No mínimo um amigo



Ta, o Ron ficou me evitando depois da aula, logo que bateu o sinal do fim da aula ele colocou a mochila nas costas e nem olhou na minha cara.
Mas eu ainda estava com o meu plano de dar toda a atenção do mundo á ele.
A segunda aula era de poções, e era com o Draco, eu sabia que não podia falar com ele, mas ele tem sido tão legal que achei que iria me dar vontade de falar com ele.
Minha suposição se confirmou logo que pisei dentro daquela sala de aula, Draco, que estava numa mesa no fundo me olhou e abriu um enorme sorriso, eu sorri de volta, mas sabia que nem um “oi” podia falar, já que Harry estava atrás de mim e Ron, que tinha ido na frente, estava sentado em uma carteira á frente, mas olhando fixamente para mim.
-Harry, senta lá com o Ron. –Eu olhei par ele, e dele para Ron.
-Certo. –Ele sorriu.
-E explica pra ele, pra mim, que eu não tive a intenção de falar seu nome quando o professor me perguntou, tenta deixar ele bem.
-Tá Mione, prometo que tento. Mas você sabe como ele é.
-Senhores Potter e Granger! – Exclamou Slughorn, daí que eu fui reparar que só havia eu e Harry em pé, no meio da sala.
-Ah, desculpa professor. – Pedi, fixando o chão e logo depois indo me sentar com Gina.
A Gina também não estava lá muito contente comigo, ela só me olhou e não falou nada.
-Muito bem alunos, hoje, vocês terão que fazer uma poção calmante, a poção é bem simples, mas tem que ser feita com muita atenção, se não, ao invés de acalmar quem tomar, pode deixá-lo ainda mais nervoso. Essa é uma poção classificada como poção médica, pois é muito usada pelas pessoas que passam por traumas e ficam extremamente nervosas. Aqui estão os ingredientes. –Ele apontou para a sua mesa. - Erytrina mulungu. –Disse ele, apontando para um chumaço, cheio de folhas.- Melissa officinalis. – E mais um chumaço de folhas, só que dessa vez menores.- Cymbopogon citratus . – E apontou para uma espécie de capim. - Matricaria chamomilla –E mais folhas. – Vocês devem cortar as folhas pela ordem que eu anunciei cada uma e a cada planta colocada,coloquem 800 ml de água, vocês devem mexer 3 minutos, em sentido horário, nem mais e nem menos de 3 minutos. – Certo, todos começamos a fazer isso, mas nem bem começamos quando ouvi um barulho de coisa caindo lá atrás, na hora, pensei que fosse Neville, isso era típico dele, mas daí lembrei que Neville não estuda mais aqui.
-Sr. Malfoy? – Perguntou Slughorn, eu me virei e vi que Draco era que tinha derrubado seu caldeirão.
-Professor, o senhor me desculpa, é que eu não estou conseguindo fazer, eu acho que preciso de ajuda. – Ele disse, abrindo os braços.
-Srta Granger, vá ajudar o Sr Malfoy. –Ele apontou pra mim. Eu olhei de Draco para Slughorn, meu olhar passou por Harry que parecia que tinham acabado de mandar sua mãe sentar no mesmo lugar que Voldemort, depois olhei pra Ron, que estava com as orelhas, a cara, as mãos, tudo vermelho. Fui andando até Draco e comecei a cortar uma folha.
-Oi. – Ele sorriu pra mim.
-Olá Draco. – Sorri de volta.
-Percebeu né?
-O que eu percebi? – Parei de cortar a folha e o mirei.
-Que eu fiz de propósito, quero dizer, eu sei cortar folhas, mas sabia que se precisasse de ajuda ele ia chamar a melhor aluna pra me ajudar. – Ele ergueu a sobrancelha com ar vitorioso.
-Ah, muito esperto você Draco.
-É, só assim pra que eu possa falar com você mesmo. – Ele colocou sua mão em cima da minha. Eu me arrepiei de repente e puxei minha mão, ele percebeu e tirou a mão de cima da mesa. – É, você não se importa não é? – Ele olhou pra mim.
-Me importo com o que? – Eu estava olhando fixamente para a planta que eu recomeçara a cortar.
-De eu ter feito isso. De querer me aproximar de você.
-Sabe Draco. – Parei de cortar de novo e me virei pra ele. – Você está me saindo uma ótima pessoa, e eu me sinto bem quando estou com você, por mais incrível que isso pareça. – Sorri meio sem jeito.
-Ah, que ótimo, porque eu pensei que só eu que gostasse quando a gente ta junto. – ele olhou nos meus olhos e eu olhei de volta.
- Sr Malfoy e Sra Granger! – Gritou Slughorn, cortando todo o momento. – Os senhores vão trabalhar ou conversar? – Harry e Ron se viraram pra mim na hora, como fizeram todo o resto da sala também. Ron devia estar pensando que eu estou confraternizando com o inimigo de novo, mas ele não é o inimigo, como Krum também não era. Harry tava com uma cara de “Depois de terem sentado minha mãe do lado de Voldemort agora ela está aprendendo a fazer o Avadra Kedrava com ele”.
-Sim senhor, nos desculpe. – Pediu Draco, depois que todos se viraram ele olhou pra mim e nós começamos a rir.

A aula continuou, passou voando, eu fiquei conversando baixinho com Draco, movimentando o mínimo possível da minha boca, e de vez em quando soltando um “presta atenção, Malfoy’ ou “Malfoy, eu não faço questão te de ajudar”, para que Harry e Ron não ficassem com uma cara pior do que a que estavam.

Depois tivemos duas aulas de história da Magia, dividimos o período duplo com a Lufa-Lufa.
Eu sentei junto com Harry, Ron ainda não olhava pra mim, foi se sentar com Gina. Harry e eu não trocamos nenhuma palavra durante as aulas, já que tínhamos muito para ser dito mas não pra dizer agora. Eu queria explicar para ele porque disse seu nome quando Josh me fez aquela pergunta, mas nem eu sabia o “porque”, também queria ouvir dele o “porque” de ele ter dito o meu nome, mas acho que ele também não havia descoberto ainda esse “porque”.

A aula demorou, mas acabou, e teríamos uma aula de Trato com as Criaturas Mágicas para fechar o período.
Foi aí que lembrei que iríamos dividir o período com a Sonserina, traduzindo, Draco estaria lá, e eu tinha quase certeza que ele ia arrumar um jeito de falar comigo.

Suspeita que se confirmou: primeiro eu cheguei lá na cabana de Hagrid, ele estava nos esperando em frente á cabana, ele e mais um monte de bichinhos acorrentados em um pedaço de pau, eles eram pequenos, uns 30 cm de comprimento, eram marrons, bonitinhos, tinham uns olhões.
-Olá. Hoje queria lhes mostrar os kusmins, eles são originários da Índia, parecem um tanto fofos, mas na verdade se eu os soltar vocês terão um trabalhão para pegá-los. E é isso que eu irei fazer, irei soltá-los e vocês terão que pegá-los e colocar nessas caixas – Ele apontou para umas caixas ao seu lado. –Quem pegar mais ganha uma barra de chocolate, lembrando que nem adianta usar feitiços, nenhum feitiço funciona neles, é isso aí, vocês iram se divertir hoje. – Falando isso Hagrid soltou os animaizinhos, eles se espalharam por todo o campo, e alguns foram para a floresta, eu saí correndo par pegar um na floresta.
O bicho foi se aprofundando mais e mais na floresta, eu fui atrás, ouvi passos atrás de mim.
-Ei Hermione, enfim de achei. – Era Draco, se apoiando nos joelhos, tinha vinda correndo.
-Oi Draco. – Me virei para ele.
-Pra que ir tão longe, ehm? Não precisava se aprofundar tanto na floresta garota. – Ele sorriu.
-É que eu nem percebi, fui seguir o Kumin e acabei que vim parar aqui. Hey, pêra, cadê o Kumin?
-Ah, nem sei viu. Mas acho que você não devia se preocupar com isso.
-E por que não?
-Você não percebe que essa é uma ótima oportunidade para conversarmos? – Ele se encostou numa árvore, fazendo cara de quem falara o óbvio.
-E quem disse que eu quero falar com você, Malfoy? – Fiz cara de séria.
-Me desculpa, é que eu pensei que... – Ele foi se enrolando.
-To brincando Draco. Você devia ter visto sua cara. – Sorri. – Mas sim, eu acho que podemos aproveitar a oportunidade. – Nós nos sentamos debaixo de uma das árvores, um ao lado do outro.
-Então Hermione. O que você mais gosta de fazer?
-Não é óbvio? – Olhei para ele.
-Além de ler livros, é claro. –Ele sorriu.
-Ah, eu gosto de ouvir música, gosto de escrever poemas, não se tem muita opção aqui na escola, mas quando estou em casa gosto de ver televisão.
-O que é televisão? – Me olhou curioso.
-Um dia eu te mostro, ta?
-Certo. – ele sorriu.
-E você Draco Malfoy, o que gosta de fazer?
-Ah, eu gostava de ficar enchendo você, Potter e Weasley,a gora que não faço mais isso estou procurando um novo passatempo. – Ele riu.
-Ah é? então eu era um de seus passatempos, Draco? – Lhe dei um tapinha no ombro.
-Não, você não era um de meus passatempos, você era O meu passatempo. Sabe, você roubava grande parte dos meu pensamentos. – Ele olhou nos meus olhos.
-Ah é? Como? – Lhe olhei de volta.
-Eu vivia pensando como só de ver uma pessoa eu conseguia sair do sério, sabe? Só te via e esquecia tudo, pensava em você, como te fazer me notar, acho que escolhi a pior maneira. – Eu me surpreendi com sua resposta, acho que minha cara deve ter mostrado isso, mas logo mudei minha feição.
-É, você não devia perder tanto tempo com uma sangue ruim, não é Draco?
-Era o que eu pensava, sabe? Que você tomava conta de meus pensamentos porque era uma sangue ruim e eu queria fazer tudo de ruim par você. Me desculpa por ter agido assim?
-Já disse que te desculpo por tudo Draco, sem mágoas, ok? – Olhei para ele, ele parecia preste a chorar. – Agora me dá um abraço. –Nós nos abraçamos, fomos nos soltando, ficamos a centímetros um do outro.
-Sabe, você sempre foi muito especial pra mim. – Ele passou as mãos pelos meus cabelos. – E você é muito especial pra mim. – Seus lábios foram se aproximando dos meus, ele era lindo e eu queria, mas era como se meu corpo dissesse que sim, mas minha cabeça e meu coração dissessem que não, e eu segui esse dois últimos.
-É, é melhor eu ir. Devem estar me procurando. – Tirei suas mãos de meu rosto e de meu cabelo. – Tchau! –Me levantei, indo embora, ele ficou ali parado, olhando pra mim.

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