Sobre família e segredos II
Título: Sine qua non
Desafiada da vez: Yasmin (Mione-Potter-love / Mione Ootori)
Desafiante: Luma (Black)
Shipper: Harry e Hermione – (com outros shippers, sendo estes secundários)
Classificação: PG-13 (?)
Gênero: Romance / Humor (pitadas)
Spoilers: Do livro 1 ao 6; Uti Possidetis
Status: Em andamento
Idioma: Português
Observações: Longfic.
Capítulo 9 – Sobre família e segredos (descobertos)
(Parte 2)
-- Pouco mais de treze anos atrás --
–Um novo Potter? – perguntou, seus olhos reluzindo. – Nós logo teremos realmente nosso time de quadribol – brincou divertido.
E ela só pôde assentir, sorrindo.
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Ele deslizou as mãos por sua barriga, beijando o local. – Sei que decidiu que seria uma surpresa mais... Penso que desta vez será uma menina – murmurou. – Na verdade, eu enho certeza.
Hermione o encarou, intrigada; e Harry apenas sorriu dando de ombros.
-Eu apenas sei.
-Claro, senhor vidente – ela comentou zombeteira.
Harry fez uma careta, mas sorriu com malicia ao instante. – Se eu estiver errado, - Harry ponderou. – Se eu estiver errado, prometo não deixar nunca mais Parvati me tocar, onde quer que seja - Hermione sorriu divertida e arredia, ele continuou, como ela sabia que faria: - se eu estiver certo, no entanto... Terá de voar na minha garupa, quando eu quiser.
A morena o fitou com horror, já negando veemente com a cabeça. Ela não acreditava nenhum pouquinho em adivinhação, mas não era idiota. Havia cinqüenta por cento de chances de seu marido estar certo e, se quer saber, cinqüenta por cento é muito. Se isto não bastasse: tinha aversão à altura, acima de tudo sobre uma vassoura a trinta pés do chão, numa velocidade de 150 km por hora, aproximadamente.
Ela podia morrer! E deixaria três – postou sua mão sobre a de Harry sobre sua barriga. - ou melhor, quatro filhos órfãos. Mas nem pensar! Não. Sem chance. Não mesmo!
Harry riu suavemente, chamando-lhe atenção. – Não acredito que está com medo.
Com medo? Estava apavorada. E apenas com a possibilidade...
Ela o olhou feio. – Não seja ridículo, só não gosto de aposta.
O moreno ergueu a sobrancelha, demonstrando o quão convencido estava, e Hermione sentiu o rosto arder, ela suspirou. – Minha medrosa... – Harry murmurou ao seu ouvido, dispensando um curto beijo sob a orelha logo depois. – Tudo bem, Mione. Eu entendo, querida.
A mulher estreitou a vista. Entendia mesmo?
Ela já não se importava, estava ofendida. Deveras.
Não importava que tivesse medo de altura, ela simplesmente não podia observar o olhar condescendente de Harry depois de tê-la chamado de “minha medrosa”.
Nem mesmo se estivesse em seu estado normal – isto é, “não grávida” -, poderia aturar esse ar dele. Seu orgulho rugia em protesto.
-Aceito sua aposta Harry.
Assim que as palavras saíram de seus lábios, quando voltou a pensar racionalmente, se arrependeu. Prendeu a respiração e lançou um olhar de esgueira para o marido, este sorria vitorioso.
Ele fez de novo. A sua fraqueza: o orgulho, ele utilizou para vencer mais uma de suas pequenas batalhas.
O odiava quando fazia assim. Mordeu o lábio inferior quando Harry lhe trouxe para si, beijando sei queixo e pescoço, ainda com aquele sorriso maroto. E antes que ela protestasse, cobriu sua boca com a dele e lhe roubou um beijo.
Assim que se afastou, Hermione tornou a fitá-lo, franzindo o cenho. Poderia reclamar, dizer que aquela artimanha, aquelas artimanhas, eram injustas; que aquilo era anti-ético. Mas sabia que Harry simplesmente iria ignorá-la, e fazê-la esquecer também, roubando-lhe beijos à exaustão. Se sentiria envergonhada do quão fácil ele poderia fazer isso – obliterá-la -, se não estivesse realmente considerando a parte dos beijos à exaustão.
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---- (SNQ) ----
A Toca sempre estava cheia, sendo ou não dia de comemoração. Mas, em principal, quando havia uma. Por menor que fosse, sempre havia crianças correndo e adolescentes papeando. Adultos vigiando os menores – como corujas orgulhosas de suas ninhadas e das que não eram suas também -, brincando com estes e conversando com os maiores. Mulheres – transformadas, temporariamente, em tiranas - de um lado a outro ajustando um pormenor da festa, obrigando todos a ajudá-las.
Gina Weasley, hoje, era uma destas mulheres. Ela fitou com olhos estreitos o irmão maior – um deles, ao menos – Jorge Weasley.
-Hei você. Ajude-me a transportar os pratos e bandejas da cozinha para fora - o homem ergueu a sobrancelha – Agora – sibilou, lhe dando as costas.
Não precisou se certificar se ele estava atrás de si, Jorge fazia questão de demonstrar que estava, resmungando. – Por que não usa magia? E por que eu?
-Sua mulher tem lhe deixado muito mal acostumado, J – Gina comentou zombeteira. – E quanto à magia, você sabe o que aconteceu da última vez.
Jorge riu. As crianças menores ficaram tão excitadas por verem pratos flutuantes que a força delas desordenou as ondas da magia. No fim, fora toda uma coleção de pratos – praticamente antiguidades - da senhora Weasley para o lixo, já que os estilhaços estavam misturados de tal forma que um “reparo” não poderia consertar, nunca seriam a mesma coisa.
-Aquele dia foi um show à parte – comentou, carregando duas bandejas para fora da cozinha, com a irmã o seguindo.
Gina tentou parecer repreensiva, ainda que o olhasse com um quê de humor. – Mamãe ficou desconsolada.
-Isso não se pode negar – ele passou por alguns de seus irmãos, que encontravam-se em circulo, discutindo sobre quadribol. – Vamos Fred, Gui, Ron, venham nos ajudar. E não, não é um pedido. É uma intimação. Não serei escravo da nossa irmãzinha menor enquanto vocês discutem sobre quadribol. Pra cozinha!
-A Gina chamou apenas você, caro irmão – Fred disse dando de ombros, com um sorrisinho cínico.
-Se é por falta de convite – a ruiva acabara de voltar de fora. – Já pra cozinha – disse batendo palmas.
-Nós não somos cachorros para sermos tratados assim, Ginny – Ron disse virando os olhos, ainda que se dirigisse para a cozinha.
-Suas mulheres discordam – a mulher comentou em chasco. – Vamos, vamos. Não é hora de conversa – ela tornou a bater palmas – Bons garotos – acrescentou rindo-se ao vê-los dirigirem-se para fora, enquanto dispensava tapinhas na cabeça de Ron.
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-O que foi, filhote? – a mulher indagou, abraçando-o de lado. – Não quer jogar Snap explosivo com seus primos?
O jovem deu de ombros, então se voltou com seus olhos igualmente castanhos para a mulher. - Mãe... ele não vem?
Gina suspirou - Dan, nós já falamos sobre isso. No dia de São nunca ele vai por os pés aqui. Como você pode gostar tanto daquele idiota?
O rapaz ergueu a sobrancelha. – Você está gamada nele.
A mulher abriu a boca fingindo-se de muito ofendida, mas Daniel riu enquanto cantarolava uma canção muito antiga e igualmente brega – segundo ele – que aprendera com a avó e Gina só pôde rir.
-O que seria de mim sem você, meu bem?
-Provavelmente estaria perdida – ele zombou, enquanto afastava-se rapidamente para não receber um tapa de uma Gina risonha.
Gina fechou os olhos e gemeu baixinho quando o filho se perdeu de vista. Estaria fazendo outra grande besteira em sua vida? Ela bufou ao estar ciente da resposta: Oh, provavelmente.
Já não bastava ter se casado primeiramente com um néscio e se divorciado três anos depois, estando grávida?
O pai de seu filho? Um “grande” jogador de quadribol. Ele era uma caricatura. O estereótipo de um jogador de quadribol: irreverente, ganhava muito, gastava mais do que podia com coisas supérfluas; ausente, inconseqüente e mulherengo.
Como caíra na estúpida estória de amor à primeira vista? Patético.
Patético, patético e patético.
A mulher respirou fundo, sabia muito bem porque caíra tão tolamente naquela estória. Ele era tão bonito, engraçado e parecia apenas enxergá-la em meio a uma multidão de torcedores e fãs... Sentia-se envergonhada de relembrar, mas naquela época, estava tentando desesperadamente se apaixonar, por qualquer um. Então, como uma luva, pousou a sua frente Jonathan McNan, literalmente.
Fora uma época dolorosa; Harry e Hermione estavam tão felizes com a chegada de Chloe. E de repente, a esperança, que sequer imaginava ainda possuir, se desfez ao momento que vira os Potter e seu lindo bebê rosado no quarto de hospital. Ao observar como Harry era arrebatado por cada e qualquer movimento de Hermione e de sua filhinha. Ela queria aquilo pra si.
Não com Harry. Não mais.
Ele já não era - há tempos - o rapaz que um dia fora seu namorado, aquele o qual pedira um tempo. Aquele por quem fora apaixonada. Era o marido de Hermione, sua melhor amiga. Que fizera o que ela não fez: cuidara muito bem do amor que Harry lhe oferecera.
A ruiva riu com amargura. Aquele não era o momento para ponderar sobre seus erros ou sobre como ainda doía pensar que jogara tudo que desejava pro ar, voluntariamente. Martirizar-se, culpa-se, por desperdiçar uma grande chance.
Mas enfim, agora tudo parecia estar num passado distante. E sua relação com essa outra pessoa... bem, parecia um desastre iminente. Um delicioso desastre.
Gina riu.
Um charmoso, arrogante e enorme desastre.
Mas quem estava preocupado? Não ela.
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Um garoto ruivo – para variar -, de no máximo uns dez anos abriu a porta. – Entra – disse apenas, lhe dando as coisas.
O homem franziu o cenho. – Você nem sabe quem eu sou, como pode me deixar entrar?
A menino se voltou para ele com a sobrancelha erguida e um sorriso meio torto nos lábios. – Sei que não é um estranho – comentou fitando-o. – Se o fosse, nunca teria chegado até aqui, além do mais – o mediu da cabeça aos pés. - Não me parece grande coisa. A minha família em peso está lá dentro – disse apontando para trás de si. – Eles o estraçalhariam em segundos.
“Que consolador” o homem pensou ironicamente. Visto que, ele tornou a ponderar, era exatamente o que ia acontecer em instantes. Não que se sentisse intimidado. Bem, não o bastante para girar em seus próprios pés e ir embora.
-Escute, a Ginevra está? - o garoto assentiu. – Vá chamá-la, por favor – acrescentou depois de desconfortáveis segundos.
–TIA GINNY, VISITA PRA VOCÊ! – gritou a plenos pulmões ao lhe dar, outra vez, as costas.
-Eu poderia ter feito desse modo também – escarneceu entre dentes.
-Ora, então por que não o fez? – o pestinha indagou zombeteiro, lhe oferecendo uma piscadela. O homem expirou já impaciente e o menino voltou a gritar, de modo que uma mulher apareceu. Não era Gina e sequer se parecia uma Weasley. Era morena e tinha os olhos negros, como os do garotinho.
-Nathanael, o que há desta vez? O que está acontecendo para que esteja gritando assim?
-Ele quer ver a tia Gina, mamãe – falou com simplicidade.
A mulher postou seus olhos sobre o homem com curiosidade. Pelo jeito, não conhecia – como o garoto – a história Weasley versus Malfoy. Já que não o encarava com hostilidade.
-Oh, por que você não entra?
Definitivamente não conhecia.
O homem não se moveu, enfiando as mãos nos bolsos. – Se não se importa, eu prefiro ficar aqui. Pode chamar a Ginevra?
-Só um momento, seu nome? - a mulher respondeu, estranhada.
Ele a encarou por um instante antes de responder. – Draco. Diga que é o Draco - A morena lançou um olhar para o garoto, este se afastou resmungando.
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Dan o adorava, bem, não era para menos; o via com mais freqüência que via o próprio pai...
E ele, bom, não parecia estar dando muito importância para o “Sou divorciada e tenho um filho de treze anos. Quero uma relação estável, então, acho melhor você correr. Bem depressa”.
Mas em verdade ela não estava procurando algo estável. Não, não era mais tão pretensiosa assim... Quando o fizera, isto é, procurar algo duradouro, encontrara um tipo nada constante.
Havia aprendido a lição, basta dizer.
Então surgira aquela criatura, como um fantasma voltando do além para lhe importunar, ou algo semelhante. Talvez uma assombração.
Deveria ser uma noite impensada, uma noite para recordar quanto tudo ficasse monótono. Mas o que era uma noite, tornou-se um encontro semanal e então ela – em pânico – apresentou seu filho ao homem, com o intuito de afastá-lo. Saiba somente: não ocorrera bem assim. E a “coisa” foi se estendendo.
Até o momento.
Consegue imaginar um Malfoy entrando na “mansão” Weasley?
Pois é.
--
(continua)
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NA: Desculpem a demora. Obrigada meninas pelos comentários! xD Desculpem os erros.
Pra quem acompanha minhas outras fics, não desisti de nenhuma delas. Só não estou com tempo para escrevê-las...
PS: A estória está um tanto estranha com essa nova entrada do Malfoy. Mas não creio que vá falar muito dele. Ou de seu caso.
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