Um



The Way You Are...

As mãos dadas dos dois, apertando-se firmemente era o centro das atenções naquele corredor lotado de estudantes.
Seguiram em frente, corajosamente, sob os olhares maldosos, os comentários sarcásticos, os protestos das garotas e os risos de escárnio dos outros rapazes, - apesar deles finalmente terem notado que a monitora mandona tinha um belo corpo.
Não foi fácil.
Aquele primeiro dia seria inesquecível.
Eles se mantiveram firmes.
Juntos.
Mas vê-lo com ela, pareceu atiçar mais ainda a libido das outras garotas.
Eram muito mais atiradas e exibidas.
Harry as afastava.
E isso as chocava.
Elas queriam tentá-lo.
Queriam provar a aquela ‘menina dos livros’, que ele jamais seria o namorado dos sonhos.
Que ele jamais mudaria.
Seria o velho Harry Potter mulherengo de sempre.
- Eu te amo. – ele murmurou junto aos lábios dela ao deixá-la na porta da biblioteca, para seguir para o treino de quadribol.
Mal Hermione desaparecera entre os livros, várias garotas o rodearam como sempre.
Os mesmo gestos, os mesmo sorriso, as mesmas insinuações.
Uma garota pulou em seu pescoço e sussurrou uma proposta incrivelmente indecente no ouvido dele.
- Não estou interessado, Karen. Desculpe-me. – ele disse, sério.
- Tem certeza?
- Absoluta.
- Por favor, Potter! Acha mesmo que ela pode te dar o que eu dou? Acha mesmo que Hermione-Virgem-Grager vai te saciar as vontades com aquele jeito sem sal?
- O que eu acho ou deixo de achar não te interessa. E não torne a ofender Hermione, ou arrumará problemas muito sérios.
A garota sorriu maliciosamente, e saiu.
Hogwarts em peso parecia conspirar contra eles.
E todas as garotas daquele colégio começavam a atinar planos para fazer o Potter cair em tentação.

Os dias da primeira semana se arrastaram numa lentidão incrível.
Hermione entrou no banheiro e parou em frente o espelho, amarrando os longos e cacheados cabelos num rabo de cavalo.
- Olá, querida. – Gina disse, com um sorriso afetado.
Hermione não respondeu.
- Acredita mesmo que Harry será fiel a você? – ela perguntou, olhando a outra cheia de indiferença.
- Se não acreditasse não estaria com ele.
- O que te garante que ele não quer apenas transar com você?
- Isso não te importa.
- Ele disse que te ama? – a ruiva perguntou, provocando mais.
Hermione continuou calada, fitando sua imagem refletida no espelho.
- Se disse, vou avisá-la: ele disse isso a mim também. E disse para Daiane, minha amiga. Ele sabe o que dizer e o que fazer, Granger. Como acha que ele consegue manter o status de mais mulherengo dessa escola?
- O que ele disse a você ou a qualquer outra não me importa. – Hermione disse, fitando os olhos da ruiva que via faíscas saltar dos olhos castanhos. – Não me interessa o que você acha, o que você pensa, ou o que você está planejando para separar eu e Harry. Não me importa a quantidade de veneno que você está tentando injetar em mim com suas palavras maldosas. Não me importa nada. Absolutamente nada. Portanto, não perca seu tempo. Eu sou dona da minha vida e eu a vivo como quiser. E você não tem nada com isso.
A ruiva ficou parada, ligeiramente aturdida, observou a outra deixar o banheiro, nervosa.
É... A Granger estava firme e forte.
Mas, e Harry?
Como estaria?

***


- Oi, delícia! – ela murmurou, aproximando-se perigosamente do rapaz que secava as costas molhadas.
- Sabe que não pode entrar aqui, Gina! – ele murmurou. – O vestiário é proibido para pessoas que não são do time.
- Não foi isso que me disse na ultima vez que estivemos aqui. – ela sussurrou sedutoramente, correndo as unhas pelo peitoral bem definido do rapaz.
Ele se esquivou.
- O que foi? – ela perguntou, com desdém. – Está sendo fiel a Granger, é? Tenho que admitir que é um recorde, estão juntos há dois meses e não ouvi uma notícia sequer dizendo que você caiu em tentação...
- E não pretendo cair. – ele disse.
- ... mas pensei comigo: isso é porque eu ainda não o tentei. – ela completou, fingindo não tê-lo ouvido.
Ela se aproximou dele mais uma vez e enterrou as unhas de uma das mãos na nuca do rapaz. Acariciando o torso ainda molhando, colocando uma das pernas sobre o banco do vestiário, com o seu joelho roçando no quadril dele.
- Diga que não me quer Harry... – ela sussurrou no ouvido do rapaz, mordiscando a orelha dele. – Diga que não está louco para saciar todas as vontades desse seu instinto comigo... – ela voltou a mordiscar. – Porque qualquer um sabe que a Granger não te deu e não pretende te dar tão cedo tudo isso que eu estou te oferecendo agora.
Harry sorriu.
- O que quer, Gina?
- Ainda não entendeu? Será que a abstinência fez você esquecer? – ela disse, olhando pra ele, descendo as mãos para a barriga do rapaz.
- Na verdade, a única coisa que quer é provar pra todo mundo que eu sou o mesmo de sempre, e não mudarei nunca.
Ela riu.
- Fico impressionada em ver como me conhece. – ela murmurou, pegando uma das mãos dele e colocando sobre a coxa bem torneada, suspensa sobre o banco.
- Conheço tão bem que sei que vai quebrar alguma coisa aqui dentro quando ouvir o que tenho pra te dizer.
- Quebrar? – um brilho malicioso surgiu nos olhos dela.
- Não quero nada do que está me oferecendo. – ele disse, calmamente. – E se Hermione dorme comigo ou não, isso não é um problema seu.
Ela bufou.
- Qualquer um sabe que ela continua tão virgem quanto no dia que nasceu.
- E se for? Qual o problema?
- O que é que você faz com ela, pelo amor de Merlim!?
- Ela me satisfaz de muitas outras formas, Gina, formas as quais você jamais entenderia. Eu a amo. A amo como jamais amei alguém. E não me importo com o que você e o resto do mundo estão pensando. Suas provocações e armações não me farão traí-la. Não preciso dormir com ela para me sentir completo. Tê-la ao meu lado já o suficiente, pois ela me proporciona momentos que nenhuma das garotas dessa escola jamais me proporcionou. E se eu a respeito e espero o tempo dela, só é mais uma prova do quanto eu a amo e me importo com ela. – a ruiva o olhou, incrédula. – E se você está morrendo de inveja e se corroendo por dentro por só conseguir alguma coisa oferecendo seu corpo em troca, eu sinto muito. Uma mulher precisa se dar ao respeito pra ser respeitada. E admita: isso você nunca fez.
- Como ousa...?
- Estou sendo sincero, Gina. – ele disse, com a mesma calma de antes. – Agora, você pode, por favor, tirar suas mãos de cima de mim e deixar eu me vestir em paz?
O rosto da ruiva se contorceu de raiva e ela se afastou dele com brutalidade, pegou o primeiro copo de vidro que viu a sua frente e o jogou fazendo-o se espatifar contra a parede.
- Além de tudo... Ainda é previsível! – Harry disse, rindo.
Sentia apenas pena de Gina.
Dó.
A menina pareceu profundamente ofendida.
- Aquela Granger ainda vai ter o que merece! Você não vai agüentar tanto tempo sem uma mulher... Ela ainda vai ter o brinde dela naquela cabecinha brilhante. Escreva o que estou dizendo, Harry!
Ela saiu furiosa, e na porta deparou-se com Hermione que ria com vontade.
A ruiva quis arrancar todos os cabelos da própria cabeça e saiu afundando os pés na lama do campo molhado pela chuva.
Hermione entrou no vestiário e viu Harry secando as costas com um sorriso satisfeito no rosto bonito.
- Olá, pequena... – ele disse, ao vê-la. – Não sabia que estava aí.
- Estou aqui há um bom tempo. – ela disse, rindo. – Segui Gina quando vi que ela tomava o caminho do vestiário. Ia dar uma boa lição nela, mas você o fez com maestria, devo parabenizá-lo.
Ele sorriu aproximando-se dela.
- Pobre tola... – ele disse. – Tenho pena dela, coitada.
- Muito nobre de sua parte. Eu fiquei realmente zangada quando ela colocou sua mão na coxa dela. – ela disse, enlaçando o pescoço dele.
- Achou que eu cairia no jogo dela? – ele quis saber.
- Não. Mas achei que ficaria tentando. Que a beijaria até perder o fôlego depois a mandaria embora sentindo o peso da culpa sobre seus ombros.
Ele ergueu a sobrancelha.
- Achou mesmo que eu a beijaria? – ele perguntou, perplexo. – Achou mesmo que eu a beijaria, sabendo que você estaria a minha espera lá no salão Comunal, e poderia te beijar a vontade?
- Querendo ou não ela tem razão, Harry... – ela disse, ficando séria. – Gina faria qualquer coisa que pedisse, enquanto eu...
- Por favor, pequena... Não se preocupe, já conversamos sobre isso. Tudo a seu tempo. – ele disse, beijando levemente os lábios dela. – Eu te amo e não será o fato de não dormir com você que mudará isso. Gina é vazia, acha que tudo se baseia no sexo, e somente nele. Eu admito que também pensava assim, até conhecer você, me apaixonar perdidamente e entender que há muitas coisas que vão além da satisfação de uma noite de prazer.
- Meu Deus! Estou começando a achar que essa mudança toda está te transformando num puritano... – ela disse, rindo.
- Hei... Não é pra tanto! – ele disse, tomando a cintura dela com firmeza. – Esperar por você não quer dizer que não tenho vontade de estar com você...
Ela sorriu diante do olhar que ele derramou sobre si.
- Eu também te amo, Harry. – ela disse, séria, em voz baixa, fitando os olhos dele.
Ele piscou.
Era a primeira vez que ela dizia isso, com todas as letras. Ele nunca exigira nada, nunca cobrara. Acreditava que ela estava esperando por alguma prova... E ouvir o que ele disse a Gina talvez fosse tudo que ela precisava para se entregar totalmente àquela relação.
Ele sorriu.
Seus dedos embrenharam-se nos cabelos macios da garota pela nuca dela, enquanto Harry tomava os lábios dela pra si.
Estar com ela sempre lhe trazia alguma descoberta, alguma coisa nova, mas ouvi-la dizer que o amava superava qualquer outra coisa que já pudesse ter sentindo.
Ela correspondeu ao beijo dele com vivacidade, apoiando as mãos abertas contra o peito nu do rapaz.
Ele deixou os lábios dela e desceu tecendo beijos pelo pescoço alvo, e ela, sem querer, cravou sua unhas contra a carne dele.
As mãos dele acariciaram a cintura dela com destreza, deixando um rastro que queimava, mesmo que sobre a roupa.
Ele se afastou dela sentindo-a ofegar. A fitou e sorriu, a respiração dela estava descompassada também.
- Paramos por aqui... – ele disse.
Ela riu.
Harry pôs a camisa e a abotoou com agilidade. Apanhou seus pertences e estendeu a mão para garota.
Ela aceitou e eles ganharam o campo verde e bem cuidado das terras da escola. Ela passou um dos braços pela cintura dele e deitou a cabeça no ombro do rapaz, que a aninhou com suavidade enquanto faziam o caminho de volta ao castelo.
- Obrigada... – ele a ouviu murmurar, baixinho.
- Pelo que?
- Por ser do jeito que você é. – ela respondeu, erguendo a cabeça para encará-lo.
- Você me fez assim...
- Não... Você sempre foi. – ela disse, fazendo-o sorrir. – Sempre esteve aí com você... Eu só ajudei a despertar.
Ele riu, beijou a testa dela e eles continuaram o caminho para o castelo.

***


Ela entrou na biblioteca quase vazia, acomodou-se numa das cadeiras e começou a espalhar suas coisas pela mesa pensando por onde iria começar.
Mas sua paz foi interrompida.
A ruiva sentou-se a sua frente na mesa e a fitou com um olhar que misturava ódio e provocação.
- Olá, Granger!
- Oi. – ela respondeu, sem dar atenção.
- Gostaria de conversar com você.
- Pode falar, eu estou ouvindo. – Hermione respondeu, abrindo seus livros em páginas determinadas.
- Admito pra você que não consigo entender o que deu em Harry. Mas seja o que for, logo vai passar.
- Qual é o seu problema, garota? – Hermione perguntou, alteado a voz, encarando a ruiva a sua frente. – Não bastou tudo que Harry te disse aquele dia, você ainda vem querer me perturbar?
- Só quero te prevenir Granger. Harry nunca foi e nunca será o tipo de homem que você está tentando fazê-lo ser.
- Eu não estou forçando-o a nada. Ele está mudando por opção dele!
- Sim... Sim... Sei. Mas antes de qualquer coisa, Harry é homem, não vai agüentar muito tempo esperando por você... – ela disse com escárnio.
Hermione sentiu seu sangue queimar nas veias.
- Por que essa obsessão pelo Harry? Por que essa fixação?
- Nada. Só estou querendo te ajudar. Quem avisa, amigo é!
- Você não é e nunca será minha amiga, Gina. Conforme-se. Você perdeu. Harry é meu. Confio cegamente nele. Confio na mudança dele. Se você não entende e não respeita isso, eu sinto muito, mas não será você que acabará com nosso relacionamento. E se, um dia, ele vier a me trair, pode ter certeza que não será com alguém tão insignificante como você. Ele tem bom gosto.
Gina bufou e levantou-se, irada.
- Vou fazer Harry entender que de nada adianta a ele ficar com você. Vou me vingar de tudo que está me dizendo. – ela disse, com os dentes cerrados.
- Pode tentar o quanto quiser.
- Passe bem, Granger. – disse com ironia.
- Passe mal, Weasley! – ela respondeu.
A ruiva deu as costas e saiu pisando duro.
Hermione respirou fundo. Harry estava treinando... Havia algumas semanas que estavam juntos... Toda a escola, que antes os condenava, agora incentivava e via a relação deles como um exemplo, todos passaram a acreditar em Harry, e vê-lo de maneira diferente.
A única que não aceitara a nova posição do rapaz era Gina, que parecia disposta a ir até o inferno para separá-los.

***


Ela checou o visual antes de entrar. Respirou fundo.
Estava tudo planejado.
Ele não resistiria mais.
- Olá, delicia! – ela disse, entrando no lugar.
A sala vazia, não usada, estava iluminada a luz de velas.
Harry a olhou e sorriu aquele sorriso.
O sorriso sedutor.
Hermione não sabia de nada.
Não tinha porque saber.
Caminhou até a ruiva e beijo-a com fervor.
Gina o largou e deu uns passos para trás.
- Uau... Anda realmente precisando disso, hein? – ela disse, voltando a beijar o rapaz.
Ela usou toda sua experiência para seduzi-lo.
Seus lábios e mãos ágeis percorreram o corpo do rapaz, cada um em seu alcance.
Harry deixou que ela continuasse.
Era bom.
Era prazeroso sentir aquilo.
A ruiva, sem demora, despiu a camisa dele, e percorreu o peitoral irresistível com os lábios.
Faria tudo de melhor.
Provaria para a Granger que ela vencera.
Sempre vencia.
A faria acordar do conto de fadas que ela pensava viver.
Harry não era o príncipe encantado.
Provaria isso.
Gina foi o empurrado pela sala, até que encontrou uma mesa.
Ia servir.
O fez se deitar nela e subiu nele, colocando cada uma das pernas de um lado do rapaz.
Mordeu o lóbulo da orelha dele, enquanto suas mãos corriam o torso nu.
- Demorou para se entregar, hein? Cheguei a achar que realmente não me quisesse mais.
Ele riu com vontade, trazendo-a pra si.
Sentiu que ela começava entrar em êxtase, isso o animava cada vez mais.
- O que o fez desistir de esperar pela Granger? Ou está fazendo isso para descarregar suas energias e depois voltará pra ela com cara de santo?
Certo.


***

N/a: Aaah, espero que você gostem dessa continuação.
Agradeço de todo coração por todos que acompanharam "Apenas Mais Uma De Amor", os comentários que vocês deixaram, os votos e tudo o mais.

Muitíssimo obrigada pelo apoio e pelo carinho que vocês dispensam a mim.

Amo muito vocês, de verdade!

Não deixem de comentar mais essa fic, por favor.

Beijooo.

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