Na toca do lobo
Capítulo XVII
Na toca do lobo
Brighid perambulava, desnorteada e sozinha, pelas ruas frias e escuras de Londres. Ela tremia de frio e a mochila pesava em suas costas, os vários casacos e moletons que vestiram aqueciam seu corpo, porém, todo o rosto estava vermelho da ventania fria, ou talvez pelas lágrimas que não conseguia parar de derramar. Encontrou uma pequena lanchonete aberta àquela hora, resolveu entrar e tomar uma xícara de chocolate quente para se esquentar e, sentindo-se culpada depois por isso, usou seus poderes para que a mulher oferecesse o chocolate de graça, uma vez que não tinha dinheiro algum.
Perambulado sem rumo, parou num parque deserto. Encontrou um grande escorregador apoiado sobre uma estrutura em forma de círculo. Havia uma entrada ali, onde Brighid acomodou-se. Como não podia usar magia e recusara-se a trazer consigo sua varinha, teve de contentar-se com seus agasalhos para suportar o frio, mas, até que aquele pequeno abrigo era quente. Brighid chorou até dormir sonhando com sua mãe na casa onde moraram as duas.
-O que houve, minha querida?-perguntou sua mãe docemente.
-Eu fugi da mansão. Eles me culparam por um acidente que não fiz, então fugi. Todos ali olhavam para mim como se eu fosse uma aberração, uma aberração mãe!
Era impressão ou um brilho perpassou os olhos de Eva?Brighid a encarou desconfiada, esperando uma resposta da mãe. Acreditava que receberia uma bronca, que pediria para voltar imediatamente. Contudo, Eva levantou-se e saiu por alguns instantes indo a cozinha.
-Pronto, querida!Ajeitei as coisas para você.
-Como assim, ajeitou as coisas para mim?
-Consegui um lugar para você ficar. Ir embora daquela mansão foi a melhor coisa que podia ter feito, meu bem, eles não a entendem, não a suportam. Todos ali têm medo do poder que possui, foi a melhor opção que tomou.
Ela não é a minha mãe, pensou Brighid. Aquela atitude fora longe demais, dizer que foi a melhor escolha sair do esconderijo que a protegiam no meio da noite? Sua mãe, Eva Mellin, que sempre era racional, séria e calculista aprovar algo tão inconseqüente?
-O que a senhora quis dizer com conseguiu um lugar para mim?
-Bem, digamos que ao quando acordar você terá uma surpresa. Nesse exato momento, estais dormindo num excelente quarto, meu amor. São boa gente, cuidarão de tudo.
-Quem são essas pessoas, mãe? Bruxos ou trouxas?
-Oh, são bruxos. Uma linda e adorável bruxa com seu filho, mas ele está viajando nesse momento. Portanto, ficará vocês duas na casa.
Aquilo fora longe demais; Eva Mellin odiava histórias envolvendo bruxas, mágica. Depois que seu pai desapareceu, ela proibiu as babás de Brighid de contarem qualquer história envolvendo esse universo. Como então ela conheceria uma família bruxa? E, Eva está morta! Como podia manter contato com uma família bruxa?
-Algum problema, Brighid?-perguntou Eva
-Não, mãe. Eu estou bem, apenas surpresa. Não esperava acordar numa mansão, e sim num parque abandonado no meio da neve.
-Não se depender de mim, querida. Acho que está na hora de acordar.
Eva estalou os dedos e Brighid abriu os olhos. Já não estava mais naquele parque, mas sim num lindo quarto rosa. A cama era coberta da mais fina seda, cor rosa cetim, igual com as cortinas. Ainda nevava lá fora, mas ela não sentia frio; era quente no quarto. A mochila repousava ao lado da cama. Um cheiro de comida a fez olhar para o lado; deixaram um maravilhoso café da manhã na mesa de mármore branco embutida na parede, tudo perfeitamente limpo e no seu lugar. Brighid receou por alguns minutos comer, porém, estava com tanta fome, seu estomago revirava chamando atenção que não resistiu e devorou a comida a ali posta: chocolate quente, paezinhos torrados com patê, geléia de uva e docinhos caramelados.
-Bom dia, Srta.Mellin!
Brighid levou um susto quando ouviu a voz da mulher, de repente. Ela era alta, branca e loira. Usava trajes vermelhos, e caros. Com certeza devia ser a senhora que sua mãe, ou seja lá o que fosse que tomava a forma de sua mãe, falara.
-Ah...Desculpe se a assustei.
-Sem problemas. Eu que peço desculpas, estava com fome e acabei comendo seu café da manhã.
-Oh, não se preocupe. Era para você, ainda bem que comeu. Quando a encontrei ontem a noite estava tão abatida, tão fria que receei ficar doente. Graças a Merlin melhorou!
-Então foi você que me trouxe para cá? É sua casa?
-Sim. Eu e sua mãe fomos muito amigas. Sonhei com ela me pedindo ajuda, e saí a sua procura. Ficará segura aqui.
Outra mentira. Se sua mãe odiava qualquer vínculo relacionado à magia, porque ter uma amiga bruxa? Havia algo de errado, e talvez estivesse em perigo. Porém tinha que continuar jogando até encontrar uma saída e fugir dali.
-Bom saber disso, sei que minha mãe ficará feliz.-sorriu Brighid falsamente.
-Ótimo meu bem.Ah...tem algumas roupas no armário, acho que servirão para você. Reparei que não trouxe muita coisa. Vista-se e desça está bem?
-Claro!Sra.?
-Claudia. Sra.Claudia.
-Claro, Sra.Claudia.
Assim que a Sra.Claudia saiu deixando-a sozinha, Brighid desabou em sua cama de seda com um sentimento de remorso afogando sua consciência. Como pudera ser tão burra? Como se permitira ser enganada deste jeito? Tantos sinais que a falsa Eva provocara e ela não notou; não acordou a tempo. A única coisa a fazer era fingir continuar na trapaça, como a presa, e tentar fugir ao menor sinal, ou pedir socorro a Ordem.
No dia seguinte, Harry, Rony, Gina, Molly e Arthur Wesley foram ao St.Mungus ver o estado de Hermione. Rony não dormira nada noite passada, tinha profundas olheiras e parecia prestes a cair no choro quando se aproximavam do quarto da amiga.
-Infelizmente ainda não podem entrar. -disse uma curandeira
-Por quê?-perguntou Arthur- Algum problema com a menina?
-Bem, ela não morreu. Mas receio que seu estado seja grave, uma espécie de veneno muito raro está circulando pelo seu sangue. Os remédios que demos diminuem sua quantidade no sangue, porém, enquanto ainda estiver presente no corpo dela não acordará.
-Não podem acordá-la?-perguntou Rony apavorado.
-Infelizmente não, Sr.Wesley. O que tínhamos de fazer para curá-la, fizemos. Agora é com o organismo dela.
-E os pais da Hermione?-perguntou Harry
-Tonks foi a casa deles, vai trazê-los assim que chegarem a Londres. Estavam de férias na Austrália, e Tonks vai trazê-los por métodos trouxas.
A manhã fora longa para todos ali no hospital, especialmente para Rony. O amigo passava horas olhando o quarto de Hermione, sem expressão nenhuma. Harry tentou, por vezes, persuadi-lo a sair dali, mas Rony recusara-se terminantemente.
-Se ela morrer Harry...se Hermione morrer, e-eu...se...
-Ela não vai morrer, Rony. Hermione é forte, vai sair dessa.
-Tudo culpa de Brighid. Eu disse a você, lembra de quando ela chegou ao Largo Grimmauld? Eu disse a você.
-Talvez não tenha sido Brighid, ouviu o que a curandeira disse? Um veneno muito raro a prejudicou.
Rony pareceu não dar atenção a defesa de Harry. O olhou de cara amarrada e voltou-se para seus pensamentos e medos da piora de Hermione.
-Nunca vou me perdoar se ela morrer sem saber.-desabafou Rony
-Saber sobre o que?
-O que eu sinto por ela. Que eu sou apaixonado por ela desde o nosso quarto ano, no Baile de Inverno quando a vi com aquele lindo vestido. Que fui um covarde por esconder isso, ao invés de tentar...de criar coragem e dizer...
-Vai poder dizer isso tudo, Rony, quando ela acordar.
-Não importa que ela tenha feito isso por você, que esteja apaixonada por você. Desde que ela esteja bem, que se cure, não importa.
-Está enganado. Hermione tem a mim como um irmão, e eu a tenho como uma irmã.
Rony saíra desabalado murmurando “Vou procurar a Gina”, mas Harry sabia que ele queria ficar sozinho. Sempre soubera que um dia os dois ficariam juntos, e torcia para que acontecesse. Agora ele rezava para que acontecesse, para que Hermione melhorasse e os dois terminassem juntos. Para sua surpresa, o amigo desaparecera apenas por poucos minutos, voltando em seguida branco como um fantasma.
-Mamãe, Gina ainda está aqui não é?
-Sim, meu querido. Ela veio conosco, por quê?-perguntou Molly desconfiada
-Eu não a estou vendo em lugar algum e..bem...talvez ela tenha voltado para a Sede?
-Porque está fazendo essas perguntas, Rony?-perguntou Arthur
-Estão dizendo que um Comensal da Morte roubou uma menina, uma menina ruiva!Em frente ao hospital!
-O QUE? NÃO, MINHA FILHA NÃO!GINEVRA MOLLY WESLEY APAREÇA AGORA, MINHA FILHA NÃO!!
Foram os trinta minutos mais longos da vida da família Wesley, pensou Harry. Molly saíra correndo com Arthur a seu encalço gritando por Gina, porém ninguém respondia. Ninguém a vira sair do hospital, no entanto, testemunhas afirmavam ter visto um homem de capuz prata arrastando uma menina de cabelos cor de fogo para um beco escuro, desaparatando em seguida, perto do Corujal Público, onde os bruxos que não tinham corujas mandavam suas cartas.
Molly tivera que ser atendida pelos curandeiros de St.Mungus porque chegara a desmaiar quando não encontrou a filha, Arthur estava em tempo de ter um colapso nervoso, Harry parecia o único consciente ali; se preocupava imensamente com Gina, mas viu que tinha de ter alguém pensando racionalmente para saber o que fazer. Rony não parava de tremer e parecia vomitar a qualquer minuto.
O Ministério da Magia enviou aurores para conversar com a família, Harry contara a eles o que acontecera, era o único que conhecia falar. Eles prometeram encontrar Gina antes do Natal; uma voz longínqua dizia a Harry onde Gina poderia estar, enquanto voltava para o Largo Grimmauld, mas o garoto se recusava a escutá-la.
Assim que chegou ao hospital e viu o estado de sua amiga, Gina Wesley aproveitou a distração dos pais, de Rony e Harry, e saiu para o Beco Diagonal. Sua mente não parava de funcionar desde o acontecido noite anterior, duvidava ter sido sua amiga Brighid, porém, sabia há tempos do que a amiga era capaz de fazer e Hermione lhe dissera que falaria com Brighid sobre o uso de seus poderes para enfeitiçar Harry.
“Nas últimas cartas, minha mãe dá a entender que chegará alguém. Nossa mansão tem passado por uma limpeza minuciosa.”, dissera Draco. E se esse acidente tiver alguma ligação? Ela tinha de descobrir. Por isso fora ao Corujal Público enviar uma carta a seu amado. Combinaram dela o pseudônimo de “Marrie”, assim seus pais pensariam ser alguma amiga francesa e usando uma das corujas do Corujal ficaria mais difícil descobrirem que era ela.
“Querido Draco,
Espero que esteja bem, estou morrendo de saudades suas. Bem, aquela minha amiga sofreu um acidente, machucaram ela, é o que achamos. Temos um palpite de quem seja. Suas suspeitas estão confirmadas, tem a ver com aquilo que falamos outro dia. Enfim, estou torcendo para que haja melhoras para ela.
Como anda sua vida? Recebeu parentes para o Natal? Conte-me que pessoas desfrutaram do Natal ao seu lado, certo?Tenho um palpite, mas espero ter sua resposta para descobrir se acertei, caso tenha acertado, entenderá tudo mais rápido que eu.
Marrie.
Observara a coruja voar até desaparecer no céu, parara de nevar àquela hora. Depois, alguém jogou-a para trás, tapando sua boca para que não gritasse. Um cheiro muito forte inundou suas narinas deixando-a tonta até a escuridão atingir seus olhos.
O almoço fora um dos melhores, precisava admitir. Brighid nunca vira mesa tão farta, comidas que nem ela mesma sabia o que era. Procurou desfrutar de todas que seu estomago soube acomodar até fartar-se. A Sra.Claudia nada perguntara sobre sua estadia no outro lugar, ou Hogwarts; observava a figura da menina enquanto ela comia sem dizer uma única palavra, o que Brighid agradeceu uma vez que não precisaria mentir, ou usar seus poderes. A mansão em que estava nem se comparava com a mansão dos Black. O hall era espaçoso e impecável, as paredes pintadas nas cores marfim e bege, os móveis entalhados da mais fina madeira cobertos com tecidos de seda e chão de mármore; a porta, ornamentada com maçaneta de ouro estava perfeitamente trancada, como também todas as janelas, inclusive, as do seu quarto.
Após o almoço, Claudia se oferecera para ensinar Brighid a tocar piano na enorme biblioteca que tinha. Brighid agradeceu o convite, mas disse que já sabia tocar piano; aprendera com seu pai quando tinha 5 anos de idade. O que a garota mais queria era ir para o quarto pensar numa estratégia para sair dali. Assim que ficou sozinha no quarto, deitou-se na cama e pensava no que fazer, pensou até seus olhos ficarem pesados e Brighid cair no sono.
Talvez tenha sido sua impressão, mas escutou vários passos no corredor. E um grito abafado. Levantou-se cautelosamente andando na ponta do pé até a porta para ouvir. “Por Merlin, porque trouxeram essa traidora de sangue puro até a minha casa? Já não basta eu suportar aquela menina esquisita! Agora isso?”, sussurrava Claudia.
“O Lorde exigiu que fosse ela. E, suponho que não seja sua intenção contrariá-lo? Ou estou errada?”, perguntou uma voz conhecida que Brighid não conseguiu identificar de quem pertencia. “Não, claro que não. Já tive que obrigar meu filho e a se trancafiar no quarto dele, trazer uma esquisita para minha casa. Porque me recusaria a mais um favor.” , respondeu Claudia sarcasticamente. Depois tudo silenciara ficando muito quieto, então a segunda mulher finalmente falou: “À noite, ponha esta poção do sono na bebida da menina. Precisamos conversar, sem intrusos.”
Aquilo estava indo longe demais, começava a ficar perigoso. O que Brighid faria agora? Como fugiria dali antes que algo de pior acontecesse? Quem sabe, quando estivesse sozinha com Claudia usasse seus poderes para ordená-la a abrir a porta. Contudo lembrou-se do que a segunda voz falou. Elas teriam uma conversa, uma reunião. Se Brighid ouvisse do que se tratava, poderia avisar a Dumbledore. Brighid usaria seus poderes em Claudia, mas de outro jeito.
Na hora do jantar, usou um dos vestidos verdes de cetim que Claudia pedira que usasse. A mulher servira uma taça de suco de uva e pediu que Brighid tomasse.
-Ah, eu mesma fiz. Senti uma imensa vontade de preparar alguma coisa para você. Ao invés de mandar os elfos domésticos se darem ao trabalho.Vamos, querida. Beba!
-Me faz companhia, Claudia?
-Ah, sim.Claro, porque não?
A mulher pareceu pouco a vontade quando Brighid pediu para que ela acompanhasse na bebida.
-E, se não fosse pedir muito, Sra.Claudia, poderia sentar-se ao meu lado? Eu não gosto muito de me sentir sozinha.
Claudia tentou esconder a relutância que sentia ao aproximar-se de Brighid, porém, não fez objeção alguma.
-Bem, eu estava me lembrando hoje à tarde, como minha mãe adorava meus olhos verdes. Ela nunca vira olhos de tamanha intensidade como os meus.
-Ela estava certa, querida. São de uma tonalidade bastante intensa.
-Ah sim, com certeza que ela estava. Agora, quero que olhe nos meus olhos, Claudia. Olhe nos meus olhos e não desvie seu olhar.
Claudia ficou imóvel na cadeira que sentara, contemplava os olhos verdes de Brighid como se fossem a coisa mais maravilhosa de se observar. O verde intenso passou a tornar-se cinza escuro escondendo as pupilas dos olhos de Brighid que se tornaram completamente cinza escuro. “Você me viu beber todo o suco de uva, Claudia. Eu bebi todo o suco e me senti sonolenta. Você teve que me ajudar a ir para minha cama e me vestiu na camisola, inclusive. Eu não usei poder nenhum em você. Bebi o suco e dormir, tudo como planejou.”, ordenou Brighid. “Você bebeu o suco. Bebeu todo o suco. Começou o efeito da poção do sono, tive que ajudá-la a ir para o quarto e vestir o pijama. Você dormiu profundamente. Tudo saiu como o planejado.”, respondeu Claudia.
Antes de tirar Claudia do transe, Brighid jogou todo o suco no primeiro jarro de plantas que encontrou, perto do corredor que levava a cozinha. Ordenou que Claudia subisse com ela até seu quarto, vestiu o pijama e, já deitada, estalou os dedos, fechando seus olhos, agora verdes, em seguida. “Tudo como o planejado”, ouviu Claudia dizer feliz saindo do quarto de Brighid.
Eram nove horas da noite quando Brighid saiu de seu quarto, desceu as escadas cautelosamente em direção a biblioteca, o único lugar com pessoas e luz acesa na mansão. A porta estava entreaberta, e Brighid vislumbrou a silhueta de Draco Malfoy sentado no sofá de couro de dragão olhando para Lucius Malfoy. A menina sufocou um grito na boca quando reconheceu a voz da segunda mulher, ela estava em sua casa no dia que Voldemort a atacara e viu sua foto na mansão dos Black, na arvore genealógica: Bellatriz Lestrange.
-Fez um bom trabalho, Narcisa. Tem certeza de que a menina tomou o suco com a poção?
-Absoluta. Eu mesma tive de ajudá-la a subir até o quarto e pôr o pijama. Ela sequer conseguiu tocar na comida de tanto sono.
-Excelente trabalho, minha querida.-respondeu Lucius beijando-a.
Santo Deus!Então Brighid estava na casa da família Malfoy. E Claudia, na verdade, se chamava Narcisa Malfoy e o filho supostamente em outro lugar, estava em casa e era Draco Malfoy.
-Que tola aquela menina!Acreditava fielmente de que falava com a mãe, devia ver o rosto dela quando me via fantasiada de Eva Mellin.Acho que eu devia seguir carreira artística!
Bellatriz sorria abobalhadamente, provocando uma ira que Brighid jamais sentira em toda sua vida. Como pudera ter sido tão burra?
-E Harry Potter ainda permanece são e salvo naquela maldita escola. Realmente Bellatriz, fico lisonjeado com tamanha eficiência.-comentou Lucius
-Não me irrite, Lucius Malfoy. Ou verá o inferno mais cedo do que esperava!-esbravejou Bellatriz.-Brighid está fugiu e veio para nós, conseguimos que Hermione sofresse aquele acidente e todos pensassem ser ela, logo será uma de nós e os planos do Lorde das Trevas se realizarão.
-Só não entendo o porquê de acomodarmos aquela traidora de sangue puro!É um ultraje tê-la aqui, Bella!-disse Narcisa
-Quem mais está aqui?-perguntou Draco desconfiado.
-A filha caçula de Arthur Wesley, querido, Gina Wesley.-respondeu Narcisa afagando as mechas loiras do filho.
Draco ficara branco, arregalava os olhos sem acreditar no que ouvira a mãe dizer.
-Como pegaram ela?-perguntou, tentado manter a calma
-Na verdade foi mais simples do pensei que seria.-respondeu Bellatriz.-Seguimos a família até o St.Mungus e a vimos sair até o Corujal Público, assim que ela saiu, bem, foi só uma questão de rapidez e agilidade. Foi Greyback que a pegou.
-A trancafiamos, amordaçada, no quarto de hospedes ao lado do seu.-disse Lucius.-Detesto ter gente daquela laia em minha casa, mas, os fins justificam os meios.
-Mas por quê? O que pode fazer de tão útil assim?
-É ela que vai tocar a Arca, quando a acharmos. O lorde precisa de uma cobaia, quer saber o que acontece quando uma pessoa toca nela. Se realmente vira pó, ou coisa pior.-complementou Bellatriz.
Deviam estar bastante felizes com seus planos dando certo, porque sequer Bellatriz, Narcisa ou Lucius percebera o olhar de ódio que Draco lançara a cada um deles.
-Bem, eu vi aqui dizer-lhes que a parte final do plano vai ter realizada a meia-noite, do dia 25 de dezembro. Todas as cidades que restam terão o sangue de suas vítimas derramadas. Finalmente saberemos a localização verdadeira da Arca Perdida.-disse Bellatriz, os olhos brilhando de excitação.
Iria embora agora, nem que tivesse que tentar explodir a porta, pensou Brighid apavorada. Fugira para a toca do lobo, era uma questão de tempo até Voldemort aparecer e tudo piorar. Tremia só de pensar o que ele poderia fazer com ela. Correu até porta, mas não conseguira explodi-la. Um vulto negro murmurou: “Inconscientius!”, e Brighid fora lançada contra a parece com violência; batera a cabeça com força na maçaneta de ouro caindo no chão, desmaiada.
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