A poção



Quando cheguei á cabana não tinha ninguém mais lá, eu então subi direto para meu dormitório, sem ir almoçar, no caminho fui pensando como isso podia ter acontecido, como não pensei que pudesse vir a acontecer. Cheguei no dormitório e lá estava Gina. Eu precisava falar com alguém, mas ela estava meio brava comigo por conta da aula de defesa contra as artes das trevas, mas eu não tinha ninguém pra falar, que fosse com ela mesmo então.
-Gina, me desculpa por ter respondido aquilo na aula hoje, mas é que Harry é meu amigo e... –Ela foi se virando pra me encarar enquanto eu ia falando.
-Você nunca me deu motivos Hermione, acho que eu estou errada de ter ficado brava. – Ela sorriu.
-Ufa, sabe, é que você é minha amiga, não quero me distanciar de você, e tem um monte de gente que acha que eu e ele, você sabe.
-Eu sei Mione, e sei que vocês são amigos, mas é que é complicado ver seu namorado com uma melhor amiga que é linda, e ver que ele confia mais nela do que em mim sabe. Mas eu não tenho direito nenhum de ficar brava.
-Que isso Gina, a gente nunca teria nada.
-Promete? – Ela segurou em minha mão.
-Promete o que?
-Que nunca vai ver ele com outros olhos, que sempre serão amigos e nada além, disso?
-Ah, é claro Gina, Nunca, ele é um irmão pra mim e só. – Sorri pra ela, depois ela me abraçou.
-Então Gina, eu queria falar sobre um negócio que acabou de acontecer e... – Comecei a falar assim que a gente se separou.
-Ah, ok, pode falar. – Disse ela, enquanto me sentava na cama e se sentava ao meu lado.
-É, eu queria só falar pra você, e não quero que saia daqui, é algo importante. – Falei séria.
-Não sairá, prometo. – Ela beijou os dedos, prometendo.
-É, é que eu ando falando com Draco. –Agora parecia que eu tinha falado “eu estou ajudando Voldemort a matar trouxas”, porque ela fez uma cara.
-Como assim? Draco, Draco Malfoy?
-E eu conheço outro Draco Gina?
-Não, mas péra aí, com assim?
-É que ele veio pedir desculpas sabe, ele está realmente mudado, e tenho que confessar que é uma ótima companhia.
-Você tem certeza Hermione?
-É, eu tenho. – Sorri para ela. –Ele realmente mudou e é uma pessoa super legal sabe, só que ainda não posso contar isso pra Harry e Ron, sabe?
-Sei. Mas olha Mione, se você diz que ele mudou, então ele mudou. Mas é complicado acreditar. –Ela sorriu.
-Mas o fato é Gina que a gente tava agora na aula de Hagrid, e eu fui pra floresta atrás dos bichinhos e Draco foi atrás de mim, nós ficamos conversando e...
-E o que?
-E ele disse que eu não saia dos pensamentos dele, sempre que ele me via eu o tirava do sério, e que eu sempre fui especial pra ele, e que eu sou especial pra ele. – Fui dizendo e lembrando da cena, era tão doido, era estranho, essa era a palavra.
-Hermione, você não traiu meu irmão com Draco, não é? –Ela arregalou os olhos.
-Não, não, de jeito nenhum Gina. Ele tentou me beijar, mas não, não Gina. –Eu fiquei nervosa, quase tinha traído Ron.
-É, o Malfoy é lindo, isso ninguém pode negar, mas você tem juízo Mione.
-É, eu tenho. – Eu estava me fazendo a pergunta “eu tenho juízo?”, oh meu Merlin, sorte que eu não ajo por impulso.



************
Deixei o dormitório por volta das 5 da tarde, Gina queria que eu contasse tudo pra ela sobre Draco, tive que dizer palavra por palavra do que falamos desde o primeiro dia de aula.

Desci as escadas e lá estava Ron, sentado sozinho numa poltrona da sala comunal. Eu fui chegando por trás dele, e tapei seus olhos.
-Mione? –Ele perguntou.
-Sim. – Me coloquei em sua frente e lhe dei um beijo. Já tinha me esquecido de quanto seus beijos eram bons. – Ta bravo comigo Ron?
-Agora não estou mais. – Ele sorriu e me sentou em seu colo.
-É que, olha, você é importante pra mim, se não fosse não tinha perdido tanto tempo gostando de você e não estaria te beijando agora, sabe. – Lhe dei mais um beijo.
-Eu sei, mas você sabe, eu sou meio cabeça dura mesmo. Me perdoa? –Ele me beijou no pescoço.
-Não tenho o que te perdoar. – A gente se beijou mais uma vez, e assim foi, de beijo em beijo, até que entraram alguns alunos na sala e eu em separei dele, fui lá pra baixo ver se tinha alguma coisa pra comer, cheguei na cozinha, e lá estava Harry.
-Oi. – Ele me cumprimentou com um bolo nas mãos.
-Olá Harry.
-É Mione, a gente podia conversar?
-Oh, é claro Harry, deixa eu só pegar alguma coisa e nós já conversamos. – Sorri para ele. Eu peguei um pedaço de bolo de chocolate e um copo de suco de abóbora e nós fomos para os jardins. Nos sentamos em um banco, perto do lago.
-Hermione, eu queria esclarecer umas coisas sobre hoje. –Ele olhou em meus olhos.
-Ah, eu acho que não tem nada para ser esclarecido, mas se você acha que tem. – O olhei meio confusa.
-É sobre as nossas respostas ás perguntas do Sr.Ashmoore.
-Ah sim. –Sabia que ele ia falar sobre isso, não podia deixar quieto e fingir que não houve perguntas? – Pode falar Harry.
-É que eu queria saber como Ron reagiu, Ah, sabe Mione, eu não devia ter dito aquilo, ele morre de ciúmes da gente e eu falo que você me aclama. Onde eu tava com a cabeça? –Ele foi se levantando, já ficando nervoso.
-Calma Harry, eu já conversei com ele, ta tudo bem. Mas ele não deve ter tanto ciúme assim.
-Tem sim Mione. –Ele foi se sentando. – E eu vou te contar uma coisa.
-O que?
-Sabe quando o Ron foi destruir a Horcrux do medalhão? – Eu confirmei com a cabeça. – Então, a Horcrux mostrou par ele tudo aquilo que el não queria ver, seus maiores medos, sabe? –Confirmei novamente com a cabeça.
-E o que isso tem a ver com o ciúmes dele?
-Então, é que numa dessas visões, numa das imagens que a Horcrux mostrou estávamos eu e você e você dizia que preferia a mim do que a ele, e a gente se beijou, e vendo isso ele destruí a Horcrux. Entende agora?
-Sim, mas espera. – Fui tentando imaginar as coisas. – Mas eu nunca, nunca, a gente nunca...
-Eu sei Mione, mas pra você ver como ele tem medo de te perder, e tem mais medo de te perder pra mim.
-Mas que absurdo Harry.
-É, eu concordo com você. E eu sei que nossa amizade é maior que tudo, pelo menos pra mim é.
-Pra mim também Harry. – Eu o interrompi.
-Então Mione, acho que a gente tem que evitar situações como essas, pelo menos por inquanto.
-Sim, claro, você está certo.

***************
Doce ilusão pensar que íamos evitar situações como essas. Vou explicar o porque:

O resto da semana passou rápido, e nada de anormal aconteceu, não vi Draco, e isso era bom, já que se o visse teríamos que ter uma conversa explicando o que aconteceu naquele dia na floresta, ou melhor, o que quase aconteceu. Fiquei o máximo de tempo perto de Ron e não conversei muito com Harry.

Assim que acordei na manhã de sábado vi Gina já de pé no quarto, ela e uma caixa de bombons ao seu lado.
-Uhm, Harry mandou bombons, foi? – Disse sorrindo.
-Sim, mandou. – Disse ela com a cara mais normal do mundo. – Mas eu não quero, estou de regime, eu disse isso á ele, não devia ter me mandado bombons.
-Ah Gina, pára com isso, come um vai. – Disse enquanto pegava a caixa.
-Ah não vou comer não, come um você.
-Tem certeza?
-Vai fundo amiga. –Ela sorriu
-Tá bom. – Peguei um bombom, desembrulhei e coloquei na boca, era o melhor bombom de todos, o gosto tão bom, mas logo minha mente foi se esvaziando e foi se preenchendo com imagens de Harry e como se fosse uma necessidade eu só pensava nele, e eu precisava ver ele. –Gina, onde Harry está?
-Lá nos jardins, ele disse pra eu ir encontrá-lo lá, daqui a pouco já estou indo... – Nem deixei ela completar a frase, saí correndo em direção aos jardins, aqueles olhos azuis dele na minha cabeça, aquele cabelo, aquele rosto, tudo. Cheguei nos jardins e esbarrei em Draco.
-Hermione, eu queria falar com você. – Começou ele, mas eu o interrompi.
-Depois Draco, depois. – E saí andando, correndo, vi Harry em baixo de uma árvore, em frente ao lago, ah como ele estava lindo ali, ah como ele era lindo. Me aproximei dele.
-Mione, o que você está fazendo aqui? Eu esperava por Gina e... – Não deixei ele terminar, tampei sua boca com um beijo, era como eu tivesse controlando tudo e ao mesmo tempo nada, mas o beijo era o melhor de todos, parecia que eu sempre havia sonhado com esse beijo, Harry respondeu á altura, me beijou de volta, mas quando se deu conta do que estava fazendo me soltou.
-Mione, o que é isso? O que você está fazendo? –Disse, me olhando desesperado.
-No momento não estou fazendo nada de interessante, mas estava te beijando, agora dá licença. – Dizendo isso agarrei em seu pescoço e o beijei de novo, ah como era bom isso. E mais uma vez ele me soltou.
-Por que você ta fazendo isso Mione?
-Porque eu te amo, agora fica quieto e me beija. – Com se meu pedido fosse uma ordem ele me beijou, ferozmente, nós caímos no campo e ele me beijou mais, eu fui abrindo sua camisa enquanto ele me beijava, eu não ligava para quem passasse e visse aquilo, e parecia que ele também não.
-Harry! Hermione! –Era a voz de Gina, mais do que depressa Harry saiu de cima de mim.
-Oh não! – Ele bateu na testa. – Gina, a Mione comeu aqueles bomboms? – Enquanto ele dizia isso eu o abraçava por trás e lhe beijava o pescoço.
-Comeu, porque?
-Tinha poção do amor lá.
-Harry Potter! Que espécie de homem você é? – Ela tava vermelha mesmo.
-Gina, vai pegar o antídoto com o Slughorn e trás aqui rápido.
-Tá. – Ela saiu correndo e eu o virei para que ficasse na minha frente.
-Olha Mione, você não sabe o que está fazendo, e eu não quero me aproveitar de você e... – Eu o interrompi mais uma vez.
-Ah por Merlin garoto, se você me beijasse ao invés de falar. – E lhe dei mais um beijo, caímos de novo no campo, nos beijando, ah, aquilo era maravilhoso. – Te amo. – Eu disse em seu ouvido.
-É, era pra me amar mesmo, você tomou a poção do amor. – Ele me olhou e depois me beijou de novo. -Nós ficamos ali nos beijando por uns cinco minutos, os melhores cinco minutos da minha vida, que foram interrompidos por Gina, que chegou lá com um frasquinho na mão e entregou para Harry. Ele me soltou, pegou o frasquinho.
-Toma isso aqui Mione. – Ele pediu, abrindo o frasquinho.
-Não quero, eu quero te beijar. – Lhe dei mais um beijo, profundo, ele respondeu, mas logo que nos soltamos ele virou o frasquinho dentro da minha boca.
Tudo começou a girar e girar, meus olhos se fecharam, senti que eu caí, não sei onde, não sabia de mais nada.

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