Reencontros
Reencontros
Eles aparataram no Três Vassouras. Lá dentro, havia algumas poucas pessoas tomando suas cervejas amanteigadas e suas jarras de quentão.
Gina escolheu uma mesa ao fundo, enquanto Harry buscava duas garrafas de cerveja amanteigada. Quando voltou, sentou-se bem em frente a ela.
-E então, novidades?- perguntou Harry.
-Não muitas… você viu?- perguntou ela, sorrindo.
-O que…? Ah, o sexto andar - respondeu Harry, lembrando-se que Gina, um tempo atrás, estava tentando conseguir abrir um andar no St. Mungus só pra psiquemagia.
-Huhum - fez ela positivamente.
-Parabéns!
-Sam, Richard e eu batemos o pé e conseguimos um andar só nosso. Foi ótimo para nós e para os pacientes, é claro.
-Richard é um japones?
-Ah, não! Richard é irlandês.
Eles continuaram conversando sobre trabalho, planos para o futuro e Harry contou a ela sobre sua idéia e de Remo. Então, Harry se lembrou dos pais do Neville, que anos antes, estavam internados ali.
-O que houve com os Longbotton?
-Bem… pretendo fazer meu doutorado baseado nos estudos que faremos com eles. Eles não estão mais no St. Mungus. Nós os levamos para a Casa Claire-Marie que fica muito distante de tudo o que tem a ver com as lembranças deles. A idéia é ir trabalhando essas lembranças, até que elas já não sejam mais um atormento.
-Entendo… e Trelawney? O que houve com ela? Fiquei impressionado.
-O caso dela, Harry… – ela parou e tomou um gole da cerveja, pensando se deveria mesmo falar sobre isso – Acho que posso confiar em você, não é?
Ele olhou para ela sorrindo. Eles tomaram alguns goles de suas bebidas.
-O caso dela está gerando discussões um pouco complicadas. Ela está morrendo! E isso está claro para toda a equipe.
-E para mim também!
-Pois é, – ela disse com aquele olhar repreensivo que Harry bem conhecia. Gina detestava ser interrompida. –mas nós simplesmente não conseguimos explicar isso! Então Sam resolveu traze-la para o sexto andar, já que ela estava começando a ter problemas com delírios, etc. Mas, como nossa área é muito recente… há muitos que acham isso tudo uma grande besteira.
-Sei… mas vamos falar de algo mais leve, sim?
Dizendo isso, pediu mais duas garrafas de cerveja amanteigada. Conversaram alegremente, como quando começaram a namorar. Eles esqueceram, por algumas horas, as preocupações e tensões.
-Harry, foi ótimo ver você!- ela disse, levantando-se dando um abraço forte nele.
-Também amei nossa conversa. Vejo você amanhã?
-Não sei, tenho plantão hoje e amanhã. Mas vou tentar.- ela vestiu o casaco e desaparatou antes que as primeiras lágrimas escapassem.
No dia seguinte, Harry se encontrou com Remo, Cho Chang e Bia Lovegood, em uma lanchonete muito aconchegante no final do Beco Diagonal, para discutirem algumas coisas sobre o trabalho. Discutiram, entre outras coisas, sobre se usariam um computador. A idéia veio de Harry.
-Você está louco?- perguntou o garoto forte, de olhos e cabelos pretos e lábios rosados com uma expressão e incredulidade.
-Remo, calma!Deixe o Harry explicar - disse Bia, uma mulher baixa e magra, de cabelos lisos, castanhos, cortados na metade do pescoço e enormes olhos castanhos-quase-verdes.
-Obrigado, Bia. Um computador nos ajudaria a organizar as informações.
-É. Mas nós precisaríamos de eletricidade, não?- perguntou Cho.
Harry deu um sorriso amarelo. Tinha se esquecido desse detalhe.
-Outra coisa, Harry, seria legal termos uma boa biblioteca.
-Quer cuidar disso para nós, Bia?
-Claro. Farei um levantamento de títulos.
Harry olhou no relógio. Já eram quatro e meia da tarde e ele precisava ir para casa. Não conseguia tirar uma ruiva da cabeça e queria dormir um pouco antes de sair para a casa dos amigos.
Deixou o bar e preferiu subir a pé para o que, até agora, lhe servira de casa. O tempo estava bem frio, mas ele se sentiu bem caminhando um pouco. Aproveitou para comprar um presente para Rony e Hermione: um espelho lindo, enorme, que vinha com dois espelhos menores pra as pessoas poderem se comunicar. Apesar de aquilo trazer algumas lembranças ruins para Harry, ele achou que seria um bom presente.
Quando acordou, tomou um banho e vestiu vestes verdes-esmeralda que valorizavam intensamente a cor de seus olhos.
Pegou o presente e aparatou.
Ele desaparatou em frente a um muro alto coberto de hera. Aquele era um bairro trouxa muito agradável, completamente arborizado.
Tocou a campainha. Após alguns breves minutos, uma mulher branca, de cabelos castanhos, veio abrir o portão em suas vestes púrpuras.
-Olá Harry! – exclamou a mulher, jogando-se em cima dele dando um forte abraço.
-Oi, Hermione. – ele se sentia estranho em reencontrar a amiga depois de tantos anos afastados.- Você está diferente, Hermione!
-E… é claro, também, depois de tanto tempo afastados!
Ela o puxou pela mão e ele viu uma casa grande, muito bonita, com um enorme e lindo jardim de tulipas de todas as cores possíveis, na frente.
-Linda a casa. E esse jardim, como você consegue?
-Linny me ajuda.
-Quem é Linny?
-A elfa doméstica.
-O QUÊ?
-Calma, lá dentro eu te explico.
-Ah! Isso aqui é para você e o Rony – Harry entregou o pacote em papel vermelho para Hermione.
-Vamos abrir lá dentro. Está frio aqui e não posso pegar resfriados logo agora…
Puxando Harry pelo braço, eles atravessaram o jardim e entraram por uma porta de madeira e vidro. Foram atravessando algumas salas e corredores até que chegaram a um cômodo bem grande.
Em volta da mesa, estavam alguns rostos conhecidos, como Neville, Simas, Luna e Bia Lovegood, entre outros.
Ao ver Harry, Rony deixou uma taça de vinho cair e… Reparo!, foram ouvidas umas seis vozes.
-Harry!
-Olá Rony.
Rony deu um abraço um tanto tímido nele.
Como você está? O que você está fazendo?
Rony! Deixa ele sentar. – disse Mione oferecendo uma cadeira a Harry. Ela pegou o pacote que lhe dera e mostrou a Rony - Vamos abrir o presente.
-Presente? O que é isso, Harry, não precisava
-Nossa, que lindo!
-Realmente- concordou Harry- E dei sorte, vai combinar com a decoração da casa.- ele completou, dando uma olhada ao redor.
-Achei ótimo! Assim, poderei saber onde Rony está, não é querido? E com quem.
-Como assim? Não confia em mim?
-Claro que sim, né, seu bobo - ele disse, roubando um beijo dele.
-Harry, aceita alguma coisa?- perguntou Rony estendendo-lhe uma taça.
-O mesmo que você, obrigado.
Rony veio para a mesa e todos conversaram. Harry pôde saber sobre Rony e Hermione e conhecer melhor sua colega Bia Lovegood.
Depois de um tempo, ouviu-se uma vozinha fininha vinda de perto da Hermione, que estava sentada na ponta da mesa.
-Senhora, já está tudo pronto para servir o jantar.
Harry olhou na direção da voz e viu uma criaturinha muito bem vestida, com mini-vestes de bruxa pretas.
-Pode servir, Linny.
Então, Linny estalou os dedos e, de repente, apareceu sobre a mesa um apetitoso jantar.
-Bom apetite – disse Linny curvando-se até o chão em uma reverencia.
Depois que ela saiu, Simas perguntou:
-Como assim, Hermione Gra...Weasley – ele se corrigiu rapidamente – tem um elfo doméstico?E aquela história do Fale?
-Não é Fale, Simas, é F.A.L.E.! – corrigiu Hermione - Mas ela é livre. Recebe salário, férias…
-Férias?- perguntou Luna, achando um pouco estranho.
-Isso mesmo!- respondeu Hermione muito séria.
-E como você conseguiu que ela aceitasse ser livre?
-Eu só mostreipara ela que não fazia sentido algum elfos viverem daquele jeito.
Rony, que estava achando aquela conversa um tanto entediante, resolveu interromper, o que Harry achou muito sábio.
-Sirvam-se, pessoal!
Harry, que estava faminto, apresou-se em servir-se de coxas recheadas.
-Aceita vinho, Harry?
-Não, valeu, minha taça ainda está cheia.
-Mione, vinho?
-Ah, não Rony, obrigada - ela respondeu o mais amavelmente amável que conseguia ser.
-Mas você adora! Foi comprado especialmente para você!- revidou Rony, meio decepcionado. Encheu uma taça e a entregou, sorridente, à esposa.
-Harry, depois que você saiu do bar ontem à tarde – começou Bia -, eu fui ata a biblioteca do Ministério e…
-Nós podemos ter acesso a esse acervo?- ele interrompeu.
-Tecnicamente.…não.-mas ela logo completou-, mas Alastor conseguiu que eu entrasse sem que ninguém percebesse.
-Não quero nenhum problema para o nosso lado, hein, Bia!
-Pode deixar- disse ela, sorrindo confiante.
-Bia…- disse Luna-, olhe a Hermione…
-O que há, Luna?
-Tenho a impressão de que ela está um pouco pálida.
-Deixe-me ver o que é. –decidida, Bia jogou o guardanapo na mesa e levantou-se.
Harry a seguiu com os olhos, até a cadeira da Hermione. Segundos depois, Bia a ajudava a se levantar e a levava para fora da sala rapidamente.
Quando as duas passaram na frente de Harry,este já ia se levantando para ajudar, mas Bia fez um sinal negativo com a cabeça. Então ele desistiu e foi sentar-se ao lado de Rony.
-Onde foi Hermione?- perguntou Rony um pouco lerdo.
-Não sei - respondeu Harry.- Não deve ser nada demais.
-Vai entender as mulheres, né Harry?
-Elas ficariam ricas se escrevessem livros “Como entender as mulheres” .
E os dois começaram a rir, como faziam antigamente.
Dez minutos mais tarde, as duas voltaram. Bia com os olhos vermelhos e Hermione já um pouco corada.
Quando elas entraram, todos pararam de falar e Rony perguntou:
-O que houve, Hermione?
-Calma, você já vai saber –ela falou, sem conseguir conter um sorriso na direção de Harry e Bia, que retribuíram.- Pessoal, por favor!- então todos olharam com atenção para ela- Rony, sente-se!- ela ordenousabiamente - Queria dar uma notícia muito importante.
Rony, apesar de um pouco bêbado, estava lúcido suficiente para saber o que vinha em seguida, e começou a ficar branco.
-Eu…acho…que…que eu to grávida!
Agora, quem precisava de ajuda era o Rony.
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