Semi Final
CAPÍTULO 05: Semi Final (EdD 23)
Hermione e Harry ficaram se olhando alguns instantes. Ela suspirou, desceu as escadarias e ficou em sua frente, cruzando os braços com cara de quem não tá muito a fim de papo.
- Vamos, desembucha. – resmungou. Harry esperou o raciocínio vir.
- É... sobre o que aconteceu... entre a Cho e eu... – Mione suspirou de novo, olhando para o lado. Harry mantinha a boca aberta, mas as palavras pareciam demorar um pouco pra sair – É que.. eu queria... pedir desculpas.
- Desculpas? – perguntou Hermione, quase deixando sair uma risadinha meio debochada. – Por quê você viria me pedir desculpas?
- Pelo que eu fiz com você, não foi legal... eu não devia ter ficado com a Cho.
- É fácil dizer que não devia ter ficado, agora que ela já te deu um pézão.
- Nós decidimos nos separar – pontuou Harry, ficando sério – antes é que eu não tive tempo de falar com você.
- Hum... eu sei que você estava ocupado... eu também estava.
Harry arregalou os olhos para Mione por causa da resposta.
- Mione... por favor, eu estou aqui pra falar sério com você. Aconteceu que... aquilo que a Cho me disse depois do primeiro jogo... ela estava me testando... ela só queria que eu me saísse bem na partida de quadribol. Ela também... gostava de mim no fundo...
Mione parou uns instantes e pôs a mão na cintura.
- Tem razão, Harry, ela gostava mesmo de você. Estou até espantada pelo tanto que ela te considerava. Olha, você é um cara de sorte. Ela te tratou muito bem. Fiquei até emocionada com o estado em que a menina te deixou naquela noite.
- Hermione, não... entenda, ela só estava...
- Ah, quer saber? Estou é perdendo meu tempo. Estou muito ensopada, tenho que ir tomar banho. Ou eu resfrio e não dou conta do jogo que vem aí. Se você me dá licença, eu vou indo.
Mione passou por Harry, mas ele a agarrou pelo braço:
- Eu não vou deixar você ir sem antes escutar o que eu tenho pra dizer.
- Não sou eu que tenho que escutar o que você tem a dizer, Harry. – disparou Hermione – É Olívio. É com ele que você tem de se desculpar.
- Mas você...
- Eu não tenho nada que ver com a sua vida conjugal. Dane-se com quem você beija, com quem você dorme, a vida é sua, Harry, não fique me dando satisfações.
- Eu não me sentiria bem se não me desculpasse com você. – falou, firme – Você foi uma grande amiga naquela noite e eu te fiz de boba.
Hermione parou. Olhou Harry durante segundos intermináveis e ele podia jurar que os olhos dela se marejaram, mas Mione respirou fundo, engoliu alguma coisa que demorou a descer e disse:
- Acontece.
Harry ficou boquiaberto, e também tomou fôlego:
- Não, não “acontece”. Por mais forte e intenso que tenha sido o que tive com Cho... no fim não valeu a pena...
- O quê?... Você... eu não acredito que você me disse isso.
- Isso o quê?
- Não valeu a pena? Harry, você... o que tem acontecido com você? Não era assim...
- Assim como?...
- Primeiro você trai a amizade de Olívio para ficar com a Cho durante pouco mais de duas semanas... e agora vem dizer que não valeu a pena? Não venha dar uma de “cara descolado” pra cima de mim, aquele que fica com uma menina e depois que larga ela de lado vem dizendo pra próxima que não foi legal. Te conheço desde que você nem sabia quem era. E eu sei melhor do que ninguém que esse não é você.
Harry deu um passo pra trás pensando no que estava fazendo.
- Eu já lhe disse, Harry, não estou para perder meu tempo. Faça o que quiser da sua vida, mas não venha mais me encher o saco. Está de bom tamanho pra você? Pra mim está ótimo.
Mas uma vez Harry se viu puxando Mione pelo braço:
- Não é por aí, Hermione. Você é minha amiga, sempre foi. Eu quero continuar sendo seu amigo, como sempre foi desde o primeiro ano, esse ano é nosso último ano, por favor, não mude nada, faça tudo igual, como nos outros anos...
- Não tem como, Harry. – disse Hermione, tirando a mão de Harry de seu braço – quando Leah falou comigo depois daquela noite no trem fantasma, quando eu fui escolhida para voltar a Hogwarts na Sonserina... ela disse que a partir daquele instante, alguma coisa iria mudar devagar. Eu achei que não. Bem, reconheço. Ela estava certa.
- Como assim?...
Mione respirou fundo, arrumou o cabelo molhado para trás e completou:
- A partir daquele instante no trem fantasma a nossa amizade entrou em contagem regressiva. A escolha foi minha, eu tenho que arcar com as conseqüências. Nossa amizade não terminou por causa da Cho. Ela já estava com os dias contados, a partir do momento em que pus os pés em Hogwarts como uma aluna da sonserina.
Harry ficou sem reação nenhuma. Hermione ficou olhando ele nos olhos, até que deu as costas e saiu, deixando ele pregado no mesmo lugar. Quando Mione chegou no alto da escadaria Harry gritou:
- Eu não aceito essa condição, Hermione! – A menina parou, mas não olhou pra trás. – eu não vou perder sua amizade por causa dessa besteira. Eu não vou perder sua amizade por causa da sonserina. Eu não vou perder sua amizade por nada nesse mundo. Dane-se se você estuda na sonserina ou na grifinória, ou se você é uma rival no quadribol, eu não vou gostar de você menos por causa disso. Não sei quanto a você, mas eu não vou aceitar que ninguém nos separe de novo, não importa quem seja.
Mione resolveu olhar Harry.
- Tudo bem... Espero que você saiba o que está dizendo. Espero que você saiba o que vai ter que fazer então.
Harry sorriu e subiu correndo de encontro a Hermione.
- Eu sei o que fazer, sim. Vou fazer valer a pena. Pra valer a pena mesmo. Nem que custe minha própria vida.
Hermione torceu o nariz ao escutar isso, detestava essa história de ‘valer a pena’, mas Harry só sorria, como um moleque, que no fundo ainda era. Ele passou os braços por Mione e a abraçou apertado, mas ela não pôde fazer o mesmo porque ele a estava apertando os braços, ela teve de ficar parada, presa aos braços dele, como um pau de amarrar égua.
- Hmmm... –gemeu, com o nariz apertado contra o colo e a blusa molhada de Harry – Extá me xufocando...
Harry apertou mais, dando uma risada. De repente parou, suspirou e, ainda agarrado a Hermione, lhe perguntou, afastando a cabeça para olhá-la.
- Posso te dar um beijo?
- Beijo...? – perguntou, erguendo as sobrancelhas. Harry não esperou a resposta, pôs a mão em sua nuca e lhe deu um beijo na testa bastante barulhento. Depois abriu um sorriso e Mione balançou a cabeça – Você não passa de um conquistador barato, moleque. – e lhe passou os braços pelo pescoço, dando um abraço apertado e pondo a cabeça em seu ombro. Harry a apertou mais ainda, a sacudindo no meio do corredor– Aii... você vai quebrar meus ossos.
Em seguida foi a vez de Hermione, virou o rosto e lhe deu um beijo na bochecha apertado, e voltou a olhá-lo.
- Quer um na boca? – perguntou Harry, curioso.
- Um quê? – disse Mione, rindo.
- Um beijo, na boca. Eu dou, quer?
- Eu não! – riu Mione – Porque eu ia querer?
- Sei lá, falou Harry, também rindo – foi a Amicitae que deu a idéia.
- Quem?...
- Aquele tigre que estava em Azkaban, agora mora aqui nas redondezas, eu perguntei e ele me deu uma lambida na boca.
- Que nojo, você beija um tigre na boca e depois sai querendo beijar todo mundo? Eu não, essa boca de baba de gato. Que eca!
- Mas que preconceito... – em seguida ele olha para o fim do corredor – Se a Cho me vê nesse affair com você ela me capa.
- A Cho é o de menos, falou Mione, olhando para o outro lado – se alguma fã sua me vê, me arrebenta.
- Quem bom ver os dois juntos de novo.
Harry e Mione deram um salto e se separaram. Subindo a escada vinha Sirius, que ergueu as mãos:
- Desculpe, não quis assustá-los.
- Ah, Sirius... – falou Harry, aliviado. Sirius chegou e abraçou os dois.
- Se não me falha a memória vocês têm jogos de Quadribol perto. Não podiam ficar com essas roupas molhadas.
- Já vamos nos trocar – disse Hermione, saindo de baixo de Sirius e se preparando pra ir para o quarto.
- Vá também, Harry – falou, empurrando o afilhado – e cuide para que a senhorita Granger chegue em seus aposentos na maior segurança.
- Você devia falar isso pra ela – riu Harry, indo até Mione – tudo bem, vamos. A gente se vê.
Os dois deram as costas. Sirius coçou a barba e falou:
- Ei, Harry – Harry e Mione olharam – É bom saber que o gosto do seu vinho voltou a ficar bom.
Harry sorriu.
- Não se preocupe, ele vai ficar delicioso pro resto da vida. Prometo.
Sirius ainda esperou os dois sumirem de vista, antes de ir para a sala dos professores. Particularmente muito feliz ao ver o afilhado bem novamente.
*
- Hoje cabeças vão rolar desse tablado! – disse Leah , subindo no palco do Clube dos Duelos, arrumando as luvas na mão e a espada debaixo do braço.
Harry e Rony se olharam, incógnitos. Mione não estava entre os sonserinos, nem perto de Harry e Rony. Cochilava no canto do salão, numa das grandes poltronas, e cochilava abraçada a uma espada. Harry e Rony deduziram que ela estava treinando muito nesses últimos tempos.
- Queremos medir forças com vocês – riu Sirius. Os alunos ficaram com medo – vocês já tem uma boa noção de tudo que precisam saber para serem grandes aurores, quem sabe aurores supremos. – bem, quem começa?
Leah e Sirius procuraram, todos os alunos com medo. Snape, no chão, ficava com cara de bunda, como sempre.
- Não vejo necessidade dessa perda de tempo – resmungou – Os alunos nada sabem ainda, como poderiam tentar nos vencer?
Leah teve o orgulho atingido.
- Jura? Não tenha tanta certeza, Severo. Que tal se você fosse o primeiro?
Snape atendeu à provocação e subiu no palco.
- Muito bem... seja quem for, que venha.
Sirius lançou o olhar pra Harry, que arregalou os olhos e fez não com o dedinho desesperado. Mas Leah falou primeiro:
- Como queira, Snape. Hermione, sua vez.
- Mione? – gemeu Rony. – Ela?
Hermione abriu os olhos mole. Leah a chamou, e ela levantou, indo até o palco.
- Depois você volta a cochilar. – sorriu, batendo nas costas dela.
Snape resmungou. Mas se pôs no lugar. Hermione também, e lhe perguntou:
- Como prefere, professor? Um gatotsu ou um battoujutsu? Se me permite, tenho mais afinidade com o battoujutsu, me sinto mais confortável, posso começar com ele?
Snape pareceu muito ofendido, sacou a espada – de madeira – e ficou na posição de gatotsu, segurando a espada como uma lança, e resmungou:
- Tsc, do jeito que preferir, menina.
Sirius desceu do lugar curioso para ver no que daria. Leah também desceu, e Mione se pôs na posição do battoujutsu, pronta para avançar no inimigo ao mesmo tempo em que sacaria a espada. Sirius disse “já”. Snape e Mione avançaram um contra o outro, usando a mesma velocidade que Leah e Sirius usaram, como se desaparecessem no ar, tamanha rapidez.
E ninguém viu mais nada. Um instante depois alguma coisa sacudiu o lugar, e Snape foi arremessado contra a parede. Assim como Leah, a trincou, e escorreu para o chão, com falta de ar e o rosto contorcido de dor. No lugar em que os golpes se chocaram estava Mione, parada ainda na posição do ataque que acabava de desferir. Mas da shinai (espada de madeira) que usava, só sobrou o cabo em sua mão. A espada se esfarelou no peito de Snape. Um silêncio baixou no salão. Sirius ficou em estado de choque, Leah sorriu triunfante, Snape ergueu o olhar dolorido.
- Como me saí? – perguntou Mione, excitada em saber como tinha sido.
- Esse... golpe... essa técnica... – gemeu Snape, a franja oleosa lhe caindo em um dos olhos, e olhando fixamente Leah, falando entre os dentes – Isso foi... um... Kaiten Kembu...
Sirius estava boquiaberto.
- Uma...seqüência de seis... executada com uma só espada....
Leah fez sinal para Hermione descer. Ela desceu, sorrindo. Harry e Rony não acreditavam. Malfoy e os outros Sonserinos, muito menos.
- Lembre-me de nunca mais irritar Hermione – guinchou Rony, falando fino e apavorado.
- Que bom que já fizemos as pazes... – gemeu Harry.
*
Harry e Rony estavam particularmente ansiosos no café da manhã. Aliás, a escola inteira corria um burburinho. Era um dia muito esperado. Era o dia da última semifinal da Copa de Quadribol. Era o dia de Sonserina e Corvinal. Era o dia...
- Cho Chang contra Hermione Granger! – anunciou Rony, de pé no banco do salão principal. – O combate do século! De um lado, de verde, sua amiga de 7 anos! De outro, a sua amant...
Harry agarrou a Boca de Rony antes que ele terminasse e todo mundo da mesa riu, mesmo sem saber o que ele falaria.
- Cale a boca, seu...
Os dois levaram um tapa na cabeça. Olharam para trás e viram Hermione. Não sabiam se eram seus hormônios masculinos ou a animação do jogo, mas para Rony e Harry ela estava uma gracinha. Parecia super feliz, e nem um pouco nervosa. Sorria o certinho sorriso corrigido no quarto ano, tinha os cabelos presos na altura da orelha em uma trancinha que descia pelo resto dos cabelos cacheados, e usava o uniforme limpinho e verde de quadribol da Sonserina, já com a “armadura”.
- Bom dia para os dois! – falou, quase cantando. – Animados para a semifinal?
- Nem quando foi a nossa! – riu Rony, se levantando. – você não faz idéia da bagunça que a gente vai fazer naquele, negócio!
Mione lançou o olhar para a mesa da grifinória, e todos fizeram sim com a cabeça, animados. Ela ficou mais feliz ainda.
- Ah, que divino! – exclamou.
- Mione, se você perder pra Cho Chang eu te soco junto com o Malfoy! – disse Rony. Harry ficou sem graça.
- Isso não é um pedido, é uma ordem, riu Mione.
- Não conte com a galinha antes do ovo! – disse Olívio, chegando – não! Peraí, é o ovo antes da galinha! Desculpe.
Mione e os outros olharam o treinador chegando. Atrás dele, Cho Chang, de uniforme azul e rabo de cavalo.
- Olá, garotos – disse Cho, o mais natural possível.
- Oi... – responderam os três em coro, muito irônicos e de sorriso amarelo.
- Acha que tem chances contra essa belezinha aqui, Mione? – disse Olívio, convencido. Cho ficou muito sem graça com o papel de babaca do namorado corno (não esqueçam! Corno é o mais importante!).
- Hum... acho. – disse Mione, firme. Rony quase cuspiu o suco de abóbora na mesa tamanha vontade de rir que teve. Cho ergueu as sobrancelhas.
- Está muito confiante, Hermione.
- Não é confiança, Cho. É só... intuição.
Cho deu um sorrisinho meio irritado. Rony tava achando ótimo.
- Eu sou uma profissional... você não tem chances, menina... porque você nunca sequer jogou... não tem prática.
- Bem... eu tenho a torcida dos amigos para dar uma força... – justificou, pondo a mão no ombro de Rony e Harry. Harry ficou encabulado, Rony encheu o peito de orgulho.
- Eu pedi para Harry torcer para você – tentou justificar – Mas talvez no meio do jogo ele mude de idéia.
- Isso eu não vou poder impedir. – disse Mione, tranqüila. – mas temos que esperar pra ver o resultado.
- Está certo. Tenha um bom jogo. – disse, indo embora.
- O mesmo, Cho. – sorriu Mione. Quando ela saiu da vista com Olívio, Harry suspirou e Rony gritou um abafado HU-RU Na mesa.
- Você tem de dar um coro nessa metida! – falou pra Mione. Em seguida virou-se para Harry – Como você conseguia comer aquela coisa? AI! Hermione!
Mione dava uma violenta porrada na cabeça de Rony. Harry riu, mas muito constrangido.
- Pare com isso...
*
Lino Jordan nunca gritava tanto. Estava muito empolgado, e berrava já na apresentação dos times.
- Ah, esse jogo, ah, esse jogo!!!!! – esgoelava – O jogo dos sonhos de qualquer fã de beldades no Quadribol! De um lado a veterana Cho Chang, de outro a nova mascotinha de Hogwarts, Hermione Granger!!!!!
- Mascotinha... – gemeu Malfoy, do gol.
- Crabble, Goyle. Acertem um balaço naquele estúpido – disse Mione, sobrevoando entre os dois batedores, que deram risadas de retardados. – Ele vai ver quem é a mascotinha...
- Vai lá, minha lontra preferida! – berrou Rony, rindo e fazendo referencia ao mascotinha, com a faixa verde e a bandeirinha na mão. – acaba com todo mundo!
Harry preferia não gritar nada, mas estava super animado. Cho não pareceu gostar da idéia da torcida contra e jogava com cara de poucos amigos. Tinha a mesma vassoura de Harry, a Firebolt IV, um nível acima das dos sonserinos. Isso atrapalhava, Mione tentava voar ao seu lado, mas ela sempre estava um pouco á frente.
- Os artilheiros da Sonserina estão dando um baile na corvinal! – dizia Lino, meia hora depois do início do jogo. – que bom que vocês têm um bom goleiro, minha gente! Está fazendo um ótimo trabalho, Cho Chang! Ih, olha o pomoooo!!!!
Um OOOOH geral correu. O pomo surgiu no centro do gramado. Cho e Mione, de pontos opostos, dispararam atrás dele. Malfoy acompanhou o mergulho das duas. Cho mais à frente, por causa da vassoura. O pomo pairava acima de uma grande poça de água, das chuvas que andaram caindo. Parecia uma libélula, e ficava no mesmo lugar.
- Vai, Mione, vai Mione! – murmurava Malfoy, que desde que ela ficou de vez no time tinha resolvido chamar ela pelo “diminutivo”. – pega esse pomo, pega esse pomo...
Harry, Rony e Hagrid se espremeram na arquibancada. Mione estava em desvantagem. As duas continuavam na direção do pomo. Ficaram paralelas ao chão, numa incrível velocidade, uma prestes a colidir com a outra de frente. O reflexo das duas na poça d’água nada mais era que um borrão, Mione e Cho esticaram o braço, o pessoal das torcidas começaram a berrar... Cho estava mais na frente de Mione. Foram chegando, chegando, o pomo sem se mover...
TCHAFFFF!!!!! Cada uma espirrou para um lado, pingando. O pomo sumiu. Alguma coisa bateu violentamente na água no exato instante em que Cho ia pegar o danado do pomo. A poça espirrou água e barro pros lados, sujando e assustando as duas. Cho, brava, limpava o rosto. Mione, com as gotinhas de água e barro escorrendo na cara, olhou pra cima,de boca aberta. Viu Crabble e Goyle, abraçados que nem idiotas e os bastões na mão.
- HAHAHAHAHAHAHAHA – gargalhou Lino - os batedores da Sonserina mandaram um torpedo para a poça d’água! O pomo está desaparecido de novo! Não foi dessa vez, ”senhora Wood”.
Cho definitivamente não gostou nem da piada nem da tática. Rony pulava na arquibancada:
- Valeu, meus chapas!!!! Cerveja amanteigada pros dois depois do jogo, na conta do Potter!
- Na minha? – perguntou Harry, rindo.
Mione suspirou do alto do campo, limpando o rosto na manga da capa e olhando pelo pomo. Desejava ter uma vassoura pelo menos como a de Cho. Pensou se daria conta do recado mesmo se tivesse uma boa vassoura. Ficou com medo de responder para si mesma.
- GOL! Da Corvinal!! O time de azul encosta no placar! Não parece ser um bom dia para você, não, Malfoy? Não consegue comandar o time todo? Está tão preocupado com o duelo de apanhadoras?
- Não posso mandar um balaço na cabeça dele – xingou Malfoy – que pena.
Em seguida a goles veio em sua direção, e com um galeio para o alto a tirou do caminho.
- Alguém dê um jeito de jogar isso direito!!!!!
Not passou veloz por debaixo de Malfoy e pegou a Goles.
- E lá vai Not! Passa por um... olha a Lisa, quase! Ele continua com a goles, desviou de um... olha o balaço, lançou e gol!!!!!!!!!!!! A goles volta ao jogo e... Falta! O que deu em você, Goyle? A cabeça de Teo não é um balaço! Parece, mas não é não. Lisa vai cobrar e... Malfoy defende! Lança para Grão, que lança mais a frente para Malcon... Malcon... joga a Goles pra trás? Ah, é o Not! Ele desce ligeiro, lança e gol! Que jogada espetacular! Olha a Patil com a goles lá na frente, gol! Patil, estava demorando para acordar, não, garota? Não é possível! É ele! De novo! Lançou para Malcon, rebateu, pegou e GOL! Not faz mais um gol!!!!! O que está achando disso tudo, dona Gina Weasley?
Gina não estava prestando atenção, aplaudia e berrava muito, vendo a eficácia do garoto.
- Cara, ele é muito bom! – exclamou Harry, seguindo o garoto com os olhos. – Bem que a Gina fica doida com ele no jogo... ele é muito bom!
- Ele é um babaca exibido. – resmungou Rony, para em seguida continuar berrando e pulando – Pega essa porra desse pomo logo, Hermione!!!! Até o Harry que é zarolho, o escambau, pega antes de você, sua imbecil!!!!
Mione voou até emparelhar com Not, que a olhou sorrindo de boca meio aberta, o suor já escorrendo pelo canto da testa, mas muito animado.
- Você joga muito, menino. Está chamando a atenção da Gina há um tempão. Ela vai virar sua fã.
- Hã? – perguntou, sem entender. Seguiu Hermione por alguns metros, e ela virou o rosto para ele e disse, indicando com a cabeça.
- É a artilheira da Grifinória, Virginia Weasley, a cestinha. Ela tá adorando seu show, olha lá ela.
Not lançou o olhar para a torcida da Grifinoria ver Gina, e ela estava entretida com os outros artilheiros.
- Ah... – falou, ao ver quem era. Mione riu.
- Ela não é bonitinha?
Not olhou Mione e não respondeu. Mas suas orelhas começaram a ficar vermelhas. Ela continuou a voar, rindo, e ele desceu, atrás da goles. Bateu ao lado de Lisa e VUP- pegou a goles. Deu um looping para ganhar altura e fez mais um gol.
- ESSE MENINO É DEUS!!!!!!!!!!!!! Mais um gol! Not disputa a cestinha do ano com a caçula Weasley!!! Vamos, Not, queremos ver um show!
O menino começou a se incomodar com o assédio, e passou a deixar as jogadas ao cargo dos outros, o que fez a “máquina de gols” da sonserina trabalhar lentamente...
Malfoy reparou que Hermione zunia de um lado para outro do campo. Quando ela estava em seu alcance, perguntou qual era a dela.
- Fico em uma grande velocidade para ver se quando o pomo aparece tenho o mínimo de vantagem em cima da Cho chang. – explicou – a vassoura dela vai fazer a diferença...
Quando deu mais uma volta completa, Mione viu um vulto azul passar ao seu lado e voar acima de sua cabeça, era Cho. Mas o pomo não estava.
- Precisando de apoio moral, Granger? – falou Cho – A torcida dos amigos não é suficiente? Essa vassoura ultrapassada não vai ajudar em muito não.
Mione se segurou pra não mandar ela prum lugar onde ela deveria ter ido à muito mais tempo. Mas resolveu dar atenção à provocação, e disparou atrás de Cho, com os olhos pregados em sua rabiola. Não ia passá-la nunca, mas não ia perder os reflexos dela e fazer papel de boba caso ela mudasse bruscamente de direção.
- Uma corrida de apanhadores? – disse Lino irônico – Cho e Hermione resolveram correr uma atrás da outra só porque o pomo não está na vista? No que vai dar?... Ah, Malcon! Não adianta inventar, você tem de entregar essa goles pro Not, se quiser fazer um gol!
Cho e Mione continuavam uma atrás da outra, e para a sorte de Mione, conseguia facilmente acompanhar Cho Chang. E ela não gostou muito da idéia. Cada vez mais Cho ousava, fazia manobras difíceis, quase batia nas arquibancadas, nos outros jogadores. Mione em seu pé, firme. Até que ela, do alto, desceu em linha reta, voando velozmente na direção dos gols, rente à poça d’água. Mione, junto. A velocidade era grande, o vento zunia, foram chegando perto do fim do campo, próximo ao gol, mas nenhuma das duas parecia desistir.
- Elas vão se suicidar! – exclamou Hagrid, olhando o binóculos – Hermione, pare de dar trela pra essa menina! Vá atrás do pomo!
Mione já deitou na vassouras para esperar a manobra. Mas não teve. Duas explosões na água, uma de cada lago, e as duas se assustarem. Vindas dos batedores, tanto da Sonserina quanto da Corvinal. Uma onda de água de novo ergueu-se entre as duas, e elas furaram a nuvem de gotas numa velocidade tremenda. Não enxergaram nada, e foi questão de milésimos de segundo. Cho deu uma guinada par o alto e freou. Mione assustou, pôs as mãos no rosto para se proteger e não deu conta de frear a firebolt. Duas porradas, que fizeram o estádio inteiro dar uma exclamação única e se calar. Hermione bateu com o ombro direito no gol esquerdo, e o impulso dado pela grande velocidade e jogou de costas na parede de madeira do campo, abrindo um buraco e sumindo da vista, deixando um rastro de madeira lascada e uma sacolejada na arquibancada.
*
- IAU! – berrou Sirius, dando um salto da cadeira e protegendo o rosto de susto na pancada. – MEU DEUS!
Harry e Rony grudaram na arquibancada para ver Hermione.
- Jesus, que pancada! – exclamou Rony.
O jogo parou mesmo sem madame Hooch apitar. Os paramédicos ficaram de pé olhando o buraco. Ninguém teve reação. Esperaram a poeira abaixar. Foi aí que os médicos resolveram correr até lá. Mas, antes que chegassem, Mione saiu do buraco. Inteira. Inteirinha da silva, mas zonza e cambaleante. Pôs a mão na beira do buraco e saiu dele. Pôs as mãos na cabeça.
- Cara... que pancada... nem nos treinos de técnicas de espada...
Hermione sentou no chão encostada na parede e passou a mãos na testa, de olhos fechados esperando a tontura passar. Malfoy estava na mesma posição, boquiaberto, assim como Cho. Os médicos e Madame Hooch chegaram.
- Senhorita Granger? – perguntou a professora, preocupada – tudo bem?
Mione tirou a mão da testa e ela veio suja de sangue. Viu que um dos cantos da cabeça, acima do ouvido, havia se cortado provavelmente nas lascas de madeira.
- Oh, Meu Deus, está machucada! – exclamou a professora, com um misto de alívio e surpresa.
Os médicos juntaram em desespero ao redor de Hermione e puseram-se a limpar os arranhões e o machucado. Mas ela mais gemia de dor na hora do curativo do que na pancada propriamente dita. Tiraram-lhe a capa e a proteção do braço direito e ficaram surpresos por não ter acontecido nada.
Um dos médicos achou a firebolt. Detonada. Mione a olhou e gemeu.
- Ah, que lindo, era tudo que eu precisava...
Na verdade todo mundo estava espantado em ver que ela não tinha se machucado, a vassoura quebrada era o de menos.
- Primeiro... um Kaiten Kembu no peito do Snape... e agora... isso? – disse Sirius, virando para Leah – tem seu dedo porco no meio. Ah, tem! Confesse!
- Hum... – murmurou Leah, sorrindo – mais ou menos...
Hagrid tirou o binóculos da cara para exclamar:
- Hermione tá inteira! Não é possível! Mas pelo jeito ela vai ter que arranjar uma... Harry? Rony? Ué? Onde eles foram?
- Você está ótima, menina – disse um dos médicos, fechando a maleta de primeiros socorros. – mas não digo o mesmo de sua condução...
A vassoura estava arregaçada. Não quebrada, mas com as cerdas arreganhadas, o cabo torto, lascado... nem tinha como pensar em voar perto dela.
- Tsc, isso é mau... – choramingou Hermione. Krum se aproximou, enquanto os jogadores desciam para vê-la. Os da Corvinal foram para a tenda, buscar água.
- Tem cerrteza de que não se machucou, Herrmione? – perguntou Krum, se ajoelhando ao seu lado.
- Krum!... não precisava ter descido de lá... se incomodar, eu estou legal.
Krum a ajudou a levantar, estava bem mesmo.
- O bem estarr e a saúde de meus jogadorres são a minha prriorridade. Não querro ninguém ferrido serriamente nos jogos. Afinal, são apenas jogos.
- Hum... mais ou menos... – suspirou Mione, vestindo a capa. – mas acho que esse é o fim do jogo, não? A firebolt foi pro saco.
- Ei, esperem!
Draco e Mione conheciam essas vozes, e olharam. Da entrada dos times, Harry e Rony vinham correndo, ofegantes. Rony parou em frente a Mione.
- Você está bem?
- Estou. O que vocês fazem aqui?
- O jogo não vai parar – disse Harry, olhando madame Hooch – trouxemos outra vassoura, ela pode voltar para o jogo com ela, não pode?
Mione ficou boquiaberta, não só ela como a Sonserina interia. Harry vinha entregar a sua firebolt IV para Hermione usar no jogo. Madame Hooch olhou Harry de cima embaixo.
- Bem. Claro...senhor Potter. Desde que o senhor se responsabilize... claro que pode.
- Ótimo, é tua. – disse Harry, jogando a Firebolt para Mione, que estava estática. Da tenda da Corvinal Lisa comentou com patil, e Cho atropelou as duas para olhar.
- Eu... não... acredito... nisso! – gaguejou. – aquela é a Firebolt IV do Harry!
Hermione, muito sem graça, pegou a vassoura de bom grado.
- Bem... obrigada, então...
Harry e Rony agarraram Mione pelo colarinho, e disseram em coro:
- Agora vá lá e PEGUE aquele pomo!
- Tá bom, tá bom!
- E recomeça o jogo!!!!! Que susto, heim, dona Hermione? Quem bom que a armadura é forte... olha lá, quem está com a goles, quem, quem? Not, claro!!! E parece que Hermione está adorando a nova vassoura, isso, acostume mesmo! Ótimo!... Not! Como foi perder essa goles? Ops, olha lá a Patil, gol! Patil, foi uma ótima jogada!...
Cho Chang virou o mau humor em pessoa. Estava parada, rente ao chão, enquanto Mione zunia feliz como uma abelhinha em todos os cantos do campo, usando e abusando da vassoura de Harry, incrivelmente melhor que a velha. Foi quando ela parou bruscamente e desceu direto para o chão. Cho percebeu. Lá na frente estava o pomo, a uns quatro metros de altura. Disparou também. E, novamente as duas estavam em rota de colisão pelo pomo. Mas metros antes de se aproximarem o pomo sumiu de vista. Cho ergue o olhar e deu de cara com o punho de Hermione em seu nariz. Deu uma guinada de susto e quando parou escutou a explosão do estádio.
- Isso foi... incrivelmente audacioso! – berrava Lino, enquanto as torcidas verde e vermelho (de verde também) berravam como nunca. – Pouquíssimos no mundo fazem uma coisa dessas! Granger, você é uma JÓIA DO QUADRIBOL!
O que havia acontecido: para tirar Cho do caminho e não prejudicar a velocidade e a trajetória, Hermione juntou toda a força num murro certeiro no nariz de Cho... que não aconteceu. A centímetros de acerta-la e levar uma baita punição, Mione recolheu a mão, mas foi o suficiente para Cho assustar e desviar para longe, sem saber o que aconteceu.
A audácia custou o pomo, que sumiu de novo. Cho sentiu as orelhas queimarem. Por onde Hermione passava os jogadores do seu time e os seus torcedores riam e a elogiavam.
- Quer que eu a nocauteie, capitã? – perguntou Teo, um pouco com medo, tamanha raiva a apanhadora demonstrava. – posso tentar acertar um balaço...
- Não –respondeu, seca – não vai adiantar nada, mesmo que você a acerte. Alguém treinou muito bem essa menina em segredo, ela não é tão frágil assim. Aliás, acho que todo mundo já desconfiou disso. Não é só ela que sabe dar sustinhos não, eu também dou conta disso.
Teo saiu de perto de Cho, que continuou no alto. Foi quando maldito pomo reapareceu, lá embaixo, a uns dois metros do chão. Disparou novamente de encontro a Hermione.
- Essa menina vai querer levar outro soco imaginário? – pensou Mione. – Bem, a culpa é dela. Não vou desviar do meu caminho.
Hermione não desviou mesmo. Deitou na vassouras e impeliu mais velocidade. A torcida da Grifinória se espremeu na beira da arquibancada para vê. As duas, como uma bala, iam se aproximando....
- E lá vão as duas de novo! Cuidado com o murro, Cho Chang, Hermione é muito eficaz nesse tipo de... Mas que m...!!??
Nenhuma das duas desviou. Cho juntou toda a raiva no soco e mandou na direção da cara de Hermione, entre o nariz e a boca. Mas não teve reflexo rápido o suficiente para tirar a mão.
Hermione mais uma vez voava de costas no chão, levantando grama pra todo lado. A velocidade foi tão grande que ela, ao bater no chão, ainda levantou vôo a meio metro e bateu umas duas cambalhotas de costas até cair definitivamente e parar de costas no gramado, espirrando sangue em todo o uniforme da sonserina, e imediatamente levando as mãos no lugar da pancada, entre o lábio superior e o nariz, gemendo de dor.
**********
N.A 1: Sem dúvida, a semi final é meu jogo preferido, mesmo NÃO TENDO o Harry. EU realmente acho ele melhor até mesmo que a final.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!