Feliz natal
O tempo voou e não foi possível a muitos alunos de Hogwarts concluírem todo o estudo que pretendiam realizar antes dos feriados, para que não acumulasse para depois que voltassem ao castelo, o que significava que enlouqueceriam de tanto estudar,principalmente diante de tantas matérias adicionais que resolveram cursar. Agora começavam a se auto-classificar de loucos. Estavam visitando como ouvintes a maioria das aulas que não pertenciam a suas grades, além de terem se matriculado em três aulas suplementares aos sábados. Pela manhã tinha o supletivo de ética mágica com a professora Manchester, depois do almoço estavam fazendo o modulo intensivo de economia bruxa com o Gui, quer dizer, professor Weasley, a aula na verdade era um porre, mas Gui sabia como deixa-la mais leve (inda não existia NOM o NIEM nessa dissiplina, mas sem duvida que ela aumentaria muito as chances de emprego), e a tardinha ainda encaravam a astrologia de Firenze. Claro que para não deixar nem Trelawney nem Sinistra com ciúmes, sempre que podiam iam assistir como ouvintes as aulas delas, o que fazia com que tivessem que ir assistir também as aulas de Hagrid, e Hermione ainda tinha runas antigas e aritmancia. E eles faziam tudo isso bem feito, sem precisar de viratempo, como se fosse as últimas coisas que fossem fazer na vida. Estavam atulhados de trabalho mas não se via nenhum deles reclamando de cansaço ou coisa parecida.
Enquanto isso Draco estava cada vez mais triste. Luna comentava as vezes o que ela ouvia nos corredores porque não faziam questão de calar quando ela passava, achavam que ela era incapaz de prestar atenção, achavam que ela era muito de lua, mesmo depois de sua brilhante atuação nas batalhas. E faltando dois dias para o feriado, quando todos já estavam prontos para a viagem, Luna diz que ouviu nos corredores que Draco não arrumara as coisas dele, e que não dissera nada a ninguém, mas parecia que iria passar o natal em Hogwarts. E com aquela habilidade constrangedora que Luna tem de dizer as verdades que ninguém mais ousaria falar, ela pontua o fato com o seguinte comentário:
_Azkaban não é exatamente o melhor lugar para se passar o natal com os pais, não é mesmo?
E essa verdade cai em todos como uma bomba. Até Harry se surpreendeu desejando fazer algo para amenizar o sofrimento do bruxo sonserino. Foi um dos únicos que não ficou no castelo durante as reformas por motivos óbvios, julgamento, sentença e prisão de seus pais. E agora seria, todos acreditavam, o único a ficar em Hogwarts, sem ninguém, nem lugar nenhum onde pudesse ter um natal melhor.
_Mas o que fazer? Não posso convidá-lo a ir passar as festas na minha casa, minha família não ficaria a favor, e também, tenho certeza que ele não aceitaria. Disse Rony.
_talvez se apenas chegássemos até ele e desejássemos um feliz natal e... mais nada?
Disse Hermione.
_corremos o risco que ele retribua seus comprimentos com um “não se dirija a mim, sujeitinha de sangue ruim”. Ironizou Harry.
_é um risco que eu toparia correr, respondeu a menina tentando abafar o seu próprio riso e mostrar um falso ar de constrenação.
Acabou que todos ficaram apenas na intenção de cumprimentar o antigo rival, por que nas raras vezes em que Draco não estava evitando companhia, ele estava com Pansy. Não que isso pudesse impedí-los, mas com certeza os inibia ainda mais, minando deles a coragem de se aproximar, e acabaram saindo pelos jardins do castelo apenas olhando para traz carregando no coração um sincero pesar por ele.
Os seis saíram mais cedo em direção a estação de Hogsmead, porque queriam ir andando até o vilarejo e ali comprarem alguns presentes, já que antes não puderam faze-lo devido ao acumulo de deveres. No caminho perceberam o grupo mais inexperado caminhando calmamente em um passeio de uma rua lateral.
_ vamos segui-los, disse um empolgado Neville, realmente curioso em saber o que faziam juntos Trelawney, Sinistra, Vector, Batcheba e... inacreditavelmente... firenze!!!
_é claro!!! Todos disseram quase simultaneamente, e seguiram fazendo o mínimo barulho possível. adquirir pratica em fazer o mínimo barulho era pré-requisito básico pra quem quisesse sobreviver em Hogwarts e no grupo, o último que obteve essa habilidade fora Neville, mas quem o visse agora, diria que ele deu até aula aos amigos.
Seguiram o grupo de professores por algum tempo e quando já iam perdendo o interesse algo realmente assustador aconteceu: trelawney estacou sua marcha, dura como se tivesse sido atingida pelo feitiço do corpo preso, os olhos aumentados pelos reflexos das lentes dos óculos saíram de foco e sua boca começou a se movimentar como que involuntariamente, e a voz rouca que Harry já tinha ouvido por duas vezes, uma na sala de adivinhação anunciando a volta do servo fiel, que Harry imaginou se Sírius se equivocando redondamente, pois na verdade era Pedro Petigrew, e uma na penseira, proferindo seu nascimento e praticamente sua cicatriz. E a voz que saia da boca da professora de adivinhação dizia.
_o segredo da morte que o herói quis manter escondido entre as folhas e galhos secos foi temerariamente encontrado, e agora está nas mão de alguém que não imagina seu poder. Mas isso poderá alterar o rumo de muitas vidas e quebrar muitos dos elos que mantém seguros os mundos que nos rodeiam. O segredo que deveria ter permanecido oculto no lugar de onde surgiu mais uma vez passeia em mãos alheias e imprudentes.
E terminando como sempre entre tossidas e engulhos, a frágil mulher sorriu e perguntou:
_ o que mesmo você estava dizendo Firenze?
Sinistra e Vector fizeram menção de começarem a rir, mas Firenze levantou as grossas mãos ao ar paralizando-as.
_ o que foi que VOCÊ disse, TRELAWNEY?
_c-c-como?
_é verdadeira_ disse o centauro _a profecia é verdadeira. Trelawney, você é a mais genuína vidente humana que eu já conheci, como pude lhe faltar com o respeito todo esse tempo. Vamos rápido, todos, precisamos falar a McGenaghal.
E os meninos saíram sorrateiramente antes que fossem vistos, e rumaram para a estação de Hogsmead sem comprar nenhum presente, pois já estavam perigando perder o trem.
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