com ela, só que desta vez a casa parecia mais... Sombria.
Harry encontrava-se parado ao lado da cerca que limitava o terreno da casa. Podia ver com mais clareza a casa agora: parecia que estava torta; inclinada. Havia heras negras crescendo por suas paredes, e carrancas encontravam-se no telhado. As janelas do segundo andar estavam todas tapadas com pedaços de madeira, apenas uma sendo coberta por uma cortina vermelha toda rasgada. Uma larga janela no primeiro andar, ao lado da porta, estava com a cortina aberta. Harry jurou que viu uma mulher olhando para ele através do vidro sujo.
Como se fosse um gigante imã, a casa o atraia. Ele deu uns passos na grama mal feita em direção à porta, sempre tentando evitar os olhares das carrancas.
Quando estava a poucos passos de distância, a porta abriu lentamente, rangendo.
-Entre. – disse uma voz vindo da sala.
Harry pisou no primeiro degrau, ignorando a madeira que rangeu aos seus pés. Quando pisou no hall, as luzes se acenderam, revelando quatro pessoas na sala de estar.
Sentada no sofá puído, que em tempos passados deveria ter sido roxo, estava Kate, usando um longo vestido branco. O vestido combinava com a cor de sua pele, que estava pálida, e as luzes brincavam com a sua cor, dando-a um aspecto sombrio. Ela tinha um sorriso no rosto e seus olhos estavam numa cor
vermelho sangue.
No piano, estava um homem que Harry só vira uma vez em um dos seus sonhos com aquela casa. Ele estava tocando algumas notas, e quando viu Harry, ele parou de tocar. Ele tinha olhos cor-de-violeta iguais ao da Kate, com o cabelo ondulado negro. O mais peculiar nele foi o fato de estar usando luvas. O homem se levantou e se sentou ao lado da Kate no sofá, próximos de um jeito que faria Harry ficar com ciúmes.
Numa poltrona ao lado da grande janela, estava uma mulher com aspecto melancólico. Ela encarava o chão, e parecia ter medo de olhar para alguém nos olhos. Os olhos dela eram de um profundo azul, chegando quase a se tornarem roxo, e estavam vermelhos por causa de choro. Seus olhos estavam marejados e suas bochechas estavam molhadas, e ela as secou com a ponta da manga antes que qualquer um visse. Tinha longos cabelos loiros, presos num rabo de cavalo mal feito, e ela enrolava uma mecha em seu dedo indicador. Ela ousou olhar para cima, vendo Harry nos olhos, e Harry a identificou como Lucy, a mãe de Kate. Ela rapidamente desviou o olhar.
-Olá, Potter. – disse uma voz atrás dele.
Harry se virou lentamente para trás. Ele recuou imediatamente assim que viu quem era.
Tom Riddle estava parado ao lado do sofá, onde Kate e o homem estavam. Tinha o sorriso cínico e seu olhar estava fixos nos olhos do Harry, observando todos as suas ações.
Harry agora desejava mais do que tudo acordar. Nada parecia fazer sentido.
Lucy levantou-se da poltrona, para surpresa de todos, e ela se dirigiu ao Harry, com a voz firme e decidida:
-Você realmente não deveria estar aqui! – os outros pareciam surpresos com
ela – Acorde, Harry! Você não percebe que está com as companhias erradas?
Harry sabia quem Lucy estava se referindo: à própria filha. Parecia que era a
milésima vez que lhe diziam, mas optava por não dar ouvidos.
Tom Riddle lançou um olhar significativo para Lucy, mas esta não prestou atenção. Ela continuou a insistir, mesmo que Harry não acreditava nela.
-Você poderia, por favor, escutar o que eu digo? – disse Lucy – Você não está seguro! Você não pode simplesmente acreditar que...
O que ela ia dizer em seguida Harry não ouviu. Seus lábios se movimentavam, mas era como se ela tivesse perdido a voz. Ela percebeu isso alguns instantes depois, estranhando a falta de som. Lucy olhou para alguém atrás de Harry e sua expressão foi de intensa angústia. Sem mais nada, ela deu meia volta e saiu do Hall. Harry olhou para trás: Kate estava erguida, com a varinha na mão apontada para o lugar onde sua mãe estivera.
-Harry Potter! Sr. Potter!
Harry cobriu os olhos com a mão; uma grande claridade praticamente queimou seus olhos. Continuou ouvindo uma voz chamando o seu nome e continuava sonolento, não conseguindo decifrar quem o estava chamando.
-Senhor! – chamou novamente uma voz bem aguda.
Harry esfregou os olhos com as costas da mão, se acostumando pouco a pouco com a luz. Piscou algumas vezes e viu sua visão toda embaçada e procurou pelos seus óculos. Quando os achou, viu Dobby em sua frente, usando o que parecia ser três cachecóis, cinco gorros e vários pares de meia.
-Ah, oi Dobby. – disse Harry, um pouco mal-humorado por ter sido acordado repentinamente.
Harry olhou ao redor; havia caído no sono no meio do salão comunal, enquanto fazia a redação para Umbridge. Ele olhou pela janela, já deveria ser tarde. A lareira crepitava calmamente, clareando todo a sala. Dobby deu um sorriso de orelha a orelha.
-Er... Você pegou todas as peças de roupa que Hermione andou tricotando? – disse Harry, tentando conter um riso.
Dobby confirmou com a cabeça, mas depois ficou com a expressão pensativa.
-Os outros elfos não parecem gostar, senhor. Mas Dobby gosta, e Dobby reconhece: a Srta. Granger tem bastante talento! – ele deu uma pausa, e depois continuou - Dobby veio apenas para arrumar o Salão Comunal. Mas acabei ouvindo o senhor murmurando durante o sonho... E o senhor não parece estar tão bem. Anda tendo pesadelos, senhor?
-Estou bem, Dobby. Já tive sonhos piores.
Harry forçou um sorriso e fechou o caderno que estava em seu colo, e colocou
dentro de sua mochila.
-Dobby deseja poder ajudar Harry Potter, já que Harry Potter já ajudou tanto o pobre Dobby... Há algo que Dobby possa fazer?
Harry estava a ponto de recusar a ajuda de Dobby quando viu a sua mão com as cicatrizes da detenção da Umbridge. Lembrou-se da reunião no Hog’s Head e imediatamente teve uma idéia.
-Na verdade... Tem algo que você possa fazer por mim, Dobby.
-Diga, senhor que Dobby o ajudará!
-Eu preciso de algum lugar em que vinte e oito pessoas possam praticar Defesa
Contra as Artes das Trevas sem serem descobertas por nenhum professor. Especialmente – ele inconscientemente pôs sua mão com cicatrizes em punho –
Umbridge.
Dobby ficou um tempo pensativo, olhando vagamente para a lareira. Depois
de alguns instantes, ele deu um pequeno pulinho e deu um enorme sorriso.
-Dobby conhece o lugar perfeito, senhor! É uma sala conhecida como Sala do Requerimento... É uma sala que tudo que você deseja aparece!
-Parece ótimo! Quando você pode me mostrar?
-Posso lhe mostrar agora, senhor!
-Outro dia você me mostra, Dobby. – disse Harry. – Muito obrigado!
Harry voltou para dentro do dormitório, com tudo que havia acontecido rodando em sua cabeça. O sonho, as aulas proibidas... Deitou em sua cama, nem se preocupando em por o pijama.
Passou o resto da noite em claro, imaginando a cara de desgosto ao descobrir que alguns de seus alunos estavam praticando Defesa Contra as Artes das Trevas escondidos em baixo de seu nariz.
~~*~~
Era o primeiro encontro da Armada de Dumbledore na Sala do Requerimento.
Harry olhou para todos ao seu redor, recebendo sorrisos e expressões animadas. Havia acabado a primeira aula deles, e tudo ocorreu bem – exceto quando houve uma explosão de um dos espelhos, provocado por um feitiço mal feito vindo de Neville – e todos pareciam ter gostado. Aliás, Harry até havia se surpreendido; até que ele era um bom professor.
-Tchau Harry! – disse os gêmeos Weasley em coro, saindo da Sala.
Outras pessoas se despediram, e Hermione, Ron e Lilly se juntaram a Harry.
-Bom trabalho, cara. – disse Ron, dando um tapa amigável nas costas de Harry.
-Obrigado. – disse Harry, sorrindo.
Harry percebeu que Lilly estava quieta, observando Kate de uma maneira nem tão amigável. Colin Creevey se aproximou de Harry, bloqueando sua visão de Lilly.
-Oi, Harry! – exclamou Colin, animadamente.
-Oh... Oi, Colin. – disse Harry. – O que foi?
-Bom... Eu tinha vontade de falar algo com você. – disse Colin, adotando um
ar sério.
Harry estranhou, mas ele seguiu Colin para o canto da sala, aonde ninguém
poderia ouvir a conversa deles.
-Você sabe como os Sonserinos não são lá tão grande amigos dos Grifinórios, não é? – disse Colin.
Harry assentiu com a cabeça.
-Bom... Você realmente acha que essa tal de Kate – Colin apontou para a
garota – Não vai nos trair?
Harry riu, achando que Colin estivesse brincando. Porém, este continuou impassível.
-Você está falando sério? – disse Harry.
-Sim! – respondeu Colin. – Há um monte de boatos sobre ela... Do que eu sei,
ela não é tão confiável.
-Ela é minha namorada, eu confio nela. – disse Harry. – Acho que esta conversa está encerrada.
Harry se afastou, voltando a se juntar à Ron, Hermione e Lilly. Colin deu de ombros e saiu da Sala do Requerimento, observando Kate.
Harry olhou novamente para Kate. Estava tudo se virando contra ela?
Kate reparou que Harry estava olhando para ela e ruborizou no mesmo instante. Sorriu para o garoto e depois despediu de Luna, e caminhou até Harry, aonde lhe beijou na bochecha e depois saiu da sala.
Harry continuou imóvel, sem reação. Lilly olhou-o com uma mistura de pena e desgosto. Lilly balançou a cabeça negativamente, e olhando para o chão, deixou a sala, com Hermione e Ron ao seu lado. Harry permaneceu ali, olhando ao redor da sala vazia.
O que estava acontecendo?
***
Depois do que pareceu ser - hm, dois, três meses?' - I'M BACK, BABY! AND FOR GOOD, DUDE!
Ok, então são férias (ALELUIA) e eu finalmente vou poder ficar até a madrugada e o amanhecer escrevendo... Então, desculpem-me pela minha, hm, super demora.
Eu também mudei TODO o final, então isso demorou um tempinho!
Bom, enjoy o que estará por vir...
Ps: Casa no lago? - E sim, irei deixar a fic um pouco mais pesada. MWHAHAH (risada malefica) - Hm...
beijos,
Kate.
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