Resgate



N;A: Olá gente.

Primeiro, queria pedir desculpas pela demora em postar este capítulo. Não vou ficar aqui me justificando. Só espero que me desculpem.

Queria dizer também, que já comecei a escrever o livro, e estou alternando entre a fic e o livro, e não desisti nem irei desistir da fic.

Bom, é isso. Espero que gostem do Cap.



Pessoal, estou postando agora uma música que eu adoro. Talvez nem tenha muito a ver com o teor do cap, mas espero que gostem.










Resgate


Não conversaram muito enquanto aguardavam. Cada qual ficou em um canto, absorto em seus próprios pensamentos.

Harry encostou-se à porta do Box, observando o sol que mergulhava lentamente no poente, pensando mais uma vez em tudo que ouvira e no quão absurdo lhe parecia toda a história. E mesmo assim, no fundo de seu coração, ele sentia que era verdade. Há muito ele sentia algo de estranho nele, sabia que lhe faltava algo ou alguém. Talvez esta realmente fosse a resposta, o que lhe faltava era sua verdadeira vida. Talvez lhe faltasse Gina.


Rony, por sua vez, preferiu não pensar muito no que deveriam fazer ou como fazer. Toda sua atenção estava voltada para a possante máquina que repousava a sua frente. Aos poucos e discretamente, ele foi se aproximando e tocou-a. Depois a circundou e finalmente, criou coragem, abriu a porta e sentou-se no banco do motorista, absorvendo tudo que via com olhos maravilhados. Tocou o volante, alisou o couro do banco e reclinou-se, sua imaginação agindo rapidamente e levando-o a uma pista imaginária, onde ele corria velozmente, deixando todos os adversários para traz.



Hermione estava sentada sobre uma bancada, esfregando as mãos nervosamente. Assim como Harry, repassava toda a história que acabara de descobrir. Tentava racionalizar tudo, mas por mais que encontrasse explicações lógicas para a maioria dos fatos e quisesse acusar Harry de insanidade mental, sempre que chegava ao item “Basilisco”, não conseguia prosseguir. Não encontrava nenhuma explicação plausível, a não ser a de que ela também estava louca. E se havia uma coisa da qual ela tinha plena convicção, era de que ela não era louca. Além disso, havia Gina. Ela sequer conhecia a jovem, mas se esta realmente corria risco de vida, não poderia deixar de ajudar. Até cogitara em chamar a polícia, mas se Ridlle realmente conseguia alterar as lembranças das pessoas e implantar outras novas, isto significava que era extremamente poderoso. A polícia não acreditaria na versão deles, e provavelmente contariam a Ridlle que eles o acusavam. E isto seria condenar todos à morte. Teriam que fazer isso por conta própria. Resgatar Gina, reunir suas famílias e fugir do país. Não havia alternativa.



Quando finalmente a escuridão da noite dominou a cidade, Harry voltou para dentro da garagem.


- Está na hora. Vamos?



Voltaram para seu carro e, seguindo as instruções do Rony, foram até a clínica. Estacionaram a certa distância e observaram a movimentação. Era uma rua tranqüila e isolada, onde eventualmente passava alguém a pé, e quem passava de carro não reparava muito no que havia em volta.


- Como vamos entrar? – Perguntou Mione.
- Tem uma porta nos fundos, por onde entram com as macas. – Respondeu Rony.
- Mas não podemos ser vistos. Precisamos de alguma distração. – Disse Harry, pensativo – Rony, você pode ir até a recepção e arrumar uma confusão, insistindo para ver sua irmã. Enquanto isso, eu e Hermione entramos pela porta de trás e a resgatamos.
- Não acho uma boa idéia. Se perceberem que é um ardil, pegam o Rony e depois vão atrás da gente. – Argumentou Mione – Precisamos de algo que tire toda a atenção de cima da gente. Além disso, Rony é o único que conhece a clínica. Precisamos dele para indicar o caminho.
- Uau! Ela está certa, Harry. Sei exatamente onde fica o quarto da Gina. – Rony olhava para Mione, perplexo. Então sorriu sarcasticamente, e perguntou – Tem alguma idéia, garota?
- Para dizer a verdade, tenho sim, garoto. – Respondeu ela, saindo do carro e indo até um terreno em obras, ao lado, onde pegou uma barra de ferro de aproximadamente um metro de cumprimento e voltou para o carro – Vamos precisar de uma lanterna. E de uma chave de fenda. Harry, dê a volta no quarteirão com o carro e nos espere próximo à entrada dos fundos, daqui a pouco encontraremos você lá.
- Ei. Aonde você vai? – Perguntou Rony, sem entender nada do que vira – O que vai fazer?
- “Nós” vamos criar uma distração. – Informou ela, sem sequer virar a cabeça, continuando a andar em direção à entrada da clínica – Venha logo e traga a lanterna e a chave.


Harry buscou em sua caixa de ferramentas duas lanternas. Entregou uma a Rony, acompanhada da chave e este seguiu a jovem, ainda sem compreender nada. A outra lanterna, Harry depositou sobre o banco do passageiro. Entrou no carro, deu a partida e levou até a rua detrás, desceu e ficou aguardando. Mas não por muito tempo.



*****



Assim que o casal parou defronte ao prédio, Hermione sorriu. Como suspeitava, a construção era antiga. Ela sabia que a rede de distribuição de energia na cidade era subterrânea, mas contava com a idade do imóvel para facilitar um pouco as coisas. E mais, não havia segurança algum. Voltou-se novamente para a rua, a procura de uma caixa de passagem ou acesso, e logo encontrou. A pouco menos de vinte metros do local, na calçada, havia um alçapão de metal. Sorriu novamente e caminhou até lá, com Rony em seu encalço.


- Hei! – Chamou ele, mal humorado – Dá para me explicar qual é o plano genial?
- Claro! – Respondeu ela, fazendo pouco caso – Depois que você retirar esta tampa, eu explico tudinho.
- Eu não vou abrir isto. Aí fica o transformador de energia, o que é que você está pretendendo? Causar um curto-circuito em toda a vizinhança?


Hermione nem se deu o trabalho de responder. Apenas olhou para Rony, que ao perceber que adivinhara qual era a idéia, arregalou os olhos ainda mais.


- E então. Vai abrir ou não? É a sua irmã que estamos querendo resgatar, esqueceu?


O argumento convenceu Rony, que saiu imediatamente de seu torpor causado pela surpresa e se abaixou sobre a tampa. Com certo esforço, conseguiu retirar os parafusos que prendiam a tampa em sua base e a abriu, segurando a tampa apoiando uma das laterais na borda da abertura que surgiu. Mione acendeu a lanterna e iluminou o fosso, de onde vinha um zumbido baixo e continuo.


Lá embaixo, há aproximadamente três metros, havia um grupo de transformadores, trabalhando incessantemente. Estavam protegidos por uma cerca, mas em certo ponto, na parte superior, por onde entravam e saiam os cabos de alta tensão, na conexão, não havia proteção. Hermione posicionou-se exatamente sobre este local, olhou para Rony e disse.


- Quando eu mandar, você larga isso e sai correndo. Entendeu?

O ruivo não respondeu, mas balançou a cabeça em sinal de compreensão. Mione respirou fundo, concentrou-se e então, ao mesmo tempo em que soltava a barra, virou-se para correr e gritou.


- Corre!


Rony largou a tampa e saiu correndo atrás da jovem, esperando pelo som de impacto do metal contra o chão, mas não deu tempo. Antes que se afastassem muito, ribombou em seus ouvidos o som da explosão, e ambos foram jogados ao chão pelo impacto da onda de choque. Imediatamente, todo o quarteirão mergulhou na escuridão, e a única fonte luminosa que havia era o fogo que subia pelo fosso, como se este fosse a boca do inferno, projetando no céu suas chamas, cuspindo sua fumaça preta, fétida de óleo em combustão e acompanhada de mais explosões que aconteciam.


Rony ergueu a cabeça, que protegera com os braços no momento da explosão e olhou para trás, assustado. Depois olhou para Hermione, que permanecia com o rosto enfiado no chão. Levantou-se com urgência e foi até ela.


- Hermione! – Chamou, tocando em seu ombro – Você está bem? Está machucada?
- Eu estou bem. – Respondeu ela, levantando a cabeça e também olhando para trás – Só a minha cabeça que ainda está latejando.
- Eu também estou meio zonzo. Mas levante-se, precisamos sair daqui antes que alguém nos veja.


Com delicadeza e sem muito esforço, Rony ajudou-a a se levantar, e mesmo um tanto confusa ainda, Mione conseguiu notar a pegada forte e segura do rapaz. Afastou o pensamento imaturo que passou por sua cabeça e acompanhou-o, andando o mais calmamente possível em direção à esquina. Bem a tempo, pois exatamente no momento em que as pessoas começavam a surgir na calçada, procurando entender o que estava acontecendo, entraram na rua e avistaram Harry, que veio ao encontro dos dois, um misto de felicidade e curiosidade no rosto.



- Posso saber o que foi que vocês aprontaram?
- Digamos que as coisas estão pegando fogo lá na frente. – Respondeu Rony, sorrindo.
- Que tal pararmos de perder tempo? – Propôs Hermione, mal conseguindo esconder o nervosismo.
- Certo! – Anuiu Harry, abrindo a porta, que ele já arrombara – Vamos.


Com muito cuidado, o trio entrou pelo escuro corredor. Ao perceber que não havia ninguém, Harry acendeu a lanterna e virou-se para Rony.

- Tem certeza que sabe onde sua irmã está?
- Claro que sei. Estive aqui hoje mesmo e a acompanhei até o quarto. Sei muito bem onde é. Sigam-me.


Rony tomou a frente, acendendo sua lanterna. Andavam devagar, evitando ao máximo fazer barulho. Mas nem precisavam tomar tanto cuidado, pois dos quartos vinha uma grande algazarra, com pessoas gritando, rindo, chorando...

Quando estavam chegando a uma esquina do corredor, viram claridade vindo em sua direção. Imediatamente Rony apagou a lanterna e todos permaneceram parados, completamente quietos. Rapidamente o facho de luz aumentou, e então surgiu um homem alto, vestindo um uniforme de segurança, trazendo a lanterna em sua mão esquerda e um cassetete na direita. Iluminou a parede oposta onde eles estavam, mas foi o suficiente para perceber os vultos. Antes que os iluminasse por completo, bradou.


- Mas o que é que vocês estão fazendo aqui? Como saíram de seus quartos?

Reagindo rapidamente, Rony acendeu a lanterna apontando sua luz para o rosto do homem, que ficou momentaneamente cego. Harry deu um pulo em sua direção, atracando-se com ele, e Rony o seguiu. Os três se embolaram, as lanternas caíram no chão e rolaram. Com a pouca luz que restou, Rony conseguiu arrancar o cassetete da mão do segurança e desferiu um violento golpe em sua nuca. Com um gemido, o segurança desabou no chão, inconsciente.

- Ah que ótimo! – Bufou ele – Agora, além da acusação de vandalismo, invasão e tentativa de seqüestro, acabamos de adicionar tentativa de homicídio à nossa ficha.
- Na verdade, só seremos acusados de tentativa de seqüestro se nos pegarem antes de conseguirmos realizar o que pretendemos. – Disse Mione – O que provavelmente acontecerá se não encontrarmos Gina rapidamente.
- Ela tem razão. Vamos esconder o guarda e continuar. – Disse Harry, recuperando sua lanterna – Falta muito, Rony?
- Não. Mais duas alas, se não me engano.


Harry entregou a lanterna para Mione, e com a ajuda de Rony, carregou o segurança até um depósito que havia no corredor. Depois retomaram seu caminho.

Rony informou que o caminho mais curto para chegarem à ala onde Gina estava era atravessando a enfermaria. Por sorte esta estava vazia. Mas assim que fechou a porta, Mione que estava por último percebeu uma nova claridade, porém num tom avermelhado. Olhou para trás e mal teve tempo de empurrar seus companheiros no chão, gritando.


- Abaixem-se!

Um raio vermelho atravessou a porta, arrebentando-a.

- Mas que merda é esta agora? – Gritou Rony, assustado

Abaixados, com medo de novos ataques, os três se esconderam atrás dos móveis, espalhados pela enfermaria. Novamente a lanterna foi apagada, e temerosos, aguardaram. Logo perceberam que alguém chegara à porta, pois claridade vinha daquela direção. Porém não era luz de uma lanterna, disso todos tinham certeza. Era uma luz muito mais clara, mais nítida.

- Quem está aí? – Disse uma voz feminina – Ande, saia logo e não sofrerá punição alguma. Só quero que volte imediatamente para sua cela.


Obviamente ninguém respondeu e muito menos se mexeu. Escondida onde estava, Mione não deixou de perceber como ela havia se referido. Não havia usado “quarto” ou “aposento” e sim “cela”. O que significava que mesmo que estivessem enganados sobre tudo, aquele ainda era o pior lugar do mundo para alguém se tratar, pois lá não haviam pacientes e sim prisioneiros. Não haveria cura para ninguém naquele lugar.

A mulher na porta bufou impaciente, e disse.


- Escute bem, seu trouxa imprestável. Se eu tiver que entrar aí para lhe buscar, amanhã você vai ter uma bela cessão com meu irmão, o Dr. Carrow. Sabe o que isso significa? – E riu, maldosamente.


Enquanto a mulher falava, Harry revistava o local, tentando encontrar uma rota de fuga. Além da porta pela qual eles haviam entrado, a única saída era outra porta, no lado oposto da enfermaria. Mas não havia a mínima chance de chegarem lá sem serem vistos, e ele tinha certeza de que se algum daqueles raios vermelhos os atingisse, o estrago seria tão grande quanto o que fizera à porta. Olhou em volta, e percebeu que estava ao lado de um armário de medicamentos. Um detrito da porta o atingira, espatifando seus vidros. E em uma de suas prateleiras Harry viu um pequeno frasco, escrito “Clorofórmio”. Uma idéia louca, totalmente desesperada se formou em sua cabeça. Pegou um chumaço de gaze e depois chamou a atenção dos outros dois. Gesticulando, explicou qual era seu plano. Nenhum dos dois gostou da idéia, mas como estavam encurralados e completamente sem saída, concordaram. Ainda abaixados, ele e Rony seguiram, por trás dos móveis, até ficarem um em cada lado da porta. Então, Mione derrubou uma bandeja de metal, daquelas próprias para carregar instrumentos hospitalares no chão, do outro lado da enfermaria. O resultado foi exatamente o esperado.

Assim que Aleto Carrow entrou na enfermaria, julgando ter descoberto onde seu paciente fugitivo estava, Harry e Rony saltaram sobre ela. Rony abaixou a varinha e segurou sua mão, para que não a usasse, enquanto Harry a obrigava a respirar o clorofórmio. A mulher tentou reagir, fagulhas multicoloridas saindo da ponta de sua varinha, mas assim que aspirou fundo, largou a varinha e desabou nos braços dos rapazes.


- Cara, como é pesada! – Reclamou Rony, enquanto os dois a arrastavam.


Um novo som veio da porta. Os dois mal tiveram tempo de olhar sobre o ombro de Aleto e mais um raio vermelho veio em direção a eles. Não tinham como fugir, mal tiveram tempo para se encolherem atrás da mulher que arrastavam, quando o corpo inerte foi atingido e todos os três foram lançados longe. Um homem, também atarracado e portando uma varinha entrou pela porta, gritando.


- Minha irmã! O que vocês fizeram com ela, seus miseráveis?


Harry e Rony se arrastavam para trás dos móveis novamente. Harry batera a cabeça contra uma mesa e estava tonto, enquanto Rony cortara fundo o braço em algo pontiagudo. Estavam separados e sem condições de reagir e logo seriam pegos.


- É melhor que ela esteja bem, seus bastardos. Ou eu arrancarei seus fígados e farei sopa com eles. – Esbravejava Amico, entrando na enfermaria sob a luz de sua varinha.
- Se quer uma briga, por que não procura alguém que possa reagir? – Perguntou uma nova voz, feminina, vinda da porta.


Não era possível ver a reação de nenhum dos três, mas mesmo assim eles se entreolharam. Estavam surpresos, porém não mais do que Carrow, que se virou rapidamente, fitando a recém-chegada, urrando de raiva.


- Você? Maldita seja, o mestre vai me dar um belo prêmio quando eu entregar a sua cabeça para ele. – Disse o homem.
- Mas para isso, meu caro, você precisaria arrancá-la. E sinto dizer que adoro minha cabeça onde está. – Respondeu a jovem, em tom divertido, porém seus olhos mostravam concentração e frieza.
- “Rictusempra!” – Bradou Amico, e um raio púrpura brotou de sua varinha.
- “Protego!”- Respondeu a recém-chegada rapidamente, e o raio púrpura não a atingiu, dando a impressão de que desviava em um escudo invisível – Muito lento, Amico. Está ficando velho.
- Por falar em velho, como é que vocês estão se virando sem ele? Por onde andaram escondidos todo este tempo? Em algum esgoto? “Bombarda!”
- Não somos nós que temos ratos como amigos. – Respondeu ela, dando uma cambalhota no ar e escapando do novo ataque – Olha Amico, eu gostaria de ficar pondo a fofoca em dia, sei que deve ter muito podre do seu mestre para me contar, mas fica para outro dia, ok? Estou com um pouco de pressa hoje. “Estupefaça!”


O ataque foi certeiro, atingindo Amico no peito, que voou de costas e caiu desacordado no meio do pequeno corredor, bem ao lado de Mione, que segurou a boca para não gritar. Cientes de que a situação deles continuava extremamente delicada, o trio continuou calado. A jovem, que agora olhava para Aleto, caída no chão, quebrou o silêncio.


- E aí, galera. Beleza? – Silêncio. Ninguém respondeu então ela continuou – Ah! Qual é, ninguém vai dar um alô para a velha Tonks?


Harry não soube o que o fez se levantar. Se o tom cordial da moça, o fato dela ter acabado de salvar suas vidas eu até mesmo o desespero puro e simples. Mas ele o fez. Levantou-se e saiu detrás de sua barricada improvisada. Tonks olhou para ele sob a luz de sua varinha e não se conteve, correu e pulou em seu pescoço, abraçando-o apertado. Rony e Mione ao verem tal gesto, acabaram se levantando também, e logo receberam o mesmo.


- Como é bom ver vocês três juntos novamente. – Disse Tonks, com a voz embargada – Nem acreditei quando vi vocês se reunindo. Eu disse, disse a todos que era chegada a hora. Que era uma questão de tempo até vocês se lembrarem, bastava a gente ficar de olho e ter paciência. Uma hora isso tinha que acontecer.
- Desculpe... – Começou Harry, sem jeito de interromper o falatório da moça – Mas quem é você?


Foi o mesmo que jogar um balde de água gelada em alguém, como esvaziar um balão de ar. Tonks parou de falar e começou a murchar, toda a sua alegria escapando por seus poros.


- Como assim? Vocês não se lembram? Não se lembram de mim? De nada?
- Não! Não nos lembramos de nada. – Respondeu Rony pelo grupo, um tanto irritado, segurando o machucado no braço, que sangrava, com a outra mão – Viemos resgatar minha irmã e fugir. Se puder nos ajudar, ótimo. Senão, deixe-nos em paz.
- O que tem Gina? – Questionou a bruxa.
- Será assassinada pela manhã. – Disse Harry – Por ordem de meu tio.
- Certo! – Anuiu Tonks, já tomando o caminho na dianteira do grupo – Vamos tirá-la daqui e encontrar um lugar seguro, depois conversaremos. Mas primeiro... – Ela pegou o braço ferido de Rony, apontou a varinha e murmurou um feitiço.
- Hei! – Ele tentou se livrar, mas parou ao ver que o ferimento parava de sangrar e fechava, restando apenas uma fina linha avermelhada.
- Uma das primeiras coisas que precisam relembrar, é que nem toda magia é maligna. – Disse ela, saindo pelo corredor - Na verdade, a magia só deve ser usada para o bem, para ajudar as pessoas. - Colocou a varinha na palma da mão aberta e murmurou – Onde está Gina? “Oriente-me!”


A varinha girou como uma bússola em sua mão e apontou para o lado esquerdo do corredor. Harry e Mione olharam para um Rony boquiaberto, que apenas balançou a cabeça, indicando que o caminho era mesmo aquele. Passaram por algumas portas, até que a varinha deu uma guinada de noventa graus e ficou apontando para uma delas.


- É esta mesma. – Confirmou Rony.
- Claro que é. – Anuiu Tonks, segurando a varinha e apontando para a porta – “Alorromora!”

A porta escancarou-se imediatamente. Sob a luz da varinha, vislumbraram um pequeno quarto, com uma cama encostada na parede oposta, uma pequena mesa com uma cadeira, que servia tanto para refeições quanto como escrivaninha, que era iluminada pela luz da lua através de uma pequena clarabóia no alto. Viram que havia uma figura escondida em um canto, com as mãos cobrindo a cabeça.


- Gina? – Chamou Rony, perplexo.
- Por favor, parem! – Gemeu a voz, entre soluços – Acabem logo com isso, eu não agüento mais.
- Gina, sou eu. Rony! – Insistiu ele, aproximando-se dela, mas Gina tentou recuar ainda mais. Era como se quisesse se enfiar dentro da parede para se proteger.
- Não, não é. Nada disto é real. Vocês estão querendo que eu acredite que estou louca, mas não estou. Sei que tudo isso é uma farsa, são memórias plantadas na nossa cabeça. Agora me mate de uma vez e pare com essa tortura. – Respondeu a ruiva com raiva, mas sem levantar a cabeça.
- Gina, nós viemos buscar você. – Disse Harry, tomando a frente e ajoelhando-se ao lado da garota – Acreditamos em você. Sabemos que tem razão.
- Harry? – Assustou-se ela, finalmente erguendo o olhar e fitando os olhos verdes e profundos a sua frente – É você mesmo? Não estou delirando? Não é um truque? Você se lembra?
- Não é truque algum. – Sorriu o moreno, e então Gina teve certeza de que não estava delirando – Você não está delirando, estamos mesmo aqui. Mas ainda não me lembro de nada e isso também não importa agora. Venha, precisamos sair daqui agora.


Harry se levantou e estendeu a mão para ela, que a pegou e tentou se levantar, mas perdeu o equilíbrio, e se não fosse por Harry, Gina teria caído no chão.

- Acho que não agüento ficar em pé. – Justificou ela, visivelmente tonta.
- Ela foi torturada. – Informou Tonks – Usaram uma maldição imperdoável nela, não vai agüentar andar.
- Nem vai precisar. – Disse Harry com convicção, abaixando-se levemente, jogando um dos braços da jovem sobre seu pescoço e erguendo-a no colo – Segure-se, está bem? – Pediu ele, docemente.


Gina não respondeu. Apenas deitou a cabeça no ombro do rapaz e relaxou. Sentir o perfume dele lhe trouxe tanta segurança, que imediatamente ela adormeceu. Rony fez uma careta, deixando claro não estar gostando de ver sua irmã tão à vontade no colo de Harry, mas não disse nada.


- Agora vem a parte mais difícil. – Disse Hermione, dirigindo-se para a porta – Sair.
- Podem deixar isso comigo. – Sorriu Tonks, pegando a bandeja da janta que ainda estava em cima da mesa. Tocou-a com sua varinha e pronunciou – “Porthus!”


A bandeja brilhou por um momento e então voltou ao normal. O trio se entreolhou, esperando que algo surpreendente acontecesse, mas não houve nada. Então olharam para Tonks, que sorriu e lhes estendeu a bandeja.


- Segurem firme e preparem-se. – Eles tocaram, um tanto indecisos, e ela insistiu – Não soltem, senão não sei onde podem parar.


Assustados com esta informação, agarraram fortemente a bandeja, e Harry segurou Gina com mais força. Então, sentiram como se levassem um soco na região do abdômen. Fecharam os olhos, com uma forte ânsia de vômito. Mas passou rapidamente, e quando abriram, não estavam mais na clínica. Estavam em uma praça, no centro de Londres.


- Mas o que... Como... Onde... – Murmurou Mione, sem conseguir acreditar no que via.
- Vocês já estiveram aqui, só não se lembram. Mas existem feitiços extremamente poderosos, mais fortes até do que este que mudou a memória de vocês. Por isto é que podem ver a casa. – Disse Tonks, aproximando-se da porta.
- Alguém entendeu alguma coisa do que ela disse? – Perguntou Rony, no que os outros menearam negativamente a cabeça – Ainda bem, pensei que era só eu estava emburrecendo.


Tonks riu, virou-se para eles e explicou.


- Olha, tem muita coisa que vocês não se lembram. Uma delas, é que já estiveram nesta casa, várias e várias vezes. Passaram semanas aqui, alguns anos atrás. Mas a casa se lembra de vocês, por isso conseguem vê-la. Pode não parecer, mas esta casa é invisível para a maioria das pessoas. Nem os vizinhos conseguem enxergá-la.
- Isto é um absurdo! – Manifestou-se Mione – Como podem esconder uma casa inteira?
- Com magia, Hermione. Com magia. – Respondeu a bruxa, abrindo ainda mais seu sorriso. E, para espanto dos três, seus cabelos também mudaram de cor. Até então estava preto, mas agora assumia um tom cor - de - rosa. Com a maior naturalidade ela continuou – Observem aquele pedestre! Mas apenas observem, não façam som algum nem se mexam.


Vindo pela calçada havia um homem, de uns trinta anos, caminhando tranquilamente. Trazia um pequeno cachorro, um Poodle Toy numa coleira. Quando chegou em frente à casa onde estavam, o cãozinho parou e começou a latir para o grupo. Todos seguraram a respiração, menos Tonks, que começou a fazer caretas para irritar o animal. O Homem, que lia um jornal, estacou e olhou para onde o animal latia. Em seguida, começou a puxá-lo pela coleira, contrariado, dizendo coisas do tipo – “Cachorro Burro.” e “Deve estar ficando louco, latindo para o nada assim.” Então passou por eles sem sequer notá-los.


- Viram? Não pode nos ver, pois estamos dentro da propriedade, dentro do perímetro de alcance do feitiço de ocultação. – Disse Tonks.
- Mas o cachorro nos viu, não foi? – Questionou Mione, ainda atônita.
- Sim, os animais são mais sensitivos do que os humanos. - Anuiu a jovem, com seus cabelos mudando de cor para um verde berrante agora.
- Fascinante! – Balbuciou Hermione.
- Vamos? – Convidou Tonks, vendo que Harry já não agüentava mais carregar Gina no colo.





Adiantou-se e tocou a varinha na maçaneta. A porta fez uma série de sons de fechaduras e trancas se abrindo e então se moveu levemente, permitindo a passagem. Antes de dar passagem aos jovens, Tonks ainda disse.


- Não façam barulho no corredor de entrada. Sigam até o final e me esperem.


Obedeceram, entrando cuidadosamente. Rony, que foi o primeiro, soltou um gemido baixo ao olhar em volta. A casa era extremamente lúgubre, escura e fedia a mofo. Seguiu pelo corredor, onde quadros antigos eram cobertos por lençóis velhos e puídos. Quando chegou ao final, teve vontade de voltar correndo. Na escada, que levava ao andar superior, “enfeitando” o corrimão, dezenas de cabeças de criaturas que eles nunca haviam visto na vida. Hermione quando as viu, teve que enfiar a mão com força na boca para sufocar um grito de pavor. Estava virando-se para perguntar a Tonks que loucura era aquela, quando uma voz, vinda de uma sala ao lado, chamou-lhes a atenção.


- Crianças! – Todos se viraram para a direção de onde viera o som, e encontraram um homem de meia idade, com os cabelos assumindo um tom prateado. Trazia uma criança no colo, um menino de poucos meses – É muito bom vê-los novamente.
- Eles não se lembram, Remo. – Tonks passou rapidamente por todos, tirando o bebê do colo do homem – Oi, meu amor. A mamãe demorou hoje, não foi, Teddy?

A criança estendeu os bracinhos para a mãe e começou a chorar. Seus cabelos, até então castanhos, imediatamente assumiram um tom vermelho, enquanto seu lábio superior inchava e praticamente dobrava de tamanho.


- Hei, rapaz. Não vá começar a fazer manha só por que sua mãe chegou, está bem? – Disse Remo, rindo.
- Vou colocá-lo para dormir. Já volto, pessoal. – E Tonks saiu da sala com seu filho, fazendo caretas para distraí-lo. Imediatamente os cabelos passaram para um azul berrante e o menino começou a gargalhar.


Enquanto subia as escadas, cruzou com mais duas pessoas que desciam. Duas mulheres, que chegaram antes mesmo que qualquer palavra fosse trocada entre os presentes.


- Por Merlin, vocês estão bem? O que aconteceu com a Srta Weasley? – Perguntou a mais velha, que tinha um chapéu cônico na cabeça e trajava um vestido verde-musgo.
- Tonks disse que ela foi torturada com algum tipo de maldição. – Apressou-se em responder Rony, preocupado com a irmã.
- Claro! Malditos Comensais. Torturando uma criança indefesa. – Vociferou a mulher em resposta, virou-se para a outra e disse – Papoula, por favor. Leve-a para um dos quartos e cuide dela.
- Certamente, Minerva. Amanhã ela estará bem melhor. – E com um floreio da varinha, Papoula fez surgir uma maca flutuando no ar – Coloque-a aí, Sr. Potter.


Harry não se fez de rogado. Mal estava conseguindo manter-se em pé, então depositou gentilmente Gina na maca. Teve um pouco de trabalho para soltar os braços, presos em sua nuca, mas conseguiu. Então, a mulher deixou o aposento, levando a maca pelo ar e subiu as escadas.


- Ora, ora, ora. Sr Potter! Sr Weasley! Srta Granger! – Começou Minerva, olhando para os três por sobre seus óculos quadrados – É muito bom vê-los novamente.
- Olha, nós estamos felizes por vocês e tudo, mas é como a garota do cabelo esquisito disse. Não nos lembramos de nada. Nem de vocês, nem mesmo um do outro. – Disse Rony, ainda seguindo Gina com o olhar – O que ela vai fazer com a Gina? Para onde vai levá-la?
- Tenha calma, Rony. Mme Pomfrey é enfermeira, vai cuidar de Gina. – Respondeu Remo – Quer dizer que vocês não se lembram de nada? E mesmo assim acabaram se encontrando? Bom! Muito bom mesmo.
- Olha Sr Remo, será que alguém pode nos explicar o que está acontecendo? Estamos tremendamente confusos. – Disse Harry, enquanto Tonks voltava para a sala – Quem são vocês? Quem somos nós? Por que meu tio queria matar Gina?


O silêncio perdurou no ambiente por alguns momentos, até que Lupin disse.


- Quem é você, Harry? Você é um bruxo. Todos vocês são. Todos nós somos. Bruxos.
- Quê? – Assustou-se Harry – Não, eu não posso ser um bruxo. Bruxos não existem.
- Claro que existem, Harry. Você sabe disso, mas não quer admitir. E você tem o potencial para ser um dos maiores de todos os tempos. Tal qual Merlim ou Dumbledore.
- Isso é ridículo. Eu não sou uma bruxa. Vou ser dentista. – Mione tinha a voz fina e nervosa.
- Quem é Dumbledore? – Perguntou Ron y.
- Bom, Hermione, você não é uma simples bruxa, com certeza. É uma das bruxas mais inteligentes que eu já conheci. Foi a única que descobriu, ainda aos treze anos, que eu era um Lobisomem. – Remo deu a notícia com um belo sorriso no rosto cansado e marcado pelo tempo, divertindo-se com a cara dos três.
- Claro, agora só falta a senhora nos dizer que também muda de forma. – Rebateu Rony, com sarcasmo, olhando para Minerva.
- Na verdade me transformo em uma gata, Sr Weasley. Mas isto não vem ao caso neste momento. O importante é entendermos o que houve. – Respondeu ela.
- Minerva tem razão. Sentem-se crianças, e contem-nos o que aconteceu.


O trio obedeceu, e Harry contou tudo que ocorrera nas últimas horas, uma vez mais. Porém agora era auxiliado com intervenções de Rony ou Hermione, finalizando a narrativa no momento em que haviam sido resgatados por Tonks. Esta então resolveu que também lhes devia alguma explicação, então tomou a palavra, enquanto Remo começava a andar pela sala, pensativo.


- Há mais de um ano que estamos escondidos aqui, aguardando. Temos alguns poucos membros restantes, e tentamos vigiar os passos de Ridle, descobrir o que ele planeja. E vigiamos vocês, é claro.
- Quem são vocês? Quero dizer... Já entendemos que são bruxos, mas por que não foram afetados como nós? Por que resistem a este tal Tom Ridlle? – Perguntou Hermione.
- Nós somos o que sobrou de uma antiga sociedade secreta, tão secreta que mesmo a maioria dos bruxos desconhecia a existência. Esta sociedade foi criada justamente para combater a ascensão das trevas e combater Tom Ridlle. – Explicou Minerva.
- Uma sociedade fundada pelo antigo diretor de Hogwarts, Alvo Dumbledore. E da qual seus pais faziam parte, Harry. Assim como seu padrinho, Sirius Black. – Emendou Remo.
- Meus pais? Padrinho? Você os conheceu? De verdade? – Inquiriu Harry.


Em resposta, Remo fez um gesto com sua varinha, e um pequeno álbum de fotografias surgiu em sua mão e ele o entregou a Harry. Este o abriu, e logo na primeira página havia a foto de um jovem casal com uma criança no colo. O rapaz era praticamente igual a Harry, não havia a menor sombra de dúvidas que era seu pai. Já sua mãe era ruiva, de cabelos longos e esvoaçantes. Harry engoliu em seco, tentando segurar o bolo que lhe subia pela garganta. O mais fantástico de tudo era que as pessoas retratadas se mexiam. Ele olhou para o sorriso de sua mãe e sentiu todo o amor que ele transmitia. Rony e Mione estavam a seu lado, e quando ele começou a folhear o álbum, seus olhos arregalaram-se. Nas páginas seguintes estavam os três, em várias fotos, sorrindo abraçados e abanando as mãos. E várias outras pessoas, usando uniformes estranhos ou roupas igualmente estranhas, inclusive uma com toda a família Weasley. E Harry não pode deixar de notar uma grande semelhança entre a jovem ruiva, tímida e retraída na foto em meio aos irmãos e sua mãe.


- Fascinante! – Mione disse finalmente, indicando as fotos.
- É apenas um feitiço. – Disse Tonks.
- Mas é muito maneiro. – Rony ainda observava a ele mesmo, na foto, olhando de soslaio para Hermione, que parecia não notá-lo.
- Crianças, depois podemos conversar mais sobre tudo. – Disse Remo, chamando a atenção de volta – Agora precisamos decidir o que fazer.
- Vamos fugir, é óbvio. – Rony foi taxativo – Vamos reunir nossas famílias e dar o fora daqui.
- Não creio que seja tão simples, Sr Weasley. – Rebateu Minerva – Ridlle tem homens espalhados por toda a Inglaterra, que sabem quem são vocês. Sua família, ao contrário, não faz idéia de quem é amigo ou inimigo. Seriam chacinados sem dó nem piedade.
- O que fazemos então? – Perguntou Mione, voltando a ficar aflita – Se ficarmos, saberão que resgatamos Gina e virão atrás de nós.
- Isso. E não temos a menor condição de lutar. – Arrematou Rony.
- Corrijam-me se estiver enganado; - Pediu Remo – Vocês tomaram todo o cuidado para que não fossem vistos juntos. Estou correto?
- Sim. Evitei que os homens de meu... Tio... Vissem-nos. – Concordou Harry.
- E ninguém os reconheceu durante o resgate, não é? – Continuou ele.
- Acho que não. Estava tudo escuro. – Adiantou-se Mione.
- Ótimo! E os Carrows pensam que Gina foi resgatada por nós, já que viram Tonks. Isto significa que até agora, ninguém sabe que vocês descobriram tudo. Ou que já tomaram alguma atitude. – Finalizou Lupin.
- Mas vão saber assim que acharem meu carro na rua, atrás da clínica. – Apontou Harry.
- Ninguém encontrará seu carro, Harry. Dei um jeito nele. – Sorriu Tonks – Achei que não ia mesmo precisar dele para sair, então fiz desaparecer.
- Perfeito, Ninphadora. – Cumprimentou Minerva, que recebeu um olhar azedo da outra ao ouvir seu nome - Isto significa que as famílias de vocês estão seguras.
- Exato! Temos que aproveitar isto a nosso favor. – Remo deu um soco na palma de sua mão, então se virou para o trio e continuou – Crianças, tenho uma proposta para vocês. Precisamos de mais tempo para decidir o que fazer. Pelo menos até amanhã, quando reuniremos os membros que faltam da Ordem para discutirmos nossas próximas ações.
- E? – Rony sabia que não ia gostar do que viria a seguir.
- Quero que voltem para casa esta noite. E voltem amanhã, para decidirmos, todos juntos. – Disse Lupin.
- Como é? Fingirmos que não aconteceu nada hoje? – Estranhou Rony – Fingir que não tencionavam matar Gina? E quanto a ela? Não podemos levá-la de volta para aquele lugar.
- Claro que não, Sr Weasley. Ginevra Weasley ficará aqui conosco. – Garantiu Minerva.
- E nós garantimos que estaremos de prontidão, caso precisem. – Emendou Tonks.
- O único problema... É Ridlle. – Apontou Remo, olhando para Harry, para ver qual seria sua reação – Ele pode ler mentes, Harry. Poderá ver na sua onde esteve. Não podemos correr este risco.
- Tem alguma sugestão? – Perguntou o rapaz.
- Para dizer a verdade, tenho. Posso usar um feitiço para confundi-lo, embaralhar seus pensamentos, ou pelo menos parte deles. Assim nada fará sentido em sua mente caso ele vasculhe.
- Mas isto não é perigoso? – Perguntou Mione.
- Um pouco. Mas sou muito bom em feitiços desta natureza. E posso colocar um dispositivo de proteção, que anulará o feitiço pela manhã. Só não sei como justificar seu estado de confusão hoje. – Explicou o bruxo.
- Mas eu sei. Vocês têm alguma bebida aí?
- Bebida trouxa? Não, mas posso conseguir. – Observou Tonks, retirando-se da sala.
- Isto não é hora de beber, Harry. – Ralhou Mione, chocada.
- Será muito mais fácil de enganá-lo se pensar que estou bêbado. – E Harry piscou um olho, satisfeito.


Passado algum tempo, Tonks retornou com uma garrafa de uísque, que Harry abriu. Repetiu o mesmo gesto que fizera ainda naquela mesma manhã, molhando a roupa com a bebida, passando no pescoço e molhando a boca. Depois Remo passou mais algumas instruções aos três, entregou-lhes pequenos objetos, transformados em chaves- de portal, programadas para transportá-los de volta no dia seguinte e então azarou Harry, que tombou no sofá, praticamente fora de si.


Pouco depois, Rony surgia no meio de seu quarto. Fez questão de sair até o quintal e andar um pouco, fingindo estar ocupado com algo. De longe, seu guarda o vigiava.

Hermione surgiu dentro da biblioteca, já fechada. Abriu a porta e saiu, desculpando-se sobremaneira com a responsável, uma mulher rabugenta e enrugada. Ganhou a rua e seguiu para casa, acompanhada de longe por Rabicho, que suava feito um porco, pois pensara que perdera sua presa. Na biblioteca, assim que a porta se fechou, Tonks reassumiu sua forma e desapareceu.


Harry surgiu em frente de casa. Estacionou o carro de qualquer jeito, e quando saiu, escorregou e caiu. Remo então suspendeu a Maldição Impérios que usara para controlá-lo até então e fugiu. A porta foi aberta, e Helga e Ridlle surgiram. O homem fez uma careta de desprezo, sacou sua varinha e levitou o corpo desmaiado do rapaz, levando-o até seu quarto e depositando-o sem maiores gentilezas sobre a cama. Ainda tentou ver o que acontecera, mas a mente de Harry estava tão confusa e o cheiro da bebida tão forte em suas narinas, que logo desistiu. Não valia sequer o esforço. Estava começando a ficar cansado do garoto, logo se livraria dele.


N:A: Gente, muita atenção numa coisa. O lance de causar um curto-circuito, principalmente numa rede subterrânea, não é tão simples e muito menos seguro. Essas cabines de energia são muito mais protegidas e seguras do que o descrito, principalmente na europa. Por favor, que ninguém ache a idéia legal ou pense em algo semelhante, os riscos que envolvem energia elétrica, principalmente em alta tensão, e os resultados de uma queimadura deste tipo não são nada bonitos.


Queria agradecer a todos que comentaram e saudar os novos leitores. Vou fazer o possível para não demorar tanto a postar o próximo.

Beijos e abraços e ató o próximo capítulo.

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