Tudo está confuso
A luz foi penetrando aos poucos em meus olhos, enquanto eu os abria lentamente, minha cabeça estava doendo, provavelmente por conta da minha queda. Abri os olhos, estava tudo embaçado, pisquei algumas vezes para a visão melhorar. Apurei os ouvidos, comecei a ouvir alguma coisa.
-Não Harry. Eu já te disse que você passou dos limites! – Era a voz de Gina, histérica. Eu não tinha idéia do porque ela estava gritando, mas eu também não tinha nem idéia do que estava fazendo ali, caída no chão, assistindo á Gina brigar com Harry, meu olhos se voltaram a ele, que reparei, estava com a camisa aberta.
-Gina eu já te disse que não tive a intenção. – Harry falava com ela como que se explicasse algo á uma criança.
- Harry, como você pode ter mandado uma poção do amor á alguém sem ter a intenção? – meu sangue ferveu, eu comecei a ligar as coisas, mas achei melhor parar de ligá-las, estava complicando tudo.
-Ah Gina, você sabe muito bem que estava distante de mim. Eu sei que fiz errado, mas você, sabe, você teve sua parcela de culpa.
-Ah é? Agora a culpa é minha? – Ela colocou as mãos na cintura, como sra Weasley faz quando esta brava.
-Não. A culpa é minha, mas se a gente estivesse bem isso não teria acontecido. – Ele olhou fixamente para ela.
-Ah Harry! Eu simplesmente não quero mais ver sua cara! – Ela se virou e foi saindo batendo o pé. Mas antes que ela andasse uns 5 metros ele gritou.
-Hey! Mas ela não sabia o que estava fazendo! – Eu olhei direito pra eles, de Harry para Gina e de novo para Harry e depois pensei comigo “o ela da frase sou eu?”.
-Mas você sabia. – Ela se virou para ele, começaram a sair lágrimas de seus olhos. – E o pior é que eu sei que se fosse outra garota você não ia corresponder, não ia beijá-la como fez. – Ela respirou fundo. – Mas eu sabia eu pra vocês só faltava isso, não me espanta não terem se beijado antes. – Ela deixou as lágrimas rolarem. Eu tentei levantar, mas ainda não conseguia.
-Mas... – Começou Harry.
-Mas nada Harry, você sabe que eu tenho razão. – Ela mirou seu olhar no chão e depois voltou seu olhar á ele, apontou um dedo em sua direção e disse: - Mas lembre-se, ela não tinha controle do que estava fazendo. Para ela isso nunca aconteceu. – Ela se virou de novo e recomeçou a andar, Harry a observou, parecia triste.
-Hey! O que foi que eu fiz? O que aconteceu? – Consegui me levantar um pouco e chamar a atenção deles, Harry ia vir em direção a mim, mas Gina veio na frente e fez sinal para que ele não viesse. Ela passou as mãos pelos meus cabelos como uma mãe preocupada.
-Você está bem?
-Estou, bem o bastante para que você me explique o que aconteceu. – Era estranho não saber de nada, queria entender rápido as coisas, acho que fui até um pouco grossa.
-Certo, certo. – Ela limpou as lágrimas dos olhos. – Vamos, vou te contar lá dentro. – Ela foi me levando para o castelo, antes que saíssemos de lá olhei para Harry, ele estava com um olhar triste, mas tentou sorrir para mim.
Nós chegamos rápido ao nosso dormitório, já que eu estava morrendo de presa, não havia ninguém lá dentro. Gina apontou para uma cama e lá eu me sentei, ela se sentou em uma cadeira em frente a mim.
-Então, acho melhor te contar, não? – Ela limpou a garganta.
-Acho que sim. – Eu estava morrendo de medo do que ela ia me contar, mas era minha única esperança de descobrir que minhas suposições era falsas.
-E o que exatamente você quer saber? – Seus olhos ainda estavam vermelhos, mas ela estava tentando agir como se nada tivesse acontecido.
-É, eu quero saber o que aconteceu depois que eu comi aquele bombom, porque eu só me lembro do que eu fiz até aquele momento. – Eu parei pro um momento e comecei a pensar, Oh não, era pior do que imaginava, era o que eu imaginava, pro Merlin! – Pêra aí, me interrompa se eu estiver errada. – Ela concordou com a cabeça. – Eu comi o bombom que estava com a poção do amor, eu sei disso porque escutei uma parte da conversa de vocês, desculpa.
-Não tem nada pra desculpar, A conversa dizia á seu respeito mesmo.
-Ok. – Continuei. – Então eu comi o bombom que Harry tinha mandado e fui atrás dele e... Oh meu Merlin! – Levei as mãos á boca. – Eu e Harry, nós? – Perguntei assustada.
-Exatamente. – Ela respondeu séria. Eu não podia ver minha cara, mas devia estar branca que nem um fantasma, tamanho foi o susto de descobrir o que eu tinha feito.
-Me perdoa? Desculpa, eu devia ter pensado, não sei. Não devia ter comido aquele bombom. – Comecei a me desesperar, tentando fazer ela se sentir melhor, tentando fazer eu me sentir melhor.
-Hey Hermione. Se acalme, a culpa não foi sua, ele é que é um babaca que me manda bombons com poção do amor.
-Não Gina, ele não é um babaca. Ele só fez algo de que não deve se orgulhar. – Argumentei tentando defender meu amigo.
- Na verdade acho que no fim ele vai se orgulhar. – Suas orelhas foram ficando vermelhas. Percebendo o que ela ia dizer á interrompi.
-Mas vocês terminaram?
-É claro Hermione. Como eu iria continuar com ele? – Falava o óbvio.
-Mas Gina, ele não teve a intenção. Pelo menos não teve a intenção de que fosse comigo. – Argumentava em vão.
-Ah não? Se você visse o que eu vi Hermione! – Ela riu debochada e se levantou.
-Mas eu não sabia o que eu estava fazendo, não me lembro de nada. – Me levantei também.
-É, mas ele sabia e em nenhum momento deixou de te corresponder. – Eu corei ligeiramente, mas não desisti de argumentar em favor de Harry.
- Mas o que ele podia fazer? Eu quero dizer, eu sou naturalmente persistente, devo ser 3 vezes mais persistente quando estou sob efeito de alguma poção. – Eu não ia desistir tão cedo de convencê-la e de me convencer.
-Hermione, você é persistente, mas não é duas. E se ele quisesse tinha evitado.
-Mas. – Ela tinha me convencido, mas eu não podia deixar isso transparecer.
-Mas nada Hermione, você sabe. Por favor, não tente argumentar mais. – Ela parecia esgotada.
-Tá bem. – Lhe dei um tapinha no ombro e saí de lá.
Eu estava nervosa, saí de lá e queria resolver tudo, minha cabeça doía e eu estava mais tonta e confusa do que antes.
Passei correndo pelo salão comunal, sabia onde devia ir, estava tão nervosa, tão confusa, cheguei áquela grande porta e bati três vezes, até que gritaram “entre”.
Entrei pisando firme. Ele olhou para mim, devia estar com medo, eu teria medo de mim naquele momento.
-Professor Slughorn , como que o senhor se atreveu a dar uma poção do amor á um aluno?
-Veja bem srta Granger. – Por incrível que pareça ele parecia calmo. – Eu não dei a poção á qualquer aluno, dei a Harry Potter.
-Não importa. O senhor faz idéia de quanta confusão causou?
-Não se causa confusão com essa poção, as confusões se esclarecem. –Ele filosofou.
-Como não? O senhor sabe que essa poção pode cair em mãos erradas e...
-Não essa, srta Granger, pois a poção que eu dei ao Sr. Potter não era uma simples poção do amor. Era uma poção do amor verdadeiro. Ele não sabia, mas preferi lhe dar essa poção.
-Oh meu Merlin! – Foi só o que eu consegui dizer.
-E suponho que a srta saiba o que é uma poção do amor verdadeiro, não?
-Sim. Quando você toma a poção você vai atrás de seu verdadeiro amor. – Eu e minha mania de responder as perguntas dos professores. Eu respirei fundo e antes que eu pensasse muito sai de lá correndo, sem rumo nenhum. Quando dei por mim estava nos jardins, mas não parava de correr, até que uma mão segurou meu braço. Me virei pra ver quem era, era Draco, só consegui segurar mais forte em seu braço e depois o abraçar e começar a chorar.
-Hey, se acalma ta? – Falou com a voz mais compreensiva. – Vem cá. – Me segurou pela cintura e me levou até um banco perto da floresta.
Ele fez eu me sentar, segurou na minha mão e esperou uns minutos até que eu me aclamasse
-Então, quer me dizer alguma coisa?
-Oh Draco, eu estou confusa. – Passei as mãos no meu rosto.
-Você não parecia tão confusa quando estava se pegando com o Potter. – Ele me olhou.
-Você viu?
-Vi sim, infelizmente.
-É, mas eu estava sob efeito de uma poção do amor que ele mandou para a Gina e eu acabei tomando. – Tentei lhe explicar o que nem eu sabia ao certo.
-Ele é maluco? – Draco fez uma cara de “como existem pessoas idiotas no mundo”.
-Não. Mas o pior você nem ouviu, era uma poção do amor verdadeiro.
-Não acredito Hermione. Potter é seu amor verdadeiro? – é, agora que eu tinha parado para pensar.
-Suponho que sim, quero dizer, o Ron é meu namorado, não entendo nada. – Entrei em desespero de novo.
-Hey, é o seguinte, se acalma porque você tem que esclarecer as coisas com Potter e ver o que ele acha disso. Ele sabe que a poção era a do amor verdadeiro?
-Não, e nem pretendo contar.
-Porque não?
-Porque não posso ter nada com ele, simplesmente não posso, o Ron me ama tanto e eu achava que sentia o mesmo por ele, Harry é meu melhor amigo, nada além disso. – Tentava me convencer do que dizia.
-Hermione, tem certeza? – Ele me olhou com cara de dúvida.
-Absoluta. – Fingi que tinha certeza mesmo.
-Então ta.
-Eu estou nervosa Draco. Não sei o que fazer. – Comecei a chorar de novo.
-Hey, só se acalma. – Ele me abraçou, nunca pensei que um dia ia me confortar nos braços de Draco Malfoy, também nunca pensei que fosse beijar Harry. As coisas estavam loucas, só queria entender que rumo iam tomar. Que esse rumo não fosse o pior
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