O turbilhão



No outro dia, Harry se acordou nervoso por ter adormecido ali sem ninguém saber.
Logo saiu correndo em direção á sala da diretora. Subiu a escada em forma de caracol e entrou na sala de supetão.
Sentada na frente da diretora estava... Não ele não podia acreditar... Estava Hermione, Hermione Granger.
Ela estava tão bonita quanto antes, seus cabelos ondulados lhe caiam ao ombro, ela tinha crescido mais que Harry. Ele ficara envergonhado por isso.
Ela vestia uma calça jeans escura, uma blusinha rosa que lhe aumentava os seios e um casaco preto.
Hermione olhava atentamente para Minerva, até que a velha bruxa lhe fez um sinal com a sobrancelha. Hermione se virou e teve um susto daqueles.
O momento foi realmente emocionante, Harry e Hermione se abraçaram tão forte que por um momento Minerva pensou que Hermione tinha quebrado os braços de Harry.
Hermione queria saber de tudo, onde Harry estava vivendo, o que ele fazia, como estava, o que comia, o que vestia... Sem exceções.
Minerva percebeu que os dois tinham muita coisa para conversar e lhes ofereceu a sala enquanto ela ia até a sala comunal de cada casa para dar os devidos avisos daquele dia.


A sala parecia se encher cada vez mais de luz solar, luz que tocava a pele de Harry fazendo-o se sentir mais vivo. Em sua cabeça agora passava filmes muito rápidos, coisas que sua memória não foi capaz de deletar. Harry se sentiu com remorso e repulsa de si mesmo por ter deixado Hermione sem notícias por tanto tempo. Não imaginou que o reencontro com ela o faria se sentir tão culpado, e ao mesmo tempo tão feliz por ver que ela estava bem aparentemente, que estava bela, parecia feliz.

Hermione também teve seu momento de visualizar o flash contínuo que lhe passava pela cabeça, eram cenas em que ela e Harry sorriam algumas que brigavam, mas as que mais lhe doíam na ferida eram as cenas da guerra. Olhava maravilhada para Harry, por ver que ele teria se tornado um homem e tanto. Observou seu semblante que agora parecia lívido.

Ficaram ali se fitando por instantes intermináveis até que ela contou o silêncio. – Harry, que falta que você me fez.
- Oh Mi, não sabe o quanto me remoí por dentro por ter deixado vocês para trás, mas espero sinceramente que entendam, pois pode não parecer, mas, fiz por vocês que fiz aquilo. E tentando segurar a lágrima teimosa que lhe caia do olho esquerdo completou: - Vocês são o que eu tenho de melhor na vida, sem vocês eu não teria forças para batalhar contra Voldemort.
- Hei, hei, hei moçinho... Na verdade agora digamos que tenha se tornado um rapazinho. Isso tirou uma doce gargalhada de Harry. – Não preciso de desculpas, não pense que me deve isso, pois a maior desculpa que você poderia me dar você já me deu. Seu olhar disse tudo que eu precisava escutar. Não gaste palavras com isso. Agora sente-se e gaste palavras contando-me o que fizeste nesses seis longos anos de ausência.


Harry obedeceu à amiga, mas ainda tentava controlar as lágrimas.
- Não sabe como me sinto grato por sua compreensão. E com um sorriso lívido olhou bem fundo naqueles olhos castanhos que agora pareciam envolvidos por uma grande camada de lágrimas que caiam descarada mente pelo rosto rosado da mulher linda que tinha se tornado Hermione Granger.
- Oh Harry seu bobo, pare com isso ou vai me estragar a maquiagem, e com uma gargalhada linda e gostosa abraçou o amigo.
- Mi, minha vida em Manchester se resumia a nada. Uma vida monótona e sem graça. Tornei-me uma pessoa fria e solitária, e garanto que não ta sendo nada fácil admitir isso. – Gostaria de ter voltado, de ter mandado mais cartas, de ter vindo no natal em que vocês me convidaram. Juro que gostaria, mas fui covarde. Tive medo de não ser bem recebido, de me sentir culpado, de...

- Harry entenda uma coisa, você sempre foi parte de todos nós. Nada que você fizesse nos magoaria, pois saberíamos que você escolheu o melhor caminho á tomar apesar de termos perdido entes queridos. Se você tem medo dos Weasleys o culparem, comesse á descartar esta idéia, pois você ainda continua sendo o filho deles, e eles o amam imensamente, e compreendem que a culpa jamais foi sua sobre as mortes...

Isso fez Harry se sentir pior e ao mesmo tempo melhor. Pior por ter deixado sua família para trás, melhor por saber que eles nunca o culpariam pelas tragédias.

- Sabe Hermione, gostaria de visitá-los qualquer hora. Sempre desejei este momento.

E quando Hermione ia abrir a boca para falar algo a porta se abriu, era Minerva trazendo um pergaminho velho, sujo, que continha um cheiro horrível. Harry e Hermione contorceram seus rostos com o cheiro que o pergaminho continha. Porém permaneceram observando o que a velha bruxa faria. Ela percebeu a curiosidade dos dois e então disse: - Se podem me dar licença, tenho um assunto sério para tratar. - Mas não se preocupem, logo saberão.

Hermione e Harry não ousaram á discutir, eles sabiam que Minerva tinha certeza do que estava fazendo. Seguiram caminhando pelo corredor sem falar uma palavra até que Harry não se agüentou.
- Mi, e a Gi...?
- Eu temia por isso, disse ela entre risos descontraídos que eles trocaram.
- Bem, ela está bem Harry. Continua teimosa e petulante quando quer, mas é o jeitão dela que te conquistou não é? E com isso deu um beliscão de leve nas costas do amigo. Ele sorriu e retribuiu o beliscão.




Enquanto isso Alvo ainda estava no hospital, naqueles aparelhos trouxas que deixavam Gina confusa, sem saber muito bem no que consistiam.
Gina perdera 3 quilos desde a entrada de Alvo no hospital. Ela não sabia mais o que era se alimentar certo, ter uma vida regular. Fazia dois dias que não via Lílian, pois esta estava na Toca sobre os cuidado de Molly. Gina não queria que a menina ficasse no hospital por muito tempo, aquilo era cruel para a pobre menina. Ver o seu irmão gêmeo semimorto em uma cama com uns fios estranhos.

Rony ia todo dia ao hospital para ver a irmã. Hermione também, mas agora fazia dois dias também que não vinha visitá-lo, pois estava em Hogwarts tratando de “assuntos” que Gina não sabia e nem podia imaginar.

Ela estava de licença para cuidar de Alvo, mas se sentia culpada por deixar os alunos sem eira nem beira.

Faltavam dois dias para a cirurgia de Alvo e agora o desespero tomara conta de Gina, pois não tinha ainda nem a metade do dinheiro que precisava e não tinha tempo para perder. Sua última esperança era Minerva. Ela sim entenderia e talvez pudesse ajudar Gina.
E sendo assim pegou um pergaminho velho que tinha em sua bolsa e uma pena e escreveu.


Querida Minerva venho em meio dessa carta pedir-lhe uma ajuda, estou desesperada, Alvo não melhora e precisa fazer uma cirurgia urgente. Tenho apenas a metade do dinheiro e não posso perder tempo. Se a Sra. pudesse me ajudar ficaria grata.




Atenciosamente Ginevra Weasley.




Minerva lia e relia aquele pedaço de pergaminho velho, e pensava em um modo perspicaz para ajudar á pobre moça.


Harry estava ansioso, pois hoje seria sua primeira aula. Estava em seu quarto acompanhado do amigo Neville.
- Hei Harry, nervoso?
- Bastante, mas acho que já passei por coisas piores.
Neville sorrindo disse: - Tenho certeza que sim amigo. Bom vim aqui só para lhe desejar boa sorte! – Tenho aula agora.
- Certo Neville, boa aula.


Harry pegava suas coisas e descia até a masmorra com o coração na boca. Pensava: Você que já enfrentou o Lord das Trevas tem medo de se apresentar para alguns adolescentes? – Ora francamente, agora falava em tom de sussurro.
Harry hesitou por um instante antes de entrar na porta, mas teve de fazê-lo.
Todos que conversavam agora olhavam espantados para ele, e isso o deixou ainda mais frustrado.
- Er- Bom dia! Sou seu novo professor de defesa contra artes das trevas meu nome é Harry Potter.
- Bom dia Harry disseram em uníssono.
Isso o deixou um pouco mais tranqüilo, mas não totalmente.
A aula correu em perfeita harmonia, mais ainda do que Harry esperava. Porém algo o inquietava. Estava sentindo fortes dores no peito. Uma coisa que deixou Harry apavorado, mas não ao ponto de parar a aula para ir até a enfermaria visitar a substituta de madame Pomfrey. O nome da mulher era Teresa, Harry a tinha visto no dia que chegou, mas nem imaginava que precisaria dela em breve. Não fazia nem dois dias que Harry tinha chegado á Hogwarts e já precisaria de enfermagem.
Chegando ao quarto foi direto ao banheiro, pois precisava lavar o rosto que estava suado como se estivesse saído de perto do fogo.
Neste momento um pensamento aflorava na cabeça de Harry: Gina! Ele se lembrou de suas mãos macias tocando o seu rosto, lhe beijando com ardor. Aquilo doía mais do que a dor muscular que sentia. Aquilo com certeza torturava mais do que qualquer maldição imperdoável.
Logo as lágrimas se misturaram com gotículas de água no rosto daquele homem amargurado por suas próprias decisões.




Já fazia uma hora que Alvo estava na sala de cirurgia e Gina andava para lá e para cá. Hermione, Rony e o resto dos Weasleys juntamente com Minerva estavam sentados nos bancos do Hosptal.
Gina começou a se sentir mal e percebeu que precisava de água. Saiu em disparada até o banheiro para lavar o rosto, e mesmo antes de chegar ao banheiro já chorava como uma criança indefesa. Trancou a porta e se sentou no chão para chorar, sentia que ali estaria mais segura intimamente. Pensava em Harry, pensava no que ele estaria fazendo no exato momento em que o filho que ele desconhecia estava sendo operado. Pensava em Molly que estava se esvaindo em choros em casa cuidando de Lily. Pensou em Minerva que á ajudou desde sempre e agora mais uma vez. Enquanto seus pensamentos lhe torturavam ela viu que alguém batia a porta. Era Hermione.
Ela sem forças se levantou apoiando-se no vaso para abrir a porta. Eram aqueles banheiros enormes com repartições bem á moda trouxas. No mesmo instante que se levantou para destrancar caiu no chão como uma fruta madura. Gina estava em estado deplorável. Faziam dois dias que ela não dormia e não se alimentava direito, não se importava mais com nada, Hermione teve uma fisgada no coração ao ver a cunhada e amiga naquele estado. Juntou todas suas forças e levantou Gina tirando á daquele banheiro esquisito.
Gina parecia uma pluma de tão magra que estava. Hermione conseguiu arrastar a amiga até a pia e a fez lavar o rosto.
- Gina você não pode se entregar dessa forma amiga! Não pode!
- Eu. Eu não tenho forças para continuar Mi, não tenho. Estou me perdendo por completo.
- Minha amiga, você precisa ser forte. Alvo sairá dessa e precisará de você, assim como Harry.
Aquilo deixou um silêncio no ar e Hermione se repreendia em pensamentos por ter falado o que não devia em momento importuno.
Gina ficou confusa e sem reação, até que se deu conta e simplesmente desabou em choro, o que surpreendeu Hermione, pois essa não era uma reação da Gina que ela conhecia.
- O que você quis dizer com isso Hermione?
- Bem querida, eu quis dizer que se algum dia você resolver contar á Harry sobre eles...
- Acho que preciso dele.
Isso deixou Hermione boquiaberta. Perplexa. Não acreditava que a amiga tivesse dito aquilo, não podia crer. Em seis anos Gina se mostrou indiferente a Harry e agora necessitava dele.



Harry enxugou o rosto na toalha áspera até que aquilo se tornou insuportável. Harry saiu se arrastando até a porta onde conseguiu gritar por ajuda. Logo Neville veio acudir o amigo que caia pelo chão. Harry foi levado até a enfermaria da escola por Neville.
Chegando há enfermaria lá se encontrava o Doutor do St. Mungus e a Sra. Teresa.
Prontamente atenderam Harry, lhe deram uma poção para sono profundo e saíram para uma sala reservada para conversar.
Após meia hora sem notícias Neville bateu a porta.
A sra. de meia idade disse:- Entre professor, já estávamos indo ao seu encontro.
- E então...?
- Bem senhor Neville, analisamos o caso e só temos a dizer que senhor Potter sofre de coração, uma doença trouxa, mas que é comum no mundo bruxo. Porém não temos recursos para tratar isto aqui então teremos que transferi-lo urgente para um hospital trouxa ou caso contrário Sr. Potter terá uma semana de vida.
Aquilo deixou Neville em choque por alguns instantes até que conseguiu raciocinar.
- E então o que estão esperando? Levem-no daqui agora!
Nem Neville se reconheceu falando daquela maneia com a mulher.
Sim professor, levaremos o professor Harry hoje mesmo.




Gina parecia intacta, parecia imóvel com o que ela própria pronunciara. Por um momento tentou se arrepender, mas não consegiu.
- Gi, você está pensando em mudar de idéia em relação há Harry?
- Não sei, não consigo pensar... Eu preciso de força, e ele ta fazendo falta nesse momento.
- Entendo. Acho que deveria saber...
- Sim?
Aquilo fez Hermione suspirar, quando se decidiu a falar a porta se abriu.
Era Minerva. – Gina querida, o doutor.
Nem terminou a frase e Gina já se encontrava na sala de espera junto com os outros.
- E então?
Bem, seu filho, Alvo...
- FALE, esbravejou Gina.
- Ele está em recuperação, e acreditamos que a cirurgia foi um sucesso.
Gina não se continha. Ficou com as pernas bambas e se largou no chão para chorar, mas agora era de alegria. Alegria que invadia todos, até que uma coruja cor de chumbo apareceu largando um pergaminho na cabeça de Minerva.

Aquilo não chamou a atenção de ninguém até então.
A velha bruxa abriu curiosa pensando no que poderia consistir.

Senhora Macgonagall venho em forma dessa carta lhe informar que o Senhor Harry Potter teve um ataque do coração e será transferido para esse hospital onde vossa senhoria se encontra.
Ele precisa ser operado imediatamente caso contrário não terá uma semana de vida.

Atenciosamente Teresa.



Minerva não podia acreditar! E inconscientemente deu um grito: - Não!
O que fez todos voltarem à atenção para ela com curiosidade no olhar.

- Que foi Professora? Disse Hermione em um som de vez cuidadoso.

Escutem: E releu a carta em alto e bom som.


O coração de Gina pareceu se esfarelar. E ela caiu como uma pedra no chão.







Desculpem a demora mais minha fonte queimou e eu tive que mandar o computador para o conserto, mas ainda bem que consegui postar dentro do prazo. Caso contrário eu ia ficar muito triste =)


Acompanhem e comentem...
Obrigado pela paciência!

Um beiijo!

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.