Cáp. 2
Baltimore é fria em janeiro. Um vento cortante vem do porto e se divide pelas ruas transversais de toda a cidade. Temos duas tempestades de neve o ano todo e algumas chuvas de congelar, mas na maior parte do tempo é um clima cinzento de gelar os ossos. No meio de todo esse cinza, panelas de guisados* borbulham nos fogões, a cerveja corre como água, salsichas recheiam pães duros e rosquinhas recheadas são um item de primeira sobrevivência.
Acontece que Miami é quente em janeiro. Eu ia tomar o vôo da BWI que partia ao meio-dia, com a chegada a Miami prevista para o meio da tarde. Quando saí de casa, agasalhada num casacão xadrez forrado, um cachecol de casimira da Burberry, botas forradas de lã de carneiro e luvas grossas. Estava perfeita para Baltimore, mas nada sensacional para Miami. Na chegada, entulhei o cachecol e as luvas na mochila de lona, tamanho médio, que pendia do meu ombro, enrolei o casaco em volta da alça e fui procurar um ponto de táxi. O suor encharcava meu sutiã Miracle, da Victoria’s Secret, os cabelos se grudavam em minha testa e eu aspirava um ar que parecia sopa quente.
Tenho trinta anos agora. Altura e constituição medianas. Não tenho a beleza de uma estrela de cinema maravilhosa, mas dou para o gasto. Meus cabelos são de um louro sem graça (totalmente feio), mas comecei a pintá-los de castanho quando decidi deixar de ser um macaco sujo de graxa. Atualmente ele é castanho e cortado num comprimento médio, meio desgrenhado, picotado em camadas desiguais que posso modelar punk com gel num estilo meio punk se a ocasião exigir. Tenho olhos cor de mel, a boca meio grande demais para o meu rosto e um nariz perfeito herdado de minha avó Jane.
Meus pais me levaram a mim e a Draco à Disney World quando eu tinha nove anos. Essa é minha única ligação com a Flórida. O restante do meu conhecimento sobre o estado consiste principalmente de horríveis histórias estrelando bichos, contadas por uma amiga de minha mãe Elsie Duchen. Ela sempre passa o inverno em Ocala com a filha e vive dizendo que na Flórida existem baratas do tamanho de vacas. E jura de pés juntos que elas voam. E eu vou logo avisando que, se eu vir uma barata do tamanho de uma vaca voando perto de mim caio fora rapidinho.
Dei o endereço de Draco ao motorista do táxi, me sentei no banco de trás e fiquei vendo Miami passar pela janela. No início, seguimos por um longo trecho de estrada que se transformava num confuso emaranhado de cruzamentos e desvios que, por sua vez, afastavam-se em espiral para desembocar em rodovias. E as rodovias nivelavam-se e seguiam até onde a vista alcançava. Após alguns minutos, surgiu, lá longe, a linha do horizonte de Miami, bem diante de mim, e tive a sensação de que estava na estrada de Oz. Palmeiras debruavam a rodovia. O céu era azul-celeste. Os carros, limpos. Uma coisa exótica para uma moça de Baltimore.
Atravessamos a ponte Causeway, deixando a cidade para trás e avançando para Miami Beach. Eu sentia o estômago vazio e mantinha as mãos fechadas com os nós dos dedos brancos ao redor da mochila. Estava preocupada com Draco e minha ansiedade ia ficando cada vez maior à medida que nos aproximávamos do apartamento onde ele morava. Ei, disse a mim mesma. Relaxe. Solte os dedos da mochila. Draco está bem. Ele sempre está bem. É como um gato. Cai sempre de pé. É verdade que não estava atendendo ao celular. E não tinha aparecido no trabalho. Mas não havia motivo algum para entrar em pânico. Esse era Draco. Nem sempre acha que a maneira normal é a melhor maneira de fazer as coisas.
Era o cara que perdeu a formatura do colégio porque a caminho da cerimônia encontrou um gato ferido na beira da rua. Levou o bicho ao veterinário e só foi embora depois que o animal saiu da cirurgia e já estava acordado. Claro, provavelmente ainda daria tempo para chegar à cerimônia, se ele não houvesse sentido a necessidade de seduzir a assistente do veterinário que examinava um paciente no quarto numero três.
O problema no telefonema de Draco tarde da noite foi a mulher gritando. Esse era um novo elemento nas ligações do meu irmão. Minha mãe ficaria apavorada se soubesse do que ouvi, por isso eu não disse nada e entrei num avião com destino a Miami.
Meu plano era arranjar algum jeito de entrar no apartamento de Draco e me certificar de que ele não estava estirado no chão, morto. Se não estivesse morto nem matando tempo diante da televisão, minha parada seguinte seria a marina. Ele estava num barco quando me ligou. Imaginei que eu teria de encontrar o barco. Além disso, não tinha pista alguma.
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Cof, cof, cof!!!!!! Tirando a poeira akiiii!!!!!! rsrsrs
Jah tava desanimada com a fic... + ai me animei de novo e voltei a postar!!!!
Ahhhh... obrigado pelos coments hein pessoal... vou postar por vcs...
Gnt... porfa... quero coments hein????
Ahhhhh... se tiver algum erro me falem tah??? Plix... pq num tenhu beta!!!!
Espero q gostem e se divirta viu???
XOXO
MayPotter
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