colisões e declarações.
Hermione olhou-os chocada. O que acabara de ouvir ‘certamente’ fora infantil.
Não conseguia acreditar que a imaturidade de Daniel e Draco havia chegado a esse limite de quererem disputar uma droga de pega, corrida ou o que quer que aquilo fosse.
Exibira sua expressão mais severa, do tipo “imbecis, tsc”, expressão essa que costumava assustar Rony, seu amigo.
- O quê? UMA CORRIDA?
Meg mantinha um sorriso de canto de lábio como se entendesse o que levara os loiros a pensar naquilo.
- Qual o problema, Jane? – Perguntara o loiro, sorrindo com antecipação.
- O problema? – Repetiu, irritada. – O PROBLEMA É QUE ACIDENTES ACONTECEM NESSA MERDA DE CORRIDAS! Além do quê, é crime, dã.
- Somos bruxos, não trouxas, caso não tenha percebido.
- Eu percebi sim Malfoy, da mesma forma que eu notei que vocês não têm nada na cabeça. – Replicara, com o tom rígido de monitora-chefe.
O loiro revirou os olhos.
- Ninguém pediu a sua opinião, Granger.
- Isso não me impede de dá-la, seu idiota. – Afirmara, tensa.
Morria de medo de corridas de carros. Aliás, ela temia qualquer tipo de desafio/disputa entre aqueles dois.
Eram sempre tão competitivos. Argh.
- Adorei a idéia da corrida! – Dissera Meg, chamando a atenção de todos.
Daniel a fitou e sorriu, “Essa sim é a Meg que eu conheço!” pensara.
- Então, posso participar? *-* - Pedira a morena, com os olhos brilhando e uma expressão angelical perigosa.
Malfoy olhou-a com diversão contida.
- É claro. – Concordara, lembrando que seria mais excitante ainda se houvessem mais corredores. – E você, sangue-ruim? Não quer participar também? – Desafiara.
A reação da castanha foi de extremo desprezo. Odiava ser desafiada por ele, e odiava ainda mais não poder ceder a seus desafios, era sempre como se fosse frágil demais, certinha demais e isto a levasse a perder nas fúteis guerrinhas com o ex-inimigo.
Diante do silêncio da castanha ele provocou novamente.
- Com medo, Granger? Ou não sabe dirigir?
- As duas opções. – Retrucara a contra gosto.
**
Alta velocidade. Três carros. A única coisa que ele sentia era o sangue correndo nas veias, seus batimentos cardíacos tensos e a satisfação de perder os limites. Porque Draco Mafoy definitivamente não nascera pra perder.
A estrada que percorria estaria deserta se não fosse pela companhia dos outros carros, em que estavam Daniel e As garotas.
Uma curva se aproximava, e isto o fez sorrir sadicamente antes de aumentar a velocidade do carro.
100km. 150km. A sensação de liberdade era tão grande enquanto a paisagem das montanhas passava como flashes tirados de uma câmera trouxa, que ele não conseguia parar, queria ir mais rápido, com sua mente em branco de todos as questões que antes envolviam a sangue ruim com a qual estava sentindo alguma droga de coisa.
A intensidade de pensar, só pensar na Granger,fez seus batimentos cardíacos acelerarem.
Os flashes da paisagem externa deram lugar a novos flashes, como se tudo aquilo que passava pela sua mente estivesse acontecendo ao vivo e a cores.
Primeiro o sorriso dela. Sorrisos espontâneos, sarcásticos, complexos, forçados, tristes, nerds. As mãos delicadas estendendo-se pelo físico do corpo do Malfoy. A pele macia, sendo lentamente beijada pelos lábios dele, em uma sensação de cócegas, cada vez que a língua quente do garoto tocava seu pescoço. A boca, a mesma boca que o enlouquecia totalmente. A voz, ora mandona, ora suave, ora sedutora, ora de escárnio. E o pútrido sangue...
E como num flash, os pensamentos cederam, trazendo-o de volta a realidade.
A realidade na qual seu carro estava a 200km pronto pra colidir contra a montanha sua frente.
“Caralho.”
Ele girou o volante com força, sentindo o baque levar sua consciência durante a colisão.
Game over, Malfoy.
BUM.
**
- Do outro lado do país. -.
Os olhos verdes de Harry fitavam-na, ainda a espera de uma resposta. Mas o que Gina poderia lhe dizer? O verdadeiro motivo? Que o amava? Que sentia ânsias de estrangular Cho Chang? Que o amava? Porque, certo, ela o amava, não amava? aquilo TINHA QUE SER AMOR.
Respirou fundo, apenas pra perceber que não fora uma piada. Não, não. Harry, veja bem, Harry Potter, o amor da sua vida, estava lá, esperando uma resposta.
E tudo bem que não era a resposta de um “Quer se casar comigo?” ou algo assim. Mas ele queria uma resposta. Ele estava lá apenas pra saber o motivo pelo o qual estava sendo ignorado ou o que quer que aquela indiferença significasse na mente tola da irmãzinha do seu melhor amigo, que embora não fosse mais tão irmãzinha ou inocente, ainda parecesse assim a seus olhos.
Porque no fundo, o moreno sabia que Gina Weasley era especial. E Boas garotas merecem contos de fadas.
- Então é isso? – Ele arqueou, sem saber o que argumentar. – Não tem nada pra me dizer? E Não tem nada acontecendo, nada mesmo?
Ela podia dizer não e acabar com aquilo. Seria o primeiro passo se quisesse esquecê-lo. Mas ela não queria, queria? Não, óbvio que não. Pelo menos não o suficiente pra tirar a idéia da hipótese.
- Okay, eu... – OMG! Como diria aquilo pra ele? Aquilo não era a bosta de um filme romântico, não era só “dizer”. O que aconteceria depois? Melhor não pensar, Weasley. – é que... eu... hã, eu...
- Você..? – Encorajara o garoto, temeroso.
- Eu te amo. – Dissera.
A pequena frase de 3 letras flutuou no ar, e entrou nos ouvidos de Harry, bagunçando cada partícula de sanidade que havia em seu cérebro. Se é que sanidade podia ser contada em partículas, é claro.
Ele absorveu o conteúdo das letras, e seus pensamentos sempre encontravam um jeito de fugir da verdade.
Oh. Meu. Merlin. Gina não podia estar... “APAIXONADA?!” Não, não, não, e definitivamente NÃO! ISSO NÃO PODIA ESTAR ACONTENDO! NÃO, NUNCA. N-U-N-CA. NUNCA. N.U.N.C.A Ela era como uma irmã mais nova para si, ele a prezava de uma forma tão fraterna que se recusava a pensar na garota desse jeito. Que na verdade, era um fato.
Gina Weasley estava louca por Harry Potter.
Ele tentou encarar a realidade, como se fosse comum. Mas não era. Porque ela era Gina –por Merlin!- O que ele poderia fazer sobre isso? O que ele poderia DIZER sobre isso?
Havia sido uma confissão direta, porém fora a frase mais perturbadora que já ouvira em toda a sua vida. E todas as palavras que se formavam em sua mente estavam sendo as coisas mais perturbadoras DIRIA em toda a sua vida.
- Hã... você... disse mesmo o que disse, no sentido que eu penso você disse? – perguntou, cauteloso.
- Sim! Quer dizer, NÃO! Quer dizer, eu te amo Harry. Não como um irmão. Ficou claro agora?
- Até demais. – Ela o ouviu murmurar, ainda em estado de choque.
Continuou lá, parada, fitando-o como a idiota que se sentia naquele momento.
Ele não parecia capaz de formular nada produtivo e Gina estava cansada de sair jogando confissões constrangedoras.
- Então... Era só isso. Preciso... Preciso ir pro meu quarto, porque... ahn, porque sim, certo? – Murmurou, tropeçando nas palavras e saindo do quarto com brusquidão, não sem antes bater a porta com força.
BURRA! GAROTA BURRA! COMO PUDERA FAZER AQUILO? COMO? E AGORA? O QUE ACONTECERIA? HARRY OBVIAMENTE NÃO PARTILHAVA DO MEMSO SENTIMENTO, OU SEJA, ESTAVA SOZINHA E DESPREZADA. Este havia sido o pior fora da sua vida.
Ainda por cima, Oh Merlin, que desculpa mais sem nexo fora essa a que usara, hã? “Preciso ir pro meu quarto” Aff, AQUELE JÁ ERA O SEU QUARTO, dã. E ela ainda ousara gaguejar, coisa mais humilhante! Sentiu como se estivesse se oferecendo a Harry ao jogar seus sentimentos assim, na cara do garoto.
O moreno permanecera no quarto, só se deu conta que estava sozinho quando o som forte da porta sendo batida chegou até si.
Novamente se sentiu perdido.
COMO RAIOS ele magoara os sentimentos de Gina? COMO ELE PUDERA FAZER ISSO? COMO?!
Droga, droga, droga.
O pior de tudo era saber que ainda assim, ele não a amava daquele jeito. E sim, Harry Potter estava fodido. FATO.
**
Daniel virou um gole considerável da garrafa de firewhiskey, tomando direto da garrafa, como o clássico bêbado-play-boy que queria aparentar ser.
Estava tenso, mas não era o único.
- Pensem pelo lado positivo, ele morreu tão rápido que nem sentiu dor (: - Daniel se encolheu diante dos olhares de desprezo vindos de Hermione e Meg.
- ELE NÃO MORREU, PORRA! Quantas vezes preciso dizer isso?! – Gritara acastanha, com o coração apertado diante do corpo do sonserino que tanto odiava.
- Sabemos que não, Jane. Vazo ruim não quebra ;D
- GRRRR. quer calar a boca, Roth? Eu preciso pensar... – Retrucara, de uma forma irritada, com as mãos ainda analisando o pulso do loiro, que estava desmaiado.
O rosto dele permanecera sujo, fora retirado por Meg de lá com um feitiço, pouco antes da Ferrari explodir.
Havia cortes em seu rosto, pernas, braço, e sua roupa agora rasgada também possuía partes levemente queimadas pela pré-explosão.
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