Capítulo Três



 


Capítulo 3
Ou The One Where The Frisson Begins


Aaaai que raiva! Sério, aquele garoto é irritante. Extremamente.


Quem ele pensa que é pra me julgar? Ou pra ficar me chamando de Bonequinha de Luxo? Fiquei a noite inteira revirando na cama pensando nisso. Não que eu quisesse, mas fala sério! O garoto fica debochando, zoando, ou seja lá como se chama, de mim!


Tipo, ele trabalha na mansão. Não que eu tenha algum preconceito, mas o mínimo que ele poderia fazer era me respeitar!


Acordei na manhã seguinte com um barulho irritante. Som de marteladas, para ser mais exata. Olhei o relógio na minha mesa de cabeceira – oito horas da manhã.


Que tipo de pessoa faz trabalhos barulhentos às oito horas da manhã de uma sexta-feira em período de férias?


Levantei irritada e abri a porta que dava para a varanda.


Eu. Não. Acredito. Nisso.


Quem ele pensa que é pra fazer barulho a essa hora da manhã? Bufei e o olhei irritada antes de voltar para dentro da casa, batendo a porta, e descendo as escadas furiosamente.


Passei pela cozinha irritada, enquanto Stella me perguntava o que havia de errado. Quando cheguei ao quintal de trás, o vi numa escada, arrumando alguma coisa na parede, exatamente embaixo da minha sacada.


- O que pensa que está fazendo? – eu indaguei furiosa.


Ele pareceu assustado por um instante, mas logo abriu um sorriso irritantemente lindo.


- Ora, bom dia pra você também. Como dormiu esta noite?


- Teria dormido melhor se você – disse apontando para ele – não tivesse me acordado!


- Hm, talvez você devesse dormir mais cedo. – ele disse arqueando a sobrancelha direita. Eu já ia retrucar quando ele me interrompeu: - Olha aqui, eu só estou fazendo o meu trabalho. Se você quer reclamar para alguém, reclame para os seus avós! – e continuou trabalhando. – Ah, e talvez fosse melhor você colocar uma roupa. – ele apontou para o meu corpo, enquanto me olhava de um jeito... malicioso?


Eu corei furiosamente, porque estava usando uma camisola curta, e não coloquei nenhum casaco por cima. Eu simplesmente o metralhei com o meu olhar, e saí pisando forte. Ah, mas eu iria reclamar mesmo.


xxx


- Vovô? – eu disse enquanto abria a porta da sala onde ele tomava café-da-manhã. Ele fez sinal para eu entrar. – Cadê a vovó?


- Ela foi naquela reunião matinal das colegas de escola dela. – Hm, me surpreende que vovó tenha colegas de escola. No mínimo elas devem ser um bando de interesseiras. - O que aconteceu?


- Vovô, sabe aquele garoto que está trabalhando no jardim? – eu perguntei inocentemente.


- Sim. O que tem ele? – ele perguntou abaixando o jornal que estava lendo.


- Vovô, será que ele poderia começar a fazer trabalhos barulhentos num horário, tipo assim... de gente? Porque sabe, eu estava morrendo de sono, e eu acordei às oito da manhã!


Vovô riu. Sabe aquelas risadinhas fofas de avô legal? Então. Sabe, meu avô parece muito com o Richard Gilmore, de Gilmore Girls. Só que ele tem bigode.


- Sinto muito por acordá-la, querida. Da próxima vez só deixarei o deixarei fazer esses trabalhos depois das nove!


Hm, nove horas seria bem melhor.


- Obrigada, vovô. – e me sentei à mesa para tomar café com ele. E enquanto conversávamos, vovô disse:


- Marlene, o que você acha de darmos uma festa aqui em casa? – Opa. Festa? Meus olhinhos brilharam automaticamente.


- Acho que seria ótimo, vovô! Pra comemorar o aniversário de James?


- Sim. E eu gostaria que você a organizasse. Sua avó anda muito ocupada com essas reuniões das colegas de escola dela, e eu não levo muito jeito pra esse tipo de coisa, então, pensei que você poderia me ajudar. – ele terminou sorrindo.


- Mas é claro, vovô! Posso começar agora mesmo se você quiser!


Vovô riu: - Não se preocupe minha querida. Ainda temos uma semana!


- Sim, e é muito pouco pra eu planejar a festa! – eu respondi saindo correndo da sala e indo para o meu quarto. Essa festa com certeza daria muito trabalho.


xxx


- James, o que você acha de uma festa de máscaras? – eu perguntei entrando no quarto dele. Dessa vez eu não era obrigada a bater na porta, porque ela estava aberta.


- Hm. É uma idéia interessante. Mas para quê? – ele se virando para mim, na cadeira do computador.


- Pra comemorar o seu aniversário, bobinho!


- Ah Lene, - ele começou com uma voz entediada – você sabe que eu não gosto de comemorar meu aniversário.


- Porque não? – ele deu ombros. – Ah vamos lá. – eu me agachei ao lado de sua cadeira – Presentes, música boa, comida e bebida ótimas, várias pessoas, e a Lily vai estar aqui também.


Sua expressão mudou completamente para interessado.


- Tudo bem, você me convenceu. – Há. Eu sabia que conseguiria convencê-lo só mencionando o nome da Lily. (h) - Mas nada de muitas frescuras, ok?


- Ah, mas qual é a graça se não tiver frescuras? – eu disse rindo da cara que James fazia.


- Okay. Eu me rendo. – Isso! :D – Mas... eu quero saber de tudo o que você vai fazer nessa festa. Eu tenho que aprovar primeiro.


- Tudo bem! – eu concordaria com qualquer coisa desde que ele me deixasse organizá-la - Você vai ver, James, essa vai ser a melhor festa de aniversário da sua vida!


xxx


- Sim, sábado que vem. Como assim não tem como? Você vai ter que dar um jeito! Você sabe com quem está falando? Não? Ah, muito obrigada, sim...


E foi com telefonemas desse tipo que eu organizei a festa de James. Fui muito bem, pra quem nunca tinha organizado uma festa tão grande assim. (y)


Na sexta-feira seguinte eu estava ficando praticamente louca, organizando tudo. Tudo deveria estar perfeito. Não deixei James ver nada do que estava sendo arrumado no salão de festas. Essa era a minha surpresa para ele, que no início ficou meio emburrado, mas ele me deu um voto de confiança. Ele sabia que eu não iria zoar a festa dele ou algo parecido.


Eu entrei no salão que estava vazio (todos estavam fazendo uma pausa para o almoço), e eu já conseguia imaginar a festa rolando ali no dia seguinte.


- Ah não. O que aquilo ‘tá fazendo ali? – avistei um vaso que pertencia a vovó em cima da estante que logo seria retirada do salão. O vaso era bem antigo e era a única coisa que estava em cima da estante.


Peguei a escada que estava ao lado da porta e a coloquei em frente à estante e subi pra pegar. Hm, o vaso só está um pouquinho longe, se eu esticar o braço mais um pouquinho eu...


- AAAAAAAAAAAAAAHHHH!


PUFT!


Ouch. Essa doeu. Tudo acontecera muito rápido; um segundo eu estava quase alcançando o vaso, e no segundo seguinte eu estava no chão, em cima de algo, que, vai por mim, não era o chão.


- Ai... – uma voz disse no meu ouvido. – Caramba, você é pesada hein?











Oh. My. Fucking. GOD! Não, não, não, NÃO!


Meu coração acelerou e me virei lentamente em cima da coisa que eu estava. Encontrei um par de olhos azuis que, eu sabia, zombavam de mim interna e externamente.


Fiquei encarando-o nos olhos por um longo tempo. Provavelmente tentando processar a idéia de que eu estava em cima dele, usando um shorts curtíssimo (eu omiti esse fato de vocês? Pois é, eu estava usando.) enquanto suas mãos me apertavam fortemente pela cintura.


Tratei de me levantar o mais rápido que pude (e que as mãos dele deixaram):


- O que você está fazendo aqui?


- Sabe, agradecer por ter amortecido a sua queda não iria te matar, sabe? – Ai, uma dor aguda atingiu a parte de trás da minha cabeça. E foi aí que eu percebi que o lábio dele estava sangrando. Oh shit! Provavelmente o meu prendedor de cabelo bateu em sua boca na hora do impacto.


- Obrigada. – eu disse relutante, mas agradecida por não ter me machucado mais. – O seu lábio está sangrando.


Ele passou a mão por cima do machucado, o que só o piorou ainda mais. – Ah, tudo bem. – peguei sua mão e comecei a puxá-lo para fora do salão. - Onde você está me levando?


- Para a área de serviço. Sei que há alguma caixa de primeiro socorros lá. – ele soltou minha mão imediatamente.


- Eu já disse que tudo bem. – ele começou a ficar arrogante de novo. Homens! Nunca aceitam a ajuda de uma mulher.


- Você quer o meu agradecimento, não quer? Então encare isso como uma forma de agradecimento. – eu peguei sua mão de novo e dessa vez ele não reclamou. Mas pude ver sua cara contrariada.


Quando chegamos à área de serviço mandei ele se sentar num banquinho que havia lá, e fui procurar a caixa. A avistei, mas eu não era alta o suficiente para alcançá-la. Quando as pontas dos meus dedos finalmente tocaram a pontinha da caixa, um braço se estendeu ao meu lado e pegou a caixa para mim. Eu o olhei.


- Meu lábio pode estar sangrando, mas eu não estou completamente inválido. – eu reprimi um sorriso porque isso era verdade. Mas eu não iria dar o braço a torcer. Peguei a caixa de suas mãos murmurando um “obrigada”.


Ele se sentou novamente no banquinho, e eu me agachei ao seu lado, enquanto pegava um chumaço de algodão e o molhava com anti-séptico.


Encostei o algodão no canto de seu lábio, e ele recuou. - Não vai adiantar nada se você fugir assim.


Ele voltou à mesma postura de antes incomodado, e eu encostei novamente o algodão em seus lábios, mas dessa vez ele não recuou. Mas eu percebi que ele me encarava, por isso me concentrei ainda mais no que estava fazendo.


- Desculpe por cair em cima de você. – A essa altura, a maior parte da raiva que eu sentia por ele tinha ido embora, provavelmente por culpa do que aconteceu. Mas eu ainda não olhava para ele.


- Sem problemas. – ele continuava me encarando. – Na verdade a culpa também foi minha, por ter tentado impedir que você caísse. – ele não soou arrogante, e tampouco negativo enquanto se dirigia a mim.


Peguei um algodão com água e retirei o resto de sangue que havia em seu queixo. E quando tentei puxar sua mão para tirar o sangue que havia lá, ele se levantou rapidamente.


- Obrigada, mas eu acho que posso cuidar a partir daqui. – ele parecia mais incomodado ainda, mas eu não fazia idéia do por que.


- Tudo bem. – e um silêncio constrangedor caiu sobre nós durante vários segundos, senão minutos. Até que ele se pronunciou:


- Stella e sua família estavam te procurando para você almoçar. – eu assenti com a cabeça.


Ele não disse mais nada, apenas saiu rapidamente sem me encarar de novo.


xxx


Passei o dia inteiro pensando no que acontecera entre mim e ele, enquanto ajudava na arrumação da festa.


Não sei porque, mas naquele pouco tempo em que estive com ele, não o vi com os maus olhos que sempre o via.


- Lene? Marlene? – James me perguntou interrompendo meus pensamentos.


- Anh? O que foi, James?


- Onde é que você está com a cabeça? No mundo da lua?


- Não é nada disso, James. Só estou preocupada com a festa. – eu respondi rindo.


James engoliu essa desculpa facilmente. Não era difícil de acreditar que eu estava preocupada com a festa. Também não estava preocupada com aquele garoto, mas era completamente dispensável compartilhar meus pensamentos com James.


xxx


Depois do incidente da manhã, fui procurar algo para a festa no meu guarda-roupa. Como sempre, não tem nada lá. Isso significa: COMPRAS!


E sei muito bem quem é que pode me fazer companhia. Após todo esse tempo sem nos vermos, Lily continua sendo minha melhor amiga.


Por isso, combinamos de nos encontrar para fazer compras. E não me surpreendi que ela continuasse igualzinha, mais alta do que eu, como sempre.


Depois de muitos abraços, beijos, gritinhos e choros, fomos às compras.


- Me desculpe por ficar tanto tempo sem voltar. – disse de repente enquanto ela experimentava o vestido azul.


- Tudo bem, Lene. Sei por que você não voltou: sua avó.


- Ainda bem que você me conhece!


Nós duas rimos, e comecei a contar para ela como foi essas duas semanas que eu estava na casa. E, não sei como, ele surgiu na história.


- Hm, e ele é bonito? – Foi a primeira pergunta que Lily me fez. E eu tinha essa resposta na ponta da língua.


- Não!


- Lene, só porque você acha uma pessoa bonita, não significa que você goste dela.


Revireios olhos, Lily sempre era sensata e sábia: - Okay, talvez ele seja um pouco.


- Hm, agora eu realmente quero conhecer ele! – ela retrucou com uma voz safada.


- Oh my God, Lily!


Rimos, e continuamos experimentando mais vestidos. Nenhum agradava nenhuma de nós, então Lily resolveu me levar a uma loja que ela gostava muito: um brechó.


- Ah, não! Eu não vou usar roupa de brechó!


- Marlene, as roupas são limpas antes de serem colocadas a venda, sabia? Seria a mesma coisa que uma loja normal, outras pessoas já experimentaram essas roupas. – e dizendo isso, me puxou para dentro da loja.


Tenho que admitir que a loja não era horrível. Era até fofinha, e aconchegante. No teto, um lustre lindo bem antigo, e havia banquinhos e cadeiras pela loja. E nas paredes, as araras com, acredite, roupas lindas. Inclusive os vestidos. E a loja também tinha máscaras!


Após no mínimo umas duas horas na loja, saímos de lá com os vestidos. Lily com um prata rodado, com o comprimento até os joelhos e sem alças, e a máscara delicada da mesma cor. E eu com um preto básico até os joelhos mais justo, com uma máscara da mesma cor também. Não estava muito animada para comprar algo colorido, um vestido preto cairia bem.


Quando Lily e eu chegamos em casa, tudo estava uma bagunça, e só faltavam algumas horas para a festa. A sorte é que estava tudo ocorrendo bem, em seus devidos lugares, por isso fomos logo nos arrumar.


A porta do quarto de James estava fechada, e agradeci a ele mentalmente por isso. A última coisa que eu precisava naquele momento, era ver ele e Lily brigando.


- Então... – disse enquanto arrumava o cabelo de Lily. – Como estão as coisas na escola?


- Tudo bem. Meio monótonas, depois que você foi embora. A bitch da Megan foi embora para os Estados Unidos, o pai dela foi trabalhar lá, e ela e a mãe foram junto. E com isso, “nasceu” uma nova bitch na escola: Jessica Stevens.


- “Bad Ass Jess”? Aquela que tinha o traseiro enorme? – Lily começou a rir. – Ah qual é! Ela tinha uma bunda do tamanho do Brasil! Mas eu sempre achei que ela fez implante.


- É, ela mesma. Aparentemente, ela se acha no direito de ser a nova rainha da escola. Mas... agora você pode roubar esse posto dela!


- Hm, eu acho que não Lily. Se eu fizer isso, você vem comigo.


- Okay, está combinado então! – e caímos na risada, enquanto continuávamos a conversar sobre tudo que não tínhamos nesses últimos dois anos.


Prendi o cabelo de Lily num rabo de cavalo, e as pontas do cabelo estavam enroladas. Os olhos estavam contornados por um delineador preto; e os lábios, assim como as maçãs do rosto, estavam rosados.


O meu cabelo, foi preso num coque, por uma presilha brilhante. Reclamei com Lily, dizendo que soltaria a qualquer momento durante a festa, mas ela me disse que isso não aconteceria, apenas se eu mesma o soltasse. A maquiagem estava leve. Muito mais do que eu costumava usar em festas. Os cílios realçados por um rímel preto, e os lábios, avermelhados.


- E aí, pronta? – Lily me perguntou colocando a máscara.


Coloquei a máscara e abri a porta:


- Let’s do this, babe. – disse numa voz de espiã (?). Saímos rindo e descemos as escadas em direção à festa.


 


N/B: OOOMG, QUERO MAIS! (?) HUIAHEOSAUHEOSAUHESAUEHAS
Anem Gaby, vou bater na sua cara e ver se faz toc-toc! (alguém pegou o trocadilho? Ham? Ham? q)
Que cara de pau de me dizer que esse capítulo ficou ruim! (?) HASUEHASEUHASIEUA
Ficou ÓTIMO e agora eu vou ficar doida até saber o que aconteceu nessa festa (y)
HAIUEASUHESAEHASEIUHSAEOIU
Anyway, acho melhor eu ir logo, porque se não os meus leitores vão me matar (?) to com vergonha deles até :/
Err.. tchaau, beeijones, tudo de bom pra todo mundo (?) \õ/
Te amo gaby :D *-*

N/A: (Ham, eu acho que não peguei o trocadilho, Mary. .-. Mas provavelmente é porque eu to com sono.)
Oi... desculpa pela demora e pelo capítulo horrível que foi esse. A Mary disse que não ficou, mas eu achei muito sem graça. Não foi o meu favorito até agora. E eu simplesmente adoro o ânimo da Mary quando ela beta os capítulos, me faz me sentir muito melhor! Obrigada Marizinha querida *-*
E também não sei se a música combinou e tals, porque minha internet tá um saco. Não funciona direito e aí, tenho que ficar usando o PC da minha irmã. Yeah.
Anyway, beijobeijo, também te amo Mary, e amo vocês, leitores que comentam! ;D

Ps: Alguém aí vai no show do McFLY? Eu vou eu vou eu vou! *----------* /hiperventilando/

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Comentários (1)

  • Lana Silva

    KKKKKKKKKK Amei o capitulo e olha que eu achava que o James conhecia bem a Lene acho que a Lily conhece muiiito mais!

    2011-12-11
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