O Dia Seguinte
Capítulo 9 – O Dia Seguinte
O sol acabara de nascer quando Hermione se deu por vencida e decidiu se levantar, a noite tinha sido longa e, após o sonho de Harry, ela não conseguiu mais dormir. Assim que Claire saiu do quarto, seguida de Matt, Rony e Hermione acharam por bem deixar Harry descansar, o remédio que Matt dera a ele já começava a deixá-lo sonolento, o que foi o incentivo final para que o casal deixasse o moreno dormir. Mas ela ficara alerta, as coisas pareciam ficar mais difíceis e complicadas a cada momento, uma nova ameaça mais real do que nunca aparecera e ainda tinha a misteriosa reação de Claire, ‘o que será que ela esconde?’ pensou ‘por que será que ela saiu do quarto daquele jeito? Tenho que descobrir, e rápido’.
Ela foi desperta de seus pensamentos por um barulho vindo do andar de baixo. Ficou imediatamente alerta, ainda era muito cedo para mais alguém ter acordado e depois dos últimos acontecimentos, tudo ao seu redor parecia suspeito. Levantou-se imediatamente já procurando por sua varinha. Decidiu descer e olhar, se fosse alguém atrás do Harry novamente, quanto mais cedo ela descobrisse, melhor.
Desceu as escadas o mais silenciosamente possível. A varinha em punho. Identificou a origem do barulho na cozinha e não perdeu tempo. Escancarou a porta e deu de cara com Matt, todo vestido de branco, com um avental florido a frente do fogão.
-Ei, calma, sou só eu cozinhando – falou Matt levantando as mãos em sinal de rendição – desculpa por ter te acordado, mas não precisa ficar tão brava, não me aponta essa coisa, me deixa nervoso. Sou amigo lembra?
-AI! Desculpa – disse Hermione atingindo um tom envergonhado e abaixando a varinha – só achei estranho, não está meio cedo para você já estar acordado?
-Tenho plantão hoje – respondeu voltando-se novamente para o fogão – tenho quer voltar ao trabalho, já me ausentei ontem o dia inteiro, não posso faltar hoje também, mas por que você não se senta? Quer alguma coisa?
-Não, obrigada – respondeu Hermione educadamente enquanto se sentava – na verdade estou com o estômago embrulhado, mas, se você não se importa, eu gostaria de fazer uma pergunta, posso?
-Se eu puder responder – disse Matt já prevendo qual seria.
-Bom, o que aconteceu ontem? – perguntou direta – digo, depois do sonho do Harry, aquela discussão, por que a sua irmã reagiu daquela maneira?
Matt podia sentir o olhar de Hermione as suas costas, ela perguntara a única coisa sobre Claire que ele nem se atrevia a responder, virou-se para ela ao responder.
-Desculpa Str. Granger - disse em tom formal – mas esta é uma pergunta que somente minha irmã poderá lhe responder, esse é um questionamento que você só pode fazer a ela.
Hermione percebeu imediatamente a mudança no tom de Matt, o que só fez atiçar ainda mais a sua curiosidade e cautela.
-Desculpe-me se fui indiscreta – apressou-se em dizer – mas percebi a mudança em sua Irmã e admito que fiquei intrigada.
-Não esperava menos de você – explicou ele – Claire me disse que a Srt. é conhecida pela inteligência, e como a própria Claire é um mistério ambulante – falou sem conseguir conter um sorriso – achei que se interessaria.
-E como ela sabe disso – perguntou Hermione depressa – digo, como ela sabe tanto sobre mim ou o Rony. Qual o interesse dela em nós?
-Como eu lhe disse ontem Srt., acredito que minha irmã possa lhe dizer as suas razões, mas se me permite arriscar, ela sempre foi amiga da Fleur e quando a Fleur conheceu vocês, a minha irmã acabou os conhecendo por tabela, acho que é por isso que ela respeita tanto vocês, veja bem, ela está confiando tanto em vocês que conseguiu me convencer a pedir para que ficassem aqui, olha que, nas atuais circunstancias, isso deve ser uma boa prova de que ela confia nos Weasley’s. Me lembro do dia em que a Fleur ligou para nossa casa para avisar sobre o casamento, a Claire ficou tão alegre aquele dia – completou saudoso – tenho saudades do tempo em que ela sorria daquela maneira.
-Como assim – perguntou Hermione depressa, ele estava deixando alguma coisa escapar e ela não ia perder a oportunidade de descobrir.
Mas Matt não continuou, aquele era o típico assunto que somente Claire poderia esclarecer.
-Hum... – recomeçou tirando o avental – acho que vou acordar o Harry, ele tem uma reportagem com o Vincent daqui a pouco então – completou já saindo pela porta.
-Espera... – começou Hermione apressada, ela chegara tão perto de descobrir alguma coisa que não pode deixar de sentir uma frustração enorme quando viu que Matt já atravessara a porta da cozinha sumindo de vista.
Dez minutos depois, Matt entrou novamente na cozinha acompanhado de um Harry que parecia de péssimo humor.
-Dia Harry – disse Hermione que permanecera a mesa da cozinha e agora lia atentamente o Profeta Diário que chegara minutos antes
-Dia – respondeu ele sem olhá-la
-Que horas você marcou com o Vincent? – perguntou Matt a Harry na tentativa de manter uma conversa saudável e servindo-lhe ovos mexidos.
-Tenho que estar no jornal em uma hora, só espero não chegar atrasado, ele me mata se...
-Hum, Harry – começou Hermione hesitante – eu tenho a impressão que você não vai conseguir ser tão rápido assim, ou melhor, não tenho certeza de você devia sair de casa hoje sabe.
-E por que não em? – perguntou claramente chateado.
-Por isso – respondeu ela mostrando a primeira página do jornal que estava seguro em suas mãos. Nela lia-se em letras garrafais:
“HARRY POTTER ESTÁ VIVO – MAIS INFORMAÇÕES SOBRE A VOLTA DE NOSSO HERÓI NESTA EDIÇÃO”
-Agora as coisas vão ficar mais difíceis – disse Matt no meio do movimento de encher o copo de suco de Harry, derramando metade do líquido por toda a mesa.
-Não vejo por que isso vá me afetar – disse Harry recuperando-se da surpresa – ninguém sabe o que eu estou fazendo mesmo.
-Bom, na verdade – começou Hermione – eles sabem sim.
-Como assim? – perguntou Matt visivelmente preocupado.
-Sua irmã teve que dar informações pessoais ao ministério para poder depor a favor do Rony, o que deu ao mundo mágico o canal direto ate você e seu pai Matt, descobrir onde você mora ou onde trabalha deve ter sido até fácil para o pessoal do Profeta.
-Mas que droga! – exclamou Harry se levantando – por que eles não me deixam em paz em? – perguntou direcionado a Hermione – o que que eu fiz de errado? Por que não posso seguir com a minha vida?
-O problema Harry – respondeu ela – é que esta é a sua vida.
-Pois eu passo – retrucou ele teimoso – não quero mais isso pra mim, só quero viver em paz, trabalhar, sem me preocupar se vou ser morto quando virar a próxima esquina.
-Por favor – disse Hermione que, de repente parecia muito séria – nunca mais diga isso, nunca mais vou deixar você sair de nossas vidas, nem que eu tenha que dar a minha vida para que isso aconteça.
O silêncio foi instantâneo, Harry, pela primeira vez, parara para pensar em como Hermione e Rony deviam estar se sentindo com toda aquela situação, gostava deles, era um sentimento presente que ele nem imaginava como poderia sentir, mas estava lá e, ao ouvir Hermione dizer aquelas palavras, não pode deixar de sentir seu coração quebrar. Queria dizer alguma coisa, mas não fazia idéia do que. Ouviu a porta da cozinha abrir e um sonolento Rony entrar, resolveu deixar esta conversa para mais tarde, falaria com os dois em particular, tinham algumas coisas para esclarecer.
-Dia – disse Rony se sentando ao lado de Hermione – alguma novidade até agora?
-Além de provavelmente o mundo bruxo inteiro saber onde o Harry mora e trabalha, acho que nada – respondeu Hermione imediatamente.
-O que? – perguntou Rony se sobressaltando.
-Espera um segundo – disse Matt surpreendendo a todos – Srt. Granger, por favor, deixe-me ver este jornal.
Sem entender nada, Hermione passou o jornal as mãos de Matt, percebendo pela primeira vez que ele parecia muito nervoso agora.
Não demorou muito tempo para Matt achar o que procurava, com um rápido olhar pela reportagem teve a confirmação de seus temores.
-Droga – disse baixando o jornal
-Que foi Matt? – perguntou Harry imediatamente.
-O nome do jornal – respondeu ele levantando os olhos para o moreno – foi publicado.
-O que? – perguntou Rony – o que que isso tem de mais?
-Papai! – respondeu o médico com um sussurro.
Como se tivesse tomado um choque, Matt levantou-se da mesa e foi em direção a sala da casa, voltou segundos depois segurando o celular e discando com uma velocidade e nervosismo visíveis, todos pareceram prender a respiração enquanto o médico segurava o celular, Harry o ouviu murmurar:
-Anda Claire, atende a droga do telefone, anda, por favor, ATENDE! – gritou por fim.
Mas nenhuma resposta veio do outro lado da linha, Matt baixou o celular e começou a andar de um lado a outro da cozinha, tentando se acalmar e pensar no que devia fazer.
-Acalme-se Matt – disse Hermione por fim – isso não quer dizer que seu pai esteja em perigo, eles saberem onde o Harry trabalha não significa que...
-Você acha isso mesmo ou está apenas tentando me tranqüilizar? – respondeu ele olhando-a nos olhos.
-Eu... – começou ela, mas não conseguiu concluir.
-É, foi o que eu imaginei – ele disse conclusivo.
Pegou o telefone novamente e, enquanto discava apressado, ouviu um barulho vindo da sala de estar.
Todos na cozinha ficaram em estado de alerta, Hermione pegou a varinha imediatamente e apontou para a porta, a tensão palpável no ar, até que Claire irrompeu pela porta parecendo aflita e apressada.
-Claire... – começou Matt, mas foi interrompido pela irmã.
-Não temos muito tempo – ela disse apressada – tenho que tirar vocês daqui agora mesmo.
-Claire – começou Matt novamente – me escuta um instante ta bem, o papai, agente...
-Eu já sei – respondeu ela a pergunta muda – não se preocupa com isso está bem, eu já liguei para o papai, ele está bem, vou para lá assim que tirar vocês daqui, ficar aqui não é mais seguro.
-Por que? – perguntou Hermione levantando-se.
Claire virou-se para ela antes de responder:
-Os amuletos, conferi se estava tudo bem com eles antes de entrar, um já foi rompido, é uma questão de tempo até que consigam entrar aqui, não posso deixá-los aqui sem proteção, principalmente o Harry. – Disse virado-se para o moreno.
-Não, eu não vou a lugar nenhum – respondeu ele de forma grosseira – não vou continuar fugindo, deixe que eles venham, eu vou enfrentar estes...
-Harry, por favor – começou Hermione – agora não é hora de bancar o valente, a Claire está certa, é melhor sairmos daqui agora.
-Eu não vou!!! – gritou ele direcionado para Claire – e quero ver quem vai me tirar daqui a forç...
-Dá pra você pensar menos em si mesmo???? – gritou Claire em resposta – estou só tentando te manter vivo.
-Você está tentando controlar a minha vida, eu não sou covarde, não vou me esconder o resto da...
-Ei! – gritou Matt se interpondo aos dois – Dá pra vocês pararem de brigar, esta não é exatamente a melhor hora para isso, acho que temos outras preocupações.
Todos respiraram fundo por um momento, Harry ainda estava vermelho de raiva, mas Claire também parecia irredutível. Olhou para Hermione e Rony antes de dizer.
-Vou precisar de ajuda aqui, vocês podem levá-lo para algum lugar seguro?
Mas antes que o casal disse-se qualquer coisa, Harry reagiu:
-Vem cá, você é surda ou o que? Eu já não disse que não vou a lugar nenhum...
Mas o que exatamente Harry diria em seguida não faria muita diferença, Claire virou-se para ele com a varinha em punho e lançou o feitiço.
-ESTUPEFAÇA!
Harry nem teve tempo de reagir, foi atingido em cheio pelo feitiço e só não caiu no chão porque foi seguro por um estupefato Matt.
-Claire? – disse ele surpreso.
Mas Claire não tinha tempo para explicações, virou-se novamente para Rony e Hermione e continuou a conversa como se não tivesse sido interrompida.
-Vocês podem cuidar dele ou não?
Os dois pareciam chocados, mas Hermione respondeu mesmo assim.
-Podemos sim, mas onde? Não sei onde poderíamos cuidar...
-A Toca – disse Rony imediatamente – o papai não tirou os feitiços de proteção depois da guerra, lá será seguro, pelo menos por enquanto.
-Ótimo – respondeu Claire imediatamente – Vão, e, por favor, levem o Matt também...
-Como é? – perguntou Matt quase deixando Harry cair – desde quando...
-Você também é um alvo agora, toda a nossa família é, preciso ir para o jornal e não ficarei tranqüila se você não estiver a salvo também, por favor Matt, agora não é hora de me contrariar.Colabora tá!
-Mas Claire...
-Ela tem razão Matt – disse Hermione – levamos ele conosco Claire, não se preocupe.
-Obrigada Srt. Granger – disse Claire com um aceno de cabeça – agora vão, a lareira está conectada a rede de flu.
Matt pegou Harry no colo e foi em direção a sala ainda contrariado. Rony e Hermione logo atrás. “eles estarão a salvo”, pensou Claire, “Não vou deixar que aconteça de novo, nunca mais”.
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Quando Claire viu Rony desaparecer pela lareira, sendo o último do quarteto, ficou aliviada, “Eles estão a salvo, agora só falta o papai”.
Claire saiu do apartamento de Matt e foi até um beco próximo, que ela normalmente usava para aparatar. Sentiu a já conhecida sensação de asfixia antes de abrir os olhos e se ver a frente do prédio que abrigava o Jornal Week.
Entrou apressada. Estava tudo anormalmente quieto, o que já ativara o alarme em sua mente. “Tem alguma coisa errada aqui”, pensou, “Não posso ter chegado tarde de mais”.
Começou a correr. Chamou o elevador, mas este parecia preso exatamente no andar em que funcionava a redação. Claire não pensou duas vezes. Subiu as escadas o mais rápido que conseguiu, não podia aparatar no prédio, ela mesma tinha colocado os feitiços anti-aparatação para proteger o lugar. Finalmente chegou até o oitavo andar, e, quando abriu a porta, teve o que mais tarde classificaria como a visão mais aterrorizadora que já tivera na vida.
Havia corpos por todos os lados, o andar estava uma bagunça, haviam papéis e mesas viradas, que não lembravam em nada a organização que o seu pai sempre fizera questão que a redação apresentasse. Ela conseguia ouvir pessoas chorando, mas não conseguia ver onde os sobreviventes estavam isolados. Havia homens com vestes negras por todos os lados. Claire foi tomada por um medo avassalador. “Se eles tiverem achado o papai, por favor, que eles não tenham achado o papai”, pensou desesperada.
Tirou a varinha do bolso e entrou a mais silenciosamente possível, passou por vários corpos, reconhecendo-os instantaneamente, pessoas que trabalhavam para seu pai a anos, ótimos repórteres, seu coração ficou apertado, “papai vai ficar arrasado”, pensou, mas afastou estes pensamentos para longe de sua mente, tinha que se concentrar, salvar seu pai tinha que ser sua prioridade agora. Finalmente atingira seu objetivo, chegando à sala de seu pai. A porta estava entreaberta. Ela espiou e conseguiu distinguir cinco pessoas com as mesmas vestes negras que vira mais atrás. Seu pai estava deitado no chão, parecia machucado, sangrava pelo nariz, mas tinha um semblante desafiador.
-Vocês acham mesmo que eu vou dizer como entrar lá? – disse Jeff desafiando o homem que estava a sua frente – Mesmo que eu soubesse, nunca diria.
-Que pena velho – respondeu o homem com desprezo – Acho que vou ter que te matar então, ou quem sabe, matar esta linda jovem aqui?
Claire se atreveu a dar mais uma olhada dentro da sala e viu quem estava joelhada perto de seu pai. Danna parecia confusa e incapaz de conter as lágrimas que rolavam pelo seu rosto. A secretária tentava a todo custo afastar-se da cena, mas falhava a cada investida. Um dos homens a pegou pelos cabelos, fazendo-a se levantar.
-Que tal eu matá-la na sua frente velho – disse o homem que a segurava – será que você é tão frio assim? De vê-la morrer na sua frente e não fazer nada?
-Vocês não seriam capazes – exclamou Jeff assustado pela primeira vez.
-Você está pagando para ver velho – disse irônico o homem que estava a sua frente – quer testar?
-Por favor, Sr. – disse Danna chorando ainda mais pesado – eu não quero morrer, por favor.
-O assunto de vocês é comigo, e não com ela – disse Jeff na tentativa de controlar a situação – deixem ela ir.
-Bom – disse o homem que segurava a garota – agora que você pediu com educação... – encerrou sarcástico – AVADA KEDA...
Mas Claire fora mais rápida
-ESTUPEFAÇA – gritou em direção ao homem que segurava a secretária acertando-o em cheio.
Os outros não demoraram a reagir, vários feitiços voaram em direção a morena que, com uma habilidade que nem ela mesmo sabia que tinha, conseguiu desviar dos feitiços e tirar Danna da linha de tiro escondendo-a atrás da mesa de Jeff.
-Ora, Ora, Ora – exclamou o bruxo que estava perto de seu pai – vejo que sua filhinha veio te ajudar velho, que bom, vai nos poupar um bocado de tempo. Por que você não sai daí de trás princesa, assim nós podemos...
Mas o homem não tivera nem tempo de terminar, Claire já se levantara despejando feitiços por todos os lados.
-ESTUPEFAÇA! IMPEDIMENTA!
Conseguiu atingir dois dos quatro homens que ainda estavam de pé, mas não conseguira atingir o homem que ainda segurava Jeff. Se escondeu de novo atrás da mesa evitando os feitiços que os homens que ainda estava de pé lançavam. Mas quando ela olhou para a porta seu coração quase parou, viu vários outros bruxos de preto encaminhando-se para a porta cuja atenção tinha sido chamada pelo briga dentro da sala. Claire não teve nem tempo de pensar, apontou a varinha para a porta e gritou:
-COLLOPORTUS!
A porta lacrou-se com um estrondo. Mas Claire nem teve tempo de relaxar, assim que sentou-se novamente atrás da mesa, ouviu uma voz cruel preencher a sala.
-Saia daí sua garota insolente, ou eu mato seu pai.
Claire não sabia o que fazer, se atacasse os outros dois homens poderia acabar machucando seu pai. Não tinha escolha, se levantou e encarou o bruxo.
O reconheceu imediatamente, cabelos loiros, pele muito branca e postura de quem se define realeza.
-Lucius Malfoy – disse azeda – deveria imaginar que seria você.
-Vejo que ainda não superou o medo de perder alguém que ama certo? – exclamou sarcástico vendo a cor do rosto de Claire sumir – espero que você fique quietinha, porque se não...
-É, você e seu mestre não mudaram nada durante estes anos, continuam os mesmo desgraçados de sempre – respondeu a morena raivosa.
-O que é bom, dura princesa – exclamou ele, e, sem aviso, gritou.
-ACCIO VARINHA!
O feitiço acertou Claire antes que ela pudesse reagir, sua varinha pulou de sua mão e foi para a de Malfoy em segundos. “Droga”, praguejou Claire para si mesma, “sua burra, por que você não previu isso?”.
-Agora você não irá mais nos incomodar, Claudius – chamou ele em direção ao outro – abra a porta e segure-a, vamos deixar os outros participarem da festa – concluiu sorrindo.
Mais oito homens entraram na sala assim que a porta foi destrancada. Dois deles se apressaram em direção a Claire e, sem esforço a colocaram de joelhos. A cena ficava pior a cada segundo e Claire tentava pensar em um jeito de tirar todos daquela situação, “Mérlin, eu precisava da inteligência da Hermione agora”.
-Bom Claire, como eu sei que você não se importa em sacrificar os membros de sua família por um bem maior - disse Lucius com veneno na voz – acho que vou tentar obter as informações que meu mestre quer do seu pai sabe, acho que ele não vai agüentar ver você sofrer por muito tempo, você não concorda? – concluiu olhando Jeff – vamos ver por quanto tempo você agüenta vê-la sofrer velho.
-CRUCIU! – disse o bruxo com a varinha apontada para a morena.
A dor era insuportável, Claire sentiu todos os músculos do corpo se contorcerem. Tentou segurar o grito de agonia, mas não conseguiu, não podia mais suportar e quando achou que iria desmaiar sentiu um alívio invadi-la. Deu-se conta de que estava deitada agora, suava muito e sentia que seu corpo não conseguiria mantê-la de pé nem se ela tentasse. Estava tonta, mas se forçava a permanecer acordada, tinha que ajudar seu pai, não podia deixá-lo sozinho naquela situação...
Mas a tortura continuou, Lucius lançou em Claire a maldição Cruciatos por mais três vezes, a garota permaneceu firma, sabia o que estava em jogo, se dissesse alguma coisa, nem seu pai nem ela sairiam a salvo daquela redação. Claire tentava consolar Jeff com o olhar, demonstrar que estava tudo bem, mas depois da última maldição, quase não conseguia mais se mover, até abrir os olhos já lhe pedia um esforço que estava achando difícil fazer. Ouviu, ao longe, a voz do pai:
-Claire – gritava Jeff desesperado – você está bem? Filha, fala comigo, filha, por favor.
-Estou bem pai – esforçou-se em dizer – está tudo bem, vai dar tudo certo.
-Mas que garota otimista – falou Lucius interrompendo-os – mais infelizmente princesa, você está errada, só vai ficar tudo bem se o velho aqui me disser como eu chego até o Harry.
-Eu já disse que NÂO SEI! – gritou Jeff – Parem com isso! Por favor!
-HAAAAA!!!!, que bonitinho, ele pediu por favor – riu Lucius sarcasticamente – desculpe velho, mas se você não sabe de nada mesmo, não é mais útil para mim. AVADA KEDAVRA!
Jeff viu o feitiço saindo da varinha de Lucius, já esperava por isso, iria morrer. Mas algo mudou na sala, o feitiço lançado pelo homem paralisara a caminho de Jeff, o ar ficara carregado de uma energia intensa e aterrorizante, desconhecida a quase todos os presentes naquela sala, todos, exceto dois.
-Ai droga – exclamou Jeff reconhecendo a energia.
Claire levantou-se, se libertando dos dois bruxos com uma facilidade assustadora. Seus olhos estavam negros e dela emergia uma energia avassaladora.
-Nunca mais toque no meu pai – disse ela com uma voz grave.
Ninguém conseguiu reagir imediatamente e Lucius sabia que só uma coisa poderia salvá-los agora.
-CORRAM – gritou Lucius.
A confusão estava armada, o avada kedavra que ficara congelado no ar foi direcionado a um dos bruxos com uma simples indicação de mãos feita por Claire. Ele não teve chance, caiu morto ao lado de Jeff que parecia mais aterrorizado a cada movimento da filha.
Claire virou-se para a porta e, com outro movimento das mãos segurou no ar mais dois bruxos, pareciam estar sendo crucificados e, depois de segundos, o barulhos de seus pescoços quebrando preencheu a sala. Mas Claire não parecia estar se importando, foi em direção a porta na intenção de seguir os outros homens que corriam em direção ao elevador, mas foi impedida por alguém que a abraçava por trás com força, ia matá-lo também, até que ele disse:
-Filha, por favor, pare com isso, não é você, não é você, por favor, volta – Implorava Jeff entre lágrimas.
Aquelas palavras tiveram uma reação nela que ela não conseguiu explicar, sentiu-se novamente no controle, virou-se para o pai já com os seus olhos azuis novamente.
-Pai? – perguntou insegura – O que...?
Mas não conseguiu terminar, uma exaustão tomou conta do seu corpo e ela não resistindo, perdeu os sentidos.
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