relíquas resgatadas



_Vill, venha ver.

E os dois absortos no minúsculo objeto, pouco maior do que uma caixa de fósforos de trouxas, sentiram-se, pela primeira vez, talvez, dentro das ruínas, um tanto atordoados, sem saber exatamente o que deviam fazer.

O objeto era minúsculo, mas emanava uma espécie de soberania que os coibiu.

_Harry, acho melhor você pegar e voltarmos todos para a sala de jantar, onde poderemos examinar melhor.

_Você está certo. – e erguendo a mão com bastante agilidade, talvez pressa, antes que a coragem de tocar o misterioso objeto lhe escapasse de novo, tomou para si a caixinha dourada.

Dessa vez foi Neville que firmou o punho do amigo em suas mãos e cuidou de aparatar os dois de volta ao corredor, e dali todos desaparataram juntos para o andar térreo da casa.

Na sala de jantar Harry, retirou a caixinha do bolso e mostrou-a, aos amigos, colocando-a na palma de uma mão. Mas ao fazer isso, a caixinha inesperadamente cresceu. Aumentou seu volume quase ao triplo. No susto, Harry quase a deixa cair, mas a sustenta com as duas mãos deixando cair e se espalhar o ramalhete de varinhas que ele até agora estava carregando.

Depositou a caixa sobre a mesa para poder se abaixar e recolher as varinhas, mas se distraiu e quase esqueceu delas quando viu que ao afastar as mãos da caixa esta cresceu de novo, tomando quase o tamanho de uma mala de viagens.

Retomando a consciência do que estava acontecendo, Harry recolheu rapidamente as quatro varinhas espalhadas pelo chão e pela primeira vez convencido de que ali não havia perigo algum, guardou as quatro varinhas no bolso interno da capa de viagem, e dedicou agora integral atenção á misteriosa caixa, antes pequena, agora, proporcionalmente, quase imensa.

Era definitivamente um baú belíssimo e agora que estava bem maior era possível distinguir a gravura em sua tampa. Era o escudo de Hogwarts. Ou melhor, era algo muito parecido com o escudo de Hogwarts, mas tinha outros dois animais diferentes reunidos aos quatro animais símbolo dos fundadores. Havia á esquerda, entre a águia e a serpente, estava um unicórnio, um unicórnio, e entre o leão e o texugo, à direita, estava uma fênix.

Harry imediatamente pensou em Dumbledore. Sentir-se-ia orgulhoso de ver uma fênix entronizada entre os animais símbolo de Hogwarts.

_Será que devemos tentar abri-la agora? – Perguntou Rony.

_Acho que a pergunta é: - emendou Jorge, com seu perene humor cômico – como faremos para abri-la agora.

Harry abriu a boca pra dizer que não sabia enquanto pretendia apenas acariciar a superfície da tampa, quando essa simplesmente abriu, antes mesmo do garoto tocá-la, surpreendendo todo mundo.

Todos se amontoaram curiosos diante da caixa, mas ao primeiro contato dos olhos com seu interior pareceu completamente vazia. Logo depois, como se estivesse subindo de uma profundidade que a caixa não parecia ter, surgiu diante deles, objetos luminosos. Era possível perceber que eram cinco objetos, mas era difícil reconhecê-los, pois ainda pareciam estar muito distantes.

À medida que os objetos se aproximavam, aumentavam exponencialmente o pasmo de todos ali.

Eles reconheciam os objetos. Eram bem conhecidos de todos. Principalmente de Harry, Mione e Ron. Os outros também sabiam do que se tratava, pois tinham visto os objetos detalhadamente nas lembranças que acessaram na penseira.

Mas como podiam estar ali? Estavam muito bem guardados no ministério!

_Como?

Perguntou Harry boquiaberto, e mais uma vez Jorge responde, mas sem conseguir se completar.

_Não sabemos...

E enfim, chegando à borda da caixa estavam ali os cinco objetos. Quatro deles muito familiares, e um quinto que eles realmente nunca viram. Eram o Medalhão de Slitherin, a Tiara de Ravenclaw, a Espada de Griffindor e a Taça de Hufflepuff, e ainda uma belíssima ampulheta.

Todos estavam estupefatos, e não sabiam o que fazer.

Gina, não se contendo diante de tantas surpresas toma nas mãos a taça com um texugo gravado. Tão imediatamente ela toca na taça esta começa a transbordar um liquido prateado muito luminoso, exalando um delicioso perfume de muitas flores misturadas, e muito fluido, como se estivesse em perene fusão. Este líquido foi se espalhando, ora com aparência fluida de uma poção luminosa, ora exalando como os vapores de uma poção fumegando no caldeirão.

Muito rapidamente toda a casa parecia tomada por aquela fumaça prateada, com uma luminosidade ofuscante. Mas quando tudo começou a clarear, a fumaça a dispersar, todos ficaram, como se fosse ainda possível, mais maravilhados ainda. A casinha, toda ela, estava restaurada. Toda ela estava como nova. Tudo em seu devido lugar, limpo. O sofá aconchegante, todos os bibelôs, todos os móveis, tudo em seus devidos lugares.

O primeiro impulso de Harry foi sair andando novamente pela casa para ver como ela havia sido antes do acidente. Foi o que menos se surpreendeu o que menos se assustou. Apenas aceitou que uma poderosa magia muito antiga tinha se manifestado quanto Gina pegou a relíquia de Hufflepuff. Mas claro que o bom senso falou muito mais alto, e ele lembrou claramente das palavras na carta lida por Hermione: ‘e não deixem de dividir isso com dumbledore, ou, se ele por algum motivo não os puder atender, com Minerva. Estes dois poderão sem duvida ajuda-los a entender tudo. ’

_Temos que ir.

_Para onde Harry, porque agora? Não quer dar mais uma olhada na casa agora?

_Não agora, Gina. E a casa dos meus pais, é a minha casa. Poderei dar quantas olhadas quiser depois. Agora precisamos aparatar em Hogsmead, depois ir para Hogwarts. Precisamos mostrar isso a Minerva. Isso e....

_E aquele pote com lembranças.

_Isso. Agora vamos.

Gina colocou de volta o cálice na caixa e quando fez isso as cinco relíquias desceram ao nível do fundo da caixa, deixando de novo todo o seu volume livre para se guardar mais coisas.

Harry logo entendeu que era um desconhecido, mas eficiente feitiço de expansão. Pegou com os garotos todos os objetos que eles estavam segurando para depois encontrarem espaço na bolsa de Hermione e começou a guardá-los na caixa. Coube tudo, mas a surpresa foi conseguir enfiar toda a vassourinha de brinquedo dentro da caixa. Esta entrou de pé, pois deitada não caberia na largura da caixa. E não caberia também em sua profundidade, não fosse esta magicamente, como dizer, sem fundos.

Tudo guardado, Harry fechou a tampa cuidadosamente.

_Vai ser necessário duas pessoas pra carregar. Rony, você me ajuda?

_Claro.

Mas quando os dois tocaram as laterais do baú este em questão de segundos se encolheu e voltou a ter a mesma medida que tinha quando foi encontrada debaixo do estrado do bercinho até então tombado e destruído.


Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.