Quem sou eu?



Capítulo 04 – Quem sou eu?



Quando acordou, Harry ainda estava um tanto confuso. Mas lembrava-se perfeitamente do porque deste estado de confusão. Já era tarde, então ele pulou da cama e correu até o banheiro, onde tomou um banho gelado, para ajudá-lo a clarear mais as idéias e despertá-lo completamente. Em seguida, vestiu-se e desceu para tomar café.

A sala de jantar estava vazia, o que significava que seu “tio” já havia saído. O que era perfeito. A mesa ainda estava posta, então ele começou a se servir, comendo rapidamente. Então sentiu um movimento às suas costas e se virou. Helga estava parada na porta, olhando para ele. O rapaz engoliu em seco, sorriu para a mulher e virou-se, voltando a comer rapidamente. Precisava sair dali urgentemente.

Assim que terminou, voltou a seu quarto e terminou de se arrumar. A primeira coisa que colocou no bolso foi o celular e o clip de papel, que Remo havia lhe entregue na noite passada. Ele não entendera muito bem o porquê daquele clip, mas resolveu não questionar. O importante era não esquecer as instruções. Assim que estivesse em segurança, usaria o telefone para contatar Tonks e esta acionaria algo chamado Chave de Portal, que nada mais era do que o clip e isto o transportaria para a casa onde estavam escondidos. Pelo que entendera, o celular não funcionaria dentro da sede da Ordem, mas a jovem estaria aguardando a ligação do trio em algum fora da casa, disfarçada.

Pegou a carteira e desceu as escadas, e novamente Helga estava lá, parada, olhando para o que fazia. Tentando parecer o mais natural possível, seguiu em direção à porta, despedindo-se.

- Helga, estou saindo e só devo voltar à noite. Não precisa me esperar para o jantar, ok?


A mulher balançou a cabeça em concordância, virou-se e deixou o ambiente. Harry saiu, foi até a garagem e pegou seu carro. Quando passou em frente à casa, lá estava Helga parada em frente à porta. Harry ouviu um sussurro, dizendo – Ele está saindo – e olhou rapidamente a sua volta, sem ver ninguém. Olhou pelo espelho retrovisor, e a mulher continuava no mesmo lugar, fitando-o. Mas obviamente não podia ter partido dela aquelas palavras, uma vez que ela não falava. Isto sem contar a distância que estavam um do outro, era impossível aquele sussurro ter partido de sua boca. Distraído, enquanto chegava ao portão, deu de frente com outro carro que estava entrando. Era Draco.

- Harry! Quase o perco novamente. – Disse o loiro, com um sorriso.
- Oi Draco. É, eu já estava mesmo de saída. Tenho alguns negócios para resolver.
- Tem que ir mesmo? Achei que a gente podia sair e passar um tempo juntos. – Insistiu Draco – Para não ficar mágoa alguma entre a gente, entende?


Harry estava prestes a dar uma desculpa, dizendo qualquer coisa para se livrar da visita inconveniente, quando percebeu Draco acenando para alguém atrás dele. Virou-se e constatou que Helga permanecia parada na soleira da porta. Se ela o visse dispensar Draco, poderia contar a Riddle, e ele poderia suspeitar de algo. Resolveu que o melhor era acompanhar Draco. Depois arrumaria uma desculpa e ligaria para Tonks.


- Bom, não tenho tanta urgência assim hoje. Acho que podemos fazer algo. O que tem em mente? – Perguntou ele, tentando parecer animado com a idéia.
- Que tal uma piscina? Vamos ao clube, certamente as meninas estarão lá.
- Perfeito. Vamos sim, estou parecendo um zumbi, de tão pálido. Vá na frente, eu te sigo no meu carro.


Harry mal esperou o outro concordar e voltou para seu carro. Logo ambos rodavam pela cidade, mas o moreno não prestava atenção no caminho, sua cabeça no casarão que visitara na noite anterior. Chegaram ao clube, e pouco depois já estavam na área da piscina, onde foram recepcionados pelas garotas. Harry não se sentia a vontade com Cho, mas não queria dar muita bandeira, então achou melhor não afastá-la de imediato. Ela se aproximou, sorridente, e o abraçou. Ele retribuiu o abraço, e beijou-a no rosto, mas ela não se satisfez com o gesto. Segurou seu rosto com as duas mãos e beijou-o longamente nos lábios. Harry resistiu no início, mas depois acabou cedendo. Por mais indiferente que gostaria de ser, Cho ainda era uma linda mulher. Estava ali, com seu corpo colado ao dele, apenas de biquíni, praticamente o engolindo. Seu corpo entrou em combustão e ele a envolveu pela cintura, puxando o belo corpo para junto do seu. Cho soltou um leve gemido entre os lábios ainda colados ao sentir o contato. Arrepiou-se e aprofundou ainda mais o beijo, agarrando o cabelo do moreno pela nuca e roçando seu corpo, provocativamente, ao dele.

Neste momento, ao sentir o coração bater ainda mais forte, o sangue correr ainda mais pelo seu corpo e perceber que estava se aproximando de uma situação constrangedora num local abarrotado de gente, Harry a afastou. Cho fez uma careta de insatisfação, mas não resistiu. Abriu os olhos, até então fechados, e estes estavam brilhantes e libidinosos.


- Eu estava com saudades disso. Saudades de você. – Disse ela, passando o dedo indicador pelo tórax do rapaz, desnudo.
- Saudade? Como assim? A gente se viu outro dia... – Respondeu ele, afastando seu dedo.
- Já faz vários dias, Harry. Tenho te ligado todos os dias, várias vezes, e você não me atende. Nem retorna minhas ligações, parece que está tentando me evitar. – Reclamou Cho, fingindo uma voz chorosa.
- Me perdoe. Não tenho dado muita atenção aos amigos esta semana. Tenho andado muito ocupado, tentando arrumar uma nova equipe.
- Sei... – Respondeu ela, lançando um olhar ferino para Draco – Eu fiquei chocada com o que aconteceu. Não sei como Draco teve a capacidade de fazer isso com você.
- Ele já pediu desculpas, Cho. E o Harry aceitou. – Pansy entrou na conversa em defesa ao namorado.
- Isto só mostra o grande homem que meu Harry é. – Respondeu Cho, virando-se para a amiga, aparentemente o assunto ainda era fonte de discussão entre as duas. Draco abaixara a cabeça, envergonhado.
- Meninas, por favor... – Disse o loiro, com voz cansada.
- É isso mesmo. Chega deste assunto. – Sentenciou Harry – O que passou, passou. Não quero saber de discussão ou brigas por causa disto. Não vale a pena.
- Claro, meu amor. – Anuiu Cho, abraçando-o novamente – O que você quiser. Só fiquei com medo de você pensar que eu concordo com a atitude de Draco. Quero que saiba que não concordo, que achei tudo isto muito sórdido.
- Ok! Obrigado, Cho. Não se preocupe, nunca imaginei que você concordasse com o ocorrido. Agora vamos colocar uma pedra sobre este assunto, por favor. – Insistiu Harry, aborrecido.
- Claro! Se você superou, eu também vou esquecer. – Sorriu a jovem, virando-se para Pansy – Vamos dar um mergulho?


A outra concordou imediatamente, satisfeitíssima pelo final da discussão. Não queria brigar com a amiga, mas se ela insistisse em atacar Draco, ela seria obrigada a tomar o partido do namorado. Assim as coisas ficavam muito mais fáceis. Logo em seguida as duas estavam nadando na piscina, rindo e brincando, sob o olhar dos rapazes, que se sentavam em cadeiras armadas na beirada, sob guarda-sóis. A única coisa que Harry pensava era em como escapar dali para ligar. Fingia estar olhando para Cho, e eventualmente acenava-lhe, mas seu pensamento estava fixo no Largo Grimmaud.

Mas logo Draco puxou conversa.


- Escuta Harry, queria falar um assunto com você.
- Se for sobre a equipe, esquece. Isto já está superado, não importa mais. – Cortou Harry.
- Eu sei, não vou insistir nisto. Mas eu estou me sentindo péssimo. Sinto que você está ausente, que está aqui conosco, mas sua cabeça está em outro lugar. Que está preocupado pelo fato de não ter como correr.
- Eu vou dar um jeito, Draco. Não se preocupe. Mas admito que tenha muita coisa em que pensar no momento.
- Alguma chance de conseguir uma nova equipe antes da próxima corrida?
- Não sei. Talvez.
- Harry... E se você correr pela minha equipe? Tenho outro carro, seria ótimo se você corresse comigo.


Harry não respondeu de imediato. Respirou fundo e esperou a raiva que o dominou amainar um pouco. Ele estava revoltado e ofendido com a proposta de Malfoy. Será que ele imaginara que Harry aceitaria uma proposta daquelas? Que depois de roubar sua equipe, agora Harry concordaria em correr para ele? Harry aspirou fundo, e então respondeu.

- Não, Draco. Obrigado, mas não vai dar. Somos extremamente rivais na pista, não daria certo. Mas agradeço a oferta.
- Mas se não correr, vai ficar muito atrás no campeonato.
- Não vou perder tanto se ficar apenas uma corrida de fora. Fiquei numa ótima posição na última, tenho muita esperança de ter condições de competir normalmente na próxima.
- Certo. – Resignou-se o rapaz – Você é quem sabe. E quanto ao campeonato europeu, você vai disputar? Já pagou a inscrição e a primeira corrida é daqui a três semanas.



Harry esquecera completamente daquilo. O campeonato europeu tinha provas por toda a Europa, reunindo pilotos de vários continentes. O calendário era intercalado com o campeonato Inglês, e a primeira corrida seria na França, dali a três semanas, uma semana após a corrida que Draco mencionara. Ele pagara uma boa quantia para inscrever sua equipe no campeonato, mas não era isso que o preocupava naquele momento. Ele nem ligava mais para o campeonato. Mas precisava manter as aparências, e já que estava fingindo estar tão preocupado com a contratação de uma nova equipe, não poderia dar a impressão de que esquecera completamente o compromisso.


- Claro que vou! Por isso estou tão empenhado em encontrar uma nova equipe. Preciso de tempo para treiná-los, antes da prova inicial. Não me importo muito em perder nossa corrida aqui na Inglaterra, mas não me perdoaria se perdesse a corrida em Magny. – Mentiu ele.
- Que bom. Estava me sentindo péssimo, achando que era o responsável pela sua saída do campeonato. – Draco pareceu aliviado, e finalmente relaxou em sua cadeira.



Harry, pelo contrário, ficou ainda mais tenso. Teria que pensar em algo para escapar de mais esta situação. Pediu um suco, o que causou estranheza em Draco, que preferiu não comentar nada com receio de abalar a amizade, recém-reatada. A todo instante, Harry olhava para o celular, que repousava sobre a mesa, ao lado de sua cadeira. Com o passar da manhã, sua agonia só aumentou. As meninas deixaram a piscina e agora estavam tomando sol, ao lado deles. Já era final da manhã quando o celular de Harry tocou. Rapidamente ele capturou o aparelho, levando-o ao ouvido, sob o olhar curioso de todos. Harry não costumava receber ligações, a não ser deles.

- Alô? – Disse, no aparelho.
- Harry? Você está bem? – Perguntou uma voz feminina do outro lado da linha, o que despertou ainda mais a atenção de Cho.
- Ah! Oi. – Respondeu ele, levantando-se de um pulo e afastando-se do grupo. Era Mione – Tudo bem, e vocês?
- Estamos bem. Mas preocupados com você. Não ligou, então pensamos que algo de errado poderia ter acontecido. – Continuou ela, com voz zangada.
- Eu estou bem. Só estou meio preso em um compromisso.
- Compromisso? E o que pode ser mais importante do que o “nosso” compromisso?
- Olha, eu estava saindo para ver vocês, quando dei de cara com o Draco. Ele praticamente me arrastou para o clube. Estou aqui com ele, Cho e Pansy.
- Clube? Clube? – Houve um breve silêncio do outro lado da linha, então veio a explosão. Harry não sabia como, mas tinha certeza de que ela viria – Eu não acredito que você esteja no clube, bebendo e tomando sol, enquanto o mundo parece que quer desabar sobre nossas cabeças. Isto é uma tremenda irresponsabilidade, sabia? Uma falta de respeito conosco. Estávamos todos imaginando o pior, que talvez você estivesse morto. Enquanto isso, o senhor está na beira da piscina. Eu simplesmente não posso acreditar nisso, Harry.
- Quer me deixar explicar? – Respondeu ele, com voz urgente. Cho parecia extremamente desconfiada, prestes a ir até ele e perguntar o que se passava – Eu não tive escolha. Já havia deixado Draco falando sozinho ontem, estava fugindo de todos a semana inteira. Se não viesse hoje, levantaria suspeitas. Agora não sei como fugir daqui e encontrar vocês, estou preso.


Houve silêncio do outro lado da linha por alguns instantes.


- Certo! – Respondeu Mione do outro lado, e mais uma vez sua voz sumiu do aparelho. Mas agora Harry a ouvia ao longe, conversando apressadamente com alguém. Então voltou – Harry, fique onde está. Vamos dar um jeito de tirá-lo daí.


Então a ligação caiu. Harry mal teve tempo de imaginar o que aquelas palavras queriam dizer e Cho estava a seu lado, com uma cara péssima.


- Com quem você estava falando, Harry? – Perguntou ela.
- Como? Quem? – Tentou disfarçar ele, mas ao ver a cara decidida da garota, sabia que não teria como fugir da resposta – Esta mulher com quem eu falava? Era negócio, Cho. Apenas negócios.
- E eu posso saber que negócios você tem com outra mulher, Harry?
- Bom, nada demais. Na verdade, estou pensando em entrar para o mercado de ações. E esta consultora estava me dando algumas informações, só isso. Explicando-me como funciona a bolsa de valores.
- Bolsa de valores? – Perguntou ela, desconfiada.
- É. Sabia que algumas empresas do setor petrolífero tiveram uma valorização de duzentos por cento no último ano? E que devido à procura por fontes renováveis para a produção de combustíveis, o setor agrícola também teve uma valorização superior a cinqüenta por cento, só na Europa?
- Não. Não fazia idéia. – Respondeu ela, sem entender nada.
- Pois é a mais pura verdade. Estou pensando seriamente em investir em algumas empresas destes segmentos, por isso contratei uma empresa de consultoria. – Respondeu ele, conduzindo-a de volta à piscina.


Harry fez com que Cho voltasse a entrar na água e voltou a se acomodar em sua cadeira, tentando imaginar como fariam para tirá-lo dali, mas não conseguia pensar em nada. Por outro lado, eles eram bruxos. Podiam fazer qualquer coisa. Tentou mostrar indiferença, mas quem olhasse para ele com atenção, perceberia toda a sua apreensão.

Pediu um suco e ficou observando as pessoas, tentando se distrair. Olhava mas não via. Até que ouviu Draco sussurrar a seu lado “Mas o que é aquilo?” e desviou sua atenção para a entrada da piscina.

Uma jovem loira, alta, de olhos verdes, entrava na área, sorrindo para todos. O que chamava a atenção, e muito, era em como ela estava vestida. Um mini-vestido branco, extremamente colado ao corpo, com um decote absurdo, que chegava próximo ao umbigo. Seios fartos quase escapavam pela abertura, mas a jovem parecia não se importar. A barra do vestido era mínima, mostrando coxas bronzeadas e muito bem torneadas. Uma mulher de fechar o comércio. Antes que Harry fizesse qualquer comentário sobre a recém chegada, esta olhou para ele e o cumprimentou com um aceno, tomando a direção de onde estavam, todos os olhares a seguindo enquanto rebolava até os rapazes. Imediatamente, Cho e Pansy saíram da piscina.

Harry sentiu um frio na barriga. Seria mais alguém que ele conhecera no passado e fora apagada de sua memória? Se fosse, poderia estar se arriscando ao mostrar que o conhecia, principalmente na frente de testemunhas. Antes que tivesse tempo de inventar uma desculpa e fugir para um local mais reservado, a jovem já estava na sua frente.


- Oi Harry! – Disse, com uma voz aveludada, extremamente sensual. Então piscou e continuou – E aí, tudo beleza?


Harry arregalou os olhos. Ele conhecia alguém que falava daquele jeito. Mas não podia acreditar que aquela mulher na sua frente fosse ela. Tonks.


- Hei Harry. – Interrompeu Draco, ainda de boca aberta – Não vai apresentar sua nova amiga?
- Isso mesmo Harry. Você não vai nos apresentar sua “amiga”? – Emendou Cho, frisando a última palavra.
- Quê? Quem... Quem é ela? Nunca falei pra vocês dela? – Gaguejou o rapaz, tentando pensar em algo.
- Você deve ser o Draco, não é? – Falou a jovem, estendendo a mão para o loiro e em seguida virando-se para Cho – E você só pode ser a Cho. O Harry me falou muito de você. Pansy...
- Falou? Engraçado, ele nunca me falou nada de você. – Respondeu Cho, fuzilando Harry com o olhar.
- Não? Que engraçado. Deve ter esquecido. Meu nome é Linda. Linda Carter. Trabalho para um dos patrocinadores de Harry, estamos tentando resolver este problema da equipe.
- Isso! – Harry praticamente gritou, eufórico – A Linda é uma das pessoas que está me ajudando a montar a nova equipe. Não falei sobre ela por pura falta de tempo, a gente mal se falou nos últimos dias, não foi?
- Atitude típica do Harry, vocês não acham? – E Linda deu uma gostosa gargalhada.


Em seguida, abaixou-se para ficar com o rosto na altura do de Harry, que ainda estava sentado, levando quem observava a cena às alturas. Então estalou um beijo no rosto do rapaz, extremamente molhado e sensual. Harry mal teve tempo de fechar respeitosamente os olhos, quando viu ela se abaixando e revelando ainda mais o que seu decote não escondia, mas viu o bastante para seu rosto arder de constrangimento.


- Ele não é uma graça? Vive esquecendo as coisas. Hoje, por exemplo, esqueceu que tínhamos uma reunião. Tão bonitinho. – Completou ela, mexendo em seus cabelos arrepiados – Por isso estou aqui. Vim buscá-lo para o trabalho, lindo.
- Ah é! Claro, a reunião. Eu havia me esquecido. – Respondeu o moreno, ainda sem jeito, levantando-se agilmente da cadeira – Gente, eu preciso ir.
- Ir? Com ela? – A voz de Cho era um misto de sussurro e rosnar, extremamente perigoso – Você vai trabalhar com ela?
- Vai sim querida. E vai no meu transporte. Pode deixar o seu aqui mesmo, hoje você é todo meu. Mais tarde eu te trago de volta. – E Linda pegou Harry pela mão e praticamente o arrastou para fora da piscina, deixando uma Cho possessa, um Draco com inveja e uma Pansy feliz de não ser o namorado dela sendo conduzido como um cordeirinho.


Harry trocou de roupa o mais rápido que pode e encontrou-se com a jovem na porta do vestiário. Imediatamente fez a pergunta que mais queria.

- Tonks? É você?
- Claro Harry! Quem mais seria? – Sorriu ela em resposta, piscando – E aí, gostou do resgate?
- Clar... Claro que gostei. Mas dá pra me explicar o que significou toda aquela encenação lá atrás? E por que você está assim? – E ele apontou para o corpo da garota.
- Gostou? – E ela deu uma viradinha, mostrando seu belo e voluptuoso corpo – Foi idéia da Mione e da Gina. E eu só topei, por causa da Luna.
- Luna? A garota do outro dia?
- É! Aquela que a Cho empurrou. Achei que essa sua garota merecia uma pequena lição de humildade, então topei a idéia maluca daquelas duas. – A jovem soltou outra deliciosa gargalhada, enquanto puxava Harry para fora do estacionamento e virava a esquina – Quando a Gina soube que você estava no clube com a Cho, ficou doida. E a Mione queria te tirar de perto do Malfoy, então... Juntaram as duas cabecinhas maquiavélicas e me convenceram a vir te resgatar.
- Pra começo de conversa, a Cho não é minha garota. – Respondeu, emburrado, mas atenuou o semblante e continuou – É a segunda vez em menos de vinte e quatro horas que você livra a minha cara. Obrigado.
- Tem razão. Nossa, Harry Potter está me devendo. Vou me lembrar disto, pode ter certeza.
- Tonks, posso te perguntar só mais uma coisa? – Inquiriu, parando e olhando novamente para a jovem, que também parou e se virou para encará-lo – Remo viu você sair “deste” jeito?
- Errr... Pra ser sincera, não. Ele não estava na sede na hora que saí, e achei melhor não incomodá-lo com essa besteira. – Respondeu ela, meio sem jeito.
- Claro!


Assim que encontraram uma rua deserta, Harry segurou firme no braço de Tonks e o casal desapareceu, ressurgindo em frente à casa do Largo Grimmaud. Entraram sem perda de tempo, e quando já estavam no final do corredor, a porta do escritório girou sobre as dobradiças, e Remo Lupin surgiu. Ele sorriu para Harry, mas logo em seguida seu olhar recaiu sobre a esposa e seu semblante mudou drasticamente. Harry teve a nítida impressão de ouvir um leve rosnar chegar a seus ouvidos, mas não teve certeza. Rapidamente o homem se recompôs e voltou sua atenção para o jovem mais uma vez.


- Estávamos preocupados com sua demora, Harry. Mione me disse que Tonks saíra ao seu encontro, assim que cheguei. Estive em sua casa, tentando descobrir algo. – Disse o lobisomem.
- Está tudo certo. Temos muito para conversar e pouco tempo. Podemos começar?
- Dentro de alguns minutos, Harry. Antes, acho que você deveria ver uma certa ruiva que está repousando lá em cima, no terceiro quarto à esquerda. Vou aproveitar para discutir alguns assuntos com Tonks, enquanto isso. – E Remo abriu mais a porta, indicando o caminho para a esposa – Daqui a pouco nos reuniremos.
- Certo! – Concordou imediatamente o rapaz. Tonks passou por ele, dando um sorriso sem graça e entrando na sala, de cabeça baixa.


Harry não queria esperar a explosão que certamente estava por vir, então girou nos calcanhares e subiu correndo as escadas, tomando o caminho indicado. Quando chegou em frente à porta, bateu levemente com os nós dos dedos e assim que foi autorizado, entrou.

Gina estava deitada numa bela cama de dossel. Quando viu que era ele, acomodou-se melhor, sentando-se recostada nos travesseiros, onde até então seus cabelos encontravam-se espalhados, tentando ajeitá-los um pouco.

- Oi. Desculpe, devo estar horrível. – Disse ela, sem graça.
- Não, tudo bem. Você estava tão mal ontem, fico feliz em ver que está melhor hoje. – Apressou-se ele – Como está se sentindo?
- Acho que estou bem. – Respondeu a ruiva, indicando a beirada de sua cama para que ele se sentasse – Dentro do possível, é claro.
- Claro. – Anuiu ele, abaixando a cabeça – Preciso lhe pedir desculpas. Se tivesse acreditado em você ontem pela manhã, não teria passado pelo que passou.
- Se você tivesse acreditado em mim ontem, estaríamos os dois em celas acolchoadas hoje. Com sorte. O mais provável é que estaríamos mortos a esta altura. – Respondeu Gina, tentando parecer bem humorada.
- Pode ser. – Tentou sorrir ele.
- Olha, o Rony e a Mione já me contaram o que aconteceu ontem. Se não fosse por você, eu estaria morta agora. Então não se martirize pelo que aconteceu, pense no que conseguiu evitar. Para mim, já foi muita coisa.
- Ok! Fico feliz que esteja bem.


Harry se levantou da cama, um tanto perdido. Era estranha aquela sensação. Ele sempre sabia o que falar ou como agir na frente das garotas, mas estava completamente sem ação naquele momento. Não sabia como se comportar frente aqueles olhos castanhos, que pareciam perfurá-lo e enxergar dentro de sua alma. Além do mais, era extremamente angustiante para ele conversar com alguém que ele sabia que namorara, mas não lembrava. Deu uma volta pelo quarto, coçando a cabeça e então resolveu continuar a conversa.


- Tonks me disse que foi idéia de vocês, sua e da Mione, ela ir me buscar daquele jeito. É verdade?
- Bom, pra ser sincera é sim. – Respondeu ela, envergonhada – Olha Harry, sei que não se lembra de nada, nem da gente, mas eu me lembro de algumas coisas. E sinto algumas coisas. Veja bem, não estou cobrando nada, mas a idéia de te ver numa piscina com a Cho não me agrada nem um pouco, está bem? Então não pensei duas vezes em arquitetar algo para acabar com a empáfia da Cho e te tirar de lá.
- Ok, ok. Vou me lembrar disto. – E agora foi a vez dele sentir o rosto arder – Mas você sabe que colocou a Tonks numa enrascada, não sabe? Tinha que ver a cara do Lupin quando chegamos e ele a viu daquele jeito.
- Sério? Ai droga, não tinha pensado nisto. Não sabia que ele era ciumento. – E Gina pulou da cama, vestindo apenas uma camiseta como pijama, que lhe chegava à altura dos joelhos. Arrependeu-se imediatamente ao ver o olhar de Harry para suas pernas, mas não poderia voltar atrás.
- Sério. – Respondeu ele, tentando disfarçar a secada que dera na jovem – Estão conversando lá no escritório, e mesmo que ele não fosse ciumento, não tinha como não reparar. Vocês exageraram... Um pouco.
- Droga, droga e droga. Tudo culpa nossa. – Lamentou-se ela novamente.


Antes que pudesse dizer algo mais, a porta do quarto abriu, dando passagem a Rony.


- Hei, o que é que vocês estão fazendo aqui sozinhos? – Perguntou ele, com cara de poucos amigos.
- O que acha que estamos fazendo, Rony? Conversando, obviamente. – Respondeu Gina, rispidamente.
- Sei. Acho bom mesmo. – E o ruivo fez uma careta de reprovação para Harry – Remo está nos chamando para a reunião lá no escritório. Vamos logo.
- Vamos sim, temos muito a conversar. – Concordou Harry, ignorando a falta de educação do rapaz. Só estava protegendo a irmã – Você também vem, Gina?
- Irei em seguida. Preciso trocar de roupa. – Respondeu ela, empurrando os dois para fora do quarto.


Os dois rapazes desceram as escadas, encontrando Mione ao final, que examinava com curiosidade e repulsa os adornos do corrimão. Juntos, bateram a porta do escritório, entrando logo em seguida. A sala estava praticamente lotada, com muita gente desconhecida para o trio. Estes, pegos de surpresa, ficaram sem ação, olhando para todos, de queixo caído. Julgaram que a conversa seria apenas com Remo. Uma jovem destacou-se dos demais, indo em direção a eles sorrindo abertamente e abraçando-os um a um.


- Como é bom vê-los novamente. – Disse Luna, emocionada – Sei que não se lembram de mim, mas somos grandes amigos. Na verdade, vocês são meus melhores amigos e senti muita falta de todos este ano.
- Eu me lembro de você, do outro dia. – Disse Harry – Depois da corrida, foi você quem Cho maltratou. Te procurei muito, mas você simplesmente desapareceu.
- Meu nome é Luna. E eu não desapareci aquela tarde, apenas usei um feitiço de desilusão. Continuei por perto, te vigiando.
- Muito obrigado pelo que disse. Parece que serviu para me despertar de um longo pesadelo. – Agradeceu com sinceridade o rapaz.
- Oi galera. Como vocês estão? – Cumprimentou outro rapaz, alto, moreno, olhar bondoso – Sou Neville. Neville Longbotton. Éramos colegas de quarto. E de casa, claro. Todos éramos da Grifinória.


Mais uma série de cumprimentos rápidos e sem graça. Enquanto isso, Gina entrou na sala, sendo literalmente atacada por Luna. Depois do susto inicial, a ruiva começou a aproveitar a situação. Gostara de toda a espontaneidade da jovem, que deixava claro que ambas haviam sido grandes amigas. Uma voz rascante se sobrepôs às demais, chamando a atenção dos garotos.


- Muito bem, Potter! Fico feliz que esteja aqui, que finalmente tenha escapado das garras de Riddle.
- Caramba, mas que droga é essa? – Gritou Rony, ao virar-se para o homem que falara.
- Este é Alastor Moody, Rony. Ou, Olho-Tonto-Moody, se quiser. É o atual líder da Ordem da Fênix, um grande bruxo. – Explicou Lupin.
- Sério? Fico me perguntando onde ele arrumou este apelido. – Rony fez uma careta, acompanhando o olho azul-elétrico dançando na órbita, até desaparecer.
- Olha o respeito, Weasley. – Trovejou o homem, mancando em direção ao ruivo, mas parando no meio do caminho e rindo da cara que este fez, de puro terror – De qualquer jeito, é bom tê-los entre nós novamente. Todos vocês. Estes são Kingsley e Estúrgio. Todos membros da Ordem também, ou pelo menos o que sobrou dela.


Todos acenaram, e então o silêncio se instalou no ambiente. Harry olhou para cada um dos presentes, depois voltou a olhar para Remo e disse.


- Muito bem, acho que hoje você nos deve muitas explicações. O que, afinal de contas, aconteceu conosco? Por que não nos lembramos de nada desta vida que vocês afirmam ser nossa vida verdadeira?


Remo olhou para Minerva e Moody, suspirou entre um leve sorriso e disse.


- É melhor se sentarem, a conversa vai ser longa.


Depois que todos já estavam ajeitados em um sofá, ele continuou.

- Para começar, precisam saber que ainda não temos todas as respostas para o que aconteceu. Muitas coisas partiram de suposições e deduções de nossa parte.
- Claro, isso tem sentido. Nós compreendemos. – Disse Mione, recebendo um sorriso em resposta – Mas quem, realmente, nós somos?
- Eu já respondi a isto, Hermione. Vocês são Bruxos. Provavelmente, os maiores desta geração. Harry, provavelmente, um dos maiores dos últimos séculos.
- Isso ele é mesmo. – Interveio Neville, com a voz emocionada – Cara, já vi você fazer cada coisa... Todos vocês.
- Não faça pouco caso do Sr mesmo, Sr Longbotton. Você e a Srta Lovegood já fizeram muito pelo mundo bruxo também, junto com estes quatro. – Disse Minerva, deixando seu ex-aluno extremamente envergonhado.
- O que precisamos saber e entender, é como isso aconteceu conosco. – Disse Gina – Se éramos todos colegas de escola, por que nós tivemos a memória alterada e eles dois não?
- Estávamos viajando quando tudo aconteceu. – Respondeu Luna – Meu pai e eu estávamos na África, procurando os Bufadores de Chifres Enrugados, e Neville nos acompanhou. Foi durante as férias de verão. Quando voltamos, tudo já estava mudado e ninguém se lembrava da gente.
-É. Nem minha avó se lembrava que tinha um neto. – Afirmou Neville, tristemente.
- Exatamente. Aconteceu nas férias de verão. Mas vamos começar pelo começo. – Remo retomou a palavra – Vocês são jovens bruxos, que estudavam na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, a maior escola mágica da Europa. Todos começaram a estudar lá aos onze anos de idade, e quando tudo aconteceu, vocês três – Falou, apontando Harry, Rony e Mione – Estavam prestes a iniciar o sétimo e último ano na escola. Gina ia começar o sexto. Ronald e Gina, vocês pertencem a uma das mais tradicionais e antigas famílias bruxas da Inglaterra, Os Weasleys. Hermione, você não vem de uma família mágica. Costumamos chamar aqueles que não são mágicos de “Trouxas”, então você é uma bruxa oriunda de uma família trouxa. Quanto a você, Harry, sua mãe também era filha de família trouxa, mas assim como Hermione, era uma grande bruxa. Liliam era uma pessoa especial e uma grande amiga. Já Thiago, era de família bruxa e até hoje é considerado um verdadeiro “Maroto” em Hogwarts. Ou pelo menos era, até ser apagado da história da escola.
- Quer dizer que meu pai, minha mãe e meus irmãos...
- Todos bruxos, Sr Weasley. E os gêmeos, diga-se de passagem, também são inventores. Tinham uma loja de logros no Beco Diagonal, um local de concentração de lojas bruxas. E estavam ganhando muito dinheiro.


Harry ouvia a tudo em silêncio. Ele não soube como ou quando, mas quando se deu conta, sua mão estava segurando firmemente a da ruiva, sentada a seu lado. Esta também parecia não ter percebido, concentrada que estava no que era dito. O rapaz sentiu o rosto corar, e discretamente soltou a mão da moça, que só então percebeu e olhou primeiro para as mãos, depois para ele, tão envergonhada quanto.


- Eu, seu pai, sua mãe e seu padrinho, Sírius, fomos colegas de escola. Mais, fomos amigos desde que éramos crianças. – Continuou Remo, com olhar distante, visitando o passado. Mas uma nuvem passou por seu olhar e ele continuou – Até que Ridlle ressurgiu. Começou a espalhar seu domínio das trevas pelo mundo bruxo, e Dumbledore resolveu enfrentá-lo. Então surgiu a Ordem da Fênix, com o único objetivo de combater o mal e impedir que este bruxo conseguisse seu intento. Claro que seus pais, os pais de Neville e muitos outros, ingressaram na Ordem. Mas em uma guerra, sempre há baixas.
- Ele matou seus pais também? – Harry perguntou, virando-se para Neville.
- Não. Mas eles estão irremediavelmente insanos. – Foi a resposta do rapaz, triste.
- Seus pais não foram exatamente uma baixa de guerra, Harry. Houve motivos para Riddle ir atrás deles e de você. Uma profecia. – Foi a vez de Minerva assumir a narrativa.
- Profecia? Que profecia? – Inquiriu o moreno – Ouvi Riddle se referindo a uma profecia.
- Não sabemos o que ela dizia, Harry. Infelizmente, a profecia se perdeu há dois anos. Mas O que quer que diga esta profecia, deixou Riddle com medo de você, por isso ele resolveu matá-lo. Conseguiu encontrá-lo quando tinha um ano. Seus pais tentaram lutar, mas infelizmente... – E a voz do homem chamado Lupin falhou – Ele tentou o mesmo com você, mas algo aconteceu e ele não conseguiu. Deste encontro, a única seqüela aparente em você é esta cicatriz em sua testa.


Harry levou a mão à cicatriz, e num pulo levantou-se de onde estava sentado. Andou um pouco pela sala, e depois disse.

- Por que ele não conseguiu me matar? E por que não terminou o serviço agora? Nem precisaria de magia, bastaria usar uma faca enquanto eu estava dormindo. Ou mandar alguém me dar um tiro, sei lá. Por que me manter por perto, vivo, com toda esta encenação?
- O garoto continua o mesmo, He! – Disse Moody, satisfeito – Boa pergunta, Potter. Esta é uma das respostas que estamos tentando encontrar. Mas ainda não sabemos.
- Alastor tem razão. Temos algumas suspeitas, mas não sabemos ao certo ainda. – Disse Remo – Acreditamos, que uma vez que Ele não sabe o teor da profecia, não sabe se pode ou não matá-lo. Já tentou uma vez e quase morreu, então tem medo. Por isto, resolveu mantê-lo por perto, sob controle, o máximo possível. Mas se ele perceber que a situação está saindo do controle, tenho certeza absoluta que não hesitará em fazê-lo.
- E quanto a nós? Por que não nos matou? Não era muito mais seguro do que apagar nossas lembranças? – Questionou Gina.
- Talvez, Gina. Mas os Weasleys, como já disse, são uma das mais antigas e puras famílias mágicas da Inglaterra. E Riddle é fascinado por esta história de sangue-puro. Já Hermione, por ser de família não-bruxa, teria sido muito simples se livrar dela. Mas acho que ele resolveu mantê-los vivos, como trunfo contra Harry, caso ele se tornasse perigoso, caso se lembrasse de quem é.
- Trunfo? Como assim trunfo? – Harry, que estava de pé, voltado para a parede, virou-se de chofre.
- Quem melhor para Ridle usar numa chantagem, do que os melhores amigos e a namorada? – Perguntou Moody, rindo.
- Namorada? – Gritaram Harry e Gina em uníssono, encarando-se assustados. Ali estava a confirmação do que já sentiam.
- Alastor! Francamente! – Bronqueou Minerva.
- É verdade. – Interveio Luna, sorridente – Mas só em nosso último ano da escola, e por pouco tempo. Depois que o diretor morreu, antes de deixarmos a escola, vocês terminaram. Não entendi por que, pareciam tão felizes...
- Não é hora para este assunto, Luna. Depois haverá tempo para este tipo de conversa. – Cortou Remo, e continuou – Desde que vocês entraram na escola, têm combatido as artes das trevas. No primeiro ano, Riddle tentou retornar e foi impedido por vocês. No segundo, ele seqüestrou Gina, e você, Harry, o derrotou – Neste momento, Gina fez uma careta, ao lembrar-se do pesadelo que havia tido com a criatura – No terceiro, combateram uma horda de Dementadores. No quarto, Harry venceu uma competição na escola e ainda teve que ver Riddle conseguir retornar e matar um colega de vocês. No quinto, todos vocês invadiram o Ministério da Magia e lutaram contra os Comensais da Morte e o próprio Ridle.
- Uau! Andamos ocupados, hein! – Murmurou Rony, para uma espantada Hermione.
- E no sexto... No sexto ano, a guerra foi deflagrada. E vocês estavam bem no meio dela, lutando como grifinórios que são. Ajudaram a defender a escola. – Remo olhou para os jovens Weasleys e continuou – Como vocês acham que Gui conseguiu os ferimentos que tem no rosto?
- Não foi num acidente de moto? – Perguntou inocentemente Gina.
- Não Gina, não foi num acidente de Motocicleta. Gui foi ferido em batalha, a mesma batalha onde nosso diretor, Alvo Dumbledore, foi assassinado.


Os irmãos entreolharam-se, assustados. As cicatrizes na face do irmão eram profundas, o fato de não ter sido um acidente mostrou a todos a seriedade da situação. Mas não tiveram tempo, pois Mcgonaggal assumiu a narrativa.


- Após a morte de Alvo e seu sepultamento, declaramos o final do ano letivo na escola e todos vocês foram enviados para casa. Riddle se aproveitou do estado de catatonia que toda a comunidade bruxa se encontrava, para dar seu golpe de mestre.
- E quando ele fez isto? Como? – Perguntou Harry.
- No dia que antecedeu seu décimo sétimo aniversário, Harry. – Ela respondeu, arrancando-lhe um suspiro – Veja meu rapaz, você tinha uma série de proteções mágicas, vários feitiços que o protegiam enquanto vivia na casa de seus parentes consangüíneos, até completar seus dezessete anos. Sabendo disto, Riddle esperou a véspera de seu aniversário, antes de lançar seu ataque.
- Estávamos reunidos aqui, nos preparando para resgatá-lo da casa de seus tios, quando aconteceu. O feitiço lançado foi tão poderoso, que todos nós fomos nocauteados imediatamente. Só acordamos no dia seguinte, e quando fomos até sua casa, seus tios não de lembravam de você. Sem que percebessem, retiramos seus pertences e trouxemos para cá. Não demorou a descobrirmos o que havia acontecido, pois nenhum de nós era conhecido no mundo bruxo.
- Assim, de um dia para o outro, simplesmente a realidade foi alterada? – Perguntou Mione.
- Exato. Num dia estava tudo bem, no outro, tudo havia virado de cabeça para baixo. –Anuiu Tonks, até então calada – Foi horrível quando voltei para casa e meus pais não me reconheceram.
- Você ainda teve sorte, meu amor. – Remo falou, abraçando-a – Tivemos companheiros que quase foram pegos pelo inimigo, quando tentaram contatar alguém.
- E quanto a estes meus tios, eles estão bem? – Inquiriu Harry, ainda taciturno.
- Eles estão bem, nem fazem idéia de que tinham um sobrinho. – Remo deu um sorriso amargo.
- Tem uma coisa que eu não entendo... – Rony, franzindo a testa, perguntou – Como esse cara conseguiu fazer isso? Se ele é tão poderoso quanto parece, por que precisou eliminar esse tal Dumbledore antes de lançar esse feitiço?
- Não sabemos, Rony. Nenhum bruxo, nem mesmo Riddle, é tão poderoso. Ele não poderia lançar um feitiço e ter forças para mantê-lo por tanto tempo. Já teria morrido. Veja, a magia não surge do nada, é a força de vontade do mago que transforma, molda a natureza a sua volta para cumprir o que deseja. Quanto maior e mais complicado o feitiço, mais cansado o mago se sente. Podendo até mesmo morrer, se não souber se controlar.
- Eu sei como ele conseguiu. – Anunciou Harry, e todos os olhares se voltaram para ele – Ouvi enquanto ele planejava a morte de Gina, ele dizer que o feitiço era mantido por um “Artefato”. Mas ele não disse que artefato era.
- Isto confirma nossas suspeitas. – Foi a vez de Kingsley se pronunciar – Ele deve ter conseguido algum artefato mágico, extremamente poderoso, capaz de provocar toda esta mudança.
- E o que aconteceu depois? O que vocês fizeram este tempo todo? – Perguntou Gina.


A pergunta causou um certo mal estar entre os presentes. Todos pareceram um tanto constrangidos quando Remo respondeu.


- Não tivemos condições de fazer nada, Gina. Ficamos de mão atadas. Investigamos o que aconteceu, o grau em que aconteceu. Descobrimos que o feitiço se restringe apenas à Inglaterra, mas Riddle nos isolou do resto do mundo mágico. Ninguém entre e ninguém sai. Todos os meios de locomoção estão sendo monitorados. Também procuramos por vocês e mantivemos vigilância constante, sobre cada um, aguardando algum sinal de recuperação ou de fraqueza, para podermos abordá-los.
- Não me lembro de ver nenhum de vocês por perto. – Disse Rony.
- Sempre estávamos disfarçados, para não chamar muito a atenção. Usamos muita poção Polissuco, uma poção que nos permite assumir a aparência de outra pessoa. – Informou Neville, sorrindo – Menos Tonks, é claro.
- Foi com esta vigilância que percebemos que algo estava acontecendo. Primeiro, percebemos a mudança em Harry. Logo e seguida, Gina foi internada. Mantivemos a atenção, e quando tivemos uma oportunidade, Luna tentou plantar a semente de sua verdadeira identidade, aquele dia na corrida.
- Certo. Mas e agora? – Perguntou Mione.
- Bom, primeiro vamos recapitular esta história toda. – Disse Rony, levantando-se e andando pela sala, enumerando com os dedos os pontos que abordava – Descobrimos que somos bruxos e fazemos magia desde os onze anos de idade. Lutamos contra os caras maus, desde então. Nosso amigo Harry aqui, tem algum tipo de ligação cármica com o pior bruxo do mundo. O cara matou o maior bruxo do bem que tinha e aproveitou-se disto pra dar uma rasteira na gente e vencer a guerra. Agora, vocês estão querendo retomar a luta, sem pessoas, sem recursos e nós – E Rony apontou para o quarteto - Nem sabermos usar magia. É isto? Esqueci alguma coisa?
- Nada sutil, mas basicamente correto, Ronald. – Concordou Mione, cabisbaixa.
- Para mim a resposta é óbvia. Riddle matou meus pais, roubou-me a lembrança deles. Roubou minha vida, minha identidade. Não vou continuar a ser seu brinquedo, mais uma ovelha de seu rebanho, dócil e ignorante. Quero minha vida de volta. Quero me lembrar de quem era, do que vivi e senti. – Disse Harry, com raiva – Vou lutar, não importa como.
- Eu também. – Apressou-se em dizer Gina, levantando-se rapidamente e sorrindo para Harry, que se virou para ela – Eles queriam me matar e ameaçaram minha família. Não vou ficar parada, sem fazer nada.
- Não vai lutar coisa nenhuma, Gina. Você ainda é uma criança. – Cortou Rony – Vai ficar aqui, protegida. Eu vou, sou mais velho e responsável pela sua segurança.
- Eu vou sim, Rony. Quem você pensa que é para me impedir? Não vou ficar aqui, de braços cruzados, enquanto todos arriscam suas vidas. – Retrucou a ruiva, corada de raiva.
- Não subestime os poderes mágicos de sua irmã, Ronald. – Disse Minerva – Ela é tão ou mais capaz do que qualquer um aqui nesta sala.
- E quanto a você, Hermione? – Inquiriu Harry, olhando para a jovem de cabelos castanhos, que continuava sentada e de cabeça baixa.
- Bom. – Disse ela, finalmente levantando o olhar – Eu estou completamente apavorada com tudo que ouvi aqui hoje. Estou morrendo de medo, mas sinto que não posso tomar outra decisão a não ser ajudá-los. Estou com vocês para o que der e vier.
- Ótimo! – Grunhiu Moody, e os outros celebraram juntos – Então podemos continuar com o plano.
- Qual plano? – Perguntou Rony, curioso.
- Bom, estávamos esperando Harry e vocês se unirem a nós, para darmos o próximo passo. – Disse Remo e voltou-se mais uma vez para Harry – Harry, no dia do ataque à escola, você não estava lá. Havia saído em missão com o diretor, e quando chegaram, a luta já estava acirrada. Foram pegos de surpresa e Alvo acabou assassinado.
- E o que tem isto? – Harry não estava entendendo onde Remo queria chegar. Será que ele fora um covarde, se ausentando da luta e deixando os outros para morrerem sozinhos?
- Quando chegaram, estavam feridos, cansados e o diretor gravemente debilitado. Você nos disse, mais tarde, que ele havia sido envenenado. Ou seja, vocês também estavam travando suas próprias batalhas, tão ou mais importante do que aquela que travávamos. – Continuou Lupin.
- Durante todo o ano letivo, Alvo se encarregou de lhe dar algumas aulas particulares. Vocês se trancavam por horas em seu escritório, e por fim, saiu com ele. Acreditamos que ele o estava treinando para vencer Riddle. Acreditamos, que só você possa fazê-lo. – Minerva completou.
- Será que tem algo a ver com a tal profecia? – Perguntou Mione, surpresa.
- Provavelmente. – Anuiu a professora – Mas infelizmente não temos como ter certeza. Harry não contou a ninguém, ou pelo menos a nenhum de nós do que se tratava. E as informações e os treinamentos, ministrados pelo diretor, perderam-se devido ao feitiço.
- Nossa idéia é invadir Hogwarts. Há um quadro do diretor, que pode nos ajudar. – Finalizou Moody.
- E como um quadro pode nos ajudar? – Riu Rony.
- Não é um quadro comum, Ronald. Ele guarda as lembranças e experiências de quem representa e pode sim nos dar valiosas informações. – Explicou Minerva.
- Então quer dizer que o plano de vocês depende de um quadro, que vocês nem sabem se pode realmente ajudar ou não? – Insistiu Rony – Cara, estamos ferrados.
- Concordo com Rony. Por mais que vocês confiem no Diretor, esta não pode ser a única linha de ação que devemos tomar. – Disse Harry.
- E você tem algo em mente, Harry? – Perguntou Gina.
- Eu andei pensando em algo... – Começou o moreno, voltando a andar pela sala – Vejam, não importa o que Dumbledore disser, sem nossas lembranças da outra vida, não podemos fazer muita coisa. Precisamos recuperar nosso passado, nossos conhecimentos e ensinamentos. Só assim teremos alguma chance.
- E como pretende fazer isto? – Perguntou Luna, sorridente.
- Temos uma pessoa infiltrada no inimigo, que pode espionar para nós e descobrir as informações que precisamos. Que objeto mágico é este, onde está escondido, como destruí-lo... Precisamos destas informações. – Enumerou Harry.
- E quem seria esta pessoa? – Perguntou Gina, desconfiada.
- Eu, é claro! – Respondeu ele, com naturalidade.
- NÃO! – Gritaram Gina e Lupin, em uníssono, mas apenas o homem continuou – Essa idéia é absurda, Harry. Não podemos deixar que volte para aquela casa, correndo um risco tão grande. Assim que passar por aquela porta, Riddle vai saber da verdade e vai matá-lo. Não posso permitir uma coisa destas.
- Remo tem razão, Harry. – Gina parecia ter dificuldade em manter a voz firme – Você não pode se arriscar assim, à toa.
- Não é à toa Gina. – Respondeu o moreno, sorrindo para a ruiva, suavemente – É nossa melhor opção. Vocês não percebem? Se eu, sem querer, consegui ouvir uma conversa e descobri toda a mentira que nos cerca, a ameaça a Gina e sobre o tal artefato, imaginem o que posso descobrir se estiver espionando Riddle. Prestando atenção em tudo que ocorre naquela casa. Posso até revistá-la, à procura do artefato. Sou o único aqui que pode fazer isto.
- Mas é muito arriscado, Harry. Será descoberto imediatamente. – Insistiu Gina.
- Não existe alguma maneira, algum feitiço, capaz de me proteger dele? – Perguntou Harry, para ninguém em especial.
- Você poderia usar a oclumência, mas não temos tempo para treinar. É um feitiço extremamente difícil, que você já tentou aprender uma vez e não conseguiu.



Harry não disse nada de imediato. Continuou andando em círculos, passando a mão pelos cabelos revoltos, demonstrando como estava nervoso. Até parar, a mão ainda no ar, a respiração suspensa, e se virar lentamente, um brilho diferente no olhar, tão intenso que provocou arrepios em Gina, que não conseguiu reter um leve suspiro, felizmente ignorado pelos presentes. O rapaz mirou Remo Lupin e perguntou afoito.


- De quanto tempo precisa? Três semanas podem ser suficientes?
- Três semanas? Talvez... – Respondeu este, com cuidado – Teríamos que nos dedicar em tempo integral, mas acho que é possível.
- Rony, você me disse que sabe pilotar. É verdade? – Continuou o moreno.
- Sei, sei sim. Mas só pilotei de forma amadora. Por quê?
- E seu pai e seus irmãos, são mecânicos, não são?
- São, você sabe que são. Mas o que tem isso a ver?
- E vocês falaram de uma poção que deixa uma pessoa com a aparência de outro, não foi? É fácil de conseguir?
- Temos poção Polissuco em grande quantidade, isso não é problema. – Afirmou Remo, sorrindo, começando a compreender o raciocínio de Harry.
- Harry, será que dá para explicar o que está pensando? – Gina pediu, indo até ele e o agarrando pelo braço.
- Certo! Escutem, haverá uma corrida em Magny-Cours, na França, daqui a tres semanas. Eu já me inscrevi, mas com toda esta confusão, nem estava mais pensando nisto. Mas podemos usar a corrida como desculpa para irmos para a França, onde Riddle não poderia nos incomodar enquanto pratico o que for necessário para volar e me infiltrar, sem que ele perceba nada. Estou sem equipe, então os Weasleys poderiam assumir o posto. E Rony treinaria e até poderia correr no meu lugar. Se for necessário, ele toma esta poção para ficar com a minha cara, enquanto eu treino. Assim ninguém suspeitará de nada. O que acham?
- Não é má idéia, Potter. – Grunhiu Moody, pensativo.
- É perfeito! – Gritou Harry, eufórico – Até Relações Públicas e equipe técnica nós temos. – E apontou para Tonks, Mione e Gina.
- Cara, você é maluco. Mas sabe que isso pode dar certo? – Riu Rony.
- Isto realmente pode dar certo. – Concordou Remo – Temos aliados na França, que certamente nos ajudarão.
- Perfeito! – Rony esfregava as mãos, contagiado pela euforia de Harry – E quando partimos?
- Hoje mesmo! – O moreno respondeu – Não posso voltar para aquela casa sem estar preparado para Riddle, e não podemos perder tempo.
- Hoje? Mas como vamos fazer com nossas famílias? – Indagou Mione.
- Vocês precisam encontrar uma forma de convencê-los. Contar o que está havendo e o que temos que fazer, sei lá. – Disse Harry.
- Neste ponto eu discordo de você, Harry. – Disse Remo, e dirigiu-se para Mione – Os Weasleys são bruxos, que não se lembram. Podem não acreditar no começo, mas depois vão entender e, com certeza, gostar. Apesar de estarem entrando, ou mesmo retornando para uma guerra, esta é a vida deles. Não é justo deixá-los de fora. Já os seus pais, Mione... Eles não são bruxos, na minha opinião não merecem correr os riscos que nós estamos correndo. Acho que estão melhores assim, na ignorancia.
- Também não quero que eles corram riscos desnecessários, Remo. Qual é a sua sugestão? – perguntou a jovem.
- Poderíamos alterar a memória deles. E tirá-los da área de risco.
- Alterar a memória deles como? – Mione não gostou da idéia, algo lhe apertou o coração na hora que ouviu a sugestão.
- Eles terão que esquecer de você, Mione. Para a segurança deles, a sua e a nossa.- Disse com tristeza remo Lupin.
- Me...Me esquecer? – Susssurrou a moça, levando as mãos à boca, segurando o grito de angústia que quase escapara, seus olhos marejando.
- É o melhor para eles, Mione. Eu garanto. – Tonks aproximou-se dela, envolvendo-a em seu abraço e fazendo-a se sentar novamente no sofá, enquanto as lágrimas começavam a rolar pelo rosto da jovem – Quando vi que meus pais não se lembravam mais de mim, fiquei arrasada. Mas depois, quando percebi como estavam bem, sem ter que se preocuparem com a filha Auror, rebelde, que vive colocando a vida em risco, percebi que era realmente o melhor que podia ter acontecido a eles. Assim, pelo menos, não são mais perseguidos. Eles esqueceram do mundo bruxo e o mundo bruxo se esqueceu deles.
- Mas esta muança tem que ser permanente? Nunca mais eles se lembrarão dela? – Perguntou Gina, sentando ao lado da amiga e tentando confortá-la também.
- Não se preocupem, assim que tudo estiver resolvido, reverteremos o feitiço. – Garantiu Minerva – Eu mesma cuidarei de lançar o feitiço, para que não haja perigo algum para eles. Mas devemos fazer isto urgentemente, pois eles precisam desaparecer das vistas de nossos inimigos.
- Cla...Claro! – Mione engoliu as lágrimas e levantou-se, com dificuldade – Irei com a senhora, quero vê-los uma última vez antes da partida.
- Não quero ser estraga prazeres, mas estava pensando numa coisa. – Interrompeu rony, atraindo a atenção de todos para si – Não vai ser meio suspeito, todos os nossos familiares desaparecerem assim, de repente? O tio do Harry não vai suspeitar que estamos todos juntos?
- Ele não é meu tio. – Bufou Harry.
- Não podemos ter certeza, Rony. Mas acho improvável, pelo menos por enquanto, que Riddle suspeite de algo. Ainda mais se julgar que Harry continua sob controle. Veja, durante todo este tempo, ele nunca se importou com o paradeiro de vocês. A única vez que mandou alguem vigiá-los foi quando desconfiou de Harry. Se conseguirmos convencê-lo de que tudo está sob seu controle, não vejo grande risco. – Explicou Remo.
- Muito bem, então vamos de uma vez. – Harry olhava para o reógio, preocupado com a hora – Enquanto Mione e a Prof. Mcgonagall vão cuidar dos pais dela, Rony e Gina, mais Remo e Tonks, podem cuidar de convencer os Weasleys. E eu vou cuidar dos meus carros, preciso organizar o transporte de todo o material.
- Gina pode cuidar disto sozinha, vou com você. Vai precisar de ajuda para colocar aquilo tudo no caminhão. – Ofereceu-se Rony.
- Nós também podemos ajudar. – Neville e Luna se prontificaram.
- Ok! Então vamos logo. Quero dormir em Paris, esta noite. – Disse o moreno, dirigindo-se para a porta. Mas antes de atravessá-la, parou e virou – Ah! Gina, tenho certeza de que conseguirá convencer seus pais. Mas mesmo assim, tome cuidado, ok?
- Obrigada, Harry! E pode deixar, não vai precisar me resgatar de nenhum hospício de novo. – Respondeu a linda jovem, sorrindo e corando.



Harry correspondeu o sorriso, mas não teve tempo para mais nada, pois foi empurrado para fora da sala por Rony. Todos começaram a se dispersar rapidamente. Para trás ficaram Moody e Mcgonagall. O velho Auror soltou um chiado esquisito e falou.


- Eles estão diferentes, Minerva. Mais amargos e frios. Não confiam totalmente na gente.
- Diferentes? Sim, um pouco. Ninguém passa por uma experiência como esta sem sofrer mudanças, Alastor. – Respondeu ela, e então tocou levemente sobre o lado esquerdo do peito – Mas aqui, sinto que eles continuam os mesmos. A mesma coragem, fidelidade, amizade e principalmente, o mesmo e arrasador amor que sempre tiveram. Você viu, é apenas uma questão de tempo para que volte a aflorar.
- Talvez, Minerva. Talvez. O importante agora, é que estamos de volta à luta. – Sorriu o velho Auror – Tom Riddle não sabe o que o aguarda.


N/A: Gente, não tenho o que dizer como desculpa pela demora na atualização. Sei que demorei demais a terminar este capítulo, mas este começo de ano não está fácil. Espero que a partir de agora, as atualizações ocorram com uma frequência maior e agradeço a todos que estão acompanhando e comentando a FIC.

A idéia era ter um cap um pouco maior, terminando com a chegada deles em Paris, mas achei que ia demorar muito para concluir e talvez um pouco massante. Na verdade, espero que o que tenha ficado pronto já não esteja massante. Sei que tem muita informação que todos jã estão carecas de saber, mas achei importante, para o contexto da estória, dar uma pincelada.


No próximo, vamos ver a reação dos Weasleys a tudo isso e mais, muito mais. O título provisório do cap é Exilio, e já comecei a escrever.


Bom, é isso. Aguardo os comentários, ok?

Grande beijo e abraços a todos, e mais uma vez obrigado pela paciência.


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