Às vezes o otimismo dá certo..

Às vezes o otimismo dá certo..



Às vezes o otimismo dá certo.

Louco. 1. Que perdeu a razão; doido, maluco. 2. Contrario a razão; insensato. 3.Dominado por uma paixão intensa; apaixonado. 4. Esquisito, excêntrico. 5. Imprudente. 6. Doidivanas.


De louco todos nós temos um pouco. Nem que seja uma pequena parte. Alguns realmente perderam a cabeça e se encontram fazendo tratamentos, ou soltos pelo mundo. Outros são insensatos e imprudentes, levando a vida levianamente. Tem os estranhos que todos olham e riem ou simplesmente ignoram completamente. Os apaixonados que fazem loucuras e absurdos para seu amante ficar feliz. Existem vários tipos de louco.. e eu não sei em qual dos significados me encaixar.
Acho que cada um deles descreve uma parte diferente de mim.
Já cometi todas essas idiotices e tenho a plena certeza que as cometerei pelo resto da vida. Faz parte do ser humano errar, não é?
Não pense "Ginny você é uma idiota..", porque eu não sou. Mesmo tendo desperdiçado a chance de entrar no time da casa e a desculpa para passar horas inesquecíveis com Harry.. mas eu não estava pensando em mim. E é a intenção que vale.
Eu estava tentando acabar com o egoísmo dentro de mim e o meu primeiro ato nobre foi proteger o Harry de seus atos inconseqüentes e malucos. Mesmo que eu ganhasse tudo o que eu mais queria com aquilo, eu não deixaria ele perder tudo o que mais amava por minha causa. Era algo impensável.
Acho que a única coisa que tenho a fazer é sentar e rezar.. pedir uma nova oportunidade de sorrir. Não pense que estou sendo melo dramática, é apenas a realidade. A minha vida está uma droga, mas eu não me acostumarei com isso.
Eu vou mudar. Custe o que custar.

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- Você está atrasada.
- Eu sei.. me desculpa, Doutora.
- Hm..
- Isso não acontecerá de novo.
- Assim espero, Ginny. Agora se sente e vamos começar a seção.
- Ok.
- Algo novo?
- Não sei.. acho que sim. Eu estou me sentindo diferente. Parece que estou renovada.
- Renovada?
- É.. como se as minhas baterias tivessem sido recarregadas e que eu encontrasse forças de onde não existia antes.
- O que a fez mudar?
- Eu.. er. Não quero falar sobre isso.
- Você tem que falar sobre isso. É pra isso que estamos aqui, oras.
- Eu não me sinto a vontade. É algo pessoal.
- Conte logo, Ginevra.
- Eu.. eu acho que estou me re-apaixonando.
- Re-apaixonando? Isso é possível?
- Acho que sim, não tenho certeza.
- Como isso aconteceu?
- Involuntariamente. Acredite.. eu não estou nenhum pouco animada a respeito disso.
- E por quê não está?
- Eu não tenho futuro.
- Claro que tem. Não fale bobagens.
- Eu já tive a minha chance e a praticamente joguei fora.
- Então lute para uma nova chance.
- Doutora, por favor. Você sabe que eu sou um caso perdido.Que homem no mundo gostaria de ficar com uma companhia tão medíocre? Nenhum!
- Eu não acho isso. Eu confio em você e na sua força de vontade.
- Ela é quase inexistente, acredite.
- Você ainda vai encontrar o seu caminho, Ginny. Só está um pouco perdida, mas vejo que tudo está tomando um rumo bom.
- Rumo bom? O que você quer dizer?
- Você está amando.. e amar faz bem.
- Tenho que discordar. Amar me deixa com olheiras e totalmente imbecil. Deve existir alguma vacina para ela no mundo trouxa.. é praticamente uma doença.
A doutora riu e revirou os olhos.
- Ele pode te ajudar, sabia?
- Saber eu sei, mas não deveria. Não posso simplesmente aparecer na vida dele e estragar tudo. Eu preciso me afastar o mais rápido possível.
- Você não é um monstro, Ginny.
- Estou perto disso.
- Argh. Não comece a dizer besteiras.
- Além disso, por que ele gostaria de uma pessoa desanimada e tão pessimista como eu? Eu sou uma péssima amante. Não consigo vê-lo gostando novamente de mim.
- Isso quer dizer que ele já gostou?
- Ah, sim. Pelo menos eu acho que sim.
- Você acha?
- Nós já namoramos, se isso significar alguma coisa.
- Namoraram? Sim, significa. E quem é o felizardo?
- O amaldiçoado você quer dizer, né?
- Ginny..
- Desculpa. É Harry. Harry Potter.
- O quê?! Você namorou com Harry Potter?
- Velhos tempos.
- Isso é fantástico, Ginny.
- Nem tanto. Ele demorou séculos para me notar e depois eu simplesmente me fechei em meu casulo e o esnobei. Sou uma idiota.
- Sim, você é.
- ...
- ...
- O que disse?
- Você realmente é uma idiota.
- Obrigada, doutora.
- Eu sirvo para isso.
- Para xingar os pacientes?
- Não.. para mostrá-los a realidade.
- Ah, está dando certo então.
- Que bom. Mas e agora?
- E agora o quê?
- Como fica o seu maior sonho? Ele mudou?
- Eu tenho dois maiores sonhos. Ambos impossíveis.
- Nada é impossível. Você pode tudo.
- Eu gostaria de acreditar nisso agora.
- O que vai fazer?
- Acho que vou desistir e deixar a vida me levar.
- Não, você não vai. Você vai lutar com garras e dentes e eu sei que no final valerá a pena.
- Talvez.
- Não me decepcione, Ginny.
- Ok. Eu não vou desistir, Doutora... mesmo que isso signifique a minha expulsão.
- Expulsão?
- Esqueça, Doutora.
- Ginny!
- Apenas fique tranqüila. A Ginny otimista voltou.


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O relógio soou meia noite. Harry já estava deitado tentando pegar no sono, mas era algo quase impossível. Escutou um barulho estranho no Salão Comunal e depois um resmungo baixo. Resolveu ignorar. Devia ser um casal ou algum estudante encrenqueiro tentando sair escondido.
Revirou-se na cama e ficou fitando o dossel de sua cama.
Tum tum tum!
Barulho de alguém socando a parede ou algo parecido. Aquilo foi o suficiente para chamar a atenção de Harry. Ele levantou-se e vestiu o roupão por cima do pijama, e depois pegou a sua varinha em sua da cabeceira que ficava ao lado de sua cama.
- Ora, vamos! Coopere! - Ele ouviu uma voz feminina, e ela parecia estar emburrada e revoltada.
Foi se aproximando em passos lentos e discretos. Não queria acordar ninguém e nem ser pego bisbilhotando.
- Você não vai querer que eu destrua o seu quadro, vai? - A voz repetiu.
Ele chegou a porta no topo da escada e pode ver um pedaço do Salão Comunal. Ele estava vazio, até aquela parte. A menina devia estar mais próxima da saída.
- Mulher Gorda, você está na minha lista negra. Nunca achei que te diria isso, mas eu te acho uma péssima porteira. Argh!
Ele foi descendo as escadas, lentamente com medo de fazer algum barulho indevido. Chegou no fim delas e a cena que viu o fez segurar o riso. Ginny batia as mãos no que seria a parte de trás do quadro, tentando sair do Salão Comunal. E pelo visto ela estava falando com o quadro, ou pensava que este a escutava.
Ela estava com a vassoura em uma das mãos e vestia uma roupa esportiva. Não pareceu notar que ele a encarava. Os cabelos vermelhos estavam presos em um rabo de cavalo alto, deixando o seu pescoço alvo e branco totalmente desprotegido de uma forma apelativa.
O sorriso ficou ali brincando em seus lábios, enquanto assistia as tentativas tolas e inúteis de Ginny para sair pelo buraco do quadro. Como se ela lesse a mente do menino, ela soltou um suspiro e se afastou do quadro, encarando o Salão com um leve interesse.
Os olhos amendoados brilhavam em expectativa e parecia que toda a raiva e frustração haviam evaporado.
Ela segurou a vassoura com mais força e foi caminhando em direção a janela. Harry pensou em impedi-la, mas logo se conteve. Ela não o perdoaria por estar ali espreitando. Ginny gostava de se passar por forte e não de ser poupada e protegida.
Harry havia percebido isso tarde demais. Quer dizer, se antes de terminar com ela soubesse que essa era a sua principal característica com certeza ele não teria o feito. Teria arranjado outro motivo qualquer para protegê-la, mas não o deixaria claro o bastante.
Ele não fez nada. Apenas a assistia com um desespero silencioso enquanto ela abria a janela e subia nessa com a vassoura nas mãos e um sorriso largo - quase vitorioso. Ela não conseguia enxergar a loucura que estava fazendo. Ela estava domada pela adrenalina. Ele fechou os olhos e rezou para que desse certo, para que nada acontecesse a ela.
Ela mergulhou graciosamente em direção ao solo, soltando um uivo de prazer. Depois de alguns segundos de queda livre, ela passou uma perna na vassoura e saiu em disparada em cima dessa.
Harry já estava no parapeito da janela, a encarando com um buraco no coração e a boca um pouco aberta, chocado. Ela era insana.. retardada.
Óbvio que ninguém havia colocado um feitiço naquela janela.. nunca ninguém pensaria que alguém pudesse ter a coragem de fazer isso. Era algo tão diferente e praticamente inimaginável.
Harry subiu as escadas tropeçando e buscou a sua Capa de Invisibilidade. Colocou-a em seu bolso e saiu correndo em direção ao Quadro. Estava fechado.
Ótimo.. maravilhoso! pensou sarcasticamente.
O seu lado protetor e heróico apitava que ele fizesse igual a ela e a seguisse, para ver se ela estava bem. Ele era um cavalheiro e o seu dever era não deixar nada de ruim a acontecer. Havia prometido isso a si mesmo.
Convocou a sua Firebolt e antes que pudesse pensar duas vezes se jogou pela janela em direção ao solo, como ela havia feito alguns instantes atrás.
A sensação de liberdade o penetrou bruscamente. Ele deu um sorriso largo e satisfeito, enquanto caia em direção ao solo. Segundos depois, lembrou-se de que se não montasse na vassoura e parasse a queda, ele não sobreviveria para contar história.
Passou o pé na vassoura e com um solavanco ele parou de cair. Acelerou-a e foi voando em direção ao Campo de Quadribol.
Ali na situação que se encontrava entendeu Ginny e deixou de considerá-la louca. Como ela podia ser louca por querer jogar Quadribol e voar livremente?
Era a melhor sensação do mundo!
Quando estava próximo do Campo decidiu vestir a capa tirando-a do seu bolso e diminuindo a velocidade. Ele desceu nas arquibancadas e ficou ali escondido, procurando a pequena figura que era Ginny Weasley. Ela voava rapidamente e fazia manobras perfeitas.
Sentiu o coração relaxando e a preocupação se dissolvendo. Ela estava bem.. estava aonde devia estar.
Não havia percebido que chovia até aquele instante quando sentiu as grossas gotas de chuvas ficando mais intensas. Olhou para cima e sorriu. Decidiu que podia tirar a capa, ela nunca o perceberia ali.
Ela era perfeita para aquele esporte. Perfeita em todos os aspectos. Tinha velocidade, precisão e o principal: força de vontade.
Não importava quantas vezes ela tinha que fazer o movimento até que ele ficasse perfeito, ela fazia. Sem se importar com o tempo, a chuva ou até mesmo com o fato de poder ser expulsa a qualquer instante.
Ela amava aquele esporte tanto ou mais até do que ele amava.
Ele ficou perdido em lembranças por um tempo. Um tempo onde a guerra ainda existia, mas pelo menos era o tempo em que Ginny era feliz. E isso bastaria. Harry desejou que pudesse voltar para viver pelo menos mais uma vez a sensação de tê-la em seus braços, beijá-la ou vê-la sorrir daquela forma tão única. Um sorriso que iluminava o seu dia e lhe criava esperanças.
Mas a decepção o tomou. Ele não podia voltar no tempo e aquilo nunca mais voltaria.. o que passou já era passado, e agora ele devia se importar com o futuro.
Não percebeu que Ginny agora o fitava com interesse e que por culpa disso havia se atrapalhado em uma manobra. Um trovão explodiu, o barulho ensurdecedor assustando os dois.
Ginny estava com os olhos cheios de lágrimas e como já estava próxima do chão, deixou-se cair e ficou ali. Socou o chão em frustração e sentiu as lágrimas queimando para sair.
Por que não conseguia ser boa o suficiente? Por que o mundo tinha que ser tão preconceituoso?
Harry levantou-se em um estalo e subiu em sua vassoura, voando em direção a menina. Os olhos lotados de preocupação. Ele achava que ela tinha se machucado. O som do soluço seco da menina o desesperou.
Tudo o que ele mais desejava era a sua felicidade.
Não soube o que fazer e ficou olhando-a largada no chão, chorando. Odiava vê-la daquela forma, preferia que ela lhe olhasse e falasse um milhão de xingamentos. Parecia que ela estava desprotegida.. sozinha.
Em um surto de coragem e sensibilidade Harry se aproximou. Suas mãos tremiam e seu coração estava acelerado.
- Você precisa de ajuda. - Harry disse docemente, enquanto a abraçava e a tirava do chão molhado.
- Não preciso da ajuda de ninguém! Eu posso tudo! - Ginny gritou com raiva, tentando se desvencilhar dos braços do menino.
- Deixe-me te ajudar, Gin. - Ele pediu, virando-a fazendo com que ela o encarasse.
Ela ficou calada, apenas mergulhando dentro das íris verdes. Tentando descifra-las. Harry era tão misterioso e diferente.. mas do que qualquer pessoa que ela havia conhecido.
- Isso não vai acontecer de novo, eu juro. - Ela implorou, como se não estivesse mais falando com ele. Como se o confundisse com outra pessoa.
- Vamos. Você vai acabar doente. - Ele disse, deixando a preocupação evidente em sua fala.
- Eu já estou doente. - Ela falou irritada, tentando se soltar.
- Doente mental, só se for. - Ele resmungou para si mesmo, enquanto a pegava no colo a contra gosto e tomava o caminho em direção ao vestiário. - No que você estava pensando?
- Quando exatamente?
- Quando pulou da janela feito uma suicida e voou para cá.
- Eu me perguntava se demoraria muito para alguém chegar e cortar o meu barato. Também desejava que a minha poção para dormir tivesse adiantado em McGonnagal.
- Poção para dormir? O quê? - Ele perguntou confuso.
Parou bruscamente e a encarou nos olhos. Ginny soltou um risinho e depois revirou os olhos.
- Achei que você gostasse de quebrar regras. Cadê o Harry que eu conheço? - Ela perguntou.
Por pouco ela não deixara escapar a pergunta: Cadê o meu Harry?
- O Harry está crescendo e assumindo responsabilidades, algo que você parece fazer menos a cada dia.
- Obrigada.
Eles se calaram. Só o barulho da chuva e dos trovões os interrompia. Harry abriu a porta do vestiário com um pontapé e soltou Ginny sem muito cuidado no chão. Ela suspirou e se afastou dele.
- Você parece o Peter Pan, Ginny. - Ele falou, de repente.
- Peter quêm?! - Ela perguntou, o encarando sem muito interesse.
- Peter Pan. O menino que não queria crescer.. ele me lembra muito você.
- Ah! Então ele deve ser completamente chato, sem- amigos, mal falado e suicida. Acertei?
Ambos riram com aquele comentário.
- Não. Ele apenas não quer crescer e assumir responsabilidades. Ele vive sozinho na Terra do Nunca.
- Harry.. você anda lendo muitos Contos trouxas. - Ginny murmurou, enquanto abria uma gaveta e pegava uma toalha.
- O que você vai fazer? - Ele perguntou surpreso, notando a toalha nas mãos da menina.
- Tomar banho. O que você achou que eu ia fazer? Te enforcar com a toalha?
- Você tem um humor muito mórbido, Ginny.
- Obrigado, novamente.
Ela dirigiu-se aos boxes e ligou o chuveiro. Harry estava congelado no mesmo lugar. Não sabia o que dizer ou como agir. Ela estaria fazendo aquilo para provocá-lo? Porque ela estava superestimando o seu autocontrole.
Ginny começou a cantarolar como se estivesse ignorando a presença do menino.
- Vire-se por um instante, Harry. - Ela pediu.
O menino a obedeceu prontamente, e ela começou a tirar as roupas. Exibia um sorriso triunfante nos lábios, ao perceber os músculos de Harry ficando tensos.
Você está pedindo, Ginny.. Harry pensou, enquanto mordia o seu lábio com força. Tinha que ser muito forte para não espiá-la. E olha que ele queria. Como queria.
Escutou atentamente as roupas sendo removidas do lugar e sentiu o seu sangue correr mais rápido. O seu coração começou a bater descompassado em seu peito e ele já estava arfando. Quando ouviu a porta do boxe fechando, ele virou-se para ela. Dava para observar as curvas dela fracamente.
- Achou que isso duraria quanto tempo? - Ele disse, tentando se distrair. Fez um esforço enorme para sua voz não sair trêmula.
- O tempo suficiente para eu conseguir estar pronta para um teste profissional, ou algo parecido.
Harry soltou um riso.
- Ginny, para você conseguir entrar em um time profissional você tem que ter um técnico de verdade. Não viver dos meus treinos ridículos.
- Acho os seus treinos satisfatórios. Aprendo muito com você, Harry.
Aquilo fez a respiração de Harry falhar e a sua mente se encher de esperança.
- Você vai acabar sendo expulsa.
- Eu já não me importo mais.
- E com o que você se importa? - Harry estava desesperado por respostas, e aquilo era mais do que óbvio.
- Com nada, especificamente. - A voz dela falhou um pouco, mas ele não percebeu.
- Você precisa achar um propósito, Ginny.
- Eu tenho um propósito, apenas não me importo de ser expulsa ou tachada de louca.
- E qual seria?
- Ser feliz. É a coisa que eu mais desejo no mundo. - Tirando você, é claro. Ela completou mentalmente.
- E você precisar jogar Quadribol para ser feliz?
- Não necessariamente. Mas acho que é um modo eficiente.
- Contrariar a sua família?
- Não.. fazer o que eu mais gosto.
Ele ficou quieto depois dessa, apenas analisando o que ela havia lhe contado. Aquela conversa estava tão estranha e diferente.
- Acabou o interrogatório? - Ginny perguntou, cortando a linha de pensamento de Harry.
- Não.. eu só estou pensando no que você me disse. - Harry disse com sinceridade.
- Em qual conclusão você chegou?
- Que você não é tão louca como aparenta.. e nem tão durona.
Ambos sorriram com a resposta.
- E você?
- O que tem? - Ele estava um pouco confuso, lembrando-se de como era tocar naquele corpo pequeno, como era estar perto dela.
- Qual é o seu propósito?
- Viver tranqüilamente, eu acho. Sem guerras ou nenhum assassino para estragar a minha felicidade.
- Parece bom. - Ela desligou o chuveiro e puxou a toalha. Harry virou-se automaticamente.
- Acho que eu mereço.
- Você vai conseguir a sua tranqüilidade, Harry. Eu sei que vai. - Ela saiu do boxe e ficou olhando para o menino de costas. Expressando todo o sentimento em seu olhar.
Deus graças a Merlin por ele não estar vendo.
- E quanto a você?
- A vida é injusta, provavelmente passarei os restos dos meus dias agonizando o quanto o mundo é preconceituoso.
- Não fale assim, Ginny..
Ela não falou mais nada. Ficou em silêncio enquanto colocava a sua roupa. E Harry estava tão absorto em seus pensamentos tentando esquecer que ela estava nua bem atrás de si, que não a percebeu se aproximando.
- Vamos logo, amanhã temos aula. - Ela falou com a voz um pouco azeda.
Harry pegou a Capa de Invisibilidade que estava no seu bolso, e cobriu-a para protegê-la do frio. Era estranho ver só a cabeça dela flutuante, mas era necessário. Ele não a deixaria que nada a machucasse, incluindo a friagem.
Estava bem frio quando eles saíram do vestiário. Ginny se encolheu e apertou mais a Capa no seu corpo e percebeu que Harry tremia bastante, também ele só estava usando o robe e um pijama fino. Ele queria o quê?
- Venha, Harry. Se você morrer congelado eu vou ser tachada de assassina, também. O que não vai pegar muito bem. – Ginny disse com um sorriso, estendo os braços em direção ao menino.
Ele hesitou por um momento e mordeu o lábio. Será que ele conseguiria dominar o desejo de jogá-la na parede e beijá-la vorazmente? Era isso ou morrer congelado. Ele escolheu Ginny, óbvio.
- Ok. Obrigada. – Murmurou baixinho, se aproximando dela.
Ginny passou a Capa em volta dos ombros de Harry e o puxou para mais perto. Ele sorriu timidamente, abaixando a cabeça. Ela pode notar que ele estava com os punhos fechados. Será que estava com raiva dela? Ou medo?
Ela não quis nem imaginar, pois aquilo a trazia muita frustração.
Caminhavam tentando não se tocar, pois cada vez que a mão deles, ou os ombros se esbarravam uma onda de eletricidade passava por seus corpos, os deixando corados.
Ginny estava quente ao lado de Harry, e ela andava com a cabeça baixa. Fitando os próprios pés. A chuva agora havia se transformado num chuvisco, gelado e irritante. Pelo visto, o Natal realmente estava chegando. Junto com o frio.
Aproximaram-se da vassoura de Ginny e aí pararam para se encarar pela primeira vez desde que vestiram a Capa.
- Er.. obrigada por tudo, Harry. Boa noite. – Ela disse.
Parecia encabulada e com vergonha, afastou-se rapidamente como se ele estivesse a dando choques e foi em direção a vassoura. Mas antes que pudesse se afastar Harry a puxou pelo braço.
- Espere.
- O quê? – Ela perguntou o encarando com um sorriso e as bochechas coradas por causa do frio e da vergonha.
- Hm.. – Ele ficou pensativo, parecia que estava hesitando em falar. – Fique com a Capa. Depois você me devolve.
- Eu não sou de açúcar, Harry. Agüento essa chuvinha. – Ela disse em deboche e gratidão.
- Eu insisto, Ginny. – Ele tirou a capa e entregou para a menina.
Ela olhou para ele e depois para Capa e aí sorriu.
- Harry.. Harry. Sempre tão cavaleiro. – Ambos sorriram.
Ela pegou o tecido das mãos deles e foi andando lentamente para a sua vassoura.
- Pelo visto você já entendeu, então.
- Entendi o quê?
- Nada.. nada.
Ginny soltou um bufo e pegou a vassoura com a mão direita, enquanto vestia a Capa com a outra.
- Agente se esbarra por aí, Harry, Boa noite.
Então, ela passou o pé sobre a vassoura e pegou impulso, saindo em disparada para o Castelo.
- Boa noite, Ginny..

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For all those times you stood by me
(Por todas as vezes que você me apoiou)
For all the truth that you made me see
(Por todas as verdades que você me fez ver)
For all the joy you brought to my life
Por toda alegria que você trouxe para minha vida)
For all the wrong that you made right
(Por todas as coisas erradas que você fez virarem certas)
For every dream you made come true
(Por todos os sonhos que você fez tornarem-se reais)
For all the love I found in you
(Por todo amor que encontrei em você)
I'll be forever thankful baby
(Eu serei eternamente grata, baby)
You're the one who held me up
(Você foi um dos que me ajudou a me levantar)
Never let me fall
(Nunca me deixou cair)
You're the one who saw me through through it all
(Você foi um dos que me viu através de tudo isto)


( Celine Dion – Because You Loved Me)


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O feriado de Natal chegou rapidamente. Ginny nem viu os dias passando direito, quando deu por si já estava em sua casa recebendo abraços de sua mãe e um sorriso fraco de seu pai. Nunca achou que ficaria assim por ir pra casa.. tão triste e deprimida. Pediu licença e foi para o seu quarto, como sempre.
Ela não havia pensado nisso nem uma vez e se assustou por ver Hermione ali parada próxima a sua cama. Então quer dizer que ela teria que dividir o que quarto com a Hermione-idiota? Bosta. Ela não devia ter esquecido esse pequeno detalhe.
- Então.. - Ginny disse, encabulada.
- Eu já arrumei as minhas coisas, Ginevra. Não se preocupe.. não vou te incomodar. - Hermione falou friamente.
- Ginny. - A ruiva falou baixinho.
- O quê disse?
- Não me chame de Ginevra. É Ginny. - A menina respondeu com raiva fechando os punhos.
- Certo. Aproveite a tarde. - Ela disse ironicamente, saindo do quarto.
Ginny soltou um suspiro e se jogou na cama. Precisava descobrir o que estava acontecendo com Hermione. Ela estava tão estranha, sinistra.. parecia até alguém como Draco Malfoy e e Pansy Parkison. Era como se ela houvesse se transformado nas pessoas que mais odiara a vida inteira.
Desprezível, Ginny achava.
As palavras de Hermione ficaram repetindo-se em sua cabeça. Ela não ficaria ali no seu quarto trancada sozinha como uma depressiva fracassada e ridícula, ficaria? Onde estava o seu orgulho?
Se quisesse respeito da sua família, teria que batalhar por ele.
Levantou em um pulo e foi em direção ao seu malão, só que com isso ela esbarrou em uma foto que estava em cima do móvel que ficava ao lado de sua cama. Ele espatifou-se no chão.
- Maldição. - Ginny falou, abaixando-se.
O choque a preencheu quando ela viu que foto era aquela: Ela e Fred de mãos dadas, quando ela ainda era pequena. Eles caminhavam um pouco e depois ele a pegava no colo e a girava no ar.
Ela ficou ali parada olhando para o retrato todo estraçalhado e com a foto intacta por mais desse. Várias lembranças a inundaram. Com as mãos trêmulas ela foi em direção a foto tentando tirá-la dali. Quando a pegou, viu que havia algo a mais ali embaixo: Uma carta.
Ela pegou-a sem cerimônia, cortando a sua mão com os pedacinhos do vidro. Era uma carta de Fred! Como ela nunca havia percebido ela? Por que ela nunca tivera a curiosidade de abrir o retrato?
Apenas leia. Uma voz mandou em sua cabeça. Sem entender muito bem o que estava acontecendo, ela abriu o envelope e tirou a carta que estava lá. Pelo visto ela era um pouco antiga, pois estava amarelada e desgastada.
Começou a ler urgentemente.


Minha pequena,

Eu já estou morrendo de saudades de você. Aqui em Hogwarts está uma correria e eu não estou conseguindo nem escrever para o papai e a mamãe direito. Eu e Jorge fizemos um pacto e decidimos que vamos animar esse castelo. Um pouco de travessuras não faz mal a ninguém.
Estou tão triste por estar longe de você no seu aniversário. Não é todo dia que se faz 9 anos de idade, viu? Eu não esqueceria. Nunca.
Bom, como não sei falar coisas bonitas ( ou melhor, escrever) vou direto ao ponto. Espero que você aproveite muito cada ano de sua vida.. e não é só porque eu estou longe de você que você irá desistir de seu sonho maluco de Jogar Quadribol. Vai ser difícil, mas eu já consigo te ver no time da Grifinória, brilhando como uma Artilheira, enquanto eu e Jorge somos batedores.
Sim, sim! A Grande novidade: Eu e Jorge entramos no time! Ah.. fiquei tão feliz quando o Wood veio nos avisar. Lembrei de você no mesmo instante.
Então, treine bastante e todos os dias porque eu vou estar te esperando aqui em Hogwarts para você ser a primeira estudante do primeiro ano a ser selecionada pro timer em séculos. Que tal?
Não desista de seu sonho. Você sabe que eu estarei sempre te apoiando, mesmo de longe. Não chore e abaixe a cabeça para ninguém, pequena. Você pode tudo e tem que provar isso para as pessoas, mesmo que às vezes seja mais difícil e até mesmo pareça impossível.
Nada é impossível.
Eu não vou desistir de você nunca e estarei te apoiando, torcendo por você. A vida não é fácil e nem justa, mas nós temos que saber entendê-la e virá-la a nosso favor. Nada é por acaso.
Eu confio em você e sei que você será uma grande jogadora, viu?
Parabéns, anjinho ruivo do Fred.

Eu te amo muito,

F.W.

PS: Não esqueça do negocio da aranha com o Ronald. Ele vai ficar horrorizado e vai guardar o seu segredo.


Ginny sorria e chorava ao mesmo tempo encarando a carta. A emoção era tanta e tão intensa que ela tinha vontade de gritar e de rir. Parecia que aquela carta se encaixava exatamente em sua vida.. como se ela só encontrar apenas agora fosse um golpe do destino. Para confortá-la, para ajudá-la a superar.
Aquilo foi com o um baque. A prova de que ela estava indo para o caminho certo. Era o que ela devia fazer: Jogar Quadribol. Fred sentiria orgulho dela e poderia finalmente descansar em paz. E só assim ela poderia voltar a ser feliz.
Levantou rapidamente e pegou a vassoura de seu malão. Ali estava a sua maior motivação para treinar agora. Não era mais o orgulho ou a busca pelo respeito. Era por Fred. Ela viraria Jogadora nem que morresse tentando.. era o seu destino. Era a sua missão.
Ela não desistiria. Nunca.

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- Feliz Natal, família Weasley! - Todos gritaram ao mesmo tempo. Exceto Ginny Weasley, obviamente.
- Só se for pra vocês. - Ela murmurou baixinho, revirando os olhos.
- Vamos comer, vamos comer. - Ronald cantarolava.
Eles estavam nos jardim, na mesa que fora colocada ali para aquela ocasião. Todos estavam presentes. A família Weasley inteira, os agregados a família como, por exemplo, Harry e Hermione e ainda os amigos mais íntimos. Pelo visto estava tudo completo e perfeito.
Menos para Ginny Weasley.
Em vez de esquecer que aquele era o primeiro Natal sem Fred ela ficava se lamentando e lembrando-se,como se aquela fosse a forma certa de mostrar a saudade do irmão. A família nem ligava muito para isso.. como se eles já tivessem se acostumado com o fato.
Ela sentou-se em um dos cantos da mesa e ficou ali calada apenas os observando se servir desesperados pela comida de sua mãe. Ao seu lado estava Jorge e no outro ninguém menos que Harry Potter.
Sim, ele havia sentado ao lado dela. Parecia que fazia aquilo para irritá-la.. deixá-la louca. Ela soltou um suspiro.
Era tão bom vê-lo sorrir e feliz novamente.
- Não vai comer nada, Ginny? - Perguntou Jorge a encarando.
- Hm.. não estou com fome. - Ela deu um sorriso fraco.
A barriga dela deu um ronco nesse exato momento.Ele a encarou com uma das sobrancelhas erguidas.
- Seu estômago me diz o contrário.
- Ele costuma mentir pras pessoas, sabe. É um tremendo safado. - Ela falou seriamente, fazendo uma careta em direção a barriga e dando um leve tapinha.
- Ginny.. ginny. - Jorge parecia estar resmungando o nome da menina.
- O quê?
- Quando você vai crescer? - Ele debochou.
Ginny deu um gritinho agudo e soltou uma risada escandalosa junto com Jorge.
- Olha quem fala.
Todos na mesa pararam os encarando, mas eles nem ao menos perceberam.
- Para a sua informação eu já sou um adulto. - Ele mexeu um pouco na gola de seu casaco e riu.
- Eu também! Tenho dezessete anos!
- Dezessete anos vividos... com cabeça de dez!
- Eu sou mais velha que você, mentalmente falando.
- Não mesmo. Quer ver?
- Quero.
Jorge levantou e foi para cima da menina com as mãos abertas. Ela arregalou os olhos e soltou um grito desesperado. Ele seria capaz de fazer aquilo? Na frente de todo mundo?
Ah.. seria. Estava falando de Jorge Weasley!
- Tudo menos cócegas! - Ela gritou.
Ele pegou a barriga dela e começou a fazer cóceguinhas.
- Fale quem é criança aqui!
Ginny se contorcia de tanto rir e tentava afastar Jorge com as suas mãos. Todos na mesa os encaravam boquiabertos e com os olhos arregalados, porém eles soltavam umas risadinhas. A cena era engraçada e totalmente inesperada.
- Você é criança! Você!
- Ginny! Quem é criança, hein?
Ele fazia cada vez mais e ela ria cada vez mais.
- Pare com isso, Fred! Você é a criança aqui e nada muda isso.
Silêncio.
No mesmo instante ele parou de fazer as cócegas e a ficou encarando em choque. Ela havia falado a palavra proibida... a pessoa que não podia ser citada naquele dia. Ginny abriu os olhos, sem ter percebido o que havia feito, e tentava procurar o motivo daquele silêncio. Foi então que viu todos a encarando, e os olhos de Jorge marejados.
A ficha caiu.
Ele colocou a mão sobre a boca e abaixou a cabeça. Sentia o sangue se concentrando no seu rosto e soube que estava corando.
- Desculpa. - Saiu correndo.
Ela era covarde demais para conseguir continuar lá. Era incapaz de lidar com uma situação como aquela. Correu com toda a sua força o mais longe possível daquela loucura.. de sua família.
Entrou dentro de casa e bateu a porta com força. Já ia subir para o seu quarto quando ouviu outro barulho ali dentro.. barulho de passos.
- Olha só quem está aqui, Ted! A madrinha Gi. - Ela ouviu a voz de Andrômeda Tonks.
Ginny congelou na escada ao escutar aquela voz.
- Dá dá. - Ouviu a voz de um bebê.
Ela virou-se no mesmo instante e encarou o seu afilhado.
- Ted!
Ginny foi se aproximando dele com os braços abertos e um sorriso enorme em seu rosto. Até parecia outra pessoa. Ted levantou os bracinhos na direção da menina e deu uma risadinha gostosa.
Ela o pegou no pelos braços dando vários beijinhos na barriga do bebê. Ele soltou uma gargalhada.
- A madrinha tava com uma saudade de você, Ted. - Ela disse com uma voz manhosa.
Andrômeda apenas os assistia com um sorriso no rosto, vendo a felicidade de ambos por estarem juntos.
- Ele está tão grande! - Ginny comentou com emoção. - Parece que faz anos que eu não o vejo. Já é quase um homenzinho.
Andrômeda riu com aquilo. Era exatamente a reação de todas as pessoas que se aproximavam de Ted Tonks. Ficavam bobas e falavam coisas desconexas e fofas. Parecia que ele tinha a magia de encantar a todos.
- Parece que a cada dia ele está maior, Ginny. E mais arteiro também. - A vó do menino comentou com a voz cheia de ternura.
- Ah.. deixa eu ficar um pouquinho com ele? Só pra matar essa saudade! Por favor. - Ginny pediu, sem tirar os olhos do afilhado.
- Claro.. claro. Eu vou ir lá para fora cumprimentar o resto do pessoal. - Andrômeda disse antes de sair. Deixando Ginny e Ted sozinhos.
- Venha, bebêzinho. Vamos brincar! - Ela disse com a voz infantil.
Saiu em direção a sala para montar o lugar que Ted ficaria com ela. Sentou-se no chão em cima do tapete e jogou os brinquedinhos do bebê no chão.
Ted puxou o cabelo dela e deu um grito animado. Ginny apenas riu e fez cóceguinhas na barriga dele.
- Seu safado.. fica puxando o cabelo da Madrinha! - Ela falou com voz de brincadeira.
Ted era a mistura exata de Tonks e Lupin. Tinha os olhos exatos do pai.. cheios de sentimento. Mas tinha a vida e alegria de Tonks. Como a mãe herdara o poder de transformação. Era um metamorfomago nato.
Naquele dia ele estava com os cabelos avermelhados. No momento era a única parte do corpo que conseguia transformar. As bochechas eram bem avermelhadas e gordinhas, os lábios carnudos e vermelhos. Ele era o bebê mais lindo que Ginny já vira.
- Teddy babão. - Ginny disse com um sorriso.
Ela deu um brinquedo para ele, que logo já o levou para a boca. A menina ficou calada o vendo brincar e sorrir. Ele era tão feliz e tão lindo. Como seria quando descobrisse que era órfão? Com quantos anos será que ele teria capacidade de entender que seus pais estavam mortos?
Uma criança tão nova para ter de superar tantas perdas. Tanto sofrimento deixado pela Guerra.
Igual ao Harry.
Ginny soltou um suspiro e desligou-se um pouco do momento. Vasculhando em memórias a lembrança de um tempo que ela ainda era feliz e totalmente diferente. Um tempo que ela era apenas ela mesma: Ginny Weasley.
- Eu só queria poder voltar a ser feliz e sorrir novamente, mas acho que já não é possível. - Ginny disse com os olhos fechados. Ted Tonks deu uma risadinha gostosa e puxou o cabelo da menina com suas pequenas mãos.
- Dá, dá. - Ele falou, enquanto tentava bagunçar o cabelo da madrinha.
- Eu queria ser ingênua que nem você, Teddy. - Ginny disse com um sorriso, apertando as bochechas do afilhado.
- Ah.. encontrei a menina que roubou o meu afilhado! - Harry disse enquanto entrava pela porta da Salinha e ia em direção aos dois.
- Pelo que eu me lembre ele também é o meu afilhado, Harry. - Ginny disse com um sorriso, sem tirar os olhos de Ted.
- Vem cá, rapaz. - Harry ajoelhou-se e esticou as mãos em direção a Ted. Esse logo deixou o colo de Ginny e tentou ir o mais rápido possível ir em direção ao padrinho.
- Ah! - Ginny disse estupefata.
Harry o abraçou com força e deu um beijo no topo da cabeça dele.
- Está cada vez mais charmoso, Teddy. Puxou o padrinho. - Ele riu com o próprio comentário.
- Isso é injusto. - Ginny disse revoltada.
- Não é injusto ele gostar mais de mim, Ginny. Conforme-se.
- É injusto você utilizar o seu charme para conquistar o menino. - Ela parecia um pouco irritada. Harry riu.
- O meu charme?
- É. Se você não fizesse isso talvez eu tivesse a chance dele gostar mais de mim.
- Que drama. Ele apenas sabe que eu sou um Padrinho mais legal.. que vai ensiná-lo a voar e aprontar.
- Eu também posso ensiná-lo a voar. Melhor do que você até.
- Ginny.. ginny. Não tente me superar. É impossível. - Ambos riram.
Ginny deu um tapa no braço do menino e um beliscão, depois pegou o afilhado no colo e o girou no ar, rindo.
- Hawwy! Hawwy! - Ted falou batendo palmas.
Os outros dois congelaram.
- O que ele disse? - Harry perguntou ansioso.
- Não deve ser nada demais. - Ginny tentou disfarçar o que ouvira. Harry ficaria totalmente exibido se percebesse.
- Eu acho que ele tentou falar o meu nome. - Ele disse todo pomposo.
- Não.. por quê ele diria o seu nome, hein? O meu é mais fácil. Gi-nny.
- Talvez porque ele goste mais de mim! Rá!
- Hawwy! Hawwy! - Ted repetiu.
Harry soltou um suspiro de satisfação e os seus olhos brilharam. Pegou o afilhado do colo de Ginny e começou a fazer a maior festa para ele. Ginny apenas bufou e revirou os olhos.
- Isso não significa nada. - Ela tentou se conformar.
- Você fala isso porque está com ciúme que ele falou o meu nome primeiro. - Harry debochou.
- Ciúmes de você? Não mesmo. Ted só falou aquilo por mero acaso.. não significa que goste mais de você.
- Esqueça isso, Ginny. Ele apenas sabe quem é o mais charmoso.
- Há-há-há. - Ela falou irritada, cruzando os braços.
- Own.. Ginny está com ciúmes! - Harry disse se aproximando da menina.
- Não estou! Mentiroso! - Ela gritou irritada. Ted engatinhava ao lado de Harry, e ambos riam.
- Ele também gosta de você, tá? Não fique triste. - Harry zombou.
- Depois que eu te der um belo chute no traseiro é bom você não chorar, Harry Potter. - Ginny falou entre dentes. Harry soltou uma risada mais alta e a menina levantou as sobrancelhas em desafio.
- Duvido.
- Nunca duvide de mim. - Ela murmurou antes de pular para cima dele, o atacando.
Ginny tentava segurar as mãos de Harry, e o menino pego pela surpresa não teve tempo de reagir. Ela o segurou, e tentou virá-lo de barriga para baixo, mas ele era pesado e agora já estava fazendo força. Teddy ria ao ver os dois ali em uma confusão de pernas e braços.
- Você vai pagar pelo que disse, Harry Potter! - Ginny dizia enquanto batia no menino.
Harry ria e tentava se defender o que a irritava cada vez mais.
- Você é louca, Ginny. - Ele ria mais e mais.
- O que é isso aqui? - A voz veio da porta e fez com que os dois se afastassem no mesmo instante.
Ronald os encarava com os olhos brilhando em raiva, a sobrancelha franzida. Parecia estar bem irritado.
- Nada.. nada. - Ginny respondeu, com preguiça de dar qualquer outra explicação. - Bom.. eu vou ir me deitar. Aproveitem o Natal. - Ela deu um beijo na têmpora de Teddy e saiu em direção ao seu quarto.
- Já? - Harry perguntou. Porém ficou sem resposta.
Ronald, Harry e Teddy ficaram quietos a observando sair.
- O que foi exatamente aquilo? - Ronald perguntou intimidando Harry.
- Você não ouviu? Não foi nada. - Harry respondeu seco, pegando Teddy no colo e indo em direção a porta. - Venha.. vamos voltar para ceia.
Ronald soltou um suspiro e seguiu o amigo. Odiava aquela idéia de ver a sua irmã namorando novamente.. nem conseguia imaginar. Mas se aquilo a fizesse ficar feliz. Quem sabe?


xxx


Harry estava chegando perto e ele sorria. Parecia estar orgulhoso e feliz. Completo. Ela abriu um sorriso em resposta e estendeu as mãos para recebê-lo, mas inesperadamente ele a beijou. Parecia não se importar que havia cinqüenta pessoas ali dentro, incluindo o irmão de Ginny. Só queria mostrar para ela o quanto ele a desejava. E ele estava conseguindo.
O beijo era suave e tímido, porém demonstrava tantos sentimentos reprimidos e escondidos. E então de repente ele acabou. Harry olhou para menina. Os olhos brilhando em expectativa, esperando uma resposta. Ela deu um sorriso radiante.
Aquela era a única resposta que ele almejava. Ela estava feliz por tê-lo beijado, era mais do que óbvio!
Ninguém falava dentro do Salão Comunal. Foi então que automaticamente os dois coraram e começaram a olhar em volta, procurando os rostos conhecidos e vendo as expressões chocadas de cada um. De repente as pessoas começaram a assobiar e dar uma série de risadas nervosas. Harry olhou para Ginny e depois acenou com a cabeça para o Quadro.
É, talvez uma volta nas propriedades do castelo fosse uma boa idéia.
Eles saíram do Salão Comunal sem se falar, envergonhados demais com o fato de terem se beijado, e sem saber o que dizer.
- Hm.. como foi a detenção? - Ginny perguntou, tentando puxar algum assunto. Essa é a pergunta mais idiota que eu podia ter feito! Burra!Burra
- Foi boa. - Harry respondeu sem pensar. Boa? Como uma detenção seria boa, HARRY POTTER? Você é louco? Tire esse sorriso bobo da cara antes que ela saia correndo com medo de você!!
- Snape pegou pesado com você? - Ela perguntou com um toque de preocupação. Pelo menos essa pergunta faz algum sentido.
- Hm.. não tanto. Eu apenas tive que escrever, não chega nem perto de ter a mão cortada por uma pena maluca. - Harry estava nervoso, e automaticamente passou os dedos na cicatriz de sua mão, conseqüência das detenções de Umbridge. Você parece um bunda mole! Um bunda mole que tem medo de detenções. Fale algo coerente!
- Umbridge era uma tremenda vaca. - Ginny comentou, com um sorriso sincero no rosto. Harry virou-se e a encarou pela primeira vez depois do beijo.
Do que você tem medo, hein? Dela não gostar? Não.. não. Ok, coragem. Você consegue. Respire.. não esqueça de respirar.
- Desculpa. - Ele murmurou, sem jeito.
- Pelo quê? - Ginny perguntou fazendo um careta, sem entender do que se tratava.
- Por te agarrar daquele jeito.. eu não me controlei. - Harry passou a mão pelos cabelos rebeldes, e corou. Eu sou um idiota que tem medo de meninas, não é possível.
- Espero que perca o controle mais vezes. - Ginny pensou alto e depois levou a mão a boca. Eu não devia ter dito isso.. ele vai achar que eu sou uma tarada, psicopata.
- Pode ter certeza que eu vou. - Ele murmurou baixinho, parando e esperando a menina se aproximar. Vamos.. você consegue.
- Eu não vou reclamar. Nem um pouco. - Ginny parou próxima ao menino e sorriu o encorajando. Não deu outra, ele delicadamente a puxou pela cintura e a beijou levemente.
Ginny sorriu entre os lábios dele, e o puxou para mais perto com as suas mãos, segurando na nuca do menino. Separou um pouco dos lábios do menino e deu um sorriso maroto.
- Eu não vou te morder, Harry. - Ela riu. Harry sentiu-se confiante e a puxou novamente para um beijo agora com vontade.
Ginny correspondia da mesma forma.. se entregando. Não era como o beijo no Salão Comunal, era muito melhor. Ali não tinha o medo do que as pessoas pensariam, existia apenas eles dois. Ginny sentiu a parede fria nas suas costas e se arrepiou. O beijo se tornando cada vez mais intenso... melhor...
Toc toc!
Ginny abriu os olhos assustada, e sentou-se na cama. O relógio de sua cabeceira marcava as 3:23 da madrugada. Ela deu um longo suspiro. Ah.. por quê tinha que acordar bem na melhor parte do sonho?
Droga! Droga!
Como se você não soubesse o que ia acontecer. A consciência da menina respondeu.
Ela sorriu com isso. Sim, ela sabia e se lembrava. Mas no sonho era como se ela conseguisse sentir os lábios de Harry nos dela, as mãos dele a acariciando. Era como se ela revivesse o momento.
Toc toc!
- Mas que diabos... ? - Ela não terminou de responder, porque viu Harry na sua janela a encarando com um sorriso torto. - Harry!
Ele colocou o dedo na boca, pedindo silêncio. Ela havia praticamente gritado o nome do menino. Ela dirigiu-se rapidamente até a janela e a abriu.
- O que você está fazendo aqui? - Ela exigiu.
- Que tal um passeio? - Aquela era uma oferta tentadora. Considerando que ele estava montado em sua vassoura que chegava em velocidades incríveis, e que ele era o menino no qual ela estava sonhando. Só que agora em carne e osso, o que era bem diferente.
- Você quer dar um passeio às 3:25 da manhã? - Ela perguntou estupefata. Ainda estava confusa pelo fato dele estar realmente parado ali em sua janela.
- Sim. Eu quero. - Ele respondeu como se fosse óbvio.
- Você é louco? Tem problemas mentais? - Ginny afastou-se da janela para dá-lo espaço para entrar no quarto.
- Então.. você vem ou não? - Ele perguntou docemente.
Ginny olhou para sua cama e depois para Harry. Aqueça batalha já estava vencida desde o começo. Desistiu de tentar afastá-lo e aproximou-se da janela.
- Eu vou na mesma vassoura que você?
- Sim.. hoje você vai pegar uma carona. - Ele sorriu, e ela subiu na vassoura atrás do menino, segurando-se em sua cintura delgada.
Harry acelerou repentinamente, e Ginny segurou-se com mais força. A adrenalina agora corria em suas veias, e a fazia sentir-se livre e feliz. Adorava voar.. principalmente agarrada a Harry.
- Qual é a programação? - Ela perguntou no ouvido do menino. Ele deu uma olhada para trás, encarando-a.
- Estou tentando decidir. - Ele não voltou a cabeça para frente, ficou a observando-a.
Por que tinha de ficar tão bonita a luz do luar?
- Não olhe para mim! Olhe para o céu, Harry! - Ginny gritou de repente, sentido o rosto corar.
Ele deu um sorriso maroto e virou-se para frente.
Voaram em silêncio apenas aproveitando a companhia um do outro e curtindo a paisagem maravilhosa que estava sob eles. E então, Harry começou a inclinar a vassoura até o chão e ir em direção ao bosque que estava embaixo deles. Porém tomou outro rumo e foi em direção a Toca novamente.
Desceram no jardim, perto do lugar onde havia sido a ceia.
- Hm.. Feliz Natal! - Ele murmurou de repente, sentando-se no chão.
- Ah.. Feliz Natal. - Ela falou sem muita animação. Então ele havia a chamado ali para desejá-la Feliz Natal? Sem nenhum beijinho? Droga.
Nesse momento Ginny percebeu o quanto estava frio e cruzou os braços tentando disfarçar.
- Oh! Que indelicadeza a minha. Você deve estar morrendo de frio. - Ele tirou o seu casaco e entregou para a menina. - Toma. Vista.
- Não.. obrigada. Eu não vou tirar o seu casaco, Harry. Não estou com frio. - Foi quando ela terminou de falar que seus dentes começaram a bater por culpa da friagem. Ela deu um sorriso amarelo e corou. Harry soltou uma gargalhada.
- Vista logo. - Ele deu para ela o casaco.
Ela o vestiu e no mesmo instante pode sentir o cheiro dele a esquentando e confortando. Ah.. por que ele tinha de ser perfeito?
- Então.. qual é o motivo de tudo isso? Festejar o Natal? - Ela perguntou tentando não demonstrar muita curiosidade.
Harry começou a caminhar e Ginny o seguiu.
- Na verdade, é para te entregar o seu presente. - Ele decidiu ser sincero e direto. Era melhor do que ficar fugindo do assunto.
- Presente? - Ela ficou chocada e sentiu o pânico a tomar. - Mas eu não comprei nada para você. Isso é injusto.
- Argh. Não complique, seja uma pessoa normal. Pegue o presente e agradeça, apenas isso. - Harry murmurou, indo em direção a Toca.
- Eu não vou aceitar. Eu estou sendo uma pessoa normal e educada, tá? - Ginny resmungou. Parou de andar e colocou uma das mãos na cintura.
- Ginny.. por favor. - Ele a encarou com aqueles olhinhos verdes tão convidativos.. tão hipnotizantes. Não tinha como negar algo a ele, tinha?
- Vamos fazer um trato. Se você me der um presente, vai ter que aceitar o meu depois. - Ginny inventou um jeito para não parecer tão a mercê do menino.
- Certo. Espera aqui, eu já volto. - Então, ele aparatou. Ginny soltou um suspiro.
O que será que ele daria para ela? Bom.. ela não tinha a mínima idéia. Ela nem sabia que ele realmente se preocupava com ela e que não era apenas aquela falsa-preocupação de todos os outros conhecidos da escola.
Sentiu que os segundos foram se transformando em minutos... e os minutos em horas. As mãos transpiravam e ele não voltava. Não fazia nem um minuto que ele havia ido e ela já o queria ali.
Ele apareceu do nada, assustando-a. Carregava um embrulho e tinha um sorriso nos lábios.
- Feliz Natal, Gin-gin. - Harry parecia estar feliz e aquilo a animou, principalmente pela parte do apelido que ele a chamara. Pegou o embrulho das mãos do menino e ficou o encarando sem saber se abria ou não.
Os olhos de Harry brilhavam em expectativa e aquilo fez Ginny se recordar do primeiro beijo deles... os olhos dele brilhavam na mesma forma e intensidade.
Ela começou a abrir o presente lentamente, sem prestar muita atenção no que estava fazendo, o cheiro que saia do casaco do menino estava a dopando e deixando-a perdida. O embrulho se partiu e então ela pode ver o seu presente. Ficou chocada e sem palavras.
- Eu não posso aceitar, Harry. - Ela murmurou sem jeito, falando com dificuldade.
- Se você quer realmente jogar Quadribol você vai ter que aceitá-la. Você não chegará muito longe com aquela relíquia.
Ela sorriu para o menino e acariciou a vassoura que estava em suas mãos. Era a nova versão da Firebolt. Sentiu as mãos trêmulas e um desejo enorme de montá-la e testar a sua velocidade incrível.
- Eu não sei o que dizer. - Ela falou, ainda encarando o presente.
- Então não diga nada, apenas experimente. - Ele a encarava com um sorriso orgulhoso. Parecia estar se divertindo com a situação.
- Eu posso? - Ela pediu com os olhos brilhando, ainda sem acreditar que aquilo havia acontecido.
- Ela é sua, pode fazer o que quiser. - Harry respondeu confiante.
Ela já ia montar na vassoura nova quando se lembrou da vassoura de Fred.
- Harry? Você acha que Fred ficaria triste se eu trocasse a vassoura dele por essa? - Ginny parecia estar triste de repente, como se estivesse enfrentando uma luta interna.
- Eu tenho a certeza que não. Fred só queria a sua felicidade, Ginny. - Harry respondeu com simplicidade, e era exatamente o que Ginny precisava ouvir.
- Obrigada, Harry. Muito obrigada. - Ela o abraçou e deu um beijo seu rosto.
Ele ficou meio sem graça e passou o braço em volta da menina, correspondendo. Então, a menina soltou-se dele e passou o pé pela vassoura.
- Que tal uma corrida, Harry? - Ela perguntou, sorridente.
- Não.. seria totalmente injusto. Você ganharia. Vou ficar te esperando aqui, aproveite.
Ela deu um impulso e saiu em uma velocidade incrível. Sentiu o vento frio batendo em sua face e deu um suspiro de satisfação. Aquilo parecia um sonho e ela definitivamente não queria acordar.
Sua vida finalmente estava melhorando.
Deu uma volta mais longa do esperado e depois de usufruir um pouco de sua vassoura nova e testar a sua velocidade e precisão, ela desceu novamente para o jardim da Toca, indo na direção de Harry.
- Ela é.. Inacreditável. - Ginny contou ao menino.
- Eu sei. Ok.. eu confesso. Antes de embrulhá-la eu dei uma volta. É incrível. - Eles riram.
- Já estava pensando em roubar o meu presente, né?
- Sinceramente? Estava, mas aí eu lembrei que você ficaria com ciúmes se eu presenteasse o meu afilhado e você não.
Ginny deu um tapa no braço do menino.
- Idiota.
- Ciumenta.
- Tudo bem. Eu deixo você me irritar, afinal você me deu uma vassoura! - Ginny parecia mais animada e Harry podia perceber isso.
- Tenho uma coisa para te pedir. Na realidade é uma proposta.
- Diga.
- Eu pensei muito sobre as coisas que você me disse e no seu sonho, Ginny, e então cheguei em uma conclusão. Você não vai conseguir fazer isso sozinha. Você precisa de ajuda, suporte, e é algo que eu posso lhe oferecer. - Ginny fez que ia falar, mas Harry a calou com o olhar. - Eu não estou pedindo para que entre no time, eu só quero te ajudar e eu encontrei uma forma para isso.
- E qual seria?
- Eu vou te dar treinos.. particulares. Tentei me informar sobre tudo que consegui e acho que sou qualificado o suficiente para te ajudar nisso. Antes que você reclame ou diga não de cara, pare e pense... é uma idéia boa, Ginny. E além do mais, ninguém precisa saber disso.
- Você tem certeza disso, Harry? - Ela perguntou com o cenho franzido e os olhos arregalados.
- Absoluta. - Ele parecia decidido e isso fez com que despertasse um desejo em Ginny, mas não era o momento de pensar naquilo.
- Você sabe o que está colocando em risco com isso, não é?
- Sim, e eu quero correr esse risco. - Harry percebeu Ginny segurando a vassoura nas mãos com um pouco mais de força e depois viu a expressão dela relaxar. Aquilo o acalmou.
- Então.. quando começamos? - Ela perguntou, parecendo entusiasmada.
- Agora. - Harry tinha um sorriso maroto em seus lábios que fez Ginny engolir um seco.
Estava perdida nas mãos de Harry Potter.

xxx


N/A: Não me matem! Por favor! Eu sei que eu mereço, mas não me matem! Meses sem postar! É imperdoável.. eu sei, mas tentem me entender. Primeiro de tudo eu estava entretida demais em uma série para conseguir escrever, mas isso foi por um pequeno período de tempo. A série Twilight realmente roubou as minhas férias.
Segundo quando as aulas começaram eu não tive tempo pra mais nada. Os únicos dias que eu tinha para escrever eram de Quarta e Sexta, e sempre alguma coisa aparecia para eu fazer. Sem tirar a temporada de Jogos que eu tive.
Então.. eu tive que fazer milagres para escrever. E até que enfim saiu o capítulo! \o/
Eu realmente gostei dele.. achei ele muito bom, e das vezes que sentei pra escrever não tive dificuldade. Ele foi fluindo e quando vi já estava pronto. O que eu não tinha era tempo para escrever, mas agora eu vou arrumar.
Vou tentar escrever o mais rápido possível.. hoje mesmo acabou as provas e os jogos, ouseja terei mais tempo. Mas amanhã tenho a estréia da minha peça, e isso vai roubar um pouco do meu tempo. HUAHA. Vou tentar ao máximo, prometo.
Não desistam da fic porque eu garanto que até o final do ano ela vai estar finalizada. (:
Recado para leitores de HMV: Eu não desisti da fic, de jeito nenhum! Eu apenas estou sem tempo e com mais inspiração para essa. Pretendo terminá-la na mesma época que essa, então tenham um pouquinho mais de paciência que ela vai ter um final e que eu espero que todos gostem.


Comentários: Prometo, que quando tiver tempo eu responderei a todos. Obrigada mesmo pelo apoio. ADORO VOCÊS.

Agradeço a todo mundo que está acompanhando a fic. Vocês são demais.
Até a próxima,

Ari B.






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