Às vezes, a melhor luz provêem
Capítulo XVIII
Ás vezes, a melhor luz provêem da escuridão
Já era dia quando Brighid despertou. Sua cabeça doía intensamente e todo o corpo fora amordaçado; alguém vendara os seus olhos, porque Brighid não conseguia enxergar. A luz do Sol penetrava por entre a janela do quarto iluminando o seu rosto, isso ela sabia pois sentia o calor aquecendo suas faces. A dor lhe impedia de raciocinar onde estava; o que aconteceu; como ficara presa daquele jeito, porém, as lembranças atingiram sua consciência e sua cabeça doeu ainda mais, de arrependimento.
-Bom dia, minha querida. E, Feliz Véspera de Natal!-cumprimentou uma voz conhecida arrepiando todos os fios de seu cabelo.
Era ele, Voldemort estava ali olhando para ele. As feições ofídicas em êxtase, maravilhado com a cena de vê-la presa.
-Desculpe por nossas precauções, mas nosso último encontro foi bem desastroso para mim. Acredito que deva se lembrar...eu me lembro até hoje.- continuou Voldemort
Brighid nada falava, estava amedrontada demais para pensar no que dizer. Como fora tola, como permitira ser enganada. Tanto trabalho da Ordem para protegê-la e ela mesma, sem saber, acabou nas garras do homem que destruiu sua família com tanta facilidade.
-Era você não era? Nos meus sonhos era você que se fazia passar por minha mãe.-disse Brighid por fim
-Oh, não. Bellatriz tem uma habilidade extraordinária de interpretar papéis de boa moça, ela penetrou em sua mente e falava com você como se fosse sua mãe. Achei que perceberia as diferenças, por mais que Bella fosse excepcional em sua interpretação, contudo, estava enganado. A sede em ser aceita por todos escureceu sua mente, para minha sorte.
Voldemort chegara mais perto, Brighid começou a tremer. O que ele faria com ela? A mataria ou deixaria viva até não ser mais útil? Voldemort nada fez, apenas a observava minuciosamente como se procurasse alguma característica física que explicasse o motivo de ter o poder que tinha.
-Tanto poder. Nem imaginas o que pode fazer, conquistaria o mundo menina e, no entanto, sua única ambição era Harry Potter. Tola, não merece o poder que tem. Sabe, não era para você estar assim. Se tivesse continuado a acreditar nos sonhos que tinha com sua mãe, logo seria uma de nós e não estaria presa.
-Eu jamais me uniria a você!Matou minha mãe!
-E seu pai também. Ele se recusou a me dizer para quem transferira os poderes da Arca que não mais lhe pertenciam, pagou com vida. Nagini cuidou do resto. Depois que voltei e encontrei o pergaminho que mostraria o mapa, descobri também sobre o ritual da Arca onde os poderes eram repassados aos escolhidos. Seu pai escolheu você, era óbvio; filha dele. Sua mãe se recusou a me dizer onde estava, mentiu dizendo que jamais tivera uma criança. Mas eu podia senti-la, sabia que existia.
-O que vai fazer comigo?-perguntou, controlando-se para não chorar
-Na hora certa saberá. Em breve, não precisará mais carregar este fardo. Os seus poderes logo serão meus.
E saiu deixando Brighid sozinha, caindo aos prantos. O sonho que tivera com o seu pai era real, ela o vira morrer. E sua mãe morreu para protegê-la. Duas vidas sacrificadas para que ela vivesse. Talvez se tivesse confiado em Lyra, talvez se tivesse feito tudo para esquecer a paixão que nutria por Harry, quem sabe, estaria no Largo Grimmauld desfrutando de uma belíssima manhã de véspera para o Natal. Mas não, passou a vida toda sonhando com a aceitação de sua mãe, de algum vestígio que mostrasse que a amava, acabou por enganar-se e terminar presa nas garras do vilão. “Nossos pais morreram para nos manter vivos, porque somos peças importantes para determinar o rumo desta guerra.” , lembrou-se do que Harry lhe disse na noite do acidente de Hermione.
-Que rumo devo tomar?-perguntou a si mesma
Devia ter se esforçado a desvendar as últimas páginas do diário, Dumbledore teria descoberto a localização da Arca e ela não estaria ali. Podia entregar todos os poderes confiados a ela para outra pessoa, porém, cedeu as tentações.
“Nossos pais morreram para nos manter vivos, porque somos peças importantes para determinar o rumo desta guerra.”
Essa frase persistia em sua mente, as palavras de Harry eram repetidas inúmeras vezes por sua consciência. Mas o que poderia fazer amordaçada e com os olhos vendados? “Tudo. Eu posso fazer tudo.”
É verdade que nunca tentara com os olhos fechados, e com alguém a quilômetros de distancia, mas, deveria tentar. Tinha que tentar. Noite passada descobriu que um dos Comensais da Morte raptaram Gina que estava escondida em algum quarto naquela casa, e a meia-noite do dia 25 de dezembro haveria um massacre para a localização da Arca acontecer. A Ordem da Fênix tinha que saber disso, se evitasse a matança de tantas vidas inocentes, eles a perdoariam. Ela mesma se perdoaria.Voldemort nada mencionara acerca disso, e sequer perguntara ou executara algum feitiço para extrair algo dela. Então ele não sabia do que Brighid descobrira, era sua chance.
Concentrou no que vira noite passada, das palavras de Bellatriz e Lucius Malfoy, e Narcisa também. “...Só não entendo o porquê de acomodarmos aquela traidora de sangue puro!É um ultraje tê-la aqui, Bella... a filha caçula de Arthur Wesley, querido, Gina Wesley... a parte final do plano vai ter realizada a meia-noite, do dia 25 de dezembro. Todas as cidades que restam terão o sangue de suas vítimas derramadas. Finalmente saberemos a localização verdadeira da Arca Perdida”, repetia em sua mente diversas vezes. “Eu quero que eles saibam disso.Eu quero que eles saibam disso.”, repetia para si mesma. Pensou em Harry Potter, Sirius Black e Dumbledore; os únicos que ela tinha certeza que acreditariam.
Contudo, algo dava errado. Como se houvesse uma barreira impedindo a mensagem de chegar ao seu destino: a mente deles. Brighid tentou por horas, a testa suando de esforço e nenhum sucesso, sentia fome e sede, mas sequer ousou desistir. Lá fora, nevava fortemente. Uma intuição repentina obrigou-a a pensar em Arken, sentiu uma vibração forte; uma porta aberta a receber sua ajuda. Afinal, era uma Cavaleira Jedi e percebeu a presença de Brighid quando esta tentou enfeitiçar Harry no pátio no dia que romperam o relacionamento. Reuniu suas últimas forças, concentrando-se em Arken. Uma dor intensa invadiu sua mente obrigando-a a torcer-se na cama, Brighid não ousou gritar ou os comensais descobririam tudo. Uma espécie de conexão ligou as duas mentes, Arken em algum lugar do mundo sentia Brighid e as informações chegavam a sua mente. Por fim, um eco forte rompeu a ligação e Brighid desmaiou.
A véspera de natal no Largo Grimmauld amanheceu triste e sem graça. Os enfeites de natalinos, providenciados por Sirius, de nada ajudavam a animar os habitantes da mansão, em especial à família Wesley. Assim que chegaram do St.Mungus, Molly branca como um fantasma sendo amparada pelo marido e Harry, eles encontraram Hidrash sentado a cozinha conversando com Sirius, Lupin e Mestre Obi-wan. O peregrino saudou os novos moradores que acabara de conhecê-los, mostrando suas lamentações por Hermione Granger.
-Namasté!Sinto muito pelo que houve com a jovem, mas não temam. Ela ficará bem. Meu nome é Hidrash, sou conhecido como o Peregrino das Respostas.
-Hidrash é um bruxo que nasceu com uma habilidade peculiar de responder a qualquer pergunta que fizermos. Ele é capaz de encontrar pessoas desaparecidas, o que houve em eventos passados, presentes e futuros. Enfim, qualquer pergunta.-explicou Obi-wan aos recém-chegados.- Ele tem nos ajudado a descobrir mais informações sobre a Arca.
-Mas não tenho servido muito.-respondeu Hidrash. –Há um feitiço que não consigo quebrar, e não foi por falta de tentativa.
-Ela ficará bem mesmo? Tem certeza disso?-perguntou Rony
-Sim, meu jovem. Não há uma pergunta que eu não saiba responder.
-Minha filha, pergunte a ele Arthur!Pergunte a ele sobre nossa filha!-pediu Molly a seu marido voltando a chorar compulvisamente.
-Era o que ele estava tentando descobrir, Molly.-respondeu Lupin gentilmente ajudando-a sentar-se na cadeira.
-Bem, eu me concentrei bastante. E vi uma menina ruiva numa casa grande, ela estava dormindo. A trancaram num quarto. Vi os rostos das pessoas daquela casa; um casal de cabelos loiros. O homem tem olhos azuis e a mulher olhos negros, são imponentes e ricos. Muito ricos.
-LUCIUS MALFOY E NARCISA MALFOY!-exasperou Arthur-Oh, Merlin!Eu vou matar aqueles desgraçados!
-Calma Arthur!Calma!-disse Obi-wan. -Sim, também temos absoluta certeza que são eles. Mas um ato impensado como esse pode por tudo a perder, temos que pensar em Gina e no perigo que ela corre.
-Obi-wan está certo, Arthur. –concordou Lupin- Hidrash, consegue saber qual o objetivo deles? O que planejam com o rapto de Gina?
-Nahim, não. Infelizmente não. Voldemort é o Fiel do Segredo, não consigo identificar o plano deles. -respondeu Hidrash
-Hidrash também descobriu onde está Brighid. –disse Sirius- Ela também está na mansão dos Malfoy, e não foi ela que envenenou Hermione. Agora temos a certeza convicta.
-Ela foi por vontade própria?-perguntou Obi-wan a Hidrash
-Não, sinto que não foi. Eu vi uma mulher, a mesma de cabelos loiros e olhos negros. Ela caminhava no meio da neve, entrou no parque e carregou Brighid nos braços até o carro.
-Ela está bem? Machucaram ela?-perguntou Harry
-O homem a quem vocês combatem também soube esconder esse fato, porque não sei responder. Ele é o Fiel do Segredo de vários assuntos envolvendo a Arca e Brighid.
-Eu só quero minha filha!Só quero minha filha!-dizia Molly soluçando, abraçada com Arthur.
-Ela precisa descansar, está exausta pelo que aconteceu.-disse Obi-wan- E você também, Arthur.
-Não sei como fazer isso, meu amigo. Não angustiado desse jeito.-respondeu Arthur
-Não se preocupe, eu e minha padawan cuidaremos disso. Ajudem a levá-la para o quarto.-pediu Obi-wan
Rony e Harry seguraram Molly e a ajudaram a subir as escadas, Arthur ia à frente amparado por Lupin e Obi-wan. Sirius abriu a porta do quarto e o casal desabou na cama, chorando sem parar. Rony tremia ao lado de Harry; primeiro Hermione, agora Gina. Harry manteve-se ao lado do amigo, passou o braço para seu ombro segurando-o firme.
Obi-wan fechou os olhos e minutos depois Arken adentrou o quarto, olhou rapidamente para Harry, e seguiu em direção a Sra.Wesley.
-Arken, sabe o que fazer.-disse Obi-wan
-Sim, mestre.
Os dois fecharam os olhos, esfregando as mãos e passando-as suavemente pela testa de Arthur e Molly. Repetiram o ato diversas vezes; Arthur e Molly ficavam cada vez mais sonolentos até adormecerem por completo.
- Baguan Keliê! Que magnífico o que fizeram!-elogiou Hidrash
-Cavaleiros Jedi são capazes de influenciar a emoção das pessoas, se estão tristes ou aflitos, somos capazes de amenizar esses sentimentos. Descansar a mente dos que procuram paz. Eles dormirão até amanhã. Obrigado, Arken.
-De nada, mestre. Os outros da família sabem?
-Sim.Avisamos a todos da família Wesley.-afirmou Sirius- À noite estarão aqui.Acho que também deveria descansar Rony, amanhã ficará melhor para visitar Hermione.
-Não, eu estou bem.
-Vamos Rony, não dói nada. Eu prometo. Como Hermione ficará caso acorde e o vejo mal? E o Harry ficará ao seu lado.-disse Arken
-É verdade, Rony. Precisa descansar.-afirmou Harry
-Ah...certo.Acho que é o melhor.-concordou Rony, indeciso.
Os três foram para o quarto que os meninos dividiam. Rony deitou-se em sua cama e Arken fizera o mesmo procedimento, demorando mais em Rony uma vez que o ruivo recusava-se a fechar os olhos, por fim, acabou por ceder ao sono. Ambos saíram deixando-o dormir profundamente.
-Obrigado, ele estava mesmo precisando.-agradeceu Harry enquanto desciam as escadas.
-Foi um prazer, eu sinto o quanto ele está sofrendo. Primeiro Hermione e agora Gina capturada.
-É, não é fácil perder quem a gente ama.
Eles se olharam por um longo minuto. Como ele gostaria de abraçá-la, de esquecer o que aconteceu com o seu perfume. Falhara com Brighid, disse que ajudaria e nada fizera. Duvidou desde o princípio que tivesse sido ela a machucar Hermione, porém, se tivesse dito isso a pleno pulmões, ao menos, a escolhida para destruir a Arca não teria fugido. Arken pareceu ler a sua mente porque logo o confortou:
-Não é sua culpa. Brighid não fugiu por sua culpa.
-Eu tinha certeza que não tinha sido ela, mas me calei. Sabe, quando vi Hermione deitada e quase morta. As palavras simplesmente escaparam da minha boca. Nós conversamos e ela pareceu entender.
-Vocês conversaram?
-Sim, nós conversamos. Depois Hermione entrou e pediu para conversar a sós com Brighid, cinco minutos e ouvi os gritos vindos da varanda. Hermione estava deitada no chão, parecendo morta.
-É, o resto eu já sei. Sirius nos contou. Tenho certeza que ela te ouvirá, que voltará para casa. Com os poderes que tem, com sua amizade, ela cairá em si. Vocês têm um passado em comum, são capazes de entender um ao outro.
Arken disse isso mais para si mesma do que para ele, percebeu Harry. Porque ela mal olhou em seus olhos. Mas ele permitira ela partir assim tão facilmente. Não deixaria que as diferenças a afastassem. Antes que Arken descesse mais um lance de escada, Harry segurou sua mão.
-Eu senti sua falta.-disse ele olhando em seus olhos.
-Por favor, Harry. Nós conversamos sobre isso, sobre quem somos. Lembra?-respondeu Arken ainda sem olhar para ele.
-Eu não quero lembrar de nada do que disse naquele dia. A única coisa que lembro é do bem que você me faz. Tudo caminha para um fim, Arken, mas o que sentimos um pelo outro não precisa ir.
Harry encostou sua testa na dela sentindo Arken ofegar. Aproveitou o momento e a trouxe para mais junto de si.
-Eu senti sua falta.-repetiu
-Eu também.-respondeu Arken olhando para ele.
Seus lábios estavam quase se encontrando quando Harry viu Arken cair no chão gritando de dor. Harry gritou por socorro enquanto tentava ampará-la; Arken se contorcia e quase descia violentamente as escadas caso ele não a tivesse segurado.
-Pare com isso!Pare!-gritava Arken
-Arken, o que está havendo? Me diga o que está havendo?
-Está me machucando!Está me machucando!
Ela tremia compulsivamente, um filete de sangue desceu de suas narinas em direção a boca. Três minutos, e Arken desmaiou nos braços de Harry. Seu rosto estava vermelho e suado.
-Arken!Arken!
-Mas o que aconteceu aqui?-perguntou Obi-wan
Quando viu sua padawan desmaiada, ele correu o mais depressa possível chegando em milésimos de segundos perto de Harry.
-Eu não sei. Nós estávamos conversando quando ela começou a gritar, parecia que alguém a machucava. Eu não sei.
-Vamos levá-la para o quarto.
Obi-wan a colocou nos braços e seguiu para o quarto que Arken dividia com ele. Assim que a deitou, segurou em sua mão e chamou carinhosamente seu nome.
-Arken, Arken.Vamos, minha querida. Vamos, acorde.Arken.
-Acho melhor chamar os outros.-comentou Harry
-Eles estão na reunião da Ordem. Dumbledore está aqui. É melhor não incomodarmos. Eu saí de lá, porque senti uma vibração ruim, percebi que algo acontecia com minha aprendiz e vim procurá-la.
Os dois esperavam, em silencio, por Arken acordar. Era uma situação um tanto incômoda para Harry. Mestre Obi-wan parecia concentrado demais para dar atenção a ele, ou forçava sua concentração para começar um diálogo. Aos poucos, Arken abriu os olhos; e segundos depois saiu desabalada do quarto sem dar ouvidos as perguntas de Mestre Obi-wan e Harry. A menina correu para baixo em direção à biblioteca de Sirius que estava sendo usada como ponto central para as reuniões da Ordem.
Assim que abriu a porta, Harry viu as figuras de Sirius, Lupin, Dumbledore, Tonks, Hidrash, Lyra, Snape e Carlinhos Wesley.
-Oh, a que devo a honra de sua visita, Srta.Éowyn?-perguntou Dumbledore educadamente
-Me desculpe, Professor Dumbledore, por entrar sem avisar, mas tenho algo de importância para falar. Brighid fez contato, Voldemort planeja um ataque a meia-noite nas cidades restantes para que a localização da Arca se revele. Gina Wesley está realmente presa na mansão Malfoy. Foi o que ela conseguiu descobrir numa conversa que ouviu entre Lucius e Narcisa Malfoy com Bellatriz.
Todos olharam surpresos para Arken, porém, ela manteve o mesmo olhar determinado para Dumbledore que pareceu acreditar nela.
-Brighid está sendo mantida amordaçada e com os olhos vendados, pelo que pude vislumbrar. Ela não quis iniciar o treinamento com a Srta.Bass porque Bellatriz aparecia em sua mente disfarçada de Eva Mellin e lhe dava ordens, ela inconscientemente aceitava até que descobriu tarde demais e não conseguiu sair da mansão. Eles capturaram Gina para que ela toque na Arca, Voldemort quer ver o objeto é capaz de fazer com quem o toca.
-Engraçado a habilidade dos Jedi, são capazes de entrar numa reunião ao qual não foram convidados e dizer tolices. –sibilou Snape- A Srta.Mellin fugiu desta residência, como pode o que acabou de dizer?
-Eu não sei o motivo, Sr.Snape, mas Brighid se comunicou comigo há pouco tempo.Eu vi a mensagem que ela queria me passar, um tipo de conexão nos ligou.-respondeu Arken encarando Snape friamente.
-Arken está falando a verdade. Eu fui testemunha disso, ela desmaiou assim que a conexão terminou.-defendeu Harry
-A mente dos Jedi é sensível a qualquer tipo de ligação, Sr.Snape.-comentou Obi-wan tranquilamente.-Suponho que Brighid tenha usado seus poderes para fazer alguma comunicação, e encontrou a mente de Arken acessível para isso.
-Acredita mesmo nisso, Dumbledore?-indagou Snape com desdém
-Sim, Severo.As informações batem o que Hidrash descobriu. Brighid e Gina estão aprisionadas na mansão Malfoy, e descobri também as cidades que podem estar na lista de Voldemort.-respondeu Dumbledore- Agora, sabemos o porquê. Assim que o sangue dos inocentes das cidades escolhidas for derramado, o pergaminho antigo revelará a localização da Arca. Esse pergaminho e o diário são os únicos mapas para encontrá-la. Evidentemente que, o pergaminho trilha um caminho macabro para revelar a localização, enquanto que o diário não.
-Então, o sangue derramado dos inocentes é o que vai revelar o segredo? A localização da Arca?-indagou Tonks chocada.-Mas que absurdo!Isso é um massacre!
-Canalha!Ele vai usar minha irmã para tocar na Arca!-resmungou Carlinhos indignado- Ainda bem que papai e mamãe não estão aqui para ouvir isso!
-Enquanto Voldemort não descobrir a Arca, Gina estará segura.-respondeu Sirius- Pensaremos num modo de resgatá-la.A prioridade agora é impedir o ataque. São oito horas da noite, temos apenas quatro horas.
-Professor, o senhor descobriu as cidades que serão atacadas?-perguntou Harry
-Sim, Harry. Está escrito no diário de Samuel, numa de suas páginas. Parece que alguém, naquela época, tinha as mesmas ambições que Voldemort tem hoje.
A porta do quarto de Brighid abrira com violência fazendo-a pular de susto; abriram sua boca e a fizeram beber água, o que a menina engolia com veracidade tal era a sede que sentia. A fizeram comer sem seguida, sequer tiraram a venda de seus olhos, e ela não sabia que a alimentava. A pessoa permanecia em silêncio enquanto levava o garfo com comida à boca da prisioneira.
-Vamos logo com isso, Draco!-resmungou um homem- Eu não tenho a noite toda!
-Se quiser pode vim fazer o meu serviço de ama seca! Te ofereço com todo o prazer.-respondeu Draco secamente.
-O Lorde escolheu você para alimentá-la. Não eu, moleque!Ande logo, preciso ir ao banheiro.
-Então corra, porque odeio esperar. Quando terminar aqui, vou sem esperá-lo. Tenho idade suficiente para andar sozinho, seu palerma!
-Garoto insolente!
Os passos pesados do homem ecoaram para longe, Draco assim que se viu sozinho com Brighid fechou a porta e correu para tirar a venda dos olhos dela.
-Gina está aqui, aprisionaram ela. Serei breve, pretendo vê-la e tirá-la daqui antes que seja tarde. Há um jeito de avisar a Ordem sobre Gina?
Após horas com os olhos mergulhados no escuro, demorou para Brighid focar onde estava. Era o mesmo quarto que dormira antes, e Draco estava a sua frente olhando desesperado para Brighid.
-Porque deveria confiar em você? É filho de comensais da morte!
-E amo a filha de membros da Ordem da Fênix. Se alguma coisa acontecer com ela nunca vou me perdoar. Que se dane essa guerra!
-Eu já avisei. Não me pergunte como. Há um jeito de sair daqui? O que eles pretendem fazer comigo?
-Não, pelo menos por enquanto. A casa está rodeada de Comensais e nada comentam sobre os planos destinados a você, tem alguma coisa a ver com Arca. Disso tenho certeza.
-E Você-sabe-Quem onde está?
-Partiu com minha tia. Não me disseram para onde. Tenho que ir, em breve voltarei com mais notícias. Desculpe, mas preciso por isso nos seus olhos novamente.
E Draco vendou os olhos de Brighid saindo logo em seguida, talvez para ver sua amada. Brighid ficara sozinha de novo, envolvia por seus medos sobre que destino teria. Porém, não fazia diferença agora. Pelo menos conseguira alertar a Ordem sobre o que descobriu, seu erro não fora em vão. A escuridão, e as lágrimas, trouxeram o sono e Brighid adormeceu e sonhou.
Em seu sonho, ela caminhava no parque onde vira o pai morrer. Não nevava ali, pelo contrário, a grama era verde tal como as árvores. Brighid perambulou no parque vazio até encontrar um balanço no qual sentou-se delicadamente, esperando. Pelo que, ela não sabia responder. Então Samuel apareceu e sentou-se ao seu lado. Nada disseram no começo.
-Eu morri? Estou aqui porque conseguiram me matar?-perguntou Brighid.
-Não. Um dia, é claro, terá que partir como todos partem. Mas, por enquanto, você dorme tranquilamente no cativeiro. -respondeu Samuel
-Sinto muito, Samuel. Eu não imaginava que tudo acabaria assim. Eu só queria ser aceita. –disse Brighid chorando
-Acabar? Nada acabou ainda, Brighid. Você buscou a aceitação de todos, menos da pessoa mais importante: você mesma. Nenhum ser é igual ao outro neste Universo.
-Eu estraguei tudo.
-Às vezes, a melhor luz provêem da escuridão.
-O que disse?
-É uma frase que li uma vez há muito tempo. Eu penso que se o destino não tivesse migrado para onde migrou, ainda estaria presa ao desejo de ser aceita por sua mãe. E jamais teria mandado a mensagem para Arken. As horas obscuras, Brighid, por mais assustadores que sejam nos une. Une a humanidade. Observe as tragédias: tsunamis, terremotos; e as nações esquecem a guerra e se unem para um único propósito que é o de salvar vidas. Sabe o que tem a fazer agora.
-Eu sei. Eu vou destruir a Arca e os planos de Voldemort de obtê-la. Vou ajudar a Ordem da Fênix a salvar o mundo.
Samuel sorriu para Brighid e ajoelhou-se diante dela. A menina não entendeu o que aquele gesto significava.
-Olhe nos meus olhos e ordene que me lembre onde escondia a Arca. Ordene que o feitiço que lancei sobre minha mente seja quebrado. E convide nossa amiga Arken, ela é a única que pode repassar para Ordem o que descobrirmos. –orientou Samuel.
Brighid olhou firmemente para Samuel até a cor verde dos seus olhos tornarem-se brancos.
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