A profecia: dois lados, quatro



––––CAPITULO VINTE E SETE––––

A profecia:

Dois lados, quatro partes

–Acho que agora eu fiz por merecer, não foi? –perguntou a garota com um sorriso maroto, depois de soltar o garoto.

–Se fez... –disse Kyo, ainda sem fôlego. –acho que não vou dormir essa noite...

–E por que? Alguma ocupação?

–Você não vai deixar... ou vai?

–Hoje eu vou, mas quem sabe quando você fizer por merecer eu te deixe ocupado...

Kyo riu, apesar de decepcionado, a cara da garota fora engraçada. Ela passou a mão pelo rosto dele, subindo até os cabelos dele e os afagando, de modo que ele foi obrigado a fechar os olhos, extasiado.

–Acho melhor eu ir indo, –disse ela, com um sorriso, enquanto passava a o dedo indicador nos lábios dele e tirava uma madeixa do cabelo dele da frente do olho –antes que você resolva me mostrar que também sabe fazer por merecer.

–Mas era essa exatamente a minha intenção. –protestou ele. –Por que você pode e eu não?

–Eu sou especial, não sou?

–Você tá só brincando comigo...

–Pode até ser, mas acho que você tá gostando de ser meu brinquedo, não está?

–Pode crer que estou, mas se é brincar o que você quer então é o que eu vou fazer...

–Como assim?

–Que tal uma aposta?

–Aposta? Que aposta?

–Não sei ainda, mas quando eu decidir a gente conversa.

–Nossa, você deveria ser dono de um cassino, do jeito que tem idéias rápidas sobre jogos...

–É só você aguardar e verá!

–Você sabe do que está falando?

–Não faço a mínima idéia.

–Eu sabia.

Ela lhe deu as costas e foi em direção a porta, sem olhar para trás, mas Kyo sabia que ela sorria, podia negar, mas adorara o que acabara de acontecer.

–Tchau para você também, Longbotton! –exclamou o garoto quando ela pôs a mão na maçaneta.

–Tchau, hm... er... Hunter! –disse a garota, com certa insegurança.

Depois que ela fechou a porta ele se recostou na cama, com a mão do braço bom ele bagunçou mais uma vez os cabelos, se sentia bem quando fazia aquilo, apesar de sentir falta das vestes da escola. Mal se passou um minuto que a porta havia sido fechada Madame Pomfrey praticamente arrancou os biombos da cama dele, trazia numa mão algumas gazes e na outra um vidrinho com uma poção verde berrante, parecia bem mal humorada.

–Eu pensei que essas garotas não sairiam nunca daqui! –exclamou ela, com a voz aguda, algumas mexas de cabelo grisalho caídas sobre o rosto. –Você está me saindo um verdadeiro Tiago Potter, Sr. Hunter!

–Já me disseram isso hoje, –comentou o garoto –mas por que isso, Madame Pomfrey?

A medibruxa já atacava o braço do garoto, trocando as ataduras e gazes, parecia muito entretida no afazer, mais ainda assim conversava naturalmente com o garoto.

–O garoto me aparecia aqui de duas em duas semanas, sempre todo quebrado e com ele seu comitê de fãs.

–Mas só vieram quatro garotas!

–É o que o senhor imagina, Sr. Hunter, pode ter certeza disso. Nessas duas semanas posso te assegurar que enxotei mais de cem garotas daqui, a maioria da Grifinória, sem contar as quatro que estavam aqui, que só faltaram alojamento.

–Cem garotas?! Tem certeza de que estavam atrás de mim?

–Depois te entrego os presentes que elas deixaram, acho que você poderia fazer uma festa com tantos doces. Só não te entregarei os presentes do Sr. Malfoy, acho que você não vai ter muito o que fazer com uma poção do morto-vivo.–O Malfoy se deu ao trabalho de me fazer uma poção? Mesmo sendo uma poção não muito útil?

–Não só ele como a irmã dele também.

–A Carla?

–Ela mesma, te trouxe alguns quilos de sapos de chocolate e algumas dúzias de caixinhas de feijõesinhos de todos os sabores.

–O que será que eu fiz pra ser tão prestigiado? –a voz do garoto saíra teatral e Madame Pomfrey sorriu.

–Você é o astro de quadribol da Grifinória, é, de acordo com as meninas que chegam aqui com poções de embelezamento mal-feitas, o garoto mais lindo que já deve ter pisado nos terrenos de Hogwarts alem de ser incrivelmente charmoso, fingindo não ligar para a aparência.

–Sinceramente, a senhora também acha que eu finjo não ligar para a aparência?

–Não, sempre te achei um tremendo relaxado.

–Meus pais também, –disse o garoto com um sorriso amarelo –eu nunca fui de ligar muito pra essas coisas, sempre preferi ser o melhor e, modéstia à parte, estou me saindo bem, não estou?

–Eu prefiro não comentar, apesar de não negar que é um esplendido bruxo.

Kyo riu satisfeito, mas ainda sim quis saber de onde viera tamanha prepotência e arrogância, já que sempre fora modesto, apesar de não muito, só se gabava quando realmente não havia o que se contestar. Ele sentiu Madame Pomfrey apertar bem a faixa que estava em volta de seu peito, fazendo-o sentir muita dor.

–Agora beba isso tudo de uma vez. –disse Madame Pomfrey lhe estendendo o frasco que trouxera –Não tem gosto, fique tranqüilo. –completou ao ver a cara que ele fez ao pegar o frasco.

–O que é isso? –perguntou ele, antes de por o frasco na boca.

–Poção revigorante, é para evitar as náuseas causadas pelo veneno da flecha.

–Falando em flecha, Madame Pomfrey, ainda não entendi como eu sobrevivi.

–Ah, meu caro, isso você resolve depois com Alvo, daqui a pouco ele aparece, já mandei um elfo atrás dele.

–Elfo? Que elfo?

–Ah, um elfo domestico, um dos da cozinha, é a criatura em que ele mais confia depois de Harry Potter.

–E o que viriam a ser elfos domésticos?

–São serviçais, trabalham sempre para uma família, normalmente ricas, recebem pouco mas trabalham muito bem, alguns ainda seguem as antigas tradições e trabalham para suas famílias pelo simples prazer de estar servindo, mas em Hogwarts são todos remunerados, mas o mais bem pago é Dobby, que chega a ganhar mais que alguns professores.

–E o que eles fazem? Quero dizer, eles não ficam só na cozinha, ficam?

–Ah, não, eles fazem todo o tipo de serviço, desde de desgnomizar o jardim, acender as lareiras e manter os cristais da casa desembaçados, até cozinhar e arrumar as meias de seu mestre em ordem alfabética de acordo com as cores.

–Eu queria ter um desses... –comentou Kyo, despreocupado com o fato de não sentir seus braços –só pra me organizar um pouco.

–Eu discordo, depois de um tempo se torna chato ver a criaturinha fazendo tudo e deixando você sem ter nada pra fazer e...

–Hu-rum, Papoula! –disse uma voz grave atrás de Madame Pomfrey, Kyo a reconheceu imediatamente e sorriu ao ver a barba e os cabelos prateados contrastando com os olhos azuis por trás dos oclinhos em meia-lua.

–Há, Alvo, não te ouvi chegar... –disse Madame Pomfrey ligeiramente constrangida.

–Tudo bem, Papoula, –disse o velho, com um sorriso misteriosos –já fui elogiado até mesmo por Minerva por ser tão sorrateiro quanto um felino.

–Receber um elogio desses de Minerva não é pouca coisa, não é, Alvo? Agora vou me retirar, acredito que queira conversar com o garoto.

–Ah, sim, obrigado, Papoula e, se puder, traga-nos alguns daqueles sapos de chocolate que a Srta. Malfoy deu ao Sr. Hunter aqui, creio que não fará muita falta, já que somente a garota trouxera uma centena dos mesmos.

–Uma centena? –perguntou Kyo, incrivelmente surpreso. –Uma centena de cem?

–Você conhece alguma outra centena que possa nos mostrar, Kyo? –perguntou Dumbleodore, num tom divertido.

–Er... –o garoto ficou constrangido –Não, acho que não...

–Foi o que imaginei.

Madame Pomfrey os deixou sozinhos, rindo gostosamente, Kyo sentiu seu rosto corar furiosamente, mas se acalmou ao ver Dumbleodore o olhava de uma maneira como um pai olha um filho.

–Sabe, você tem um sono que realmente eu poderia chamar de pesado. –comentou Dumbleodore, olhando para as olheiras instaladas logo abaixo dos olhos azuis do garoto.

–Por que? –perguntou Kyo, que não entendera nada.

–Sabe, de acordo com Madame Pomfrey, há nove dias você estava apenas dormindo.

–Nove dias dormindo? Mas... como?

–Essa é uma boa pergunta, se estivéssemos num programa de perguntas e respostas provavelmente eu teria perdido... mas infelizmente eu não posso te responder.

–Mas não tem como alguém dormir todo esse tempo... ou tem?

–Sinceramente, nem o maior dos estudiosos seria capaz de responder quanto tempo um ser humano normal é capaz de dormir depois de ser atingido por uma flecha de centauro... bem, talvez Hermione Snape provavelmente conseguiria, mas isso não vem ao caso...

Nesse instante Madame Pomfrey entrou com um carregamento de uns trinta sapos de chocolate, os olhos de Dumbleodore faiscaram perigosamente na direção dos doces. Logo já havia comido um e examinava o cartão.

–Uma vez, –disse ele, estendendo o cartão para que Kyo também pudesse ver –há uns vinte e quatro anos, eu quase fui retirado desse baralho.

Kyo olhou o cartão e se viu piscando para si mesmo, ao contrario da foto que vira no trem, agora usava as vestes de Hogwarts e segurava uma vassoura numa das mãos. Kyo Hunter, o menino que sobreviveu. Sorriu ao olhar de volta para Dumbleodore, agora ,muito serio.

–Você se lembra do ocorrido na floresta? –perguntou dumbleodore, num tom de desconversa.

–Mais ou menos...

–O que poderia me dizer, receio que a Srta. Longbotton não viu tudo tão bem quanto o você, com seus olhos de apanhador.

Mais uma vez Kyo riu, o diretor conseguia ser cômico nas horas mais inesperadas.

–Nós estávamos conversando na orla da floresta, eu tinha acabado de sair da toca do Hagrid e...

–Essa parte é dispensável, quero saber sobre os Comensais e o porque de você murmurar tanto o nome da poção polissuco durante seu sono.

–Bem eram dois, um deles no começo era Filch, mas não verdade não era, era Bellatriz.... como é mesmo..?

–Bellatriz Lestrange.

–Isso mesmo o outro ela chamava de Lúcio e, a não ser que eu esteja errado, o sobrenome dele deve ser Malfoy.

–E por quais motivos o senhor chegou a esta conclusão?

–O senhor já deve ter notado que eu sou um fã árduo da biblioteca.

–É de se reparar num aluno que adora passar o tempo livre ali, quando não está em um de seus ocasionais passeios noturnos.

Kyo corou, como será que ele sabia que, vez ou outra, ele saia à noite? Mesmo que sendo apenas de vez em quando, mas ele saia, para esquecer um pouco dos problemas, que ultimamente não eram poucos.

–Então... –continuou Kyo, tentando evitar o olhar sinistro do diretor –eu estava lendo um livro sobre Voldemort e... o senhor não tem medo?

–De que?

–Do nome, Voldemort.

–Ah, não, para falar a verdade eu não o chamo assim, para mim ele sempre será o Tom Riddle.

–Nossa, o senhor já era diretor no tempo dele?

–Não, não, eu ainda era professor de transfiguração, naquela época a escola era comandada pelo velho e bom Dippet. Mas por favor prossiga.

–Hu-hum, bem lendo o livro eu vi o nome dos Comensais mais famosos e lá estava o nome, Lúcio Snakeman Malfoy, junto com Draco Malfoy ,Pedro Perttigrew e Penélope Tonks.

–E ainda há alunos que dizem que ler é perda de tempo, você está mais informado que alguns membros da Ordem.

–Ordem?

–Você vai descobrir durante o verão, mas prossiga, o que aconteceu depois? Por que os dois Comensais mais perigosos de Tom os deixaram ilesos.

Não foi por falta de tentativa, já que tentaram nos matar, o que indica que nunca leram Hogwarts, um historia, depois tentaram nos amaldiçoar com o Crucciatus, e se estou certo só isso já é o bastante para uma estadia eterna em Azkaban.

–Se continuar assim vai se formar ainda no terceiro ano.

–Quem dera, mas nós nos escondemos, ai o Lucio Malfoy mandou o Filch... quero dizer, Bellatriz Lestrange entrar na minha mente para nos achar.

–E ela conseguiu?

–É ai que a ciosa fica estranha, ao invés dela entrar na minha mente, fui eu que entrei na dela.

–E descobriu alguma coisa? Algo importante? –a voz de Dumbleodore soou ansiosa, Kyo pode perceber que ele esperava ouvir algo importante.

–Não, só vi uma lembrança de adolescência, Sirius Black deixando ela na mansão Black.

–Ah, está explicado o porque dos volta Sirius!, e dos tchau, Bella.

–Eu também disse isso durante o sono.

–Não só isso, chamou Lilian Potter de Lily, assim como Tiago Potter fazia, chamou pelo marotos, por seus antigos apelidos...

–Aluado, Almofadinhas, Rabicho e Pontas.

–Isso, como sabe?

Kyo indicou o livro que Sarah deixara em sua mesa de cabeceira, Dumbleodore o pegou e riu ao ver o titulo.

–Foi a mãe de Harry que o escreveu inteirinho, sabia?

–Com a ajuda de Narciza Black e Ninfadora Tonks, que na época estava em seu primeiro ano.

–Leu até a bibliografia?

–Gosto de saber quem está me contando as coisas, não costumo confiar em livros sem bibliografia ou dedicatória. Neste caso foi um negocio do tipo, Te amo muito, Ti, mais beijos do que eu posso te contar e um valeuzão para os outros Marotos!.

–Você costuma decorar todos os livros?

–Só as partes de meu interesse.

Eles ficaram em silencio por algum tempo, Dumbleodore olhava em todas as direções, enquanto comia mais um sapo de chocolate, o que deixou Kyo seriamente desconfiado de que o velho bruxo era viciado nas sobremesas. Kyo tentou olhar nos olhos de Dumbleodore, para ver se escutava alguma voz, mas tudo o que ouviu foi o barulho de um radio fora de sintonia com o volume muito baixo.

–Então parece que Bellatriz Lestrange perdeu o jeito com o seu dom da legimência.

–Acho que não.

–E por que não? –perguntou Dumbleodore, interessado, apesar de Kyo desconfiar de que ele já sabia exatamente o motivo.

–Não sei, mas acho que o problema está em mim.

–Em você? E por que acha isso?

–O senhor pode achar loucura minha, mas depois que acordei, sempre que olho nos olhos de alguém escuto vozes na minha cabeça e a vozes são idênticas as das pessoas, eu escutei os pensamentos de todo mundo que me encarou nos olhos... quero dizer, quase todo mundo.

–Quase todo mundo? E quem seria a exceção?

–O senhor, parecia mais um radio fora de sintonia...

–Isso se deve ao fato de que minha capacidade de fechar a mente é superior a sua de entrar nela, ao contrario das outras pessoas não quais você deve ter penetrado a mente.

–Como assim? O senhor está dizendo que eu tenho o poder de ler a mente das pessoas? Saber o que estão pensando?

–Não necessariamente ler a mente das pessoas, você pode entrar na mente dela, visitar lembranças ver o que estão pensando, mas isso somente nas pessoas mais fracas de mente mais aberta ou frágil.

–Eu posso realmente fazer isso? Mas... mas se for assim como eu vou conversar com os outros? Quero dizer, não vou me sentir muito confortável sabendo o que elas estão pensando.

–Não precisa, não sei se seus colegas te avisaram, mas o professor Snape foi substituído.

–Serio?!? –perguntou Kyo, com um misto de alegria e decepção. Podia não morrer de amores por Snape, mas nunca negaria que ele era um excelente mestre de poções e sempre mostrou conhecer muito bem o que lecionava. –Por que? E por quem?
–Ele disse que estava cansado de tentar enfiar alguma coisa nessas cabeças cheias de vento que vocês tem, apesar de admitir que nunca tivera um aluno tão bom quanto você e, que se você quisesse, ele poderia continuar a te dar aulas, mas via coruja.

–Pode dizer que eu aceito, u m mestre como o Snape não é de se jogar fora.

–Engraçado, ele disse o mesmo quanto a você. Mas quanto ao substituto, ou melhor dizendo, substituta, esta será a própria esposa de Severo, Hermione Snape, eu propus a ela o cargo para que ela possa lhe dar aulas de oclumência e legimência.

–Mas para que oclumência? Legimência eu até entendo...

–Isto é necessário para que, assim como fez com Harry, Tom pode tentar invadir sua mente e atrai-lo até si, para tentar mata-lo.

–Mão eu não seria tão idiota!

–Tom é audacioso e perspicaz, poderia armar artimanhas nas quais até eu cairia. Ainda o considero como meu melhor aluno, uma mente brilhante mal direcionada por causa de um erro infantil do pai.

–O senhor acha Voldemort seu melhor aluno?

–Sim acho. Provavelmente o Sr. Olivaras lhe disse as seguintes palavras: Você-Sabe-Quem realizou grandes feitos, terríveis, sim, mas ainda assim grandes.

–Não, pelo menos que eu me lembre.

–Pois então, Tom era brilhante, mas toda sua inteligência o fez achar que podia mais que todos e por isso ele se tornou quem é hoje, porque foi tão longe quanto sua inteligência lhe prometia, mas ele trilhou pelo caminho errado.

–Por que as pessoas têm medo até do nome dele?

–Porque, no inicio, quando ele ainda crescia, as pessoas temiam que a menção do nome dele poderia atrair o terror que o próprio Tom representava.

De repente Kyo se lembrou de um trecho de Hogwarts, um historia, numa passagem sobre os quatro fundadores: Aterrorizai-vos com a simples menção do teu nome, fora o que dissera Helga Hufflepuff em seu primeiro encontro com seu futuro marido, Salazar Slytherin, ela possuía o, tão cobiçado naquela época, Toque de Prometeu.

–O senhor sabia que Voldemort foi profetizado? –perguntou Kyo, de repente.

–Como? –perguntou Dumbleodore, que não entendera.

–A vinda de Voldemort fora profetizada por Helga Hufflepuff.

–De onde tirou essa idéia?

–Tom Servoleo Riddle é o herdeiro de Salazar Slytherin, não é? É ele que pode abrir a câmara secreta?

–É, mas o que isso tem a ver?

–Na primeira vez que Helga Hufflepuff tocou Salazar Slytherin ela entrou em transe e disse: Aterrorizai-vos com a simples menção do teu nome. Ela previu que o herdeiro de Slytherin um dia teria até seu nome temido.

–Ela possuía o Toque de Prometeu... faz sentido, mas como sabia disso?

–Eu li, para variar, quando o senhor mencionou alguma coisa sobre o medo do nome dele eu me lembrei.

–Como eu nunca pensei nisso, quantas vezes eu já embalei meu sono com aquele livro e nunca reparei numa coisa tão obvia.

–Não querendo me achar muito, professor, mas acho que fui o primeiro a reparar.

–Provavelmente, Kyo, muito provavelmente.

Dumbleodore ficou em silencio por alguns instantes, olhando para os dedos que girava, Kyo praticamente podia ver as engrenagens girando em sua cabeça, o diretor provavelmente maquinara que faria com aquela informação, que para Kyo não parecia muito importante.

–Kyo, você conhece os quatro tipos de vidente mais conhecidos?

–Farejadores da verdade, amaldiçoados por Cassandra, os soprados pelas Parcas e os com o Toque de Prometeu, por que a pergunta?

–Você conhece a profecia?

–Profecia..? Ahn... não.

–Sabe ao menos do que se trata?

–Sei, eu sou o felizardo que herdou o fardo de ser o único capaz de matar Voldemort.

–Mas não sabe o que ela diz?

–Não, por que? O senhor sabe?

–Eu estava lá, quando ela foi proferida.

–E... e o que diz..?

Aquele que tem o poder de vencer o lorde das trevas se aproxima... nascido dos que o desafiaram por três vezes, nascido no ultimo dia do sétimo mês... e o lorde das trevas o marcara como seu igual, mas ele terá um poder que o lorde das trevas desconhece... e um dos dois devera morrer na mão do outro pois nenhum poderá viver enquanto o outro sobreviver... aquele com o poder de vencer o lorde das trevas nascera quando o sétimo mês terminar...

Eles ficaram em silencio por alguns instantes, Kyo sem entender muito bem as coisas, mas tentando a todo custo digerir.

–O que o senhor vai fazer? –perguntou Kyo, com a voz fraca.

–Vou estudar, creio que esta profecia está incompleta.

–Incompleta?

–Essa profecia foi proferida por alguém com o sopro das Parcas.

–E o que tem?

–Pense bem, o que essas profecias tem em comum?

Kyo parou para pensar um pouco, o que as profecias tinham em comum? Seus pensamentos forma interrompidos por Dumbleodore:

–Ao beijar Harry pela primeira vez, Hermione Granger, hoje Hermione Snape, disse as seguintes palavras: Quando o amor se consumar, dois anos depois de a proteção se acabar, um grande amigo que te trai por poder, e o herdeiro fica sem nada a que possa fazer, a única maneira de o senhor das trevas destruir é o bem finalmente ao mal se unir.

–Farejadora da verdade ou amaldiçoada por Cassandra? –perguntou Kyo, finalmente entendendo.

–Farejadora da verdade.

–O senhor sabe qual é a quarta parte?

–Ainda não, mas deve ser de alguém, direta, ou indiretamente, ligado a Harry ou Tom, provavelmente diretamente ligado ao Tom.

–E por que?

–Sibila Trewlaney foi uma das testemunhas do casamento dos Potter, e Hermione é a melhor amiga de Harry, Helga foi a esposa de Slytherin agora falta a quarta parte.

–Nem tudo o que reluz é ouro, professor.

–Nem toda peneira deixa a luz passar, meu caro.

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