no armário, parte I.
- E então...? – Começara a castanha, com um semblante preocupado.
Meg ergueu-se da poltrona da mansão dos Roth em que estivera sentada, deixou a dose de vodka em cima da mesinha e encarou Daniel com tensão semelhante.
O loiro respirou fundo, enquanto unia suas mãos na altura da cintura, em um gesto mórbido de nervosismo captado pelas garotas em que Hermione sentiu sua vista girar.
Não havia sinal de escárnio ou alegria no rosto do amigo, ele as encarou firmemente antes de dizer:
- Sinto muito, eu fiz o que pude. Ele se foi. – dito isso se aproximou Hermione, abraçando-a, enquanto ela sentia quentura das pequenas e sucessivas lágrimas caírem por seu rosto.
A garganta da castanha possuía um nó profundo, como se nada fizesse sentido. Antes que vista ficasse mais embaçada pelo choro, as mãos de Meg cutucaram-na.
- Granger. Granger. – Chamou-a, com voz entediada. – Ou Daniel tornou isso mais uma das suas piadas de merda, ou os mortos coexistem com os vivos.
- Hã? – A garota murmurara, com desentendimento.
- Esquece, Granger. Só olha pra trás. – Meg disse, indicando a figura de um garoto que vinha com um sorriso canalha estampado na face, pra logo em seguida cumprimentar Daniel, como se dissesse “a brincadeira já deu, caralho. larga ela.”
- Gente, eu descobri uma coisa... – Ele começou, mantendo uma de suas mãos na cintura da castanha, fato que perturbou Meg e Draco, embora ambos tenham agido de maneira alheia ao pequeno gesto.
- O quê, Dan?
- É DANIEL ROTH. O QUÊÊÊÊÊÊÊ, HEEEEIN?.... DE ME DIZER QUE O MALFOY NÃO MORREU, QUEM SABE?! – Hermione retrucou, segurando-se para não avançar no amigo e enchê-lo de tapas.
- Não, acabei de descobrir que eu quero ser medi bruxo. Essa coisa de comunicar a morte dos outros é excitante, cara. – Ele falou, com um sorriso cínico.
- Não, não é. Isso é nojento, Argh. – Meg afirmou, revirando os olhos.
- Que seja. – Draco disse, indiferente. – O importante é que eu sobrevivi e com isso o mundo não perdeu o sentido, tsc tsc tsc.
- Alô sarcasmo barato! – Ironizara a castanha, a fim de destruir cada partícula de medo de perdê-lo, porque mais uma vez, obviamente, ele a manipulara. MERDA.
Hermione cruzou os braços em um gesto de descontentamento, pra logo em seguida aceitar o drink que Meg encaminhou-lhe com um cara “bebe logo que passa”.
- Granger, não é nenhum pecado admitir que você ia se suicidar depois de achar que eu tinha morrido... – O loiro falou, ao se jogar de forma displicente na poltrona em que Meg estava.
A outra garota passou um dos braços no ombro do primo, pouco depois de sentar em seu colo, e disse:
- É Granger, O Draquinho é gostoso, faz parte do sangue, ninguém tem culpa disso ;D – Retrucara, sem poder evitar um sorriso safado no momento em que ele levou uma das mãos a sua coxa, ainda encarando Hermione em mais uma de suas ironias particulares.
Daniel desviou o olhar da cena, claramente incomodado, e a procura de alguma bebida mais forte.
Qual o problema de MEG, HÃ? Será que ela não conseguia passar uma semana sem se jogar nos braços de alguém? Vá lá que ela era o caso de Malfoy, mas MESMO ASSIM...! A vulgaridade dela quando direcionada a outro cara soava tão... repugnante? nojenta? infantil? é, vai ver era isso. E NÃO TINHA NADA HAVER com as voltas que seu estômago deu em desconforto.
A garota deu um sorriso, antes de erguer-se do colo de Malfoy, seguida de uma piscadela cúmplice. Foi atrás de Daniel, que saíra da sala sem motivo aparente. Aham, sei.
O loiro encarou com diversão a expressão de ódio claramente traçada no rosto da Sua sangue ruim, extremamente contrariada diante da cena que vira.
Ela própria levantou-se da poltrona, com um olhar de desprezo, atrás de alguma dignidade.
- Volta aqui, Granger. – Ele chamou-a, com a voz firme. Aquilo não era um pedido.
- Por que eu deveria, loiro aguado? – Ela retrucou, entediada.
- Preciso mesmo responder? – Ele disse, roçando os lábios no dela com rapidez, as mãos de Hermione ficaram trêmulas, e ela soube, simplesmente soube, que oh merda, ele a fizera se apaixonar.
O pouco do orgulho que possuía fez a garota lhe dar um tapa bem dado. Aparentemente sem razão, mas na pequena ação, estavam inclusas todas as raízes de sua revolta. Com Draco Malfoy, com aquela proximidade, com os batimentos cardíacos acelerados e com os pensamentos desconexos sobre QUERER BEIJAR o loiro ali mesmo, caso ele não o fizesse.
Mas ele faria, não faria? Aham, ele fez. Foi o que se deu conta quando a boca quente encontrou a sua, ou quando ele mordiscou seu lábio inferior, fazendo-a abrir os lábios para que os toques se tornassem mais profundos e ele pudesse explorá-la em uma dança de línguas, que Hermione se arriscava em assumir que esta fora a sensação mais erótica que já experimentara.
Sua mente estava em branco. Tudo um grande nada. Porque estar com ele ali já havia se tornado tudo.
Ele a trouxe mais pra si, com as mãos na cintura dela, em domínio.
**
- como vão as coisas com a Sua Jane, hã? – Perguntara Meg, sentando-se ao lado do garoto e escondendo de si mesma o efeito que as palavras causavam.
A demora da resposta dele lembrou-a que sim, ele CONTINUAVA apaixonado pela Granger.
A distração dele o impediu de notar que os olhos dela encheram-se aos poucos, quase transbordando de tantas lágrimas.
Ela passou a mão de forma decidida, levando ali as gotas, e limpando-as com rapidez, pra logo depois virar o copo de firewhiskey, durante um gole doloroso, de frustrações e coisas entaladas.
Pegou a garrafa que levara e virou-a preenchendo o vazio do copo, na esperança aquela porra preenchesse também o seu próprio vazio.
Há quanto tempo Daniel não a procurava mesmo? Há quanto tempo não agiam da mesma forma que antes?
Ela largou o copo diante do silêncio e bebeu direto da garrafa, o líquido ardendo com força, mas Meg não tossia, não queria deixá-lo ver a intensidade daquilo.
- tem alguma coisa pra fazer? – Ele perguntou de maneira repentina, sem encará-la.
- Não, não tenho. – Respondeu, dessa vez sem malícia.
- Hm, eu tenho uma proposta irrecusável...
- Qual? – Ela resumiu-se em perguntar, com expressão de tédio profundo.
- Quer transar comigo até o dia amanhecer? – Falou, olhando-a nos olhos, em uma mistura angelical de cinismo e sinceridade.
Ela abriu um sorriso espontâneo, ainda que tentasse diminuir, era estranha a forma que ele tornava tudo natural. Natural demais.
- idiota. – Murmurou, em um novo sorriso.
Não é que não quisesse isso. Porque ela queria, ô se queria! Mas ser substituta de alguém era inaceitável, até mesmo para os seus padrões de honra – que há anos já não era levada em consideração tratando-se de Dan.
- Isso foi um sim? – Ele retrucou, erguendo uma das sobrancelhas de forma sedutora.
- Foi um “não gosto de transar com um cara que vai pensar em outra durante o ato em questão”. – Esclareceu, como se fosse fácil chegar e dizer.
A resposta não pareceu decepcionar o loiro. Não mesmo.
- A gente pode ir pro meu quarto ter umas conversas entre amigos e beber firwiskey... Sem sexo, eu prometo. – Dissera, fitando-a como se a degustasse.
Meg lhe dirigiu um tapa forte nos ombros.
- Quer me embebedar, por acaso?
- Por que não tenta descobrir?
- UAHSAUYHSJAUSYHJAUSHJAISUJAISUJAKISUHJAISUJAKISUHJASIUJA’.
- Okay, vou parar... – Respondeu, seguro, enquanto passava um dos braços sobre o ombro da garota. – Bom, você perguntou sobre a Jane. A resposta é: Não faço idéia de como estejam as coisas, acho que somos só amigos, talvez. Ela e o Malfoy estão apaixonados, não quero interferir nisso, Tsc.
- Isso não pareceu muito com um sonserino de verdade.
- O verdadeiro sonserino pode quebrar qualquer regra.
Ela se limitou a sorrir e virar a garrafa de novo.
- Quem é você e o que você fez com Meg Malfoy?
- Como assim?
- Por quem você se apaixonou, afinal?
- QUÊ?
- cara Srta. Malfoy, eu te conheço, você fica lunática, sensível, e menos astuta quando se apaixona.
- hm...
- O Krum te mandou alguma carta pedindo pra voltar? Foi isso? – Ele questionou com um sorriso fraternal.
- Não, é que... tem um... novo cara, sabe... – Começou, tentando amenizar a mentira.
- Eu conheço?
- Talvez. – “Bem demais, até.”
- Espera... espera... Você não voltou a gostar do... Draco, né? – Dissera, com uma expressão temerosa.
Aquilo foi o bastante pra que ela respondesse:
- Hm, foi. Eu tô completamente caída pelo Draco, DE NOVO. – respondeu, com um fingido suspiro.
Daniel olhou-a nos olhos, transparecendo alguma coisa que ela não soube –nem quis, decifrar. Talvez fosse pena por vê-la apaixonada por um canalha que além de ser canalha gostava de outra. (Sua Jane, por sinal).
“Pobre Meg” Foi a primeira coisa que conseguiu pensar, enquanto um pequeno desconforto nascia em seu estômago.
Talvez fosse o mal estar da bebida. É, só podia ser.
Ele já perdera sua melhor amiga de anos para o outro loiro, perder Meg seria como perder em um jogo de cartas marcadas, era algo totalmente inaceitável. Aquela morena era Sua. Ela devia estar sempre lá pra quando ele quisesse. Bom, também não era como se ela fosse alguma santa. Ela gostava da velha relação que tinham. Correção: GOSTAVA. Agora isso seria passado, tudo porque ela se focaria somente em seduzir Draco e a sua relação com a amiga, se resumiria apenas a pura amizade. E ser amigo de uma garota como Meg Malfoy era um fato – no mínimo- complexo. Pelo menos diante de todas as indiretas e noites prazerosas que já haviam acontecido entre os dois.
Pois é Daniel, você estava MESMO ferrado.
**
Cairam sobre o sofá, os corpos grudados e quentes, enquanto as mãos dele a traziam pra mais perto e as dela encaixavam-se em sua nuca.
O loiro sorriu maliciosamente ao morder o ombro da castanha, pra logo em seguida descer a boca com volúpia, os lábios entre abertos sugando desde a curva sedutora do pescoço até o colo, a língua tocando cada área que segundos mais tarde seria mordiscada e sugada com mais intensidade entre seus dentes.
Com uma de suas mãos inclinou a perna da castanha em seu quadril, segurando-a com firmeza sem nenhum movimento, contudo certo de que se continuasse assim suas mãos deixariam marcas naquele lugar.
- Ei casal pervertido, tem crianças aqui... – Meg falara, enquanto cobria os olhos de Daniel, o ser mais inocente da face da terra, hoho.
O casal-que-não-era-um-casal afastou-se abruptamente, com expressões de assassinos que se arrependeram de um crime letal.
*
- HEY, HEEEEY! TEM ALGUÉM ME OUVINDO?! – A voz dela soou mais aguda que o normal. – TEM ALGUÉM AÍ? SOCOOOOROO! – Dissera. A onda de frustração foi intensa e a fez bater na porta de maneira desesperada. – AI MEU DEUS! SOCOOOOOOORRO! – Malfoy resumiu sua reação a um revirar de olhos.
- Granger? – Chamou-a, com a voz coberta de sarcasmo controlado. – Relax, sangue ruim.
Ela respirou fundo, sem saber se conter.
- Relax? Daqui a 50min e 59 seg... Okay, agora são 51min pra o trem de Hogwarts partir, sacou? E se ninguém notar que nos perdemos? – Murmurou, quase petrificada. Faltava pouco para apanhar um cartaz com APOCALIPSE estampado e saísse por aí, feito uma louca (mais do que já era, na opinião do loiro).
- Nós não nos perdemos, Granger. E isso não é Crônicas de Nárnia, só estamos trancados no banheiro da mansão do Dan, e todo mundo sabe que eles não sairiam sem nós, tsc... – Ele respondeu, racionalmente, encarando-a da mesma maneira que olharia uma ameba em pânico (se é que amebas ficam em pânico, of course).
CONTINUA.
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okay, péssimo fim de cap.
buuuut, eu tô de férias *---*, ou seja, vou atualizar o próximo em tempo recorde (assim que eu terminar o próximo capitulo).
Digam o que acharam etc e tals. Perdão pela demora, mas foi culpa do vestibular ://
Queria PEDIR às novas leitoras (sim, TEMOS NOVAS LEITORAS \õ/) que VOTASSEM na fanfic *olhinhos brilhando* e a todos, quria pedir que comentem, hoho.
Saudaaaaaades demais dessa fanfic (L)’
beijos.
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