Capítulo Cinco





Capítulo 5
ou The One With The Hangover


- Marlene Catherine McKinnon, se a senhorita não se levantar neste instante...! – Ouch, f***. Quem é que está gritando? Abro os olhos levemente para ver minha avó ao meu lado, com uma cara nada amigável.

- Você me ouviu? Disse para se levantar imediatamente! São quase dez horas da manhã, por Deus! – ela disse gritando, enquanto ia para a janela e abria a cortina. Oh my God, estou cega! E minha cabeça dói. Mas porquê? – Se você pensa que só porque esteve na festa ontem à noite você vai dormir até tarde, é melhor pensar duas vezes! – Meu Deus, que tipo de pessoa acorda esse horário depois de uma festa que durou a madrugada inteira? A festa! Vários flashs da noite passada começaram a vir à tona, piorando ainda mais a dor de cabeça. – E desça logo para comer alguma coisa! – ela gritou do corredor.

Sentei-me na cama, examinando o quarto. Estava tudo em perfeita ordem, até que reparei no meu vestido e sapatos jogados ao lado da cama. Eu não me lembro de ter colocado o pijama. Aliás, eu não me lembro nem de como cheguei aqui em cima.

- Olha só quem acordou! A Bela Adormecida! – Lily entrou no meu quarto rindo com James ao seu lado, usando um vestido que logo reconheci sendo meu. – Posso te devolver depois? – ela apontou o vestido – Não estava nos meus planos passar a noite aqui na sua casa, mas depois do que aconteceu ontem, achei melhor...

- Opa. O que exatamente aconteceu ontem à noite? – ela olhou para James, receosa.

- Você não lembra?

- Não... – comecei a ficar com medo. Será que foi algo tão grave assim? – O que aconteceu?

.flashback on.

- Wow, onde você pensa que vai? – Lily disse segurando o braço de Marlene ao ver que ela ia em direção aos dois.

- Fazer o que eu já deveria ter feito há muito tempo. – ela respondeu, se desvencilhando, e, sem dar tempo à amiga para responder, cruzou o salão.

- Marlene, querida! – a loira começou animadamente, quando a viu ao seu lado. – Quanto tempo que não te vejo! – ela deu um beijo em cada bochecha de Marlene. – A festa está linda, você sempre teve o dom de organizar festas! – Marlene, tentando sorrir, abriu a boca para falar, mas foi interrompida novamente. – Você já conhece o Sirius? – ela disse apontando para o garoto ao seu lado.
‘Então esse é o nome dele!’, pensou ela, ‘Hm, joguinho de ciúmes, Jess? Sem problemas, eu sei brincar muito bem disso.’

- Claro que sim. – ela respondeu com a mesma animação de Jessica. – Muito bem, se é que você me entende. – o sorriso da loira automaticamente sumiu, enquanto o garoto arqueava a sobrancelha direita, dando um leve sorriso. – Drop the act, Jessica. Você não engana ninguém.

A loira riu mais uma vez.

-
Eu não engano ninguém? Pelo que eu saiba, não fui eu quem foi pra uma clínica de reabilitação dizendo que ia estudar fora. Ah sim, e se eu não estou enganada, sua mãezinha está fazendo a mesma coisa, não é?

Fora a gota d’água para Marlene. Ela estivera o tempo todo usar o mínimo de educação, mas não conseguia mais. Não quando ela envolvera sua família na história. E James teria que perdoá-la pelo que iria fazer, mas ela precisava. E o que sentiu a seguir foi seu punho direito batendo em cheio na maçã esquerda do rosto de Jessica.

A loira cambaleou para trás, com a mão onde Marlene havia acertado. Marlene a olhou enfurecida e avançou até ela, puxando seu cabelo loiro, ignorando a dor intensa que sentia em sua mão.

- Retire o que disse! – ela gritou, enquanto a outra também agarrava seu cabelo. – Retire o que disse AGORA!

E antes que a loira pudesse dizer algo ou revidar, Marlene foi jogada no ar com tamanha facilidade que parecia pesar 5 kg ao invés de 53 kg. Então ela percebeu que fora jogada no ombro de ninguém menos que
ele. Ou como ela recentemente descobrira que se chamava: Sirius; que carregou ela para fora do salão com olhares curiosos de todos os convidados.

.flashback off.

- Oh my God. Oh my God. Oh my God. Oh my God. Oh my God. Oh my God. OH MY EFFING GOD! – eu me desesperei, andando de um lado para outro. – E depois, o que aconteceu?

- Bem, a gente não sabe. Depois que ele te carregou para fora do salão, a gente não te viu. Pelo menos não até ele vir falar pra gente te levar pra cama. – Lily respondeu. – Aí, James me ajudou a te trazer, e eu coloquei o pijama em você, porque você não queria colocá-lo. Segundo o que você disse, você queria ‘voltar lá e acabar com aquela vaca.’

- Como assim vocês não sabem? – eu berrei, ignorando completamente o resto da explicação de Lily. – Ele pode ter me violentado ou algo do tipo!

James revirou os olhos, assim como Lily.

- Ah Marlene, não viaja. O cara é gente boa. – eu arqueei as sobrancelhas em descrença. - Se você quer mesmo saber o que aconteceu depois, vá lá perguntar pra ele. Te garanto que ele vai responder.

- Que seja. Vou tomar um banho agora, e vejo vocês lá embaixo.

- Bom, na verdade eu tenho que ir pra casa, mas mais tarde eu te ligo, ok? – Lily disse, enquanto pegava seu vestido que estava pendurado na cadeira, em frente a penteadeira. – Tchau Lene, tchau James.

Lily saiu do quarto, deixando James encarando a porta entreaberta.

- Quero saber direitinho o que aconteceu nessa festa, ouviu? – falei, enquanto entrava no banheiro.

Liguei a banheira e esperei que ela enchesse. Um bom banho de banheira me faria muito bem agora. Me encarei no espelho, e vi o meu cabelo bagunçado e a maquiagem borrada. Lavei o rosto e entrei na banheira, relaxando. E então vieram mais flashs da noite anterior: Jack e Johnny. A bebida. Fora ela que me deixara com o que deveria ser uma ressaca. Doces. A trégua. O sorriso torto. Sirius.

A simples menção do nome dele fez meu corpo se sentir mais quente que o normal. Mas acho que era a água da banheira. Passei mais alguns longos minutos de olhos fechados tentando lembrar o que acontecera depois que ele me carregou para fora do salão, mas nada. Nem um mísero flash. Já vi que vou ter que perguntar pra ele mesmo.

Coloquei um shorts jeans, com minha camiseta favorita: uma dos Beatles, que foi presente de meus pais. Desci as escadas procurando James, e não o vi.

- Alfred, você viu James? – perguntei para o mordomo, que estava ao pé da escada.

- Sim, srt.ª. Ele saiu, acompanhado da srt.ª ruiva. – Ótimo. Abandonada pelo meu primo.

- Ok. Obrigada! – eu fui em direção à cozinha, porque eu sabia, que pelo horário que era, eu já seria obrigada a comer na cozinha. – Oi, Stella.

- Bom dia, menina Marlene! Dormiu bem? – ela perguntou sorrindo, como sempre.

- Mais ou menos. Você tem alguma coisa para dor de cabeça?

- Tenho sim. – ela foi até a pia e depois me trouxe algo rosa para beber.

- O que é isso?

- Algo que fará a sua cabeça deixar de explodir. Agora beba! – ela disse enquanto me servia algumas torradas. Bebi, e o gosto não era muito agradável, mas nada que não pudesse suportar. E de repente, pela grande janela da cozinha, o vi no quintal. Stella percebeu que eu encarava e segui a direção do meu olhar.

- Ah sim, ele é um garoto ótimo, não acha? Te trouxe aqui ontem... – ela disse enquanto voltava para perto do fogão. Wow. Ela sabia o que tinha acontecido?

- Me trouxe aqui? Pra quê? – ela me olhou com a mesma cara de quando uma mãe faz quando dá um sermão num filho.

- Menina Marlene, que esta seja a última vez que você beba, ouviu? – eu assenti, sem responder. – Ele te trouxe aqui depois que você bateu naquela menina. – Hm, parece que ela sabia mais do que eu pensava. – Sim, todos nós sabemos o que aconteceu ontem à noite, mocinha. Mas voltando ao que estava dizendo, ele te trouxe até aqui – contra a sua vontade – e te colocou em uma das cadeiras. Fiquei até preocupada pelo jeito que ele te trouxe: carregada, imagine só! – ela contava tudo muito ansiosa. – Então ele pediu gelo para nós para colocar na sua mão. Você tem sorte. – olhei confusa para ela. – Sua mão só não ficou mais inchada porque ele colocou gelo nela. – olhei para minha mão e era verdade, não estava muito inchada. – E também, por ele se preocupar tanto com você.

- Como assim? – eu a encarei mais uma vez, sem entender nada.

- Nada de mais. Deixe isso pra lá! – ela disse rindo, e voltou trazendo um copo, desta vez com limonada dentro. – Você pode levar isso para ele? – ela apontou a cabeça em direção à janela – Trabalhou a manhã toda sem parar! Deve estar com sede!

Peguei o copo da mão de Stella, enquanto ela dava mais um sorriso, desta vez, o maior de todos. E fui em direção ao quintal. Ele estava lá, ao lado da piscina, usando mais uma vez jeans e tênis surrados e uma camiseta branca. Me aproximei tão silenciosamente que ele só reparou na minha presença quando já estava parada em sua frente.












Primeiro viu meus chinelos Jimmy Choo, depois subiu seu olhar lentamente até chegar a meus olhos. E nesse momento, senti meu rosto esquentar. Acho que era por causa do sol. Estendi o copo de limonada:

- Stella, achou que você gostaria. – ele pegou o copo agradecendo. – Você se importa se eu me sentar aqui?

- Está meio sujo. – ele disse dando um sorriso quase imperceptível. Mas não para mim.

- Vou me arriscar. – e me sentei na beira da piscina. Passei alguns minutos passando a mão na água, até que falei: - Me desculpe. Pelo que aconteceu ontem à noite. Por tudo. – ele apenas continuou trabalhando, e vi isso como mais uma brecha para continuar falando. – E obrigada por me ajudar. Sabe... com minha mão. Juro que não sou impulsiva daquele jeito. Mas é que ela colocou minha mãe na história e... – ele parou de trabalhar e me olhou. E descobri o quão difícil era falar com aqueles olhos incrivelmente azuis me encarando, por isso desviei o meu olhar do dele. – Eu não fui para reabilitação. Fui para França, estudar.

- E sua mãe? – me surpreendi com a voz grave quase musical dele e com a pergunta que fez. Acho que demorei muito tempo para processar a pergunta porque ele falou apressado: - Desculpa, não é da minha conta.

- Não, tudo bem. - eu respondi, e suspirei. – Minha mãe está num centro de SPA e relaxamento. O que basicamente é um eufemismo para clínica de reabilitação. Às vezes ela bebe demais. Mas só às vezes, sabe? E aí, todos nós achamos que era melhor ela ir lá se tratar. Deus, eu não vejo ela há quase dois anos. Eu falava com ela no telefone, enquanto estava na França, mas não via ela.

Ele continuava me encarando, dessa vez com uma expressão enigmática.

- E aquela garota? De onde vocês se conhecem?

- Aquela é Jessica Stevens, a bitch da minha escola. – ele riu. – Desculpa, mas é verdade! Admito que sou bitch, mas apenas quando me dão motivos. Como ontem. – ele riu mais uma vez, e eu reparei como seu sorriso era bonito. Não do jeito que é depois que usa aparelho, apenas... bonito. – Bem, de qualquer modo, obrigada por ontem. Por ter me tirado de lá e ter me ajudado com a minha mão. Por falar nisso, porque você me tirou de lá?

Ele deu um sorriso torto, maior do que normalmente.

- Bem, não me parecia uma briga justa entre vocês duas. – Eu arqueei a sobrancelha. – Você ia acabar com ela rapidinho. – ri, ficando meio sem graça com o quase elogio que me fora feito. – Tenho pena do seu namorado. – parei de rir, instantaneamente. – Quero dizer, com um soco daqueles, você consegue fazer um belo de um estrago nele caso você esteja brava.

- Eu... eu não tenho um namorado. – ficamos nos encarando mais uma vez, e agora foi por mais tempo. Não sei exatamente quanto, mas foi interrompido pela voz de minha avó chamando:

- Marlene Catherine McKinnon! – a voz dela me acordou completamente do transe em que eu estava enquanto o encarava.

- Anh... eu tenho que ir. Obrigada mais uma vez. – me levantei rapidamente, mas o som de sua voz musical me fez parar e olhar para trás.

- Só pra você saber... – ele disse enquanto voltava à trabalhar. – Eu não acho que você seja uma bitch.

Sorri, e saí correndo em direção a casa, sentindo algo dentro de mim bater muito forte.


xxx 


-... E esta será a última festa que acontecerá nesta casa sem a minha supervisão. Eu fui clara?

- Sim, vovó. – Eu ouvi basicamente a mesma coisa durante o sermão de mais de uma hora da vovó. Que não posso mais agredir outras pessoas, senão serei obrigada a passar pelo curso de etiqueta mais uma vez – porque, segundo ela, todo esse tempo que passei longe de casa, foi apenas para perder os bons modos; que não posso mais beber; que não posso mais me envolver com empregados; que... pera aí. – O quê? Qual foi a última coisa que você falou?

- Você não irá mais se envolver com os empregados.

- Wow, de onde você tirou essa idéia? Eu não estou me envolvendo com empregado nenhum. – Stella e Will não contam, afinal são como minha segunda família. Mas ela não poderia estar falando deles, poderia?

- Está sim. Ou você acha que não a vi com aquele moleque agora há pouco? – Isso mesmo, ela o chamou de moleque. Minha avó, a toda certinha com as regras de etiqueta e educação chamou Sirius de moleque. Rá, quero só ver o que o clube dela vai achar quando eles souberem disso.

- Primeiro: Sirius não é um moleque. E segundo, eu não estou me envolvendo com ele!

- Você pode mentir o quanto quiser, Marlene. Mas a mim você não engana. E devido a todas essas ocorrências desde que você chegou, eu não posso fazer mais nada a não ser mandar você para o colégio.

- Mas eu já tenho um, lembra? Volto pra lá daqui uma semana.

- Voltar? Você não vai voltar para aquela escola de quinta categoria na França. Você vai estudar aqui. – Oh não. Não, não. Tudo menos isso. Não diga, não diga, não... – Você vai voltar para Cromwell Preparatory School! – Shit, ela disse.

- Não, você não pode fazer isso! – eu disse começando a me exaltar. Mas vovó não mudou a sua expressão seca.

- Eu posso. E já fiz. Suas aulas começam daqui uma semana, junto com James.


xxx


- Sinto muito querida, mas não há nada que eu possa fazer. Seus avós são seus guardiões legais, e eles têm o direito de fazer isso, enquanto eu estiver longe. – Meu pai dizia isso ao celular, com muita calma, tentando me acalmar, por causa da minha voz. Eu estava quase chorando.

- Mas você é meu pai. Você não pode deixar eles fazerem isso!

-
Particularmente querida, acho melhor você ficar aí em Londres. Junto com James e seus amigos. Você não pode odiar a cidade onde nasceu.

Ele tinha razão, eu não podia. E eu iria aceitar isso, mas não sem ganhar algo nessa história. E se irritar minha avó fosse o meu melhor prêmio, então que seja.

- Mas deve ter algo que você goste muito aí, Lene. Algum motivo que faça você ficar. – Levantei a cabeça e pela janela vi Sirius saindo pelo portão, com uma jaqueta preta jogada em seu ombro. E nesse momento, algo começou a bater muito forte dentro de mim, mais uma vez. –
Querida você está aí?

- Sim, pai. Olha, eu entendi o que você disse. Mas agora eu tenho que desligar.

-
Tudo bem, mas porquê? Você está bem?

- Estou ótima. Você está certo, pai. Eu tenho motivos para ficar. 

N/B:
sim Marlene, você tem motivos pra ficar. Bem que eu queria um motivo desse pra ficar aqui (?).. sortuda >_<’ HSDIAUFHAISUFHSDIUFHSDIFHASDIFUSHDFISDHF
Que saudade de betar essa fic :O Gaby vai ficar de castigo da próxima vez que demorar tanto assim, rum.
Enfim, vou parar de falar mer... besteiras, e vamos ao que interessa. Amei esse capítulo Gaby , mal posso esperar pelo 6 *-* haha.
Bom, beijones pra todo mundo,
te amo Gabys :*

N/A:
Bem, realmente não sei de onde veio esse capítulo. No final das férias (contando com as duas semanas de prolongação) eu tive surtos de imaginação e saiu isso. Desculpem se ficou bobo, ou até mesmo curto. A Jú e a Mary aprovaram o capítulo, por isso espero que vocês gostem! (:
Yeah, com essa história de gripe suína, a escola está me atolando completamente de tarefas e tudo mais. Por isso está complicado entrar no pc, mas vou tentar fazer isso com o máximo de freqüência possível! Ah sim, e muitíssimo obrigada por comentarem! :*

ps: Ah, e no próximo capítulo começa a Second Season. Ok, não é exatamente uma segunda temporada, é a volta às aulas. Mas eu gosto de dizer que uma Second Season. :B

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Comentários (1)

  • Lana Silva

    Hum...Sirius é um dos motivos pra ela fica ?? kkk ameiiii *---*

    2011-12-11
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